Renan mentiu
O senador pode alegar que não se lembra para onde destinou suas emendas. Mas, mentiu ao dizer que não se lembrava da Mendes Junior.
Leiam reportagem da revista Veja abaixo:
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Renan apresentou emendas para obra da Mendes Júnior
Ag. Senado
O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), apresentou emendas aos Orçamentos da União de 2005 e 2006 relativas a obras realizadas pela construtora Mendes Júnior. Reportagem de VEJA desta semana mostra que um lobista da empreiteira pagava parte das despesas pessoais do senador.
A construção de um cais de contêineres no porto de Maceió, orçada em 46,5 milhões de reais, foi contestada pelo Tribunal de Contas da União. Em 2005, o TCU ordenou a tomada de contas especial para averiguar possíveis irregularidades. As emendas ao Orçamento foram feitas pelo senador em maio de 2004 e em junho de 2005 para gastos nos anos seguintes. As datas coincidem com o período em que o lobista Cláudio Gontijo, da Mendes Júnior, fez pagamentos à jornalista Mônica Veloso, com quem Renan tem uma filha.
A tomada de contas especial do TCU já foi feita, mas não foi votada. Em acórdão de outubro 2005, o ministro Marcos Vinicios Vilaça disse que irregularidades mais graves estavam no projeto básico e possibilitavam o "jogo de planilha". O mecanismo consiste em cotar alguns itens muito acima do mercado e outros muito abaixo. Assim, o valor da obra fica dentro da expectativa, mas, durante a construção, a empresa pode elevar a quantia dos itens mais caros e reduzir a dos mais baratos.
Histórico – Em 2004, quando Renan apresentou a primeira emenda, a obra estava parada por falta de verba, segundo a Companhia de Docas do Rio Grande do Norte (Codern), que administra o porto de Maceió. O senador pediu então o aumento de 1% da meta de construção anual do cais. Com outra emenda do ex-deputado João Caldas (PR-AL), a determinação daquele ano foi de fazer 24% do cais. Em 2005, com a obra ainda parada, Renan propôs duas novas emendas em favor da obra. Ambas foram parcialmente aprovadas.
Na primeira, o senador pediu um acréscimo da meta de construção de 20%; na segunda, de 50% - o que equivalia a um recurso extra de 8 milhões de reais. No final, a lei previu que 8% do cais deveria ser construído no ano. O deputado federal Olavo Calheiros (PMDB-AL), irmão de Renan, também apresentou emenda beneficiando o porto de Maceió no Orçamento de 2003, propondo um aumento de 30% da meta.
Em meados deste mês, a obra voltou a ser tocada, após liberação de cerca de 15 milhões de reais por meio de lei de dezembro de 2006. Até então, os repasses somavam cerca de 23 milhões de reais. Segundo a Mendes Júnior, os repasses à obra eram previstos no Orçamento, e foram liberados por meio de lei.
Por meio de sua assessoria, Renan afirmou que não se lembra de todas as suas emendas à LDO e que "vai continuar lutando para levar recursos para Alagoas", segundo o jornal Folha de S. Paulo.
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