Como chegar a Brasília
Marcada para quarta-feira, a reabertura dos trabalhos do Congresso corre o risco de não acontecer. Fora alguns bissextos integrantes da CPI do Apagão Aéreo, a imensa maioria dos 513 deputados permanece fora de Brasília. A bancada de Goiás dispõe da opção de vir de carro. Os demais, só de avião. Alguns felizardos possuem jatinhos ou amigos do peito proprietários de jatinhos, mas a massa não conseguia, até ontem, sequer comprar passagem. Quanto mais ter certeza de que embarcará nos aeroportos de origem, na hora prevista.
Os paulistas, então, lamentam ter sido a capital transplantada para o Planalto Central. Continuasse no Rio e ainda seria possível viajar de navio, partindo de Santos. Quanto aos senadores, a mesma coisa. Os amigos de Renan Calheiros poderão pleitear carona no avião da FAB a que tem direito o presidente do Senado, mas como chegar a Maceió?
Eis um tema jamais considerado pelo Congresso, mas extremamente necessário e capaz de alimentar os debates: que tal a aprovação de uma lei ou emenda constitucional determinando a aplicação em ferrovias de todos os recursos desviados pelo governo para o pagamento dos juros das dívidas externa e pública? Mesmo assim, a adoção de proposta tão necessária exigirá que venham todos a Brasília, cidade há décadas sem ouvir o apito de um trem...
Nota do Blog: O ilustre jornalista Carlos Chagas deve ter se referido a trem de passageiros, visto que o de cargas funciona a pleno vapôr aqui.
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