Numa série de reportagens a Folha de S. Paulo publicou hoje alguns elementos da teia sob mando do nacional Daniel Dantas.
Com o título: "Advogado diz que não enviou papéis a Gilmar Mendes", a folha apura que o advogado Luiz Carlos Madeira citado num dos grampos da Operação Satiagraha como "amigo" do presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Gilmar Mendes, confirmou ontem que procurou o gabinete do ministro. Na terça-feira, ele e outros três advogados foram ao STF pedir prioridade na análise do habeas corpus que garantiu a liberdade de Daniel Dantas no dia seguinte. + aqui.
A série continua com o título: "Negociador cita 'aval de Dantas' a suborno", revelando a existência de pelo menos cinco relatórios da tentativa de suborno, por US$ 1 milhão, dos delegados federais da Operação Satiagraha, que demostram que um dos supostos emissários do banqueiro, Hugo Chicaroni, disse que a iniciativa tinha "o aval" de Daniel Dantas. A tentativa de corrupção foi um dos principais indícios que levaram o banqueiro à prisão por duas vezes nesta semana.
Os documentos, aos quais a Folha teve acesso, integram o inquérito da operação da Polícia Federal. Narram 16 dias de uma tensa negociação, entrega de pacotes de dinheiro em espécie e desconfiança mútua. + aqui.
Conforme do trabalho de investigação jornalística avança em várias frentes o país fica estarrecido com o poder do Senhor Daniel Dantas.
Ainda na série de hoje da Folha: "Relatório aponta lobby em fusão de teles", o jornal paulista revela que no relatório da Operação Satiagraha, a Polícia Federal afirma que o advogado Luiz Eduardo Greenhalgh, quatro vezes eleito deputado federal (1987-2007) pelo PT, fez "tráfico de influência" e "lobby" com a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, em torno da venda da companhia telefônica Brasil Telecom para a Oi.
De acordo com a PF, o ex-deputado agia em benefício do banqueiro Daniel Dantas.
O compromisso de venda da Brasil Telecom foi assinado em 25 de abril. Segundo cálculos de especialistas, Dantas recebeu mais de US$ 1 bilhão por sua parte na empresa telefônica. + aqui.
A reportagem destaca que: "Greenhalgh ofereceu a banqueiro plano para tentar melhorar relação com o PT". Procurado por Daniel Dantas no final do ano passado, o ex-deputado petista Luiz Eduardo Greenhalgh ofereceu um plano para tentar melhorar a relação do banqueiro com o PT: se dispôs a tentar acordos com integrantes do partido que movem ações contra Dantas, num passivo judicial que vem desde a época das privatizações do governo Fernando Henrique Cardoso (1995-2002).
Tal relato foi feito pelo próprio Greenhalgh a colegas petistas nos últimos dias. Não há registro de que tenha obtido êxito. O responsável por sua contratação foi o braço direito de Dantas, Humberto Braz, que está foragido desde que a Polícia Federal iniciou as prisões da Operação Satiagraha. + aqui.
O poder do banqueiro Daniel Dantas não economiza no tráfico de influência e bateu a porta ao lado do chefe Lula. Seu chefe de Gabinete admitiu o affair: "Carvalho diz não saber que Braz era ligado a banqueiro".Na versão apresentada pelo chefe-de-gabinete do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Gilberto Carvalho, o ex-deputado federal do PT e advogado Luiz Eduardo Greenhalgh não o informou que Humberto Braz era ligado ao banqueiro Daniel Dantas.
Em telefonema, Greenhalgh pediu a Carvalho que checasse se a Abin (Agência Brasileira de Inteligência) investigava Braz, ex-diretor da Brasil Telecom.
Na conversa, o ex-deputado ainda pede ao chefe-de-gabinete que procurasse Luiz Fernando Corrêa, diretor-geral da Polícia Federal.
Greenhalgh nega: "Ex-deputado não quis falar sobre o caso". O ex-deputado Luiz Eduardo Greenhalgh disse, por meio de sua assessoria de imprensa, que não iria comentar o caso.
A ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) está fora do país, em viagem oficial à Ásia. A Folha procurou sua assessoria às 22h35 de ontem e foi informada de que seria impossível obter comentário sobre o relatório da Polícia Federal. + aqui.
Uma teia sem tamanho
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Operação Satiagraha
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