MST invade e depreda fazendas no Pará

O Globo

Wagner Gomes

Administração de propriedade de Dantas diz que houve vandalismo, destruição de currais e agressão a funcionários

Integrantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) invadiram na madrugada de ontem a sede da Fazenda Maria Bonita, que pertence à Agropecuária Santa Bárbara, do banqueiro Daniel Dantas, em Eldorado dos Carajás, no Pará.

Em nota, a assessoria da Santa Bárbara informou que os sem-terra, que desde julho do ano passado ocupam outra parte da fazenda, teriam queimado tratores, destruído currais e agredido funcionários.

O MST confirmou a invasão da sede da fazenda e o clima tenso, mas negou vandalismo.

Disse que a medida é uma ação contra o patrulhamento armado supostamente usado pelo dono da fazenda. A Secretária de Segurança Pública do estado informou que está apurando os fatos. Policiais da Delegacia de Conflitos Agrários foram ao local e não haviam retornado ontem à noite.

— Invadimos a sede da fazenda para paralisar as atividades, mas foi uma ação pacífica, sem confusão e vandalismo. Obviamente houve um clima tenso, já que os funcionários foram impedidos de sair para trabalhar por um período — disse Maria Raimunda César dos Santos, da coordenação nacional do MST.

Os sem-terra também fizeram um ato na entrada da fazenda e na Curva do S, onde 19 trabalhadores rurais foram assassinados em 17 de abril de 1996. Segundo o governo do Pará, a estrada foi bloqueada e houve congestionamento.

O MST também invadiu a sede do Incra em Tucuruí, no sudeste paraense.

MST afirma que milícias ameaçam agricultores

Maria Raimunda diz que as ocupações são o início de uma jornada de lutas pelo assentam entodas 2.000 famílias acampadas no estado e por obras de infraestrutura nos assentamentos antigos: — A retomada das terras griladas está parada e os latifundiários estão utilizando milícias armadas para intimidar as famílias de sem-terra.

De acordo com o MST, mais de 300 famílias estão na Curva do S e lá devem permanecer até pelo menos o fim da semana que vem. Os sem-terra afirmam que, na semana passada, quatro pessoas foram sequestradas por milícias armadas.

Nos últimos meses, mais de 18 trabalhadores rurais teriam sido baleados por esses grupos, segundo o MST. A Agropecuária Santa Bárbara diz que o MST já matou 654 cabeças de gado. De acordo com a Santa Bárbara, nos três últimos meses, foram registrados 18 focos de incêndios nas propriedades invadidas pelo MST.

A Fazenda Rio Vermelho, no Sul do Pará, também foi invadida ontem. Segundo os proprietários, a invasão foi feita pelo MST, mas o movimento confirma apenas que fez uma manifestação na frente da fazenda. A Secretaria de Segurança Pública do estado disse que a ação foi realizada por dissidentes do MST. De acordo com a secretaria, os invasores estão sendo identificados e serão presos.

Rádio do capataz foi tomado por invasores

Segundo o pecuarista Roque Quagliato, proprietário da Fazenda Rio Vermelho, cem pessoas encapuzadas chegaram na madrugada de quarta-feira à propriedade na caçamba de um caminhão, com armas de fogo, foices e bandeiras do MST. Quagliato disse que o grupo ficou três horas na fazenda e destruiu tudo o que encontrou pela frente.

Segundo ele, as vítimas não puderam pedir socorro porque o radio do capataz foi confiscado pelos invasores.

— Sete casas de empregados da fazenda foram depredadas.

Arrancaram as janelas, destruíram móveis e eletrodomésticos, quebraram banheiros e cozinhas, depois de jogar no chão até mesmo os mantimentos da dispensa. As pessoas estavam dormindo e tiveram de sair — afirma o fazendeiro.

Para a presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), senadora Kátia Abreu (DEM-TO), as invasões e o bloqueio da rodovia são incompatíveis com o regime democrático.

— Não é possível tolerar este tipo de ilegalidade. A sociedade exige que o governo federal e os governos estaduais tomem medidas contra essas jornadas de terror, que afrontam as leis.

Comentários

Anônimo disse…
Onde está a Justiça?? Até onde nossos governantes deixarão estes marginais soltos? Não pensei viver pra ver tamanho desrespeito ás autoridades do Brasil.
Cuidado.. os senhores estão deixando a cobra se criar.
Thiago disse…
Não houve vandalismo? então vejamos as fotos da invasão pacífica, boazinha, humilde, extremamente "paz e amor" - http://blogdobacana-marcelomarques.blogspot.com/

Sra Maria do MST, antes de falar ou divulgar suas mentiras certifique-se que ninguém registrou seus atos insanos.
Anônimo disse…
A situação do MST é clara, existem um grande contigente de pessoas que não querem terras para trabalhar, estão nesta para ganhar terras de graça e venderem depois. O Governo da alimentação e mantêm um grupo de pessoas que possuem casas na cidade; e pior não saber plantar um hortinha que seja. Enfim, primeiro é preciso separar os bandidos do meio dos que precisam de terras,após é necessário um comportamento sério do governo em localizar as terras que só servem de especulação. São dois lados em confronto que têm razões e ilegalidades a serem eliminadas. Sou absolutamente contra as invasões, é pior ainda de destruição de propriedade alheia, que o judiciário puna os culpados; mas não vivo em mundo de sonhos: não existirá reforma agrária se não houver atuação de um movimento legítimo e sério. Terra para as pessoas corretas e punição para os crimonosos, dois dois lados.
Quaresma disse…
Que justiça, amigo leitor? O Judiciário brasileiro já deu mostras de ter se vendido ao Governo Federal. E, como o MST faz parte da cambada de pilantras vinculados ao PT, vão fazer o que contra o patrão deles Lula? Deveriam ter dado mostras de transparência desde o julgamento do mensalão e todos viram o que aconteceu. Teremos de aguentar até o fim deste pior governo que o Brasil já conheceu em sua história e ver o que vem por aí.
Anônimo disse…
Resumindo - MSTerroristas.
alfredopam disse…
Alfredopam escreveu: é lamentável que coisas assim aconteçam em nosso país. Mas quando o próprio Senado da República age de forma tão estranha, tentando discutir decisões do Supremo, porque estranhar fatos que, respeitado o seu nível, são muito semelhantes.
Anônimo disse…
Não dúvidode nada que dizem, falam, comentam sobre o MST. Quando fui para O Mato Grosso, a alguns anos os vi em ação. É só vendo para acredita. São animais, violentos, traiçoeiros e usam crianças e mulheres como arma de defesa. O MST não é movimento social é um movimento paramilitar.
Lula defende o MST por ser extensão do PT e de usar os "serviços" quando precisa intimidar parlamentares e população.
Agora vamos o que um presidente, um verdadeiro, deveria estar fazendo e projetando para o Brasil.
Abaixo comentário de um empresário que visitou o Japão, que aliás, já passou por guerras e está em franco desenvolvimento, enquanto o Brasil????
O Japão visto por um gaúcho
O gerente de qualidade da Marelli, esteve no Japão para atualizar conceitos, métodos e técnicas de gestão. Mas chamaram a atenção dele outros aspectos da vida como a educação, a cordialidade e o respeito, a cultura de serviço, que funciona dentro e fora das empresas e inclusive no setor público. Destaque ainda para o alto grau de exigência em todas as ações. Cuidado com o meio ambiente expressa em ações de sustentabilidade nos negócios. Visão preventiva, não sujar para não precisar limpar, fazer o certo na primeira vez. A busca de soluções simples e baratas e o planejamento com resultado efetivo. O Japão tem uma área 23 vezes menor que a do Brasil e um PIB sete vezes maior.

Bem, dá para ver o descompromisso com a nação de nossos parlamentares.

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