Ana Julia, não é Serra: ela vai para a jugular do Dantas
A governadora do Pará, Ana Júlia Carepa (PT), viajou a São Paulo para participar de uma solenidade da Associação Brasileira de Supermercados, na qual defendeu a venda de carne produzida por pecuaristas paraenses. O principal argumento dela é que o Pará é o único estado da Amazônia em que toda a carne produzida provém de criações de gado que respeitam as normas ambientais.
Em entrevista a Paulo Henrique Amorim, a governadora explicou o acordo que ocorreu no Pará para adaptar à produção pecuária à sustentabilidadade. “Ocorreram inúmeras reuniões entre produtores, trabalhadores, associações empresariais, o governo estadual e o Ministério Público Federal”, disse. Desses encontros foi formalizado um Termo de Ajuste de Conduta, do Ministério Público Federal, que envolve toda a cadeia produtiva da carne, além do governo paraense.
O cumprimento do Termo, segundo Ana Júlia, dá garantia de que o produto tenha qualidade sanitária internacional – livre da febre aftosa – e de que também não utilize pastagens de áreas desmatadas. “Isso permitiu que transformássemos o limão em uma limonada. Uma situação de quase conflito acabou se tornando um diferencial competitivo”, afirmou a governadora.
Em tempo: na camada geológica imediatamente inferior à decisão da corajosa governadora do Pará, está o passador de bola apanhado no ato de passar bola, Daniel Dantas. As terras de Daniel Dantas no Pará são terras aforadas, ou seja, terras que pertencem ao Estado do Pará. Enquanto Daniel Dantas e seu fiel escudeiro Carlinhos Rodenburg não regularizarem as terras do Pará, não poderão vender carne, inclusive, porque desmatam a área. Como desmatam a área foram advertidos pela governadora e Carlinhos Rodenburg teve com ela uma audiência, a pedido de José Eduardo Greenhalg, o “Gomes” da Satiagraha. Segundo reportagem de Leandro Fortes, da Carta Capital, Ana Júlia não sabia que Greenhalgh ia tratar desse assunto nem que ia levar Rodenburg na bagagem.
Em tempo 2: por causa da então senadora Ana Júlia e da Senadora Ideli Salvati, na CPI do assim chamado mensalão, foi possível a procuradora Anamara Osório conseguir abrir o disco rígido do banco Opportunity . Como se sabe, a ministra Ellen Gracie, do STF, não deixava abrir o disco rígido com o interessante argumento de que Daniel Dantas não é Daniel Dantas, mas Daniel Dantas. Por causa disso, a governadora Ana Júlia Carepa tem merecido do PiG (*) uma cobertura parcial e furiosa. O PiG considera Daniel Dantas “brilhante” – clique aqui para ver o vídeo em que o Farol de Alexandria chama Dantas de brilhante.
Produção de aço laminado no PA terá escoamento através de obras do PAC
A governadora Ana Júlia Carepa também abordou na entrevista a construção de uma nova usina siderúrgica em seu estado. Ele contou a Paulo Henrique Amorim que o investimento total será de R$ 5 bilhões na usina, que deverá produzir aços laminados. “Agregar valor ao minério é um sonho do povo paraense, porque nós não queremos mais ser apenas exportadores de matéria-prima, ou matéria semi-elaborada”, pontuou a governadora.
Segundo Ana Júlia, o aço será produzido em Marabá, no interior do estado. De lá, o escoamento, por via fluvial, será possível graças às obras de infra-estrutura do PAC (Plano de Aceleração do Crescimento), que o governo federal mantém na região: eclusa de Tucuruí, Hidrovia Araguaia-Tocantins e os portos de Marabá e Vila do Conde.
A governadora ressaltou que o a construção da siderúrgica é um empreendimento da Vale, que visa utilizar o abundante minério de ferro paraense em aço. “Nós vamos ver o que vai ser o Pará de antes e o Pará de depois da siderúrgica”, disse Ana Júlia, ao ressaltar a expectativa de crescimento econômico que o projeto vai gerar.
Ouça a íntegra da entrevista com a governadora do Pará, Ana Julia Carepa
(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.
4 comentários:
Caro Val,
no que se refere ao gado hoje produzido apenas em áreas sem devastação ambiental, não houve nenhum ato administrativo, heróico ou fiscalizatório do governo do estado.
A ação foi movida pelo Ministério Público Federal que, inicialmente, pregou solitário no deserto. O termo de Ajustamento de Conduta que a Governadora faz parecer que foi ato do Governo do Estado, também foi do MPF.
Abração
Os produtores sabem muito bem a particiapação do governo estadual nesse processo Bia.
Aliás, um Governo inesquecível para o setor.
Os produtores sabem muito bem a particiapação do governo estadual nesse processo Bia.
Aliás, um Governo inesquecível para o setor.
Pelo menos ela já terá um ocupação quando deixar o governo em 2010: açougueira, ou, quem sabe, pecuarista. São cargos melhores do que governar um estado do tamanho do Pará sem nenhum preparo.
Postar um comentário