Descontrole e escárnio

É aburda e atinge níveis de gozação o questionário enviado aos ministérios pela Secretaria de Comunicação da Presidência da República.

Repercutido no blog do Noblat a coluna de Ilimar Franco de O Globo. O pedido de informações soa a uma ofernsa à inteligência do contribuinte brasileiro que paga o descaramento em que se tornou o mau uso desses cartões, que, soube-se agora, ultrapassa 11 mil e tantos bacanas à gastar e se dar muito bem a custa do dinheiro da vacaria.

Cartão - Governo pergunta sobre o que deveria saber

A Secretaria de Comunicação da Presidência da República mandou para os ministérios um questionário com 13 perguntas sobre o uso do cartão corporativo. Algumas delas:

* Como é definido o montante de suprimento de fundos de cada órgão?

* Quem é o responsável pela gestão dos recursos destinados a pequenas despesas e gastos emergenciais?

* Como é feita a distribuição de recursos aos servidores responsáveis pelas compras e contratações?

* Quais os tipos de despesas permitidas por cada órgão?

* Por que são feitas retiradas em dinheiro?

* Como é feita a prestação de contas? Quem confere? Quem fiscaliza?

* Como é possível saber se a despesa realizada não foi de caráter pessoal?

* Como saber se o gasto foi efetivamente realizado para a finalidade alegada?

* Onde ficam guardados os comprovantes e notas fiscais?

* Por que certos gastos da Presidência da República são sigilosos? Qual o perfil dos funcionários responsáveis pelo pagamento e fiscalização dessas despesas?


* Por que os cartões foram distribuídos a tantos funcionários espalhados por todo o país?


As perguntas dão uma idéia da ignorância do governo em relação do assunto. Ou pelo menos da ignorância da presidência da República. Uma delas, por sinal, é notável: "Por que certos gastos da presidência da República são sigilosos?"


Como é possível que ninguém em torno do presidente saiba responder à maioria das perguntas? Se não sabe é porque a distribuição de cartões, seu uso e o cumprimento rigoroso de suas finalidades estão fora de controle.


Seria razoável supor a existência de regras claramente definidas para a realização de gastos tão elevados - e crescentes. Se as regras existem, a maioria das perguntas perde o sentido. Do contrário, haveria muitas outras a serem feitas.

2 comentários:

Ricardo Rayol disse...

só pode ser brincadeira

Val-André Mutran  disse...

Infelizmente não é, mas, é uma boa pista da competência dessa turma.

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