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CNBB tem dificuldade em proibir
A dificuldade da CNBB em inibir a participação de padres em eleições ocorre porque parte dos bispos não são contra clérigos assumirem mandatos. Um exemplo é o ex-presidente da CNBB, dom Luciano Mendes de Almeida, morto em 2006. Apesar de toda a vontade política, o vice-presidente da ANPB afirma não ter um levantamento sobre o número de padres que deverão se candidatar em outubro. A associação tem cerca de 1,4 mil filiados em todo o país. “Ainda estamos vendo. Minas é um estado que surpreendeu, por exemplo. Para mim, era um estado tradicional, mas vemos aí sete municípios com prefeitos padres”, diz.
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Padres na política - CNBB é contra e diz que vai punir
Na prática todo fiel sabe que o pároco local faz desbragada campanha política nos sermões. O posicionamento do arcebispo é a mais nova investida da Igreja Católica contra candidatos padres.
Em 2001, a cúpula da CNBB, em Brasília, publicou o Documento 67 que, com base no Código de Direito Canônico, de 1983, pregava contra a participação de sacerdotes da religião nas eleições. Um dos trechos afirmava que “os clérigos são proibidos de assumir cargos públicos que implicam participação no poder civil”. A publicação afirmava ainda haver restrições quanto à atuação político-partidária dos padres e que a filiação a legendas estava condicionada “a juízo da competente autoridade eclesiástica” (bispos e arcebispos) desde que para defesa dos direitos da Igreja ou para promoção do bem comum.
Pressão
O texto tinha em vista o pleito de 2002, quando foram eleitos deputados estaduais, federais, senadores, governadores e presidente da República. Dois anos depois, a CNBB editou nova publicação contrária à participação dos padres na política, desta vez, para as eleições municipais de 2004. A pressão não impediu que sete padres fossem eleitos prefeitos somente em Minas Gerais: venceram em Ouro Branco e Rio Manso (região central), Bom Jesus do Galho (Vale do Rio Doce), Manhumirim e Guiricema (Zona da Mata) São Francisco (norte) e Bonfinópolis de Minas (região noroeste do estado). “Uma coisa é o que a Igreja tem que declarar oficialmente. Outra é a posição individualizada de cada padre”, afirma o sacerdote Alívio Bervian.
O vice-presidente da ANPB já prepara a argumentação para rebater o posicionamento da Regional Leste da CNBB. “Vamos questionar os bispos , dizendo que não podem agir dessa forma. O padre, além de cristão, é cidadão. Aqueles que criticam os clérigos na política deveriam ser contra também os sacerdotes católicos professores e fazendeiros, já que estão se beneficiando pessoalmente (recebendo salários e retirando lucros dos negócios) e não estão colaborando tanto com a sociedade.”
Segundo ele, o ideal é que os padres não consultem a CNBB para se lançarem candidatos. “Se perguntar, recebe um não. Então, é melhor seguir a consciência, a convicção”, diz. Ordenado há 25 anos, Alívio, de 60 anos, é um antigo conhecido da CNBB para assuntos polêmicos. “Um dia, comentei com o bispo que iria a um encontro de padres casados. A resposta foi que ele iria me repreender. Afirmei que não queria licença para participar, mas que já estava indo para a reunião”, diz o clérigo, que não é casado. Alívio afirma não se lembrar do nome do bispo, mas ressalta que foi ameaçado de retaliação, que nunca ocorreu.
Em 2001, a cúpula da CNBB, em Brasília, publicou o Documento 67 que, com base no Código de Direito Canônico, de 1983, pregava contra a participação de sacerdotes da religião nas eleições. Um dos trechos afirmava que “os clérigos são proibidos de assumir cargos públicos que implicam participação no poder civil”. A publicação afirmava ainda haver restrições quanto à atuação político-partidária dos padres e que a filiação a legendas estava condicionada “a juízo da competente autoridade eclesiástica” (bispos e arcebispos) desde que para defesa dos direitos da Igreja ou para promoção do bem comum.
Pressão
O texto tinha em vista o pleito de 2002, quando foram eleitos deputados estaduais, federais, senadores, governadores e presidente da República. Dois anos depois, a CNBB editou nova publicação contrária à participação dos padres na política, desta vez, para as eleições municipais de 2004. A pressão não impediu que sete padres fossem eleitos prefeitos somente em Minas Gerais: venceram em Ouro Branco e Rio Manso (região central), Bom Jesus do Galho (Vale do Rio Doce), Manhumirim e Guiricema (Zona da Mata) São Francisco (norte) e Bonfinópolis de Minas (região noroeste do estado). “Uma coisa é o que a Igreja tem que declarar oficialmente. Outra é a posição individualizada de cada padre”, afirma o sacerdote Alívio Bervian.
O vice-presidente da ANPB já prepara a argumentação para rebater o posicionamento da Regional Leste da CNBB. “Vamos questionar os bispos , dizendo que não podem agir dessa forma. O padre, além de cristão, é cidadão. Aqueles que criticam os clérigos na política deveriam ser contra também os sacerdotes católicos professores e fazendeiros, já que estão se beneficiando pessoalmente (recebendo salários e retirando lucros dos negócios) e não estão colaborando tanto com a sociedade.”
Segundo ele, o ideal é que os padres não consultem a CNBB para se lançarem candidatos. “Se perguntar, recebe um não. Então, é melhor seguir a consciência, a convicção”, diz. Ordenado há 25 anos, Alívio, de 60 anos, é um antigo conhecido da CNBB para assuntos polêmicos. “Um dia, comentei com o bispo que iria a um encontro de padres casados. A resposta foi que ele iria me repreender. Afirmei que não queria licença para participar, mas que já estava indo para a reunião”, diz o clérigo, que não é casado. Alívio afirma não se lembrar do nome do bispo, mas ressalta que foi ameaçado de retaliação, que nunca ocorreu.
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