Leonardo PradoA bancada do Distrito Federal na Câmara dos Deputados pediu ontem uma investigação sobre a denúncia de caixa dois envolvendo a colega Jaqueline Roriz (PMN), mas evitou defender a cassação do mandato dela. Seis dos oito integrantes da bancada — faltaram Ronaldo Fonseca e a própria Jaqueline — se encontraram à tarde, na sala de reuniões da Mesa Diretora da Casa, para discutir o assunto. Os políticos devem divulgar hoje uma carta contendo o discurso combinado, que não trará novidades. Além da apuração do caso no Conselho de Ética da Câmara, independentemente da época em que ocorreu a gravação do vídeo, eles incentivarão o Judiciário a pressionar Durval para divulgar todas as eventuais informações da Caixa de Pandora.
Os deputados Érika Kokay, Roberto Policarpo, ambos do PT, José Antônio Reguffe e o senador Cristovam Buarque, que pertencem ao PDT, mobilizaram os colegas para acertar uma posição unânime, que será levada ao presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS). Ronaldo Fonseca (PR) justificou a ausência com a morte do pai, ocorrida no último domingo. A bancada do DF solicitará a Maia agilidade na instauração do Conselho de Ética, bem como manifestará apoio às críticas feitas pelo presidente da Casa ao benefício da delação premiada concedido a Durval Barbosa.
Gravidade
Érika Kokay afirmou que os fatos envolvendo Jaqueline são de “profunda gravidade” e merecem uma rigorosa apuração, independentemente da temporalidade. “As denúncias são de uma gravidade imensa, se tivessem sido publicitadas à época, a deputada não teria o mandato”, disse. Questionada sobre a possível cassação do mandato da colega, a petista não avançou. “A bancada do DF deliberou sobre a necessidade de uma profunda investigação. Obviamente se o processo se der na imparcialidade que exige o Estado de Direito e da profundidade que exige a própria sociedade, nós teremos um resultado justo. Nós defendemos a apuração”, ponderou.
Para Reguffe, o atual Código de Ética e Decoro Parlamentar da Casa é um obstáculo regimental para se investigar condutas suspeitas antes do mandato. “Esse Código é a indústria da impunidade”, criticou o parlamentar.
Fonte: CB.
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