Ninguém faz nada

Um amigo deste poster relatou que dias atrás esteve no Mato Grosso e adentrou ao Amazonas, mais precisamente região de Matupi que acredita pertença ao Município de Apuí-AM. Foi logo após uma "revolta dos índios" daquela região há algum tempo atrás e que teve o objetivo de auferir recursos por parte do governo. Não se sabe se obtiveram sucesso, mas o fato é o seguinte: Colocaram cancelas na estrada e cobram pedágios de veículos que transitam pela estrada que liga Matupi a Humaitá. No caso de camionetes o preço é R$ 20,00 (tanto ida como volta) e para não escapar nenhum veículo em relação a acessos da Rondonia colocaram cancelas em dois pontos, valendo o compravante de pagamento em qualquer dos pontos. Para caminhões e ônibus os precos são de R$ 60,00 e R$ 70,00. Agora, imagine se todas as etnias agirem da mesma forma, em virtude da omissão do estado em coibir este tipo de atitude e a já mais que sofrida população se revoltar . . . onde vamos parar? Pergunta-me o amigo.

O blog não tem dúvidas que fatos dessa natureza continuarão a acontecer com a mesma desenvoltura.

Não é de hoje que as entidades cobram do governo federal uma postura pró-ativa para equacionar os problemas indígenas.

Está engavetado há anos o Estatuto do Índio, que poderá torná-los cidadãos de primeira linha e não "tutelados" como hoje são vistos perante a Lei. Párias é o tratamento dispensado aos primeiros habitantes do Brasil.

Ademais, o Estado continua ausente em suas três esferas de atuação. É um jogo de empurra que, naturalmente sobra pro lado mais fraco.

A omissão do Estado é criminosa não somente com relação aos índios, sofrendo na pele os mesmos problemas grupos de populações tradicionais, quilombolas e pequenas comunidades de camponoses que não conhecem o que é ou para quem serve o Estado.

Não observa-se uma atuação firme do Ministério Público Federal que deveria ser o guardião dessas comunidades. Conclusão: Sobra para o empresário, neste caso, o madeireiro, que é o que mais se aproxima como autoridade. E lá nave vá...

Comentários

Ricardo Rayol disse…
O mais bizarro é que eles tem terras riquissimas maiores que países e ainda por cima querem morder mais.
Aprenderam com os brancos Ricardo. Aliás, safadeza é o que não falta nessa "relação"
Só para completar. Em 1997 fui trabalhar na prefeitura de Itaituba. Num determinado momento fomos acompanhar a vice-prefeita e outros secretários e parlamentares para fazer uma visita em Moraes Almeida, que é um centro produtor de madeiras no munic[ipio. Lá, também existia uma cancela que cobrava pedágio entre esta localidade e o garimpo Jardim do Ouro. Era de propriedade do Dafinha, Antonio Cardoso, fiscal da SEFA na ocasião e hoje vereador em Itaituba.
Como o amigo pode ver e afirmar: é um aprendizado dos brancos.

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