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O mestre da malandragem novamente em ação
Collor pede licença e primo assume sua vaga |
Maria Lima |
O Globo |
21/8/2007 |
Senador sai em plena crise com o presidente da Casa; Euclides Mello, seu suplente, disputará as eleições de 2008 O senador Fernando Collor de Mello (PTB-AL), que em 1992 perdeu o mandato de presidente da República em votação secreta do Senado, não pretende participar da votação que pode cassar, desta vez, o mandato do conterrâneo Renan Calheiros (PMDB-AL). Ele vai se licenciar a partir do dia 29, dando lugar ao suplente Euclides Mello, seu primo. Ao assumir o mandato, Euclides - o 14º suplente no Senado - tentará ganhar visibilidade política para disputar as eleições municipais no ano que vem. Oficialmente, Collor diz que se afasta porque a pauta de seu interesse - a proposta de emenda constitucional de sua autoria que institui o parlamentarismo e as sessões da Comissão do Meio Ambiente - está paralisada devido aos problemas com o presidente do Senado e da crise aérea. Com o afastamento, será mais um suplente a decidir o futuro de Renan. Nos quatro meses de afastamento, Collor afirma que dará prioridade a viagens pelos estados para dar palestras sobre propostas de preservação ambiental e defender a emenda do parlamentarismo. Nos bastidores, no entanto, a licença do ex-presidente da República é vista como uma forma de não se envolver no processo de cassação de Renan Calheiros - que já foi um aliado, como líder de seu governo na Câmara. Por outro lado, estaria ajudando a carreira política do primo, que é candidato a prefeito do município alagoano de Marechal Deodoro, em 2008. Collor está reestruturando o PTB de Alagoas e trabalha pela eleição de Euclides Mello, ex-deputado federal e seu braço direito. Ontem, o próprio Euclides Mello deu a entender que, assumindo o mandato, não vai votar pela cassação de Renan. Segundo ele, Renan é muito importante para Alagoas. Euclides chegou a comparar a situação de Renan com a de Collor quando era presidente. - O Renan, como presidente do Senado, ajuda muito Alagoas. Seria muito ruim para o estado perdê-lo. Pelo noticiário, a situação dele é muito ruim, mas na época do Collor era a pior possível e, quando foi ver, não era nada daquilo que se noticiava - afirmou. Nos quatro meses de mandato, Euclides disse que vai ajudar a defender os interesses de Alagoas e do município de Marechal Deodoro, lembrando que será o primeiro senador da cidade. Se Collor tirasse licença por um período inferior a 120 dias, o suplente não assumiria a vaga. Nesta legislatura, já são 13 - serão 14 com Euclides Mello - os suplentes de senadores, que assumem os cargos com os mesmos benefícios dos titulares. Dos 13, apenas quatro estão temporariamente no cargo, pois os titulares poderão voltar a qualquer momento, uma vez que ocupam funções de confiança no governo federal (ministros) ou em governos estaduais. Nove dos atuais suplentes herdaram definitivamente o mandato, pois o titular renunciou para assumir outro cargo eletivo, caso dos governadores Teotônio Vilela (Alagoas), ou Ana Júlia Carepa (Pará). Antonio Carlos Magalhães Junior assumiu a vaga deixada pelo pai, morto em julho. |
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