O líder do PT na Câmara, Maurício Rands (PE), admitiu que a saída da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, se deve a algumas tensões "naturais num país em desenvolvimento e com as dimensões do Brasil".
"Sua saída tem alguma coisa a ver com o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) da Amazônia [Plano Amazônia Sustentável]. Algumas tensões vinham sendo acumuladas com a área de infra-estrutura. Essas tensões chegaram ao ponto de extravasar", afirmou.
O líder disse que outros motivos que levaram a ministra a entregar o cargo foram "queixas na área de infra-estrutura, o ritmo para autorização de licença ambiental, o posicionamento dos órgãos e agora a questão do lançamento do PAC da Amazônia", com a escolha do ministro Mangabeira Unger, da Secretaria Especial de Assuntos Estratégicos, para coordenar parte dos trabalhos.
Rands disse que o pedido de demissão da ministra é uma perda para o Brasil e para a imagem do país internacionalmente.
Enquanto isso, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, está reunida, neste momento com o secretário-executivo do Ministério do Meio Ambiente, João Paulo Capobianco, e com o presidente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Bazileu Margarido.
O encontro ocorre em Brasília, no apartamento de Marina, que pediu demissão hoje (13) alegando dificuldades enfrentadas "há algum tempo" para continuar implementando a agenda ambiental em nível federal.
O pedido foi feito por carta endereçada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva e entregue ao chefe de gabinete da Presidência da República, Gilberto Carvalho. A íntegra do documento foi divulgado há pouco pelo Palácio do Planalto.
"Essa difícil decisão, sr. Presidente, decorre das dificuldades que tenho enfrentado há algum tempo para dar prosseguimento à agenda ambiental federal", diz a minista, deixando claro que sua saída tem caráter "pessoal e irevogável".
Planalto nega convite à Carlos Minc
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva não convidou o secretário de Meio Ambiente do Rio de Janeiro, Carlos Minc, para assumir o Ministério do Meio Ambiente, no lugar de Marina Silva, que pediu demissão hoje (13). A informação é de assessores do Palácio do Planalto.
No entanto, o Palácio do Planalto não confirma, nem desmente, que o presidente tenha telefonado para o governador do Rio, Sérgio Cabral, conforme divulgado pela assessoria de imprensa do governo estadual.
Segundo o Palácio da Guanabara, Lula teria solicitado ao governador que dispensasse o secretário para assumir o ministério e, ainda segundo a assessoria de imprensa do governo do Rio, o próprio Carlos Minc não teria sido informado sobre o suposto convite, porque está em viagem para Paris.
Fonte: Ag. Brasil
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