Sarney falou isso ciente de que os senadores peemedebistas querem sua candidatura. Foi o argumento usado por ele para justificar o que vinha negando a Lula: a possibilidade de disputar o cargo. Foi a primeira vez que admitiu a candidatura ao presidente da República. Numa longa conversa, Lula informou a Sarney que não pretende pedir para o petista recuar e o avisou da possibilidade de manter-se neutro caso os dois disputem o comando do Senado.
“Agora, o governo tem um cenário para trabalhar”, diz um ministro palaciano. A partir de hoje, o Palácio do Planalto começa a definir sua estratégia. A candidatura de Sarney incomoda Lula, que já havia manifestado apoio a Tião Viana, depois de ouvir o ex-presidente da República repetir que não queria o cargo. O cenário é o que o presidente queria evitar: disputa no voto entre dois nomes da base governista. “Não vejo possibilidade de o senador Tião retirar a candidatura”, diz o ministro de Relações Institucionais, José Múcio Monteiro.
“Agora temos que trabalhar para impedir que haja prejuízo à candidatura de Michel Temer na Câmara”, ressalta Múcio. O medo do governo é que uma eventual derrota de Tião provoque uma rebelião contra a candidatura de Michel Temer (SP) na Câmara. Presidente do PMDB, Temer é o preferido de Lula.
Fonte: Correio Braziliense
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