O Pará corre atrás da certificação

Estados se unem pela certificação da OIE

Sonia Racy

O Estado de S. Paulo
13/2/2007

O Pará se junta a outros Estados em busca da certificação


Numa força-tarefa, secretários de Agricultura de 14 Estados vão debater hoje, em Belo Horizonte, as conseqüências da suspensão do status de área livre de febre aftosa de boa parte do território brasileiro pela Organização Internacional de Saúde Animal (OIE). O objetivo é, por meio de uma estratégia conjunta de Estados e regiões de fronteira contra a doença, recuperar o status de área livre com vacinação, perdido em 2005 por causa da reincidência de casos da doença na região da fronteira do Brasil com o Paraguai, Argentina e Bolívia. E conseqüentemente ter de volta os mercados importadores, principalmente os países da Comunidade Européia.

O secretário paulista, João Sampaio, afirma que é importante que os Estados se foquem, em conjunto, na derrubada das barreiras impostas pelos países importadores, que muitas vezes funcionam como barreira comercial. “A aftosa é uma doença econômica. E é com esta visão que precisamos delinear não só uma ação de defesa sanitária - com a criação de forças conjuntas estaduais e o envolvimento do governo federal na fronteira -, como também uma ação sistemática dos Estados nos países importadores”, afirma.

Do governo federal, cobram um aumento nos investimentos em serviços de vigilância e defesa sanitária animal, evitando expor o rebanho nacional ao risco de doenças. Por pressões do Ministério da Agricultura, os recursos previstos no Orçamento da União para as ações de defesa sanitária, em 2007, serão de quase R$ 195 milhões.

Sampaio lembra que São Paulo é o corredor natural de exportação de boa parte da carne bovina brasileira. Em 2006, o setor de bovídeos (inclui carne in natura, industrializada, couro) somou US$ 2,75 bilhões, perdendo no ranking de exportações do Estado apenas para açúcar e álcool. No âmbito nacional, São Paulo respondeu por 35,8% do total de US$ 7,68 bilhões exportados pelo setor. “Com o atual status sanitário e a permanente desconfiança da OIE em relação ao nosso trabalho de defesa sanitária, o setor, forte gerador de emprego e renda, fica constantemente ameaçado.”

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