COPA DE 2014
Confirmada ontem como uma das sedes do Mundial, Brasília entra agora na fase de obras, com um projeto de R$ 3 bilhões, para ter o direito de sediar a partida de abertura da competição
DISTRITO FEDERAL
População: 2.557.614 habitantes
Estádio Nacional de Brasília Capacidade: 71mil pessoas
Situação: construído em 1974, será ampliado, com previsão de entrega para 2012
Nassau — A Federação Internacional de Futebol (Fifa) anunciou ontem, sem surpresas, as 12 cidades brasileiras que receberão os jogos da Copa do Mundo de 2014. Como antecipado desde ontem, São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte (Sudeste); Porto Alegre e Curitiba (Sul); Brasília e Cuiabá (Centro-Oeste); Salvador, Recife, Fortaleza e Natal (Nordeste) e Manaus (Norte) eram apontadas como favoritas entre as 17 candidatas. Originalmente, deveriam ser apenas 10 sedes, mas foi atendido pedido do presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ricardo Teixeira, e do governo brasileiro. O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, recebeu os agradecimentos do presidente da Fifa, Joseph Blatter, pelo apoio à organização do Mundial.
“Ter 10 sedes era a proposta da Fifa, mas a intervenção de Teixeira e o interesse do país nos fizeram chegar a 12”, admitiu Blatter durante o anúncio, em congresso da entidade em Nassau, nas Bahamas. O presidente de honra da Fifa, João Havelange, que ficou no comando de 1974 a 1998, esteve presente.
O secretário-geral, Jerome Valcke, disse que a escolha obedeceu critérios técnicos, com base nas visitas feitas por técnicos da entidade no começo do ano, além dos projetos entregues pelas cidades. Blatter admitiu, depois, que a escolha mais difícil foi a da Amazônia — Manaus foi escolhida em detrimento de Belém e Rio Branco. Florianópolis, Goiânia e Campo Grande também ficaram de fora.
Ricardo Teixeira aproveitou o evento para mandar um recado às cidades escolhidas. “O trabalho começa agora, e é preciso estar à altura desse grande privilégio.”
Brasília
O projeto da capital da República prevê mais de R$ 3 bilhões de investimento em obras. Os três principais projetos já estão com estudos técnicos concluídos e em fase preparatória da contratação — reforma do Estádio Mané Garrincha (R$ 600 milhões), que passará a se chamar Estádio Nacional; ampliação do aeroporto (R$ 500 milhões), licitada pelo governo federal, e o sistema VLT (veículo leve sobre trilhos), estimado em R$ 1 bilhão.
Com capacidade atual para 42 mil pessoas, o Mané Garrincha acomodará 71 mil pessoas, o que o habilitaria a receber os jogos de abertura ou de encerramento — Brasília briga com São Paulo pelo jogo inaugural, mas Belo Horizonte também tem chances. As obras devem começar em setembro, e a inauguração está prevista para dezembro de 2012. O estádio terá cobertura em estrutura metálica e membrana tensionada entre os cabos de aço da estrutura principal. A pista de atletismo será rebaixada em quatro metros para permitir perfeita visibilidade do campo nas arquibancadas superior e intermediária. A área da geral será demolida e em seu lugar será construída uma arquibancada inferior, mais próxima ao campo e com o dobro da capacidade atual.
O projeto prevê ainda três subsolos, com estacionamentos privativos, além de quatro vestiários para jogadores, dois para árbitros, dois para gandulas, uma central médica, uma sala de exames antidoping e áreas de apoio.
Até a Copa, deve estar concluído o novo sistema viário da cidade. Com a integração entre ônibus, metrô e VLT, poderão ser transportados 120 mil passageiros ao dia. Licitado em maio de 2008, o projeto teve as obras iniciadas em março deste ano e deve custar cerca de R$ 2 bilhões até a conclusão, em 2010. Com a ampliação, o aeroporto também terá a capacidade aumentada de 12 mil para 19 mil passageiros ao ano.