Após triagem veja quem é quem na Operação Sanguessuga

O Corregedor da Câmara dos Deputados, Ciro Nogueira, acaba de divulgar listas da Operação Sanguessuga
Foto: Luiz Cruvinel


Por: Val-André Mutran com informações da Ag. Câmara

O corregedor-geral da Câmara, deputado Ciro Nogueira (PP-PI), divulgou há pouco as listas com os parlamentares que foram citados pela Polícia Federal por suposto envolvimento na Operação Sanguessuga. Ciro afirmou que este caso "é o maior escândalo do Congresso Nacional".
Os nomes dos deputados paraense Raimundo Santos (PL) e Ann Pontes (PMDB), não constam da lista. Outros 170 parlamentares denunciados pela assessora Maria da Penha Lino, do Ministério da Saúde ainda serão investigados. Ela confirmou que o esquema fraudava licitações para a compra de ambulâncias por Prefeituras que beneficiava a empresa Planam, de Cuiabá (MT).
O primeiro-secretário da Câmara, deputado Inocêncio Oliveira, anunciou há pouco os procedimentos que serão adotados para a triagem dos deputados citados na lista enviada pela Polícia Federal como resultado da Operação Sanguessuga. Os procedimentos foram definidos em reunião com o presidente da Câmara, Aldo Rebelo; o 1º vice-presidente, José Thomaz Nonô (PFL-AL); e o corregedor-geral, deputado Ciro Nogueira (PP-PI). Os nomes que serão investigados por uma comissão de sindicância serão definidos hoje em reunião da Mesa Diretora, marcada para as 14h30.
Inocêncio explicou que a primeira providência adotada pela Corregedoria foi encaminhar uma cópia a cada um dos 62 parlamentares com a transcrição do que havia contra cada um deles na documentação encaminhada pela PF. Os assessores da Corregedoria iniciaram então a análise da transcrição das escutas telefônicas realizadas pela polícia durante a operação.
Na reunião da Mesa Diretora, Inocêncio explicou que os 62 parlamentares serão divididos em três grupos. O primeiro será constituído pelos deputados contra os quais não há nenhum indício de envolvimento. No segundo grupo estarão os deputados cujos assessores são suspeitos de envolvimento no esquema. Os deputados citados nominalmente nas gravações e contra os quais há índícios de envolvimento integrarão o terceiro grupo. A partir dessa triagem inicial, os integrantes da Mesa vão decidir quem deverá ser investigado.
Apesar da proximidade das eleições, Inocêncio está confiante na possibilidade de punir eventuais envolvidos ainda neste ano.
Trabalho da Corregedoria
O corregedor-geral garantiu que o trabalho de análise da documentação encaminhada pela PF estará concluído antes da reunião da Mesa. Ele lembrou que os assessores do órgão trabalharam durante toda a madrugada de hoje para acelerar a avaliação dos documentos.
Segundo Ciro, a documentação da PF é longa e alguns deputados são citados várias vezes. "Temos que ter todo o cuidado. Estamos separando as citações por parlamentar e pela gradação dos indícios que constam dos processos." Ele explicou que há parlamentares citados nas conversas gravadas como exemplos de quem não concordou em participar do esquema. "Há casos em que um membro da quadrilha diz: 'Com esse não tem jogo'. Eu posso investigar esse deputado? Ele não está sendo acusado de nada."
Nova Lista
Sobre a nova lista de 170 deputados apresentada pela ex-assessora do Ministério da Saúde Maria da Penha Lino à Polícia Federal, Inocêncio informou que a Mesa vai discutir hoje a possibilidade de solicitar informações oficiais sobre o assunto à Procuradoria-Geral da República. Ele argumentou que a Câmara não recebeu nenhum comunicado oficial sobre a nova lista e que as informações disponíveis são apenas as divulgadas pela imprensa.
O corregedor admite a possibilidade de inclusive convocar a ex-assessora do Ministério da Saúde para depor na comissão de sindicância que investigará os deputados suspeitos de envolvimento no esquema. "Espero que essa senhora possa fundamentar suas denúncias", disse.

Leia o resultado da triagem da primeira lista.

Deputados citados como recebedores de dinheiro.

Deputados que tiveram o nome citado pela PF como recebedores de dinheiro:

1. Almir Moura (PFL-RJ)
2. Fernando Gonçalves (PTB-RJ)
3. Isaías Silvestre (PSB-MG)
4. João Batista (PP-SP)
5. João Correia (PMDB-AC)
6. Marcos Abramo (PP-SP)
7. Maurício Rabelo (PL-TO)
8. Neuton Lima (PTB-SP)
9. Paulo Baltazar (PSB-RJ)
10. Professor Irapuan Teixeira (PP-SP)
11. Reinaldo Gripp (PL-RJ)
12. Ricarte de Freitas (PTB-MT)
13. Vieira Reis (PRB-RJ)
14. Wellington Fagundes (PL-MT)
15. Zelinda Novaes (PFL-BA)
16. Reginaldo Germano (PP-BA) (Este deputado não estava incluído no
documento da Polícia Federal, mas o presidente Aldo resolveu incluí-lo
em razão das notícias veiculadas na imprensa que citam o nome dele.)

Deputados que não foram claramente identificados:

Deputados que não foram claramente identificados porque têm nomes
repetidos na Câmara e foram solicitadas mais informações à PF.

1. Benedito
2. Heleno

Deputados que não serão investigados:

Deputados sobre os quais não foram constatados indícios nos documentos
da Polícia Federal e que por isso não serão investigados:

1. Amauri Gasques (PL-SP)
2. Cleonâncio Fonseca (PP-SE)
3. Coriolano Sales (PFL-BA)
4. Dr. Ribamar Alves (PSB-MA)
5. Edson Ezequiel (PDT-RJ)
6. Eduardo Gomes (PSDB-TO)
7. Eduardo Paes (PSDB-RJ)
8. Enivaldo Ribeiro (PP-PB)
9. Fernando Estima (PPS-SP)
10. Itamar Serpa (PSDB-RJ)
11. Jefferson Campos (PMDB-SP)
12. João Caldas (PL-AL)
13. José Divino (PMR-RJ)
14. José Militão (PTB-MG)
15. Juíza Denise Frossard (PSDB-RJ)
16. Junior Betão (PL-AC)
17. Laura Carneiro (PFL-RJ)
18. Lino Rossi (PP-MT)
19. Marcelino Fraga (PMDB-ES)
20. Marcelo Ortiz (PV-SP)
21. Mário Negromonte (PP-BA)
22. Nelio Dias (PP-RN)
23. Nelson Bornier (PSB-RJ)
24. Osmânio Pereira (PTB-MG)
25. Paulo Magalhães (PFL-BA)
26. Pedro Henry (PP-MT)
27. Raimundo Santos (PL-PA)
28. Reinaldo Betão (PL-RJ)
29. Robério Nunes (PFL-BA)
30. Rodrigo Maia (PFL-RJ)
31. Severiano Alves (PDT-BA)
32. Silas Câmara (PTB-AM)
33. Thelma de Oliveira (PSDB-MT)
34. Vanderley Assis (PP-SP)
35. Vanderval Santos (PL-SP)
36. Wellington Roberto (PL-PB)

Deputados que tiveram funcionários presos:

Deputados que tiveram funcionários presos na Operação Sanguessuga, mas
a Corregedoria da Câmara aguarda informações para tomar providências:

1. Dr. Benedito Dias (PP-AP)
2. Edna Macedo (PTB-SP)
3. Eduardo Seabra (PTB-AP)
4. Elaine Costa (PTB-RJ)
5. João Mendes (PSB-RJ)
6. Pr. Pedro Ribeiro (PMDB-CE)

Deputados com funcionários acusados de receber dinheiro:

Deputados que tiveram funcionários acusados de receber dinheiro, mas
que as investigações ainda não identificaram se eles agiam em nome do
deputado:

1. Alceste Almeida (PL-RR)
2. João Magalhães (PMDB-MG)
3. Nilton Capixaba (PTB-RO)

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