Entrevista: A violência e seu reflexo nas eleição de 2018 no Pará


Delegado com formação acadêmica e considerado linha de frente. Remanescente “era de ouro” da crônica policial paraense. Delegado João Moraes é apresentado sem censura nessa entrevista ao jornalista Val-André Mutran, em Brasília.

Redator: Val-André Mutran

Entrevistado: Delegado João Moraes
  • Repórter –– Conte-nos um pouco de sua história, origem e o que lhe motivou, sendo um Bacharel em Direito, seguir carreira na área policial? Foi vocação ou há precedentes na família? 
  • Delegado João Moraes – Meu nome é João Nazareno Nascimento Moraes, também conhecido como Delegado Moraes. Sou um Humanista, criado em família tradicional, cuja maior herança foi a cultura adquirida de respeito à base familiar e de amor a pátria.
    Meus pais foram contra, no início, com a minha decisão inicial de deixar a minha estável carreira como advogado, rapidamente estabilizada no mercado, e fazer a ruptura para me preparar para ser um Delegado de Polícia.
    Doutorando, Mestre em Direito nas Relações Sociais pela Universidade da Amazônia - UNAMA. Tenho Pós-Graduação com especialização em Polícia Judiciária pela Universidade do Estado do Pará - UEPA, Pós-Graduado em Direito Penal e Processo Penal pela Universidade Estácio de Sá/RJ. Possuo Graduação em Direito pela Universidade da Amazônia - UNAMA (1991) com especialização em Direito Previdenciário e Direito Penal. Fui estudante do Curso de Economia da Unama. Sou servidor público estadual Delegado de Polícia aposentado, ex-Secretário Interino de Segurança Pública do Estado do Pará, ex-Delegado Geral da Polícia Civil do Estado do Pará. Sou professor da ACADEPOL/PA, do IESP, ex-Professor convidado da Escola de Sargentos das Armas (ESA), ex-professor da Faculdade de Pará de Minas (FAPAM), professor convidado da empresa de segurança Puma. Autor dos Livros:
    Polícia Cidadã, Invalidez: Acesso ao mercado de trabalho para Policiais Cadeirantes; Alternativas à prisão e Aposentadoria por Opção. Também sou autor de vários artigos publicados pelos jornais O Liberal, Diário do Pará e Correio do Tocantins. Assim como, um dos compositores do hino da Polícia Civil do Pará.
    Tive a honra de ser Presidente de vários centros comunitários que fundei. Sou ex-presidente do Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado do Pará e atual Presidente da Associação dos Delegados de Polícia do Estado do Pará (ADEPOL/PA). Ministro palestras nas áreas de minhas especializações e na área dos Direitos Humanos. Advogado com carteira recolhida a pedido, ex-membro da Comissão de Direitos Humanos da OAB/PA. Professor convidado de banca examinadora de TCC da UNAMA. Canto na noite profissionalmente, sou também compositor e Poeta nas horas vagas.
  • Repórter –– Com 142 anos de existência da Polícia Civil no Pará, o senhor é um dos remanescentes de uma era de policiais civis que fizeram história, no interior e na Capital. O que mudou na Polícia?
  • Delegado João Moraes – A Polícia historicamente sempre foi o patinho feio dos poderosos. Hoje, enfrenta luta desigual contra os usurpadores de suas prerrogativas, ou seja, mesmo com as garantias constitucionais é desrespeitada por quem deveria lhe fortalecer, entretanto, está resistindo aos ataques de usurpação com argumentos constitucionais contundentes de suas garantias.
  • Repórter –– Mesmo sem os avanços tecnológicos hoje disponível para o aparato policial, especialmente à disposição da polícia judiciária. Na sua avaliação, quais seriam os fundamentos que sempre existiram na atividade policial e que hoje parecem não serem suficientes no combate ao crime?
  • Delegado João Moraes – A linha empírica hoje, por incrível que possa parecer, faz muita falta para os ideais das investigações tecnológicas, que abraçadas de forma voraz, muitas vezes, possivelmente ultrapassam os limites constitucional. Por isso, tenho tanta saudade das ações empíricas de sufocamento do crime e do criminoso no limite da lei passo a passo, na dedicação de cada policial da antiga.  
  • Repórter –– Como o senhor avalia a grade curricular da formação de um Delegado de Polícia Civil, Investigador, Escrivão e a da Polícia Científica?
  • Delegado João Moraes – A grade curricular para Delegado de polícia é equivocada dada a exigência de sua formação, se exigir, o que é incompreensível, ou seja, que se tenha que repetir as mesmas disciplinas do curso de Bacharelado em Direito na Academia de Polícia, que deveria dedicar-se, as delegacias modelos em práticas processuais e investigativas das atividades de um delegado de polícia. Equívoco que também prevalece para a formação dos seus agentes. 
  • Repórter –– O senhor esteve diante de inúmeras dificuldades operacionais quando serviu em municípios do interior do Pará, muitos deles, que apresentavam os maiores índices de violência e criminalidade do Estado, como por exemplo Marabá.
    Diante desse quadro adverso, quais foram as suas prioridades para alcançar e superar as metas de trabalho que o senhor executou?
  • Delegado João Moraes – Hierarquia e disciplina, dedicação 24 horas, apoio constante à prevenção, investigação de tudo e de todos, atendimento educado e eficaz, participação direta nas diligências, controle no administrativo, relacionamento social digno, fortalecimento da equipe com amparo pessoal, e prisões técnicas, assim como revide na forma da lei. 
  • Repórter –– O senhor é considerado por muitos, o melhor Delegado-Geral que o Pará contou nos últimos 30 anos. O que houve, afinal, para todos esses índices virassem o jogo em favor da bandidagem?
  • Delegado João Moraes – A quebra significativa da hierarquia e da disciplina pelos comandos esfacelados pelas indicações políticas. Outro ponto é o avanço ilegal de usurpadores da atividade policial civil. Assim como, a utilização muitas vezes indevida da fiscalização e da repressão interna. Outro motivo do avanço é a quebra no padrão de sobrevivência pessoal de cada policial e a aniquilação das instituições superiores de Estado, diga-se de passagem, os três poderes, que por essa também enfraqueceu em demasias as unidades federativas de segurança pública. 
  • Repórter –– Conte-nos a sua vivência no meio político. Quais as motivações que o levaram a ser um dos idealizadores da Federação Nacional dos Delegados de Polícia. Sua atuação à frente do órgão, assim como, a frente da ADEPOL?
  • Delegado João Moraes – Tudo aquilo que não consegui realizar a frente da Chefia de Polícia ou como Secretaria de Segurança do meu Estado interinamente, no que diz respeito a melhores condições de remuneração para minha categoria e a de nossos agentes, foi o que levou-me a procurar o mundo sindical para corrigir as impossibilidades a mim impostas pelo governo de minha época como Chefe de Polícia. Quanto a Federação, a idéia foi de um colega de São Paulo, Delegado Melão, também à época Presidente do Sindicato dos Delegados de São Paulo, idéia esta que abracei de pronto dada a fragilidade da categoria em todo território nacional. E é graças a Federação, hoje dirigida pelo Dr. Rodolfo Laterza (indicação nossa), e graças a ADEPOL Brasil, dirigida pelo brilhante colega Dudu, Delegado de São Paulo, que ainda sobrevivemos diante das investidas vorazes de parte do Ministério Público, que almeja a extinção da categoria Delegado de Polícia, mesmo não tendo esta, caixa preta lacrada por sete chaves, como outros detêm.
  • Repórter –– Chegamos agora ao nosso tema principal. Como o senhor avalia o impacto da Segurança Públicas nas Eleições 2018 no Pará?
  • Delegado João Moraes – Nos mesmos patamares de outras ocorridas, já que o povo brasileiro adormece em período eleitoral e só reencontra o equilíbrio de sua consciência política partidária com a constatação das mesmas atitudes por parte dos eleitos.
  • Repórter –– O quê precisa ser feito para a consolidação de uma efetiva política de segurança pública no Pará, para o viés dessa guerra ser vencida pelos mocinhos?
  • Delegado João Moraes – Reequilibrar o poder nos patamares idealizados pelo próprio sistema em que, legislativo seja verdadeiramente legislativo, judiciário seja verdadeiramente judiciário, executivo seja verdadeiramente executivo, e que os outros órgãos não desejem seus lugares. Ou seja, que juiz não queira ser legislador, que legislador não queira ser juiz, que executivo não queira ser o dono dos outros dois, que promotores não queiram as prerrogativas de outros, que delegados não queiram ser juízes, que nossos agentes não queiram ultrapassar o limite das suas competências e que o povo em sua maior parte crie a capacidade de entender a importância do voto. 
  • Repórter –– Existem Milícias, Esquadrões da Morte, Sindicatos de Pistoleiros no Pará, delegado?  
  • Delegado João Moraes – As ações policiais da Policia Civil do nosso Estado em investigações já aprofundadas, algumas certamente já detectaram, e em alguns casos, até já finalizaram os inquéritos. Então, considero como afirmativa, porém, as instituições estão atentas e esperando ordem que lhes garantam a certeza de agir com o rigor da Lei, pois todo policial sabe que nos possíveis excessos que possam acontecer, ele responde. O que os pseudos defensores dos direitos humanos nunca observam.
  • Repórter –– Muitos críticos, notadamente ativistas dos movimentos em defesa dos direitos humanos, garantem que a polícia paraense sempre foi muito violenta e que mata demais. E polícia que mata muito, morre muito também. Como o senhor avalia esse cenário de inversão de papéis em que as supostas milícias colocam a prêmio a cabeça de policiais, fardados ou não, oferecendo vantagens e promoções nas organizações criminosas? 
  • Delegado João Moraes – Primeiramente, os papéis não estão investido, os bandidos ainda são bandidos, e polícia ainda é polícia. A necessária força de Estado é que se perdeu ao bel prazer do Poder pelo Poder, fulminando, em parte, de morte a necessária presença policial nas ruas por tudo que possa ser necessário, como concurso público anual, salários dignos e comando consolidado por seus auxiliares ou colaboradores. 
  • Repórter –– Como o senhor recebeu o plano emergencial de combate à criminalidade anunciado há 20 dias pelo governador Simão Jatene? O senhor pode comentar os pontos do plano? 
  • Delegado João Moraes - Com a mesma visão que recebi os outros, fraco, inodor e mais do mesmo, ainda que tenham brilhantes colegas no comando que, engessados muito pouco podem fazer.
  • Repórter –– Muitos policiais egressos das forças de segurança pública estão oferecendo os seus nomes para cargos nessas eleições. Qual a dimensão desse fenômeno?
  • Delegado João Moraes – De busca do poder que ofereça melhores condições de vida, diante da insatisfação nacional das categorias que envolvem o sistema de segurança pública para com suas prerrogativas abandonadas, pisoteadas e enterradas nos porões dos ditadores modernos.
  • Repórter –– O senhor acha imprescindível a participação de policiais na vida política?
  • Delegado João Moraes – Atualmente sim, entretanto, se o Estado retomar sua essência de forma que garanta os nossos direitos como constitucionalmente precificados, certamente retornaremos à base das nossas instituições, certos de que parte de nossos representantes tanto do judiciário, como no executivo e no legislativo, não mais nos tratarão como escravos modernos.
  • Repórter –– Como um Delegado ou um Coronel pode agir politicamente para garantir melhorias para as famílias dos policiais?
  • Delegado João Moraes – Elaborando normas que possam consolidar pelas suas experiências melhores dias às instituições de segurança.
  • Repórter –– O senhor concorda com a decisão do governador Simão Jatene em não aceitar ajuda federal para o combate ao crime no Pará?
  • Delegado João Moraes – Concordo, em parte, haja vista, que a Força Nacional não tem essência de Força Nacional, é apenas a somatória de vários colegas de outras instituições dos Estados-membros da Federação e que na sua grande maioria não conhece a realidade das nossas necessidades e estratégias. A Força Nacional deveria ser o segmento fardado da Polícia Federal nos Estados em apoio às polícias estaduais quando necessário. Acredito que nossos soldados do Exército, da Marinha e da Aeronáutica, ao darem baixa nas suas regiões de origem deveriam automaticamente, para que muitos não sirvam de coabitação do crime e do criminoso, serem efetivados nas Polícias Militares, Civil, Guardas Municipais, Polícia Rodoviária Federal e Polícia Federal. São homens e mulheres treinados abalizados para adentrarem nessas Instituições com critérios pré-estabelecidos em editais normativos e constitucionais. Esse entendimento da Carta Magna, em muito resolveria, em percentual elevado, parte dos nossos problemas.
  • Repórter –– Na sua opinião, onde o governo errou no combate ao crime e acabou resultando nesse processo de escalada desenfreada da criminalidade?
  • Delegado João Moraes – Todos os poderes contribuíram nessa briga desenfreada de poder pelo poder, em que o Legislativo quer ser mais que o Executivo, o Executivo quer ser mais que o Judiciário, e o Judiciário quer ser mais que os dois.
  • Repórter –– O senhor se sente seguro andando nas ruas de Belém?
  • Delegado João Moraes – Não, se o meu próximo não se sente, por que eu iria me sentir? Pelo menos levo uma vantagem sobre eles, por ter um olhar policial. Porém não dá pra ficar com os olhos em alerta 24 horas. 
  • Repórter –– Quais as orientações o senhor daria para o cidadão melhor se proteger dessa violência desenfreada?
  • Delegado João Moraes – Orar para Deus, pensar em quem votou, pesquisar sobre meios de proteção, perder o medo de ter medo, evitar lugares de eventos sem a presença das autoridades policiais rondantes, evitar lugares ermos, evitar andar sozinho, denunciar no anonimato oferecido pelas autoridades, etc. 
  • Repórter –– Suas consideração finais.
  • Delegado João Moraes – Gostaria de agradecer a oportunidade, deixar as portas abertas, orar para que meus pensamentos externados estejam certos. E esperar que um dia possa voltar à atividade policial, haja vista, que já apelei várias vezes sem êxito para tanto, e me colocar à disposição das autoridades, naquilo que de melhor sei fazer, que é defender o cidadão do meu estado.

MDB confirma Meirelles como pré-candidato à Presidência


Ex-ministro da Fazenda de Temer e Lula, o economista tentará usar o discurso de que melhorou a economia do país para cativar os eleitores

O senador Romero Jucá confirmou na manhã desta terça-feira (22/5) que o candidato à Presidência da República pelo MDB será o ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles. O anúncio oficial deve ocorrer às 11h, na presença de Michel Temer. Na ocasião, o chefe do Executivo lançará o programa Encontro para o Futuro.

Michel Temer já dava sinais de que desistiria de tentar manter-se no comando do Palácio do Planalto no pleito de outubro, impressão confirmada pelo presidente da sigla.

Meirelles assumiu o Ministério da Fazenda em maio de 2016, quando Michel Temer ainda era presidente em exercício e o processo de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff ainda estava em curso. A estratégia do MDB é tentar de tirar o foco negativo de Temer, pôr a sigla na disputa com um nome não citado na Operação Lava Jato e testar o potencial de crescimento do ex-comandante da economia.

Na prática, a decisão de transformar Meirelles em candidato tem objetivos bem pragmáticos. Ele diz ter condições de financiar a própria campanha, discurso que agrada às bancadas, de olho no Fundo Partidário. Não é só: o MDB precisa de um nome para chamar de seu em uma quadra na qual disputa com DEM e PSDB o apoio de aliados e quer liderar as negociações. Animado, Meirelles contratou o marqueteiro Chico Mendez para fazer a pré-campanha e investir nas redes sociais. Foi criado o bordão “Chama o Meirelles”, para mostrar que só ele seria capaz de “apagar incêndios” no Brasil.

Perfil 
O economista comandou o Banco Central nos dois mandatos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, entre 2003 e 2010. Em 2002, Meirelles foi eleito deputado federal pelo PSDB, mas desistiu da cadeira para assumir o BC. Antes, ele fez carreira no mercado financeiro, tendo sido presidente mundial do BankBoston.

Fonte: Metrópoles

MPF começa a agir contra universidades federais que instituiram curso sobre o "Golpe de 2016"

O Ministério Público Federal (MPF) em Goiás ajuizou, nessa quinta-feira (19), ação civil pública, com pedido de tutela provisória de urgência, para que a Universidade Federal de Goiás (UFG) suspenda, imediatamente, as atividades do curso de extensão “O golpe de 2016 e a universidade pública brasileira”. A petição foi distribuída à 3ª Vara da Justiça Federal em Goiás.
Mais aqui.

A lição de Obama contra a ultradireita


O ex-presidente norteamericano Barack Obama ganhou ontem as manchetes dos jornais de todo o mundo após a repercussão de suas declarações sobre o conflito ocorrido na cidade de Charlottesville no último final de semana, que resultou na morte de uma mulher.

O vergonhoso evento foi patrocinado por grupos de extrema direita de supremacia branca, tais como:
Ku Klux Klan e organizações neo nazistas, que intensificam suas ações após o apoio político e financeiro ao candidato de ultradireita Donald Trump, –– filho –– de um notório membro da KKK.

A mensagem do ex-presidente americano mais popular das últimas quatro décadas, negro e de origem africana, acaba de tornar-se o tuíte mais curtido da história.

Publicado na noite do último sábado, 12/8, o post em questão de Obama no Twitter foi o primeiro de vários do ex-presidente dos EUA sobre os acontecimentos do final de semana na Virgínia.

Com mais de 3,6 milhões de curtidas, o tuíte utiliza uma citação atribuída ao ex-presidente da África do Sul, Nelson Mandela: “Ninguém nasce odiando outra pessoa por causa da cor sua pele, seu background ou sua religião” ("No one is born hating another person because of the color of his skin or his background or his religion...", no original, em inglês). E usa uma foto de Obama cumprimentando quatro crianças em uma janela.

Além disso, a mensagem em questão de Obama já possui quase 1,5 milhão de retuítes até o momento.

Para chegar a esse número recorde, o tuíte de Obama superou uma publicação feita há alguns meses pela cantora pop Ariana Grande logo após um ataque terrorista realizado durante um show seu em Manchester, na Inglaterra.

Defasagem tecnológica

Algumas empresas precisam de atualização tecnológica urgente, especialmente esses programas de pontos e de milhagem. É um absurdo a exigência da época do "homem das cavernas" só poder mudar ou resgatar a senha obrigatoriamente através de um telefone fixo. O Brasil é um país muito atrasado.

Jogada de mestres do crime

Rumores dão conta que a ex-presidente do Brasil Dilma Rousseff, após amolar a caneta durante uma semana, finalmente assumiu o seu papel e assinou a nomeação do mentor: Chefe da Casa Civil de seu Governo. –– Tal ato, revela o nível de degradação dessa mulher que é um fantoche muito mal arrumado. Ao tempo, Lula, se a notícia for confirmada amanhã no Diário Oficial da União, teve a coragem dos covardes, ou seja–, assumir o cargo para se livrar (caso a juíza do feito da 4ª Vara Criminal de São Paulo) não acate a denúncia do Ministério Público de São Paulo em relação às denúncias de um apartamento no Guarujá que o Totem do MST, CUT, UNE et Caterva, anunciam como o "novo Messias". –– Resumindo o enredo paralelo do folhetim Global das 21:00: A desprezível "A Regra do Jogo": –– O povo brasileiro amanhece nesta sexta-feira, com um novo e implacável "PAI".

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70 anos do fim da 2ª guerra mundial



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Percebi, escandalizado, que passados exatamente 24 horas da importantíssima data que registra 70 anos do fim da 2ª Guerra Mundial, a maior carnificina desde que nosso ancestral primata desceu de uma árvore em busca de comida na África, a maioria dos usuários dessa rede social, simplesmente "deu de ombros"! 
– Isso é um desatino. É triste. É lamentável. 
A presidenta da República limitou-se a divulgar uma nota pobre, medíocre, tal qual seu desgoverno.O que se passou no período da 2ª Grande Guerra Mundial foi algo sem precedentes.
– Foi terrível. Medonho. Não pode ser jamais – sob qualquer justificativa – ser esquecido por cada um de nós.
Após 70 anos, a maioria dos terráqueos sequer entendem o que ocorreu no período do conflito.
– É assustador a dimensão da ignorância que finca um sortilégio medonho em toda a nossa gente que não sabe o que foi o nazismo, o fascismo, o comunismo –e, ademais: todos os modelos de totalitarismo. 
Aos poucos, documentos são revelados sobre a 2ª Guerra Mundial. 
Vá ao cinema e se puder, assista ao filme “O Jogo da Imitação”.
O Jogo da Imitação segue o padrão dos filmes "históricos", destacando um personagem até pouco tempo atrás, oculto de todos nós.
Ocorre que esse personagem oculto era um gênio. 
O filme “O Jogo da Imitação” em cartaz em todos os cinemas, revela a façanha conseguida pela determinação e genialidade de um obscuro, perturbado, afeminado, porém magistral matemático, a frente de uma pequena e extraordinária equipe de seis homens e uma mulher.  
Seu nome? Alan Turing, interpretado de forma inesquecível e convincente por quem considero o melhor ator da atualidade: o brilhante e talentosíssimo Benedict Cumberbatch, que brinda-nos, também, a frente do papel do polêmico Julian Assange no filme "The Fifth Estate" que levou ao cinema a história da amizade do fundador do site Wikileaks com Daniel Domscheit-Berg, o qual, igualmente, recomendo que vocês assistam.
Voltando ao que interessa, Alan Turing foi talvez o principal responsável pela derrota dos nazistas ao quebrar o código da "infernal" máquina criada por engenheiros nazistas para garantir a segurança das comunicações da mais devastadora máquina de Guerra jamais criada na história da humanidade.
Ao quebrar o segredo da "Enigma", a Segunda Guerra Mundial foi encurtada em 2 anos e ajudou para que a vida de 14 milhões de pessoas fosse mantida (segundo os dados mostrados no próprio filme). O Jogo da Imitação assume uma missão simples, a de mostrar a todos a história de Turing e sua máquina que ajudou a cessar o demoníaco pesadelo de descobrir o código da "Enigma" alemã. 
Tais fatos são história e o filme revela que tudo isso foi mantido em segredo durante 50 anos, porém apesar de simples essa missão foi cumprida de forma espetacular. Morten Tyldum (diretor) fez um trabalho magnífico, focou apenas na história principal de Turing e não focou nas subtramas da vida do mesmo.
O trabalho científico de Alan Turing tornou possível o processamento de símbolos, ligando a abstração de sistemas cognitivos e a realidade concreta dos números. Isto é buscado até hoje por pesquisadores de sistemas com Inteligência Artificial. Para comprovar a inteligência artificial ou não de um computador, Turing desenvolveu um teste que consistia em um operador não poder diferenciar se as respostas a perguntas elaboradas pelo operador eram vindas ou não de um computador. Caso afirmativo, o computador poderia ser considerado como dotado de inteligência artificial. Sua máquina pode ser programada de tal modo que pode imitar qualquer sistema formal. A ideia de computabilidade começou a ser delineada.”
É extensa a lista de feitos notáveis para o avanço da ciência protagonizada pela “mente brilhante” do matemático. São infinitas as possibilidades abertas pelas idéias de Turing e destaco a inteligência artificial – matéria que motivou a ingressar na universidade no curso de "Análise de Sistemas com especialização em Sistemas de Internet".
– Por quê?
Porque sou obcecado por números, sua relação matemática com notas musicais, a relação algorítmica com padrões lógicos que explica minha facilidade em resolver equações lógicas –e muitas outras coisas que de certo, se listar, vai aborrecê-los. 
O fato, amigos, é que atualmente estamos no limiar de criar uma nova máquina. Desta feita, algo revolucionário, uma vez que comprovado cientificamente, seremos capazes de dominar propriedades físicas de partículas ainda menores do que o átomo, o que nos permitirá desenvolver processos sob leis que regem a física quântica.
Acredito que em razão dos saltos extraordinários verificados em razão de vultosos esforços na pesquisa de novos materiais e suas aplicações concretas; em pouco tempo, o que antes era apenas um criativo enredo de filme de ficção científica, tornara-se-á plenamente factível sua aplicação nos mais diversos setores industriais, especialmente no segmento computacional, viabilizando, ao fim e ao cabo, a interface do que hoje chamamos da plena aplicabilidade da "Internet das Coisas”, oportunidade em que a interatividade entre eletrodomésticos se dará com o envio de uma simples mensagem via celular ou a geração de energia elétrica através da pressão aplicada por pedestres que circulam numa calçada equipada com sensores que captarão a energia cinética gerada pelo banal ato de caminhar. Essa calçada "inteligente, armazenará a energia de cada passo dos pedestres, converterá essa energia elétrica que por sua vez será convertida para o funcionamento de um semáforo a poucos metros daquela calçada. 
Num futuro próximo isso será comum em qualquer cidade e contribuirá para o começo de muitas mudanças no mundo como o conhecemos atualmente.
A Inteligência Artificia (I.A.) poderá tornar viável a substituição de humanos por autômatos em tarefas de risco de morte aos quais os humanos estão expostos.
Atividades de alto risco, como a manutenção em uma Rede de Alta Tensão, por exemplo. 
O aperfeiçoamento da I.A. terá um impacto monumental na medicina e no bem estar de nossa civilização. Isso será notável. 
Autômatos farão companhia à pessoas idosas cuidando com precisão de tarefas como: administrar o remédio a um idoso doente nos horários prescritos pelos médicos; preparando o lanche das crianças e encaminha-las para a Escola, …etc Além, claro, de diagnósticos precisos de doenças em tempo real, controle preventivo de pragas em lavouras nos campos e uma outra infinidade de aplicações industrias e biológicos.
A Máquina de Turing
Outra contribuição fantástica de Turing foi a criação, em 1936, com apenas 24 anos, de um modelo teórico usado para simular qualquer forma de computação algorítmica, que ficou conhecido como "Máquina de Turing". 
O sistema seria alimentado por uma grande fita, na qual eram escritas instruções de apenas um caractere. O sistema poderia ler uma instrução de cada vez, processando-as de acordo com um algoritmo de códigos predeterminados, movendo a fita para frente ou para trás (Disponível em http://info.abril.com.br/…/5-descobertas-de-alan-turing-que… Acesso em 08 Abr. 2015). Tal modelo propiciou a ponte entre a teoria e a prática no que tange à construção propriamente dita de um computador. O esquema que hoje achamos “banal”, de declaração de uma variável (declaração de variável), ou seja, a entrada de dados; o processamento (abstração da operação matemática para construção do algoritmo) e seu resultado; portanto, a saída de dados, hoje processados por CPU’s embutidas em cada um dos computadores, tablets e smartphones modernos. 
Nem sei realmente como seria o Mundo se Turing não tivesse desenvolvido o que a história registra como “A solução da Enigma” (Disponível em http://info.abril.com.br/…/5-descobertas-de-alan-turing-que… Acesso em 08 Abr. de 2015). Dá para imaginar os nazistas se saindo como vencedores da 2ª Grande Guerra Mundial?
“No começo dos anos 1940, os submarinos alemães estavam dizimando os cargueiros Aliados no Atlântico Norte. O jogo virou apenas em 1943, quando Alan Turing desenvolveu a "Bomba", um aparelho capaz de desvendar os segredos da criptografia nazista chamada de "Enigma" 
A complexidade da Enigma - uma máquina eletromagnética que substituía letras com palavras aleatórias escolhidas de acordo com uma série de rotores - estava no fato que seus elementos internos eram configurados em bilhões de combinações diferentes, sendo impossível decodificar o texto sem saber as configurações originais.
Após espiões poloneses roubarem uma cópia da máquina, Turing e o campeão de xadrez Gordon Welchman construíram uma réplica da Enigma na base militar de Bletchey Park. A máquina replicava os rotores do sistema alemão e tentava reproduzir diferentes combinações de posições dos rotores para testar possíveis soluções.
Após quatro anos de trabalho, Turing conseguiu quebrar a Enigma ao perceber que as mensagens criptografadas alemãs continham palavras previsíveis, como nomes e títulos dos militares. Turing usava esses termos como ponto de partida, procurando outras mensagens onde a mesma letra aparecia no mesmo espaço em seu equivalente criptografado.
O primeiro-ministro britânico Winston Churchill afirmaria que Turing realizou a principal contribuição individual para a vitória dos Aliados.” Portanto, concluo que sem as contribuições de Turing, a própria noção de liberdade e democracia de nossa Civilização estariam ameaçadas pelo totalitarismo e loucura antisemita e homofóbica preconizada pela insanidade de Hitler e seus seguidores. Ao mesmo tempo em que a computação como hoje a conhecemos e estudamos, necessitaria de décadas para atingir a maturidade teórica e prática se não houvesse a contribuição fundamental do genial Alan Turing.
Referências sobre Alan Turing:
http://www.turing.org.uk/
http://super.abril.com.br/cotidiano/alan-turing-735836.shtml
http://pt.wikipedia.org/wiki/Alan_Turing
http://info.abril.com.br/…/5-descobertas-de-alan-turing-que… 
http://www1.folha.uol.com.br/…/1546236-novos-computadores-v…
http://www.tecmundo.com.br/…/35253-vestindo-computadores-de…
http://webcache.googleusercontent.com/search…
https://www.youtube.com/watch?v=k-zThJX920w
https://www.youtube.com/watch?v=9c6W4CCU9M4

O quê importa é a democracia?


Caros amigos (as).
Aproveito o fantástico espaço desta Rede Social, para manifestar a minha opinião sobre o resultado da eleição do último domingo, 5.
Na verdade, não tenho muito a dizer, uma vez que o processo transcorreu com absoluta normalidade, de modo a apontar para todo o Mundo que, o Brasil é surpreendente, ao anunciar, horas depois, o resultado da vontade de seus milhões de eleitores, graças ao desenvolvimento de uma tecnologia única no Mundo.
— Fez-se a vontade do eleitor. Seja ele quem for.
Segundo as regras da nossa Justiça Eleitoral, voltaremos às urnas novamente nos Estados onde houve a imposição do 2º Turno para a definição de Governadores e ao cargo maior à Presidência da República.
Especificamente no Pará, o meu candidato à Deputado Federal não logrou êxito. Mas, o partido ao qual acreditamos sob o ponto de vista ideológico, o Partido Democrático Trabalhista (PDT) cresceu, confira (http://www.pdtnacamara.com.br/…/pdt-elege-19-deputados-fede…).
Nos dez anos que exerço o trabalho de assessoria de imprensa em Brasília, na Câmara dos Deputados, esta eleição coincide com o fechamento de um ciclo de meus interesses profissionais.
Seguirei outros caminhos. Outros desafios, focados na iniciativa privada e no setor que sempre me fascinou: a tecnologia da informação.
Para finalizar, destaco dois fatos.
O primeiro deles, é a minha preocupação em relação a necessidade de continuidade da luta pelo reconhecimento da vontade do povo do Sul/Sudeste e do Oeste do Pará, por sua legítima vontade de emancipação político-administrativa em relação ao Estado do Pará que, historicamente, não consegue prover essas duas regiões com a atenção necessária para garantir políticas que permitam seu pleno desenvolvimento.
Minha segunda preocupação é de ordem moral.
Espero que os eleitos por minha Região, sejam, pelo menos, honestos.
Agradeço a oportunidade de ter trabalhado aqui em Brasília com o Deputado Federal Zequinha Marinho e com o Deputado Federal Giovanni Queiroz. Foi um privilégio.
Espero o entusiasmo de todos na defesa de seus candidatos no 2º Turno, e deixo para reflexão o seguinte texto: "Até Quando Esperar?", para a reflexão individual dos meus conterrâneos do Pará.
http://mutran.blogspot.com.br/2014/…/ate-quando-esperar.html

Reajuste da energia ou declaração de guerra contra o Pará?


...Eis a questão.

Com o aumento de 34,4% para consumidores residenciais e de 36,41% para a indústria, o reajuste da energia elétrica no Pará é o maior do país. A inflação do período ficou em 5,91%. A empresa que continua como concessionária no Estado, passa por processo de recuperação judicial desde 2012, ano em que foi considerada a pior empresa do ramo de energia do país.

Apesar do Estado do Pará qualificar-se como a unidade federativa de maior potencial para a produção de energia limpa no Brasil. Desde 1980 a UHE de Tucuruí é a maior usina hidrelétrica genuinamente nacional. O posto de maior estado produtor será confirmando após a conclusão das obras da UHE de Belo Monte. 

Mesmo assim, o Governo Federal, sem qualquer cerimônia, não levou o fato em consideração e sem qualquer cerimônia, explicação ou iniciativa de negociação, preferiu surpreender todos os paraenses com a publicação no Diário Oficial da União de quinta-feira, 7, com um aumento das tarifas, válidos à partir do próximo mês. Soou como uma "declaração de guerra" a um Estado o qual problemas não faltam. A avaliação é de paraenses indignados nas redes sociais. 

No andar de cima, a ordem é de silêncio. Senadores e deputados perplexos, em plena corrida eleitoral, acusaram o baque, embora as manchetes da imprensa confirmassem o inacreditável índice do aumento para pessoas físicas e jurídicas.

O episódio, só tem paralelo, quando o Governo Federal publicou o AI-5, para garantir poder de exceção aos governantes para punir arbitrariamente os que fossem inimigos do regime ou como tal considerados. Era o desmonte de organizações consideradas inimigas do regime ou como tal considerados.

Silêncio - Todos os líderes paraenses, fizeram de conta que o açoite do chicote da Presidenta Dilma Roussef, do PT, não era com eles. Contudo, houve reação.

Na Assembléia Legislativa, o deputado Edmilson Rodrigues (Psol-PA) protestou. Foi o único entre seus pares.

No Plenário Nilson Nelson, uma vez que o plenário principal da Câmara dos Deputados passa por reformas; outra voz conclamou o levante contra a declaração de guerra do poder central ao desenvolvimento do Pará. 

O Deputado Federal Giovanni Queiroz (PDT-PA), não economizou ao reverberar a voz de milhões de paraenses indignados. 

— Confira abaixo, a íntegra do pronunciamento do parlamentar. Se preferir. Veja o vídeo, cuja qualidade não é ideal, porque foi capturada em tempo real. 

ÍNTEGRA DO PRONUNCIAMENTO.

O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Continuando o Grande Expediente, concedo a palavra ao ilustre Deputado Giovanni Queiroz, do PDT do Pará. S.Exa. dispõe de 25 minutos na tribuna.
O SR. GIOVANNI QUEIROZ (PDT-PA. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, povo brasileiro e povo do Pará, ontem a imprensa do Estado do Pará noticiouo aumento da energia elétrica, Deputado Inocêncio Oliveira, colocando-nos entre os Estados com o maior custo de energia elétrica do Brasil.
Lamentavelmente, nós passaremos a ter lá um custo de 362 reais, com tributos da ordem de 30,5%. Isso é insuportável! E o pior, Deputado Inocêncio: o Estado do Pará não chega a consumir 20% da energia que é produzida em Tucuruí. Olhe que desgoverno. Desgoverno absoluto!
No Estado do Pará, produzimos energia elétrica para o Brasil, mas não temos energia para o consumo local. Um exemplo disso: nós temos lá, em Ulianópolis, uma empresa chamada PAGRISA, a única usina de álcool do Estado, uma empresa padrão de responsabilidade e de seriedade. Durante 7 meses, eles produzem a própria energia com bagaço de cana. Mas, durante 5 outros meses, eles não têm opção, têm que usar o motor a diesel — e eles estão a 15 quilômetros da rede elétrica de alta tensão. Isso acontece porque a empresa de distribuição de energia no Estado do Pará não tem condições de ofertar a eles, através de uma subestação, condições de poderem trabalhar com a energia de Tucuruí.
E mais: lá no sul do Pará, nós temos uma plataforma frigorífica pronta há mais de 2 anos, entre Redenção e Santana, em Santa Maria das Barreiras, próximo ao povoado de Casa de Tábuas, que não funciona também porque não tem energia elétrica. Em Santana do Araguaia, até hoje, é só motor a diesel.
No interior do Estado do Pará, numa avalição inicial, teria 270 mil residências para serem atendidas com energia elétrica. Agora temos lá 470 mil residências para serem atendidas e não sabemos como fazer para que outras subestações possam chegar até lá para atender a essa demanda de residências. 
Eu estive recentemente na ELETRONORTE e também com o pessoal da nova empresa que assume o lugar da Rede Celpa de distribuição da energia elétrica no Estado. Nós temos certeza de que esse grupo que veio do Nordeste e assumiu essa empresa ter condições de melhorar o atendimento na Região. 
Eu tenho um projeto, Deputado Inocêncio Oliveira, de climatização de salas de aula, de se colocar ar-condicionado nas salas de aula. Eu o apelidei de Cuca Fresca, porque, com a temperatura altíssima no Norte e Nordeste, as nossas crianças ficam no sacrifício. Estudos comprovados cientificamente mostram que, em temperaturas superiores a 30 graus, a criança começa a perder a capacidade de concentração, ou seja, ela deixa de aprender. A escola passa então a ser um castigo, e as crianças, logicamente, vão preferir não ir àsala de aula. 
Lamentavelmente, em algumas dessas cidades, como em Pacajá, na Transamazônica, chegaram os ares-condicionados há mais de 1 ano e meio, mas não podem ser colocados em sala de aula porque a cidade não tem energia, isso com a rede de alta tensão passando por lá para levar energia para outros Estados do Brasil. Não tem energia para servir o Pará. Eu nunca vi nada pior! Eu nunca vi nada pior! 
Aliás, ainda bem que só faltam 5 meses para trocar de Governador no Estado do Pará, porque é uma vergonha. É uma vergonha! Não se atentam para as dificuldades que o Estado enfrenta, não se atentam para as necessidades do cidadão, não se preocupam em atender melhor o cidadão. É uma burocracia infernal no Estado, éa SEMA criando dificuldades para todo mundo sobreviver. Enfim, temos lá todo tipo e toda sorte de desmantelo, de desgoverno. Mas fica a nossa preocupação. 
Eu até queria registrar que o Brasil lamentavelmente não acordou ainda para uma coisa que é extremamente grave: nós não temos capacidade de concorrer nem mesmo com o país vizinho. Por exemplo, a nossa energia é seis vezes mais cara que a da Argentina, aqui, da Argentina, é três vezes e meia mais cara que a do Paraguai, aqui, do Paraguai. O nosso parque industrial fica sem condições de competitividade com esses países, pois um dos insumos principais em qualquer parque industrial é a energia elétrica, e pagamos preços exorbitantes e abusivos por ela. 
Mas, estamos aí: nós somos o oitavo país com a energia mais cara entre 47 outros países do mundo. Nós somos o oitavo de baixo para cima, entre os piores. É nessas condições que nós vivemos hoje aqui no Brasil.
Sr. Presidente, eu vou aproveitar o tempo que ainda tenho para fazer um pot-pourri e falar de algumas situações que me deixam um tanto preocupado com o Brasil.
Nós havíamos votado aqui um projeto de lei que regulamenta o § 3º do art. 18, para que pudéssemos ver criados Municípios no Brasil. Há 18 anos não se criam Municípios no País, desde a Emenda Constitucional nº 15, que alterou o § 3º do art. 18 e impôs que lei complementar deveria regulamentar a matéria e definir o período de criação de Município.
Por três vezes fizemos aqui, com a participação do Governo, essa lei complementar, que lamentavelmente foi por duas vezes vetada pelo Presidente Lula e agora, por último, pela Presidente Dilma.
Aliás, nessa oportunidade, eu disse a ela: Presidente, já estou tirando o quadro da senhora da minha parede. Ao declarar isso, logicamente, eu estava declarando que nela eu não voto, porque ela não tem sensibilidade nenhuma para com os problemas da nação e do interior deste Brasil. Ela se deixa assessorar por quem não tem a mínima capacidade de assessorar de fato um Presidente da República.
E nessa questão a coisa é mais grave: o Sr. Mantega mandou uma justificativa dizendo que a criação de mais Municípios iria onerar a União, o que não tem nada a ver. Olhem que cara mais deslocado do eixo da realidade! Que vergonha um Ministro da Fazenda assinar um documento dizendo isso! Em quem nós vamos acreditar neste País? 
Quer dizer, isso é uma mentira. Ele mentiu, enganou, e a Presidente vetou a lei. Mas mandou em seguida, na semana seguinte, outro projeto de lei, semelhante ao primeiro, mas piorado. Porque a Presidente, na verdade, não quer criar Municípios no Brasil.
Ao Senador Mozarildo, autor do primeiro projeto, que nós aprovamos, foi encaminhado o projeto para que pudesse assumi-lo. E ele o fez. Melhorou alguns pontos, e deixou passar. O mesmo fez o Relator: corrigiu uma virgulazinha e deixou passar. O projeto veio para a Câmara, e aqui nós tentamos corrigi-lo. Tentamos, mas não demos conta.
O Deputado Moreira Mendes, de Rondônia, conhecedor do interior deste Brasil e sensível aos problemas, conseguiu nos ajudar e acatou uma sugestão minha no sentido de extrair umacondicionante do texto da lei complementar que inviabilizaria a criação de Municípios. Por exemplo, estavam exigindo que tivéssemos mais do que a média dos 10% dos Municípios em termos de residências no núcleo urbano. Retirado isso, ficou mais fácil, porque, senão, nós teríamos que ter mais ou menos 12 mil habitantes para criar um Município no Norte, sendo que hoje a exigência é de 6 mil. Nessa lei complementar, a exigência era de 6 mil habitantes.
Mas, mesmo assim, os 6 mil não valem mais.
A média deu 1.855 domicílios, que, vezes 4, média de moradores por domicílio dada pelo IBGE, vai para 7.420 habitantes — esse é o número de habitantes que precisamos ter nos Municípios que vamos criar.
Eu quero aqui me referir aos companheiros do Pará,que querem ver Municípios criados — e eles realmente precisam ser criados. Está lá o Adilson Santa Fé, de Tucumã, que trabalha para criar não só Taboca, como Sudoeste, Vila Lindoeste, Vila Ladeira Vermelha, entre muitos outros, como Cruzeiro do Sul, Vila Mandi, Casa de Tábua, Rio Vermelho, Nova Canadá e por aí adiante. São centenas de Municípios que precisam ser criados.
E aí vem essa parafernália de uma lei que impõe condicionantes que poucos desses Municípios vão ter condições de superar. Mas, se mudar a Presidente, nós vamos fazer outra lei mudando isto aqui. E eu acho que nós vamos mudar. É preciso mudar, porque isso está travando o Brasil. O Brasil não cresce mais. Isto aqui é uma vergonha. Nós o votamos porque não havia outra coisa. Tínhamos que aprovar alguma coisa. Era preciso termos pelo menos uma lei. Espero que a Presidente não avete, porque foi aprovada pelo Senado, depois de retornar da Câmara, agora, nesta semana, e vai à sansão presidencial. Espero que não vete esta lei, que ela mesma mandou para o Congresso. Mas, de repente, há por lá algum assessor doido que vai lhe sugerir vetar mais esta, e ela, como também não tem juízo, vai fazê-lo.
Voltando ao texto: Da incorporação. Para efeitos desta lei complementar, considera-se a criação.... Seguemas condicionantes dos estudos de viabilidade municipal.
Olhem só que loucura — Adilson, você que deve estar assistindo a mim, preste atenção.
Nós vamos ter que fazer o estudo de viabilidade econômico-financeira e deveremos demonstrar a estimativa projetada para o exercício de realização do estudo e para os dois exercícios seguintes da receita de arrecadação própria, considerando apenas os agentes econômicos já instalados, com base na arrecadação dos 3 anos anteriores ao da realização do estudo.
É brincadeira!Povoado nenhum tem isso. Não tem como conseguir isso. A companheira ali que é de Marabá, provavelmente está dando risada, porque quem conhece o interior sabe que é impossível levantar esses dados em um povoado como Cruzeiro do Sul ou Vila Mandi. Não tem como.
Ainda o texto:
..........................................................................
b) receitas de transferências federais e estaduais, com base nas transferências recebidas nos 3 anos anteriores ao da realização do estudo; 
Ora, não tem jeito de levantar receitas transferidas, federais e estaduais, porque não há registro para povoado ou distrito de transferência de recurso federal. É ridículo!
c) despesas com pessoal, custeio e investimento, dívidas vencíveis e eventuais restos a pagar que possam vir a ser transferidos do Município de origem, com base nas despesas realizadas nos 3 anos anteriores ao da realização do estudo.
Esse povo está brincando. Não conhece o Brasil.
Depois vem:
.........................................................................
§ 2º. A análise de viabilidade político-administrativa deve observar a proporção entre o número de servidores e a população estimada na área territorial dos Municípios envolvidos, a partir das seguintes informações: 
E aí segue mais uma parafernália de exigências incompatíveis com a realidade vivida por todos nós no Brasil.
A viabilidade socioambiental tem um rosário de condicionantes. Por exemplo:
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II - diagnóstico da situação de continuidade da mancha de ocupação urbana e dependência funcional entre os núcleos urbanos dos Municípios envolvidos; — isso é brincadeira!
.........................................................................
Levantamento das redes de abastecimento de água e das redes de esgotamento sanitário e de manejo de águas pluviais.
Não tem rede pluvial. Não tem rede de abastecimento de água. É lógico que isso não existe nesses nossos povoados. Nossas cidades não têm, querem que povoados ou distritos tenham?
Então, são coisas como essas que nos deixam assim preocupados. E, para se somar a essa minha preocupação, ouvindo antes de ontem a Rádio CBN — eu estava no meu carro, vindo para a Câmara dos Deputados —, escutei a Vivi e outros comentaristas políticos dizerem que criar Municípios é onerar a União, o Estado. Eles estão indo na onda do Ministro Mantega, eles não estudaram o assunto.
Organização geopolítica é coisa que tem que ser estudada, pensada. Nós queremos que o Brasil pense o que quer, para que nós possamos organizar a nossa sociedade.
Um aglomerado de casas que começa com a primeira, depois a segunda, a terceira, a décima e depois a milésima é um núcleo habitacional que espontaneamente vai agrupando pessoas que ali estão mais próximas da sua vontade de crescer, de se estabelecer, de produzir.
E assim criam-se as cidades. Em todo o mundo tem sido assim. Não é o Estado que faz cidades levando para um lugar gente que talvez para lá não queira ir. Não. É um processo natural o de ocupação do território.
Assim foi na França, na Alemanha e em outros países, mais antigos do que o nosso, logicamente. Lá, entenderam que Municípios com 400 pessoas poderia ser uma comuna, como na França, que possui a metade do tamanho do meu Pará e tem 15 mil comunas. A Alemanha tem 19 mil unidades municipais — 19 mil! —, e dentro do Parácabem 4 Alemanhas. E o Brasil todo tem 5.800 Municípios! 
E os comentaristas da CBN dizendo que criar Municípios éum absurdo, que não precisa, não pode, não deve. Olhem que loucura! Eles não estudam o assunto. E são comentaristas que eu gostava de ouvir sempre. Agora, eu vou tomar mais cuidado: quando eles falavam de matéria que eu não conhecia, eu acreditava neles. Agora que falaram de uma matéria que eu conheço um pouco, não muito, mas o suficiente para saber que eles estavam enganados, deverei me preocupar um pouco mais.
Eu acho que só se deve falar sobre aquilo que se conheça pelo menos um pouco. E que se fale só do pouco que se sabe, não mais. Que não se tente inventar, porque a opinião pode ser considerada por outro verdadeira e, de repente, está-se enganando outras pessoas. Devemos estudar um pouco mais para não falar bobagem.
Eu vi que o pessoal da CBN de vez em quando extrapola o seu limite e tenta fazer uma média — com quem eu não sei —, criticando a criação de novos Municípios — o que é uma necessidade absoluta em um País com a extensão territorial do Brasil e com as colonizações naturais que se dão. Não faz sentido dificultarmos ou inviabilizarmos a criação de Municípios, assim como a criação de Estados.
Deputado Inocêncio Oliveira, V.Exa. está aqui há 10 mandatos prestando serviços a esta Casa,ao Congresso Nacional, ao Brasil e, particularmente, ao seu Estado de Pernambuco, sobretudo à sua cidade de Serra Talhada, onde,com 75 mil habitantes apenas, V.Exa. conseguiu implantar mais de 36 cursos universitários de nível extraordinário: Faculdadesde Medicina, de Engenharia, de Odontologia, de Direito, entre tantos outros cursos.
V.Exa. sai daqui com um abraço fraterno de todos que o conheceram, pela amizade que o senhor conseguiu construir aqui. Eu quero dizer isso em testemunho dos cinco mandatos em que aqui estou, há 20 anos convivendo com V.Exa., sempre gentil, cortês, educado e companheiro nas lutas legítimas que nós todos travamos nessa região. 
E V.Exa. foi um companheiro querido quando aqui coloquei a questão da criação do Estado do Carajás. V.Exa. advogava a criação do Estado como se fosse eu, porque V.Exa. entendia a necessidade de fazermos uma revisão geopolítica neste País, que pudesse criar o Estado do Carajás e fazer com que aquela população pudesse ser autora dos seus direitos de poder caminhar com os próprios passos.
Não vou abdicar deste sonho. Já apresentei uma proposta de emenda à Constituição que visa colocar um parágrafo nesse art. 18 que diga que só vota na criação de Estado a população diretamente interessada, a população da área emancipanda, para que o Supremo não venha inverter a vontade do legislador, que já em 1988 assim se pronunciou. Queria ele que fosse ouvida apenas a população da área emancipanda, da área a ser desmembrada. O Supremo mudou de opinião, depois de já ter até dado um parecer de que população da área diretamente interessada era a população da área emancipanda. No caso do Carajás, mudou de opinião.
O Governador visitou umas cinco ou seis vezes o Supremo Tribunal e conseguiu mudar essa opinião, não sei por quê, não sei qual foi a magia. Esse é o atual Governador de lá que nós vamos tirar agora, porque não dápara ficar mais. Ele contraria os interesses do Brasil como um todo, e do Estado do Pará, em particular. 
Mas, o que quero mais dizer é que nós haveremos de continuar nossa luta. E a minha proposta de emenda à Constituição já foi aprovada na Comissão de Constituição e Justiça, onde 72 Deputados existem e só 2 votaram contra, em votação nominal. Só 2, Deputado Edinho Bez, votaram contra, na CCJ, para a tramitação dessa emenda à Constituição. E V.Exa. votou conosco naquele primeiro momento, não é verdade? Aliás, a Casa, por unanimidade, o fez, com a exceção de alguns que se ausentaram para não votar. Muito bem, nós vamos voltar a isso. 
Já criamos a Comissão Especial, jáforam indicados os nomes, e logo após a eleição — agora não temos quórum para funcionar nenhuma Comissão —, nós vamos instalar esta Comissão, e ainda este ano vamos votar na Comissão Especial o texto constitucional que garante que só vote a população diretamente interessada. 
E vamos criar os Estados de Carajás e Tapajós, que são necessários para que possamos ter ali uma Amazônia integrada, com gestão pública eficiente, localizada em cada ponto regionalizado do Pará, com aquela dimensão territorial extraordinária. E que o povo do Estado do Pará, esse povo do Estado-mãe, possa viver melhor, possa ter um governante que realmente atenda às suas demandas e necessidades. 
O Pará vive numa pobreza! Deputado, V.Exa. que vem do Sul deste País, que convive com uma situação de melhor qualidade de vida, vá a Belém do Pará, conheça um pouco o Pará, veja a situação em que vive o nosso povo. A metade da população vive com menos de um salário mínimo! A metade da população vive com menos de um salário mínimo! É uma situação precária precaríssima! E, agora, temos um Prefeito em Belém do Pará, que era nosso colega aqui, que pensamos que pudesse ser bom, mas ele não está fazendo coisa nenhuma, não está fazendo nada. É uma vergonha! Há lixo por todo lugar, o esgoto corre nos meios-fios, nas sarjetas. 
Calcule, Deputado Betinho, isso é Belém do Pará! Estou falando de uma baita cidade, com mangueiras frondosas, onde há a maior festa religiosa deste País, o Círio de Nazaré, mas que ainda está convivendo com situações do século passado, ressalto que do início do século passado. 
Nós haveremos de fazer a revolução. Nós precisamos de homens no Governo do Estado do Paráque tenham coragem. Que sejam jovens, corajosos, competentes, determinados e que venham fazer uma transformação naquele Estado, que tem um potencial extraordinário! 
Não podemos ser cúmplices, Deputado Edinho Bez, do esgotamento das riquezas naturais do Pará. Nós não consumimos 20% do que produzimos de energia elétrica, mas falta energia para as nossas indústrias. Elas já estão instaladas e não têm energia! Portanto, nenhuma outra indústria vai se instalar onde não há energia elétrica disponível para que possa funcionar. É uma vergonha! É mais do que isso! 
A Vale do Rio Doce, no ano passado, Deputado Edinho Bez, retirou do Pará 120 milhões de toneladas de minério de ferro. Cento e vinte milhões de toneladas! Estão duplicando a ferrovia agora, para, no ano que vem, começarem a tirar 230 milhões de toneladas de minério de ferro. 
Quando eu era Deputado Estadual, fui visitar a Vale do Rio Doce e, numa palestra lá, disseram que tínhamos minério de ferro para 400 anos. Há 2 anos, um palestrante da Vale do Rio Doce disse que nós temos minério de ferro para 140 anos. Eu pensei: Como? Passaram-se só 15 anos e já diminuiu tantos anos assim?
Mas é que eles começaram com 40 milhões de toneladas e já estão em 120 milhões de toneladas e vão para 250 milhões de toneladas. Nós vamos ficar com o buraco e a miséria!
Lá há a promessa da ALPA — Aços Laminados do Pará, em Marabá, para instalação de uma siderúrgica que possa oferecer a outras tantas indústrias a condição de lá se instalarem, para produzirem linha branca, para autopeças ou para montadoras, mas isso não acontece.
O Governo é omisso. E o Governo do Estado também, porque não grita, não briga, não defende os interesses do Estado. Vamos ficar com o buraco e a miséria se não verticalizarmos a produção!
Sabe quanto vai consumir de minério de ferro essa grande siderúrgica que a Vale já deveria ter iniciado a construção? Só 1%.
Então, nós não queremos só uma ALPA, não. Nós queremos que toda aquela região de Marabá — Curionópolis, Eldorado, Parauapebas, Itupiranga, Canaã dos Carajás — seja povoada de indústrias que transformem este País, para que a gente pare de ser este paisinho colônia, sem-vergonha, que muita gente se vangloria: Porque eu sou brasileiro, como se o Brasil fosse um País grande que desse ao seu povo o conforto de não morrer na fila dos hospitais.
Somos exportadores de commodities. Exportamos a nossa riqueza para outros países e importamos, inclusive, até trilho para as nossas ferrovias — vem da China —, o que já se fabrica no mundo há 130 anos e cuja tecnologia não tem que ser descoberta, já está pronta.
Vamos ficar com o buraco e a miséria, se nós não tivermos governantes — como pretendemos agora colocar no Pará eneste País — que zelem um pouco mais pelo Brasil, que sejam mais nacionalistas, que comunguem conosco o sentimento nacional de primeiro cuidarmos do nosso povo e da nossa gente.
Sr. Presidente, eu tenho mais uns minutos de Liderança que eu queria que acrescentasse ao meu tempo, para eu poder concluir o meu raciocínio. 
Digo a V.Exa. que agora nós traçamos com o nosso candidato a Governador um planejamento, um pensar diferente, um pensar grande, um pensar em que a produção de soja, que já inicia e já cresce rapidamente no sul do Estado do Pará, possa resultar também num campo propício para que indústrias transformadoras ali se instalem. E, sendo essas indústrias ali instaladas, que não exportemos o grão, mas exportemos a consequência do grão, que é o porco, a carne do porco, do frango, do bovino, como lá em Santa Catarina já o fazem. V.Exa. éprodutor disso e estimulador dessa condicionante, não é?
Que nós deixemos de ser apenas produtores de commodities, de grãos, assim como de ferro in natura, de níquel, de cobre! A riqueza nossa lá é formidável, mas é uma riqueza que não é nossa, é do Brasil.
Daqui a 100, 200 anos, as relações futuras não terão mais isso. Então, não é possível que nós não tenhamos uma política de nação, uma política de país; não politiquinhade 4 anos de cada governo que entra e faz um projetinho de governo, um plano de governo, de 4 anos. 
Nós temos que pensar em Brasil, pensar grande, pensar para frente. Nós precisamos ter gente que tenha a capacidade de moldar esse desenvolvimento para as gerações futuras, e não permitir que escoemos a nossa produção desta forma, esvaziando o Brasil das riquezas naturais que temos, permitindo a outros países que possam lá produzir, gerar emprego, agregar valores, agregar tecnologia, conhecimento, ciência, e devolver isso aqui a preço de ouro. 
Então, Sr. Presidente, esse émais um dos registros que eu quero fazer.
Continuo indignado, faço política por indignação. Não aceito viver num País vendo gente morrendo nas filas dos hospitais como vemos hoje e não me indignar com isso. Quero ser solidário, sempre, com todos que de uma forma ou de outra têm direito a uma vida digna e essa vida digna não lhes chega. Quero ser companheiro de todos que sonham com um Brasil diferente, um Brasil que realmente sirva a todos nós brasileiros, onde todos tenham a oportunidade de uma universidade, que tenham todos a oportunidade de teruma escola digna onde possam aprender de fato as primeiras letras e, destas, transformarem-se em doutores, em cidadãos que realmente possam fazer a opção da profissão que desejam, sem o constrangimento de terem que fazer um terceira opção porque não têm conhecimento necessário para exercerem sua primeira opção. 
Mas, Sr. Presidente, eu tirei agora da minha conta e acho que mostrei a V.Exa., só para lembrar: o povo brasileiro sabe quanto se paga de juros da taxa do cheque especial? São 196,78% de taxa de juros do cheque especial que eu paguei no mês de julho — 196%. Sabe o que éisso? Assalto ao bolso do cidadão.
Eu ainda tenho aqui um salário com o qual dou conta de pagar, porque até usei pouco. Mas calcule o cidadão que precisa consertar a perna do filho que quebrou — tem que pagar particular, porque o hospital público não atende — e precisou do cheque especial: 196%. Isso é um assalto! É crime de usura!
E o Governo é cúmplice, porque foi o Banco do Brasil! E na Caixa Econômica não é diferente, é assalto! Cartão de crédito, senhora, não use, a não ser que a senhora já tenha um dinheirinho para pagar no final do mês, senão pagaráessa taxa absurda. 
Isso é roubo! Isso é assalto! Isso écrime de usura, que, nos Estados Unidos, já se pune há mais de 100 anos. Aqui a competência de regular os juros é do Banco Central, do Conselho Monetário Nacional especificamente, e não o fazem por cumplicidade com o Sistema Financeiro Nacional, que assalta o bolso do cidadão todo dia. E este Governo é cúmplice por omissão, por negligência, por preguiça, por incompetência, por tudo que queiram qualificá-lo. 
Este não é um País que se respeita, não é um Governo que se dá ao respeito, porque ele não cuida do cidadão e permite que o Sistema Financeiro continue a sangrar o povo brasileiro.
Deputado Edinho, V.Exa. sabe quanto pagamos de juro da dívida interna no ano passado? Nós pagamos 250 bilhões de reais. Olhe que loucura! Sabem o que são 250 bilhões de reais, falando isso para o povo brasileiro? Esse cara gosta muito de falar de números, mas... Não, são dados oficiais do Governo. Agora, 250 bilhões pouca gente sabe o que vale. 
Quero fazer uma continha rápida, encerro em 1 minuto e vou presidiros trabalhos, para que eu possa ouvi-lo, com muita honra. Meu Presidente, só farei uma conta rápida: com 250 bilhões de reais, nós teríamos 50 mil quilômetros de rodovias federais no Brasil asfaltadas. Com 1 milhão por quilômetro, o que é caro, dápara asfaltar 50 mil quilômetros e gasto 50 bilhões. Para 17 mil quilômetros de ferrovias, a 3 milhões, o que écaro, gasto mais 50 bilhões. São 100 bilhões de reais. Com mais 50 bilhões, eu construo todas as universidades federais e hospitais universitários do Brasil. Gastei 150 bilhões de reais. Nós construiríamos todos os portos e aeroportos do Brasil com mais 50 bilhões. São 200 bilhões de reais. Ainda sobraria dinheiro para fazer o que for preciso. Deixe-me ver se lembro de mais alguma coisa. Ah, casa popular! Vamos construir 1 milhão de casas populares a 50 mil reais, com infraestrutura, água, esgoto, saneamento, tudo direitinho. Gastando-se 50 mil reais por unidade, faz-se isso. Gastei 250 bilhões de reais, e isso por ano. Dá para fazer um Brasil por ano. Isso ébrincadeira! Pagamos os juros mais caros do mundo. 
A Presidenta chegou a abaixar os juros, mas, de repente, não aguentou a pressão, cedeu, a SELIC já foi para 11%. Ela chegou a 7,25%, com inflação de 6%, e um juro mais ou menos civilizado. O Japão gira com juro negativo; os Estados Unidos, com 0,5% de juro real. O nosso juro real aqui está a 5%. Isso é loucura!
Então, Deputado Edinho Bez, desse jeito o Brasil não vai. Mas nós vamos mudar, faltam poucos dias. Se Deus quiser, nos vamos mudar no dia 5 de outubro. O povo brasileiro está atento e preocupado com os rumos deste Brasil. 
Da criminalidade nem se fala. Se me dessem tempo, eu acho que iria falar, por 24 horas, dos desmantelos. 
Eles começam contar vantagem — estou com vontade de falar hoje, Sr. Presidente — do Bolsa Família. Sabe quem instituiu o Bolsa Família? Cristovam Buarque, nosso companheiro do PDT, implantou o Bolsa Escola aqui em Brasília, que depois mudou para o Bolsa Família, no Governo ainda do Presidente Fernando Henrique Cardoso, e ampliado, porque tinha o Vale-Gás, vale isso, vale aqui e fizeram um bolsão.
Aliás, o Senador Aécio Neves até propôs um projeto de lei para incluir como obrigatória a bolsa para quem tivesse renda inferior a 1/2 salário mínimo. E é lógico que nenhum governo vai tirar isso! Eles falam disso como se fosse ideia deles. É brincadeira! O programa Luz no Campo vem lá de traz, no Governo Fernando Henrique. Agora é Luz para Todos, e eles acham que é deles. Esse pessoal precisa criar juízo.
Muito obrigado pela oportunidade, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Edinho Bez) - Parabéns, Deputado Giovanni Queiroz pela pronunciamento!

O Carajás. Dilma e Jatene

...Se depender da presidenta e do governador do Pará, o Estado do Carajás e todos que estão envolvidos na luta para a sua criação, podem esperar — caso insistam —, exatamente onde estão.

Dilma e Jatene apesar de adversários na política, sequer precisam combinar alguma coisa para detonar a população que luta convicta, decidida e esperançosa na crença de que, um dia, haverá a conquista do sonho dos habitantes daquela região, de obter sua autonomia política, econômica e administrativa.

Dilma e o DNIT.

— Nenhuma promessa cumprida.

Simão e mais nada.

— Porque nada... É a ausência de tudo.

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