A importância do redesenho dos jornais

A quem considera desenho fundamental em jornal, uma boa notícia: o designer espanhol Javier Errea estará em São Paulo no Congresso Brasileiro de Jornais, em agosto. Diretor da Errea Comunicación, de Pamplona, colaborador do Innovation Consulting Group, promete uma conversa aberta sobre a importância do bom desenho para a sobrevivência de jornais. A íntegra da entrevista está na edição impressa de J&Cia.

Dos dez jornais mais bem desenhados do mundo, segundo escolha de experts a pedido da WAN (Associação Mundial de Jornais), três apresentam projeto gráfico de sua autoria do designer espanhol Javier Errea. O grego Eleftheros Tipos (prêmio de jornal mais bem desenhado da Europa em 2007-08), o português Expresso (prêmio SND de jornal mais bem desenhado do Mundo em 2007-08) e o espanhol El Economista (prêmio SND de jornal mais bem desenhado do mundo em 2006-07) são obras de Javier (nos dois primeiros, Tessler participou do projeto de relançamento ao lado dele).

Javier é um sujeito simples e bem humorado. Aos 41 anos, três filhos, muita ginástica e algumas garrafas de cerveja, ele faz o que gosta na vida: transformar idéias editoriais em páginas e torcer para o Barcelona e para a Seleção Espanhola. Jornalista de exímio faro para o entendimento conceitual dos conteúdos, é o editor que todo o jornal gostaria de ter, onde cada linha tem um motivo certeiro.

Da Espanha aos Emirados Árabes, de Porto Rico ao Chile, perdeu as contas de quantos jornais já redesenhou pelo mundo. “Acho que são uns 30”, arrisca, com cara de quem deixou outros 15 no esquecimento.

Nessa brilhante carreira, guarda estranhas lembranças do Brasil. Redesenhou A Gazeta (Vitória, ES) há quase cinco anos, mas o jornal já implementou outro redesenho depois. E curiosamente elaborou um dos melhores projetos da carreira – em sua opinião –, o redesenho de O Estado de S. Paulo, em 2003.

“Não sei o que houve, trabalhei um ano inteiro com a equipe do jornal, montando protótipos, elaborando páginas e todo o mundo gostava do resultado”, lembra. “Aí, de repente, sem motivo aparente, houve um silêncio”.

Um mês depois, Javier soube que outra consultoria havia assumido o redesenho. E relançou o Estadão em pouco mais de 60 dias. “Até hoje não entendi o que aconteceu”, observa.

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