Sanguessugas: crescimento geométrico, aponta assessora

Do Jornal Folha de São Paulo (Para assinantes)
A assessora do Ministério da Saúde Maria da Penha Lino afirmou em depoimento à Polícia Federal na madrugada de ontem que 170 deputados federais recebiam propina da empresa Planam, de Mato Grosso, para vender emendas ao Orçamento.O advogado da assessora, Eduardo Mahon, relatou o teor do depoimento. Segundo Maria da Penha, os deputados recebiam dinheiro vivo dos executivos da Planam, que fornece ambulâncias e equipamentos médicos e odontológicos. "Um motorista -que eu não vou dizer o nome- levava os proprietários da Planam para a garagem do Congresso Nacional. Na garagem pegavam malas, colocavam [dinheiro] no paletó, nas meias, nas cuecas", disse Mahon."Passavam pelo detector de metal da chapelaria [do Congresso], não dava nada. Subiam à Câmara. Iam de gabinete em gabinete acertando. Acabava o dinheiro, voltavam para o carro, pegavam mais. Na cara dura, na cueca, na meia."Maria da Penha disse que há "um livro-caixa" da Planam que comprovaria a participação de deputados federais no esquema. Nesse livro-caixa constariam nome do deputado, a emenda, o valor liberado e os equipamentos a serem comprados: "E, bom, eu imagino os valores pagos aos deputados. Ela citou alguns".Maria da Penha foi presa na quinta-feira passada na Operação Sanguessuga. Segundo a PF, que prendeu ao menos 55 pessoas, a suposta quadrilha fornecia ambulâncias superfaturadas para prefeituras. O dinheiro do Ministério da Saúde era liberado graças à apresentação de emendas por deputados. Teriam sido desviados R$ 110 milhões. Maria da Penha teria intermediado a liberação do dinheiro no ministério. Ela nega.

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