O Globo
Palácio condiciona aumento a desistência de outros pleitos; centrais recusam
BRASÍLIA. O governo Lula e representantes das centrais sindicais e dos aposentados não chegaram ontem a um acordo sobre um minipacote previdenciário que garanta um aumento real para as aposentadorias com valores acima do salário mínimo e uma proposta alternativa ao fator previdenciário. O impasse ocorreu porque o Palácio do Planalto exigiu dos sindicalistas que, em troca do reajuste, os aposentados desistissem de outros benefícios previstos em quatro projetos que tramitam no Congresso. Os sindicalistas, segundo participantes do encontro, disseram que não poderiam se comprometer com isso.
Na próxima terça-feira haverá nova reunião para se tentar o acordo. O governo só formalizará o aumento de até 7% — com ganho real (acima da inflação) de 3% — para benefícios acima do piso previdenciário, se houver o compromisso dos sindicalista de que eles desistirão de outras propostas que aumentam o déficit da Previdência.
No encontro, o ministro da Secretaria Geral da Presidência, Luiz Dulci, garantiu que a disposição do presidente Lula é de conceder a todos os aposentados reajuste acima da inflação, mas é preciso acordo.
Representantes de aposentados e pensionistas disseram que tinham dificuldade de desistir, principalmente, da proposta que prevê a recomposição dos benefícios, que é o projeto 4.434, de 2008. Eles também teriam que abrir mão de tentar derrubar o veto presidencial à extensão a todos os benefícios de um reajuste dado em 2006 ao salário mínimo.
— Os projetos já foram aprovados no Senado e estão na Câmara. Vamos pressionar para aprová-los. Quem tem que ter pressa é o governo — disse o presidente da CUT, Artur Henriques, afirmando que o governo nem apresentou um índice formal de reajuste das aposentadorias.
Sindicalistas ficaram irritados e surpresos Irritados com o desfecho da reunião de ontem, os sindicalistas se reuniram com o senador Paulo Paim (PT-RS).
— O governo quer a garantia do pacote, mas não apresentou nada. Como fechar acordo dessa maneira? — reagiu o presidente da Confederação Brasileira dos Aposentados (Cobap), Warley Gonzalles, acrescentando que ficou surpreso com o resultado do encontro.
Segundo participantes da reunião, o governo confirmou já ter chegado a um índice, definido pelo Ministério da Previdência e pela equipe econômica, que daria um aumento real de cerca de 3% para benefícios acima do piso.
Participaram do encontro, além de Dulci, Henriques e Gonzalles, o ministro José Pimentel (Previdência) e o presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva
4 comentários:
NÃO, NÃO E NÃO, o Governo quer nos enganar.
desistir dos projetos já aprovados no Senado é como por fogo na plantação na hora da coleita.
Governo espertinho né?.
Antonio Carlos dos Santos
Muito esperto Antonio.
É hora de reisistir e contra essa injustiça.
ESte governo não tem sensibilidade com aqueles que pagaram mais de 35 anos, fora os anos que trabalharam sem registro na carteira, na informalidade, pois a situação na época nos obrigava, para complementar a sobrevivência das n/s famílias. Então vem agora este governo insensato, dizer que não tem dinheiro e que aposentamos novos. Porque meus Deus, falam tanto em igualdade neste Brasil, mas só no papel. Os parlamantares com pouco tempo e independente de suas idades, recebam suas poupudas aposentadorias, e nós mesmo pagando caríssimos, aos longos de nossas vidas, todos acima dos 53 a nos, sendo confiscado c/ este famigerado fator previdenciário. Sinto tristeza só de imaginar. Tantos descasos, por parte de um homem que veio da classe trabalhadora. Depois destas coisas, vamos acreditar em mais quem? Um homem que lá no passado falou, tanto s/ os trabalhadores, que resolveria estes problemas caso fosse eleito. Muita tristeza!!!
Foi a proposta mais indecente que os aposentados poderiam ouvir. Isto é uma indignidade. Nós não estamos pedindo nada, nem esmola. O que queremos é a recomposição daquilo que descaradamente nos tiraram. A COBAP, como representante dos aposentados e pensionistas não deve, em hipótese alguma, aceitar qualquer acordo com esse desgoverno. Os Projetos levaram anos para chegarem onde chegaram. Já foram aprovados por unanimidade pelo Senado Federal, agora, só depende de votação na Câmara e esse desgoverno quer que desistamos dessa grande conquista? Vamos à luta. A Câmara tem que votar. Se for a nosso favor, que deixe o ônus para o Presidente Lula VETAR e dar o atestado de inimigo público número 1 dos aposentados e pensionistas.
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