Bornhausen quer expulsão de Rosenana Sarney

A conveniência política da família Sarney é desmedida. Só há uma linguagem no dicionário político do clã: O poder, sempre ao lado do governo da hora.

Do QuidNovi

Roseana Sarney no banco dos réus

Por Tales Faria, no InformeJB

O presidente nacional do PFL, senador Jorge Bornhausen (SC), é chamado no Congresso de Alemão, em referência à postura dura, quase prussiana, com que trata das articulações políticas. Ultimamente, Bornhausen tem sido até mais flexível, mas agora voltou ao velho estilo. Ficou muito irritado com a declaração da senadora Roseana Sarney, candidata ao governo do Maranhão pelo PFL, de que apoiará a reeleição do presidente Lula neste segundo turno, contra o tucano Geraldo Ackmin. Procurado pela coluna, em Santa Catarina, Bornhausen declarou:

- O PFL está formalmente coligado ao PSDB na disputa presidencial. Apoiar o candidato do partido contrário, o PT, é um gesto que colide com a legislação eleitoral e o estatuto do partido.

O presidente do PFL promete não fugir da encrenca nem render-se, de imediato, à força de Roseana Sarney no partido. Disse que está convocando uma reunião da Executiva Nacional da legenda, para o dia 17, a fim de discutir o futuro de Roseana. Pela legislação, a direção partidária tem autoridade até para expulsar a senadora, o que inviabilizaria sua candidatura no Maranhão. Bornhausen não se alonga sobre o assunto, nem adianta qual deverá ser a decisão da Executiva. Mas diz qual é sua posição pessoal:

- Eu acho grave esse anúncio de que apoiará um candidato que concorre contra a nossa chapa. Na minha opinião, é caso de punição. E, como presidente do partido, me cabe convocar a Executiva, a quem cabe uma decisão final. É o que tenho a dizer, por enquanto.

Fera ferida

Pode vir encrenca aí de Hamilton Lacerda, o ex-coordenador da campanha de Aloizio Mercadante ao governo de São Paulo acusado de carregar a mala com R$ 1,7 milhão, que serviu para pagar o dossiê contra o tucano José Serra. Lacerda está revoltado com o PT. Disse a um amigo muito íntimo que não vai ficar com a responsabilidade da história sozinho: "Eles que não contem com meu silêncio".

A conferir

Um dos campeões de votos do país, o senador Tião Viana, reeleito pelo PT do Acre, tem uma explicação na ponta da língua para o baixo desempenho de Lula no primeiro turno em seu Estado: "Foi o escândalo do dossiê. Lula vinha ganhando bem até seis dias antes e, depois, foi uma virada assustadora". Mas jura que no segundo turno o PT no Estado dará 70% dos votos a Lula.


Efeito Dirceu

No governo, a expectativa é de que as coisas fiquem mais calmas com o afastamento do presidente do PT, Ricardo Berzoini, do comando do partido. Argumento : quando José Dirceu foi demitido, Lula subiu nas pesquisas.


Outro escândalo

Neste fim de semana, deve pegar fogo a campanha eleitoral em Santa Catarina. O Tribunal de Justiça negou habeas corpus a Aldo Hey Neto, acusado de liderar uma quadrilha que perdoava dívidas do fisco local. O acórdão aprovado pelos desembargadores diz simplesmente o seguinte: "Influência do paciente (Hey Neto) decorre da notícia de pagamento de US$ 100 mil destinados ao alto escalão do governo do Estado". Ou seja, propina. Foram apreendidos R$ 2 milhões nos cofres das mansões de Hey Neto.


Bicudas em paz

A petista Benedita da Silva e a comunista Jandira Feghali são tidas na esquerda do Rio como duas bicudas que nunca se bicaram. Ontem, encontraram-se por obra e graça da derrota e de um pedido de trégua do presidente Lula. Fumaram o cachimbo da paz.

Marajá

Humberto Souto foi líder do governo Fernando Collor. Aposentou-se como deputado e assumiu como ministro do Tribunal de Contas da União. Aposentado por limite de idade, candidatou-se e acaba de ser novamente eleito para a Câmara.

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Editoria: InformeJB
Página: 4
Data: 2006-10-07

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