O fantástico plano de saúde vitalício dos senadores

Ooolá! Quem quer ser senador?

Basta passar seis meses como Senador para ter garantido, sem nada mais pagar, um plano de saúde familiar vitalício que consome por ano R$ 17 milhões.

O pior é que com um plano de saúde desses e a despreocupação com a vida, tornam os senadores, como esse aí, quase imortais, não morrem nunca, se perpetuam no planeta, causando despesas eternas aos cofres públicos

Esse é o melhor plano de Saúde familiar do mundo, um custo benefício sem precedentes: uma cobertura total, desde o começo, sem preocupações com doenças preexistentes, sem limites de idade e nenhum custo, para o resto da vida, que se alonga pelas facilidades com o atendimento médico e custa ainda mais ao contribuinte.

A matéria de Eugênia Lopes e Rosa Costa no Estadão, põe a descoberto mais um exagerado beneficio que o senhores senadores e senadoras se autopremiaram a pesar nas costas de todos os brasileiros:
Os 310 ex-senadores e seus familiares pensionistas custam pelo menos R$ 9 milhões por ano, cerca de R$ 32 mil por parlamentar aposentado. Detalhe: para se tornar um ex-senador e ter direito a usar pelo resto da vida o sistema de saúde bancado pelos cofres públicos é preciso ocupar o cargo por apenas seis meses. Antes de 1995, a mordomia era ainda maior: bastava ter ficado na suplência por apenas um dia.

No total, os 81 senadores da ativa e os 310 ex-senadores e seus pensionistas usufruem de um sistema privilegiado de saúde que consome cerca de R$ 17 milhões por ano. Os parlamentares da ativa e seus familiares não têm limite de despesas com saúde: em 2008, gastaram cerca de R$ 7 milhões - R$ 80 mil por senador.

No ano passado, os gastos globais do Senado com saúde para parlamentares e servidores foram de R$ 70 milhões. O Senado não divulga, no entanto, o valor dessas despesas apenas com senadores. O diretor-geral, Alexandre Gazineo, alega que precisa de "tempo" para obter esses dados.

O Estado apurou que, em 2008, o Senado gastou cerca de R$ 53 milhões com a saúde de 18 mil servidores efetivos e comissionados, entre ativos e inativos. Ao contrário dos senadores, que não descontam um tostão para ter todas as despesas de saúde pagas, os servidores em atividade e inativos têm descontados, em média, R$ 260 por mês. O custo de cada servidor ao ano é de cerca de R$ 3 mil.

E não precisam nem trabalhar: O senador Mão Santa preside a sessão para ninguém. A foto é de uma sexta-feira, 24 de abril de 2009 - 13h03, horário de sessão. As sexta-feiras não há mais senadores em Brasília, chegam na terça e abandonam o senado e Brasília na quinta a noite, no mais tardar, a está altura já estão em casa, ou em Nova Iorque, Miami, Paris, Londres...

Para este ano, a previsão feita no Orçamento estabeleceu R$ 61 milhões para arcar com a saúde dos senadores e servidores. Na quinta-feira, o Senado anunciou contingenciamento de R$ 25 milhões nas despesas médicas e odontológicas. Ou seja: o orçamento de 2009 deverá ficar em R$ 36 milhões. A área técnica do Senado está convicta de que o corte recairá integralmente sobre a saúde dos servidores. Os senadores continuarão com as despesas ilimitadas.

Técnicos começaram a fazer estudo para compensar o corte no orçamento deste ano no plano de saúde dos servidores. Uma das hipóteses é aumentar a contribuição dos funcionários. Atualmente, existem 262 servidores e funcionários comissionados em tratamento de câncer à custa do Senado. Diante do anúncio de contingenciamento, 18 famílias procuraram a direção do Senado nas últimas 24 horas para saber se serão atingidas com o corte de gastos.

O pagamento das despesas médicas de senadores, ex-senadores e dependentes é regulamentado pelo Ato nº 9, de 8 de junho de 1995. A norma prevê que o Senado arca com todas as despesas dos senadores, sem limites. Estabelece até o pagamento de cirurgias e tratamento médico no exterior. Tudo tem de ser autorizado pela Mesa Diretora, que raramente nega o pedido de gastos médicos.

O limite de R$ 32 mil de gastos anuais para ex-senadores, aliás, é frequentemente ignorado. É o caso, por exemplo, do ex-senador Reginaldo Duarte (PSDB-CE) - ele recebeu R$ 45.029,02 de ressarcimento em gastos médicos, em fevereiro deste ano.

Só o senador Fernando Collor de Melo (PTB-AL), (fotos)já colocou no plano de saúde vitalício familiar do senado, seus dois primos: o primeiro suplente, senador Euclydes Affonso de Mello Neto (PTB-AL) e a segunda suplente Ada Mercedes de Mello Marques Luz (PTB-AL), que assumem alternativamente nas ausências do primo ilustre. Euclydes já está garantido, Ada precisa de mais alguns meses de suplência, mas vai chegar lá, podem ter certeza.

Além dos senadores e ex-senadores, a regalia de atendimento médico vitalício também é estendida aos servidores que ocuparem o cargo de diretor-geral e secretário-geral da Mesa. Essa mordomia, criada em 2000, beneficia hoje Agaciel Maia, que deixou o cargo em março por não ter registrado em seu nome a casa onde mora, avaliada em R$ 5 milhões. Outro favorecido é Raimundo Carreiro, hoje ministro do Tribunal de Contas da União (TCU).
Esse mesmo senado aprovou, por emenda constitucional, os funcionários públicos já em gozo de aposentadoria a passarem a contribuir com 11% de taxa previdenciária. Quem mandou não ser senador?

Fonte: O Estado de São Paulo (26.04.09)

10 comentários:

Armando Bortolini disse...

Comentar o que?
Aposentadoria começa assim: pelo menos 35 anos de contribuição, média dos 80% maiores salários (que maravilha!), teto salarial, fator previdenciário.
Pronto lá se foi boa parte dos ganhos. Depois o aposentado terá que pagar um plano de saúde corrigido acima da inflação e a aposentadoria corrigida abaixo da inflaçao.
E os legisladores? Têm suas leis próprias. Seis meses de trabalho (trabalho?) e está tudo resolvido. Para eles né?
Brasília deveria mudar de nome: que tal Pasárgada? Ficaria mais adequado. Lembram-se?

Vou-me embora pra Pasárgada

Vou-me embora pra Pasárgada
Lá sou amigo do rei
Lá tenho a mulher que eu quero
Na cama que escolherei
Vou-me embora pra Pasárgada

Vou-me embora pra Pasárgada
Aqui eu não sou feliz
Lá a existência é uma aventura
De tal modo inconseqüente
Que Joana a Louca da Espanha
Rainha e falsa demente
Vem a ser contraparente
Da nora que nunca tive

E como farei ginástica
Andarei de bicicleta
Montarei em burro brabo
Subirei no pau-de-sebo
Tomarei banhos de mar!
E quando estiver cansado
Deito na beira do rio
Mando chamar a mãe-d`água
Pra me contar as histórias
Que no tempo de eu menino
Rosa vinha me contar
Vou-me embora pra Pasárgada

Em Pasárgada tem tudo
É outra civilização
Tem um processo seguro
De impedir a concepção
Tem telefone automático
Tem alcalóide à vontade
Tem prostitutas bonitas
Para a gente namorar

E quando eu estiver mais triste
Mas triste de não ter jeito
Quando de noite me der
Vontade de me matar
-Lá sou amigo do rei-
Terei a mulher que eu quero
Na cama que escolherei
Vou-me embora pra Pasárgada.

(Estrela da vida inteira, cit., p. 127-8.)

jonas disse...

Enquanto isto, a maioria dos trabalhadores brasileiros e suas famílias gemem nos corredores dos hospitais do SUS. E os que podem pagar um
plano de saúde, tem uma assistência médica sofrível, enquanto brigam com os respectivos
planos.

Anônimo disse...

Agradeço a imprensa de colocar o assunto "plano de saude" dos congressistas.Como disse o povo pode ser ignorante mas não é burro!
Alias pelo que eu soube a conta de um certo hospita (UTI) ´damãe de um ex-presidente atual senador com 2 primos na suplencia, nunca foi quitada...informe de medicos do proprio hospital.
Como somos iguais perate a lei acredito que os congressistas,executivo e judiciario de todas as esferas, de acodo com a Constituiçã, devemos acabar com essa falsa regalia e fazer com quetodos usem o SUS ou então paguem de seus salarios um plano de saude "melhorzinho",tenho quase certeza que os existentes farão um precinho
bem baxinho...

Ed disse...

O engraçado é que se isso fosse na europa, por exemplo, todos sairiam às ruas e fariam o maior estardalhaço até que se mudasse.. por isso nao existe(ou existe muito pouco) esse tipo de privilégio imoral, o povo brasileiro só reclama pras paredes e nao faz nada, fica em casa assistindo novela das 8, das 7, das 6 e big brother e fingindo que está tudo bem... uma tristeza....

Anônimo disse...

E nós professores, temos descontados na fonte, um imposto para pagar impostores, imorais e hipócritas.

Anônimo disse...

É UMA BAITA TETONA!!!!!!!!!
É PARA TANTO QUE NÓS OS "PALHAÇOS" PAGAMOS NOSSOS IMPOSTOS RELIGIONSAMENTE...

Anônimo disse...

As vezes ficamos envergonhados de ter um Brasil com representates dignos de seu próprios beneficios. É Brasil você é grande nas mãos dos pequenos e pequeno nas mãos dos grandes. Grandes esses que desfolam de sua autonomia de crescer e ser lider no mundo. Viveremos sempre em segundo mundo por contas dos nossos representantes.

Anônimo disse...

No Brasil a situação dos politicos já é caso de policia. Ganham uma fábula, votam seus proprios aumentos de rendimentos, vira e mexe recebem EXTRAS fabulosos...e quando isto vai parar de acontecer?

Anônimo disse...

falar mais o quê?
temos que agir, por isso que na maioria das vezes gosto do Iraque e dos paises que seguem o mesmo lema: ser homem-bomba é ter honra e respeito, eliminam sem medo, já pensaram o que levam eles a agirem assim politicamente falando?

Anônimo disse...

Bem, esses senhores deveriam estender essa benesse aos aposentados do INSS, assim certamente a recomposição dos beneficios não seriam tão urgentes e compensariam a "malvadeza e egoismo" do presidente LULA.

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