Pedro Henrique Freire
Do CorreioWeb
Brasília - Mais de quatro mil pessoas foram prejudicadas –apenas no aeroporto de Brasília - com atrasos em 38 vôos durante todo o sábado. Alguns ainda continuam esperando para embarcar. Até 12h30, 30 aviões decolaram com atraso. À tarde, mais oito.
Durante todo o dia, pessoas sofreram com a falta de informação no Aeroporto. Alguns passageiros demonstram indignação com o argumento de que o problema nos vôos foi causado pelo pesado tráfego aéreo na região Centro Oeste do País. Ou seja, segundo a Aeronáutica, existem muitos aviões no ar, o que estaria causando a demora nas decolagens.
Mas informações de bastidores indicam outro problema: os atrasos foram causados porque os controladores de vôos decidiram cumprir à risca a legislação internacional que rege o trabalho da categoria. Ela exige que os profissionais comandem do solo, no máximo, 14 aeronaves. Mas, no Brasil, esse número chega a 20 aviões.
Depois do acidente com o avião da Gol (que matou 154 pessoas), a categoria decidiu reivindicar que as condições de trabalho sejam cumpridas e obedecer a legislação. Com isso, passou a monitorar ‘apenas’ 14 aeronaves e exigir a contratação de mais controladores. Isso teria causado um colapso no sistema aéreo, sobretudo em Brasília.
Neste sábado, os 38 vôos atrasados desencadearam atrasos em São Paulo, Belo Horizonte, Rio de Janeiro e regiões do sul do país. Por lá, algumas rotas também foram prejudicadas pela demora. Na sexta-feira, o mesmo problema atrasou 49 vôos. Trinta e dois só pela manhã.
Sete horas de atraso
No saguão do Aeroporto, indignação. Alguns passageiros em trânsito em Brasília tiveram que adiar o desembarque na terra natal. É o caso do grupo de sete pernambucanos que vinham do Rio de Janeiro com conexão em Brasília. Eles chegaram às 9h da manhã e deveriam levantar vôo às 11h. Mas o vôo 3600 da TAM não tinha aberto o embarque até às 19h. “De uma em uma hora eles confirmaram o embarque. Mas era tudo mentira”, disse o estudante Davison Menezes Silva, 22 anos. Segundo ele, a sensação de estarem sendo enganados é irritante. “Como podem dizer que tem tráfego intenso? Os aviões estão no solo. Não tem nem passarinho no céu”, ironiza.
Ele e o grupo foram ao Rio para participar do debate entre os presidenciáveis promovido pela Rede Globo. Eles contam que acordaram de madrugada para pegar o vôo, chegaram a Brasília e passaram o dia com a roupa do corpo, aguardando o embarque. A todo momento pediam informação à companhia, mas ninguém sabia dar explicações claras. “Isso não é atraso, é abandono”, diz a fotógrafa Milene Soares de Souza. A dona de casa Ana Maria Miranda, também passageira, desistiu de voltar neste sábado para casa. “A gente não quer mais viajar hoje. É um vôo longo (3h), estamos cansados”, disse. “A gente não quer mais viajar hoje. É um vôo longo (3h), estamos cansados”, disse.
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