Governadores eleitos preparam reivindicações ao Planalto

Cabral defende apoio do PMDB a Lula

MÁRIO MAGALHÃES
Folha de S. Paulo

O peemedebista, que foi eleito com 68% dos votos válidos, declara que o partido deve se manter aliado ao presidente
Governador eleito irá se reunir na tarde de hoje com o petista para falar sobre os Jogos Pan-Americanos, que ocorrerão em julho próximo
O mais importante governador dos sete eleitos pelo PMDB, a considerar o número de eleitores do Estado do Rio e Janeiro, Sérgio Cabral Filho defendeu ontem o apoio do partido ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Cabral venceu o pleito com 68% dos votos válidos (5.129.064), mais que o dobro dos 32% obtidos por Denise Frossard, do PPS (2.413.546). Lula, a quem Cabral se associou no segundo turno, alcançou 70% no Estado.
Hoje à tarde o futuro governador deve se encontrar com o presidente no Planalto. Falará dos Jogos Pan-Americanos, que ocorrerão no Rio em julho. A União é um dos principais financiadores do evento.
Cabral afirmou à Folha que cumprirá o compromisso assinado na campanha com o prefeito do Rio, Cesar Maia (PFL), seu adversário político.
Entre as medidas estão entregar a Linha Vermelha (via expressa de acesso à capital) e a gestão do esgoto na zona oeste. A Guarda Municipal assumirá a administração do trânsito -mas não necessariamente ficará com a receita das multas.
Cabral, 43, foi dormir pouco depois da meia-noite de domingo. Com o fim da campanha, planeja voltar a assistir aos jogos do seu time, o Vasco.
Hoje toma o café da manhã com a governadora Rosinha Matheus, sua correligionária do PMDB, mas anti-Lula.
Cabral destacou quatro nomes para sua equipe de transição. Um deles, o procurador do Estado Régis Fichtner, está confirmado como o secretário mais forte do próximo governo, no Gabinete Civil. Suplente de Cabral no Senado, Fichtner assumirá a vaga por semanas e depois a cederá para o segundo suplente, Paulo Duque.
Sede e pote
O governador eleito disse que a sua relação com Lula será a melhor possível. "Do ponto de vista pessoal, muito fraterna. Do ponto de vista da agenda pública, com grandes resultados para a população".
No encontro de hoje, Cabral pretende tratar "do Pan e das ações do governo federal com o Estado, numa relação mais ágil, mais ampla, em saúde, educação e infra-estrutura".
"Vamos falar mais no apoio, de forma mais geral. A gente não pode ir com muita sede ao pote, vamos com calma, com relação positiva, permanente e duradoura. Assim se tratam os aliados." Rosinha e Lula têm relação conflituosa.
Ao contrário do que defende a governadora, seu sucessor quer o apoio decidido do PMDB a Lula no segundo mandato. É o que ele pregou ontem ao presidente nacional do partido, Michel Temer, que o visitou ontem à tarde.
"O partido tem que dar apoio ao governo federal", disse. "Tem que estar junto porque é importante para o país. Cargo não é prioridade. O PMDB tem sete governadores eleitos. Eles têm que estar preocupados em levar uma agenda positiva para o presidente", afirmou o governador eleito.

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