Péssima safra




Nova safra de investigados
Carolina Brígido e Isabel Braga

Entre 242 deputados eleitos no ano passado, 28 já respondem a ações e inquéritos no STF

O ciclo vicioso formado pelo foro privilegiado e a lentidão das investigações no Supremo Tribunal Federal (STF), resultando em garantia quase total de impunidade, ganha novos personagens a cada eleição: dos 242 deputados federais eleitos ano passado que não tinham mandato na legislatura anterior, 28 já respondem a ações penais e inquéritos no STF, de acordo com levantamento do GLOBO. Significa dizer que 11% dos calouros e dos políticos que retornaram à Câmara nesta legislatura estão se beneficiando de foro privilegiado e, provavelmente, mesmo que sejam culpados, jamais serão condenados. Isso porque a mais alta corte do país, além de estar abarrotada de trabalho, nunca condenou alguém.

Ações e inquéritos contra os novatos da Câmara têm sido encaminhadas ao STF desde novembro do ano passado, quando os parlamentares foram diplomados nos cargos e, com isso, ganharam direito ao foro privilegiado. Quase todas as investigações já estavam abertas em instâncias inferiores do Judiciário e foram transferidas para o órgão após o resultado das eleições. O número de ações e inquéritos cresce a cada dia: o STF recebe pelo menos um caso contra parlamentar por semana.

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