Em razão de uma série de atropelos que fugiram do planejamento da organização do evento, o blog não teve tempo de obter a segurança necessária para garantir a integridade do equipamento que permitiria filmar e fotografar o monumental evento que abriu a comemoração da Semana da Pátria no início desta noite na capital da República brasileira.
Trata-se de um detalhe que o evento ressentiu-se. Não havia um plano que pudesse superar a falta de condição da demanda maior que a oferta oferecida aos espaços seguros para a imprenssa. O ineditismo a que se propôs os responsáveis por sua organização sucumbiram, visto que superou a expectativa que permeia iniciativas dessa natureza, causa do efeito desassombrado de oferecer ao povo cultura de alta qualidade, a qual aplaudo.
Foi uma experiência de agradável surpresa testemunhar a novidade de que é possível, gratuitamente, pela primeira vez no mundo e ao ar livre, a exibição de uma da mais emocionantes árias de ópera jamais composta pela genialidade humana: "Carmen", de autoria do imortal Georges Alexandre César Léopold Bizet.
Lamentamos o fato e tentaremos na próxima, que há de aconter, proporcionar aos visitantes deste diário o registro pessoal do evento, dado o pleno sucesso do espetáculo.
É muito prazeroso falar de Ópera. Aprendi com meu sábio e amado pai, educar a alma ouvindo óperas.
"Camen" é paixão, está-lhe no sangue! CARMENA é a última ópera composta por Bizet, celebra e eterniza a relação fatídica entre a sensual e voluntariosa cigana protagonista e Don José, um pacato sargento cujos códigos morais serão perturbados por uma avassaladora e incontrolável paixão. Carmen, a personagem dominante, encarna o paradigma da liberdade individual sem concessões e sem limites, o arquétipo da mulher independente e confiante da sua beleza e poder de atração, impulsionada pelo desejo de viver apenas de acordo com a sua vontade e as suas próprias leis. À saída da fábrica de tabaco em Sevilha, local onde trabalha, Carmen, admirada e cobiçada por muitos decide dedicar a sua atenção a um reservado Don José que, apesar de acreditar estar enamorado e projetar casar com Micaela, uma jovem e virtuosa órfã criada pela sua mãe, não fica indiferente às insinuações da cigana. Chamado a prender Carmen, durante uma rixa entre colegas, Don José acaba por ceder aos encantos daquela mulher provocadora e exuberante e permite que esta se liberte em troca de uma promessa de amor. A evasão de Carmen leva a que o sargento acabe por ser preso, mas, assim que libertado, vai ao encontro da sua amada, e é para orgulhosamente preservar o alvo do seu desejo que acaba por se confrontar com o oficial Zuniga. Sem alternativas, o sargento abandona a carreira para seguir Carmen. O amor possessivo de Don José e os conflitos morais que esta paixão desencadeia provocam o gradual desinteresse de Carmen que o incita a partir e a acompanhar Micaela quando esta surge para lhe comunicar que a sua mãe estava a morrer. O afastamento de Don José possibilita a oportunidade de Escamillo, um triunfante toureiro, conquistar o coração de Carmen e é na sua companhia que regressa a Sevilha, local onde reencontra Don José. Sem receio de enfrentar o desespero e as súplicas deste, Cármen, desafia o destino e assume o novo amante. Don José apunhala mortalmente a cigana e sobre o seu corpo inerte é um homem destruído aquele que confessa o crime e declara o amor sentido pela sua “adorada Carmen”.
Jogos de sedução, conflitos e dilemas morais, paixão e liberdade, festa e tragédia desenham-se sobre uma trama de ambientes com um exótico "sabor" espanhol a colorir a sutil elegância de uma musicalidade francesa expressa pela prodigiosa orquestração de Georges Bizet.
Desde sempre, esta ópera tem conseguido conquistar indefectíveis gerações de admiradores. A oportunidade de vê-la ao vivo tornou-se um convite irrecusável…
Nota do blog: Não posso deixar de pesquisar em busca de meu auto-conhecimento. Apenas, mas não somente, os estudiosos da psicologia humana tentam explicar a cascata de lágrimas de emoção que arrebatam este poster ao ouvir, ver e sentir uma Ária de Ópera.
Arrisco um de outros vários palpites: É porque amo a mulher e as perdôo sob qualquer condição.
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Ópera: Carmen, de Georges Bizet ao ar livre no Brasil
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