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Ciente da popularidade do mito, Veja tenta ridicularizar Che Guevara

A palhaçada é capa da semestral dessa semana e fala pelos cotovelos, com muita inveja, claro, de uma das mais extraordinárias figuras nascida na América Latina.
Pode esperar que amanhã os comuistas do PC do B vão baixar a porrada na revista.
Leiam.

Che


Há quarenta anos morria o homem e nascia a farsa

"Não disparem. Sou Che. Valho mais vivo do que morto." Há quarenta anos, no dia 8 de outubro de 1967, essa frase foi gritada por um guerrilheiro maltrapilho e sujo metido em uma grota nos confins da Bolívia. Nunca mais foi lembrada. Seu esquecimento deve-se ao fato de que o pedido de misericórdia, o apelo desesperado pela própria vida e o reconhecimento sem disfarce da derrota não combinam com a aura mitológica criada em torno de tudo o que se refere à vida e à morte de Ernesto Guevara Lynch de la Serna, argentino de Rosário, o Che, que antes, para os companheiros, era apenas "el chancho", o porco, porque não gostava de banho e "tinha cheiro de rim fervido".


Diogo Schelp e Duda Teixeira

Foto Antonio Nunez Jimenez/AFP
ÀS VÉSPERAS DO GOLPE
Che em Caballete de Casas, em Cuba, em 1958: exceto na revolução cubana, sua vida foi uma seqüência de fracassos. Como guerrilheiro, foi derrotado no Congo e na Bolívia

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Essa é a realidade esquecida. No mito, sempre lembrado, ecoam as palavras ditas ao tenente boliviano Mário Terán, encarregado de sua execução, e que parecia hesitar em apertar o gatilho: "Você vai matar um homem". Essas, sim, servem de corolário perfeito a um guerreiro disposto ao sacrifício em nome de ideais que valem mais que a própria vida. Ambas as frases foram relatadas por várias testemunhas e meticulosamente anotadas pelo capitão Gary Prado Salmón, do Exército boliviano, responsável pela captura de Che. Provenientes das mesmas fontes, merecem, portanto, idêntica credibilidade. O esquecimento de uma frase e a perpetuação da outra resumem o sucesso da máquina de propaganda marxista na elaboração de seu maior e até então intocado mito. Che tem um apelo que beira a lenda entre os jovens dos cinco continentes. Como homem de carne e osso, com suas fraquezas, sua maníaca necessidade de matar pessoas, sua crença inabalável na violência política e a busca incessante da morte gloriosa, foi um ser desprezível. "Ele era adepto do totalitarismo até o último pêlo do corpo", escreveu sobre ele o jornalista francês Régis Debray, que por alguns meses conviveu com Che na Bolívia.

Por suas convicções ideológicas, Che tem seu lugar assegurado na mesma lata de lixo onde a história já arremessou há tempos outros teóricos e práticos do comunismo, como Lenin, Stalin, Trotsky, Mao e Fidel Castro. Entre a captura e a execução de Che na Bolívia, passaram-se 24 horas. Nesse período, o governo boliviano e os americanos da CIA que ajudaram na operação decidiram entre si o destino de Guevara. Execução sumária? Não para os padrões de Che. Centenas de homens que ele fuzilou em Cuba tiveram sua sorte selada em ritos sumários cujas deliberações muitas vezes não passavam de dez minutos.

VEJA conversou com historiadores, biógrafos, antigos companheiros de Che na guerrilha e no governo cubano na tentativa de entender como o rosto de um apologista da violência, voluntarioso e autoritário, foi parar no biquíni de Gisele Bündchen, no braço de Maradona, na barriga de Mike Tyson, em pôsteres e camisetas. Seu retrato clássico – feito pelo fotógrafo cubano Alberto Korda em 1960 – é a fotografia mais reproduzida de todos os tempos. O mito é particularmente enganoso por se sustentar no avesso do que o homem foi, pensou e realizou durante sua existência. Incapaz de compreender a vida em uma sociedade aberta e sempre disposto a eliminar a tiros os adversários – mesmo os que vestiam a mesma farda que ele –, Che é, paradoxalmente, visto como um símbolo da luta pela liberdade. Guevara é responsável direto pela morte de 49 jovens inexperientes recrutas que faziam o serviço militar obrigatório na Bolívia. Eles foram mobilizados para defender a soberania de sua pátria e expulsar os invasores cubanos, sob cujo fogo pereceram. Tendo ajudado a estabelecer um sistema de penúria em Cuba, Che agora é apresentado como um símbolo de justiça social. Politicamente dogmático, aferrado com unhas e dentes à rigidez do marxismo-leninismo em sua vertente mais totalitária, passa por livre-pensador.

O regime policialesco de Fidel Castro não permite que aqueles que conviveram com Che e permanecem em Cuba possam ir além da cinzenta ladainha oficial. Por isso, apesar do rancor que pode apimentar suas lembranças, os exilados cubanos são vozes de maior credibilidade. O movimento que derrubou o ditador Fulgencio Batista, em 1959, não foi uma ação de comunistas, como pretende Fidel Castro. Boa parte da liderança revolucionária e dos comandantes guerrilheiros tinha por objetivo a instauração da democracia em Cuba. Mas foi surpreendida por um golpe comunista dentro da revolução. Acabaram presos, fuzilados ou deportados. Desde o início, Che representou a linha dura pró-soviética, ao lado do irmão de Fidel, Raul Castro. Na versão mitológica, Che era dono de um talento militar excepcional. Seus ex-companheiros, no entanto, lembram-se dele como um comandante imprudente, irascível, rápido em ordenar execuções e mais rápido ainda em liderar seus camaradas para a morte, em guerras sem futuro no Congo e na Bolívia.

The New York Times
A "MALDIÇÃO DE SATURNO"
Com Fidel em Havana, em 1959: "Que esta revolução não devore seus próprios filhos", dizia Fidel. Ele fez o contrário. As últimas transmissões de rádio de Che na Bolívia foram ignoradas em Havana


Huber Matos, que lutou sob as ordens do argentino em Cuba, falou a VEJA sobre o fracasso de Che como comandante: "A luta foi difícil na primavera de 1958. A frente de comportamento mais desastroso foi a de Che. Mas isso não o afetou, porque era o favorito de Fidel, que nos impedia de discutir abertamente o trabalho pífio de seu protegido como guerrilheiro". Pouco depois do triunfo da guerrilha, ao perceber os primeiros sinais de tirania, Huber renunciou a seu posto no governo revolucionário e informou que voltaria a ser professor. Preso dois dias depois, passou vinte anos na cadeia. Vive hoje em Miami. À moda soviética, sua imagem foi removida das fotos feitas durante a entrada solene em Havana, em que aparecia ao lado de Fidel e Camilo Cienfuegos, outro comandante não comunista desaparecido em circunstâncias misteriosas nos primórdios da revolução.

Nomeado comandante da fortaleza La Cabaña, para onde eram levados presos políticos, Che Guevara a converteu em campo de extermínio. Nos seis meses sob seu comando, duas centenas de desafetos foram fuzilados, sendo que apenas uma minoria era formada por torturadores e outros agentes violentos do regime de Batista. A maioria era apenas gente incômoda.

Napoleon Vilaboa, membro do Movimento 26 de Julho e assessor de Che em La Cabaña, conta agora ter levado ao gabinete do chefe um detido chamado José Castaño, oficial de inteligência do Exército de Batista. Sobre Castaño não pesava nenhuma acusação que pudesse produzir uma sentença de morte. Fidel chegou a ligar para Che para depor a favor de Castaño. Tarde demais. Enquanto dava voltas em torno de sua mesa e da cadeira onde estava o militar, Che sacou a pistola 45 e o matou ali mesmo com balaços na cabeça. Em outra ocasião, Che foi procurado por uma mãe desesperada, que implorou pela soltura do filho, um menino de 15 anos preso por pichar muros com inscrições contra Fidel. Um soldado informou a Che que o jovem seria fuzilado dali a alguns dias. O comandante, então, ordenou que fosse executado imediatamente, "para que a senhora não passasse pela angústia de uma espera mais longa".

Em seu diário da campanha em Sierra Maestra, Che antecipa o seu comportamento em La Cabaña. Ele descreve com naturalidade como executou Eutímio Guerra, um rebelde acusado de colaborar com os soldados de Batista: "Acabei com o problema dando-lhe um tiro com uma pistola calibre 32 no lado direito do crânio, com o orifício de saída no lobo temporal direito. Ele arquejou um pouco e estava morto. Seus bens agora me pertenciam". Em outro momento, Che decidiu executar dois guerrilheiros acusados de ser informantes de Batista. Ele disse: "Essa gente, como é colaboradora da ditadura, tem de ser castigada com a morte". Como não havia provas contra a dupla, os outros rebeldes presentes se opuseram à decisão de Che. Sem lhes dar ouvidos, ele executou os dois com a própria pistola. Essa frieza e a crueldade sumiram atrás da moldura romântica que lhe emprestaram, construída pelos mesmos ideólogos que atribuíram a ele a frase famosa – "Hay que endurecerse, pero sin perder la ternura jamás". Frase criada pela propaganda esquerdista.

Como o jovem aventureiro que excursionou de motocicleta pelas Américas se tornou um assassino cruel e maníaco? O jornalista americano Jon Lee Anderson, autor da mais completa biografia de Che, escreveu que ele era um fatalista – e esse fatalismo aguçou-se depois que se juntou aos guerrilheiros cubanos. "Para ele, a realidade era apenas uma questão de preto e branco. Despertava toda manhã com a perspectiva de matar ou morrer pela causa", afirma Anderson.

Ernesto Guevara Lynch de la Serna nasceu em 14 de maio de 1928, em uma família de esquerdistas ricos na Argentina. Sofreu de asma a vida inteira. Antes de se formar em medicina, profissão que nunca exerceu de fato, viajou pela América do Sul durante oito meses. Depois de terminada a faculdade, saiu da Argentina para nunca mais voltar. Encontrou-se com Fidel Castro no México, em 1955, onde aprendeu técnicas de guerrilha. No ano seguinte, participou do desembarque em Cuba do pequeno contingente de revolucionários. Depois de dois anos de combates na Sierra Maestra, Fidel tomou o poder em Havana. Che ocupou-se primeiro dos fuzilamentos e, depois, da economia, assunto do qual nada entendia. José Illan, que foi vice-ministro de Finanças antes de fugir de Cuba, contou a VEJA que o argentino "desprezava os técnicos e tratava a nós, os jovens cubanos, com prepotência". No comando do Banco Central e depois do Ministério da Indústria, Che começou a nacionalizar a indústria e foi o principal defensor do controle estatal das fábricas. "Che era um utópico que acreditava que as coisas podiam ser feitas usando-se apenas a força de vontade", diz o historiador Pedro Corzo, do Instituto da Memória Histórica Cubana, em Miami. Como resultado de sua "força de vontade", a produção agrícola caiu pela metade e a indústria açucareira, o principal produto de exportação de Cuba, entrou em colapso. Em 1963, em estado de penúria, a ilha passou a viver da mesada enviada pela então União Soviética.

AFP
CASADO COM SI PRÓPRIO
Che com sua segunda mulher, Aleida March, no dia de seu casamento, em Havana, em 1959. Elas não podiam competir com o "chamado da aventura"

Não havia mais o que Che pudesse fazer em Cuba. Era ministro da Indústria, mas divergia de Fidel em questões relativas ao desenvolvimento econômico. De maneira simplista, ele acreditava que incentivos morais tinham maiores probabilidades de estimular o trabalho. Che também se tornou crítico feroz da União Soviética, da qual o regime cubano dependia para sobreviver. Não por discordar do Kremlin, mas porque julgava os soviéticos tímidos na promoção da revolução armada no Terceiro Mundo. Para se livrar dele, Fidel o mandou como delegado à Assembléia-Geral das Nações Unidas em 1964. No ano seguinte, Che foi secretamente combater no Congo, à frente de soldados cubanos. Ali, paralisado por incompreensíveis rivalidades tribais, derrotado no campo de batalha e abatido pela diarréia, Che propôs a seus comandados lutar até a morte. Mas foi demovido do propósito pela soldadesca, que não aceitou o sacrifício numa guerra sem sentido.

Daí em diante o argentino tornou-se uma figura patética. Em Havana, Fidel divulgara a carta em que ele renunciava à cidadania cubana e anunciava sua disposição de levar a guerra revolucionária a outras plagas. Pego de surpresa pela leitura prematura do documento, Che ficou no limbo, sem ter para onde voltar. "Sua vida foi uma seqüência de fracassos", disse a VEJA o historiador cubano Jaime Suchlicki, da Universidade de Miami. "Como médico, nunca exerceu a profissão. Como ministro e embaixador, não conseguiu o que queria. Como guerrilheiro, foi eficiente apenas em matar por causas sem futuro." Na falta de opções, Che escolheu a Bolívia para sua nova aventura guerrilheira. Ele lutaria em território montanhoso e inóspito, imerso na selva, sem falar o dialeto indígena dos camponeses bolivianos. O plano original era adentrar, pela fronteira, a província argentina de Salta. Mas um contigente exploratório foi aniquilado rapidamente pelo exército daquele país. A missão boliviana era, de todos os pontos de vista, suicida. Ainda assim, Fidel a apoiou, a ponto de designar alguns soldados de seu exército para o destacamento guerrilheiro. O ditador cubano também equipou e financiou a expedição, com a qual manteve contato até que seu fracasso se tornou evidente.

Além da falta de apoio do povo boliviano, que tratou os cubanos chefiados por Che como um bando de salteadores, a expedição fracassou também pela traição do Partido Comunista Boliviano. VEJA perguntou a um de seus mais altos dirigentes dos anos 60, Juan Coronel Quiroga: "O PCB traiu Che Guevara?". Resposta de Quiroga: "Sim". A explicação? "Nosso partido era afinado com Moscou, onde a estratégia de abrir focos de guerrilha como a de Che estava há muito desacreditada." Quiroga era amigo pessoal do então ministro da Defesa da Bolívia e conseguiu que as mãos do cadáver de Che Guevara fossem decepadas, mantidas em formol e entregues a ele. "Por anos guardei as mãos de Che debaixo da minha cama em um grande pote de vidro. Um dia meu filho deparou com aquilo e quase entrou em pânico", conta Quiroga. Anos mais tarde, coube a Quiroga a missão de entregar o lúgubre pote com as mãos de Guevara à Embaixada de Cuba em Moscou.

A morte de Che foi central para a estabilização do regime cubano nos anos 60, de acordo com o polonês naturalizado americano Tad Szulc, na sua celebrada biografia de Fidel. O fim do guerrilheiro argentino ajudou o ditador a pacificar suas relações com Moscou e ainda lhe forneceu um ícone de aceitação mais ampla que a própria revolução. O esforço de construção do mito foi facilitado por vários fatores. Quando morreu, Che era uma celebridade internacional. Boa-pinta, saía ótimo nas fotografias. A foto do pôster que enfeita quartos de milhões de jovens foi tirada num funeral em Havana, ao qual compareceram o filósofo francês Jean-Paul Sartre – que exaltou Che como "o mais completo ser humano de nossa era" – e sua mulher, a escritora Simone de Beauvoir. A foto de 1960 só ganhou divulgação mundial sete anos depois, nas páginas da revista Paris Match. Dois meses mais tarde, Che foi morto na selva boliviana e Fidel fez um comício à frente de uma enorme reprodução da imagem, que preenchia toda a fachada de um prédio público cubano. Nascia o pôster.

Três fatos ajudaram a consolidar o mito. O primeiro foi a morte prematura de Che, que eternizou sua imagem jovem. Aos 39 anos, ele estava longe de ser um adolescente quando foi abatido, mas a pinta de galã lhe garantia um aspecto juvenil. O fim precoce também o salvou de ser associado à agonia do comunismo. A decadência física e política de Fidel Castro, desmoralizado pela responsabilidade no isolamento e no atraso econômico que afligem o povo cubano, dá uma idéia do que poderia ter acontecido com Che, que era apenas dois anos mais jovem que o ditador.

Reuters
PARA IMPRESSIONAR "IKE"
Guevara e Fidel em jogo-treino de golfe para disputar uma partida, que nunca houve, com Eisenhower em Washington: "Fidel ganhou, mas Che o deixou ganhar"

O segundo fato foi a ajuda involuntária de seus algozes. Preocupados em reunir provas convincentes de que o guerrilheiro célebre estava morto, os militares bolivianos mandaram lavar o corpo e aparar e pentear sua barba e seu cabelo. Também resolveram trocar sua roupa imunda. Tudo isso para poder tirar fotos em que ele fosse facilmente identificado. O resultado é um retrato com espantosa semelhança com as pinturas barrocas do Cristo morto de expressão beatificada. A terceira contribuição recebida pelos esquerdistas na construção do mito veio do contexto histórico. Che morreu às vésperas dos grandes protestos em defesa dos direitos civis, da agitação dos movimentos estudantis e da revolução de costumes da contracultura – turbulências que marcaram o ano de 1968. Era um personagem perfeito para ser símbolo da juventude de então, que se definia pela "determinação exacerbada e narcisista de conseguir tudo aqui e agora", como escreveu o mexicano Jorge Castañeda, em sua biografia de Che. A história, no entanto, mostra que o homem era muito diferente do mito. Mas quem resiste? Neste mês, nos Estados Unidos, o cubano Gustavo Villoldo, chefe da equipe da CIA que participou da captura do guerrilheiro, vai leiloar uma mecha de cabelo de Che.

Se houve um ganhador da Guerra Fria, foi Che Guevara. Ele morreu e foi santificado antes que seu narcisismo suicida e os crimes que decorreram dele pudessem ser julgados com distanciamento, sob uma luz mais civilizada, que faria aflorar sua brutalidade com nitidez. Pobre Fidel Castro. Enquanto Che foi cristalizado na foto hipnótica de Alberto Korda, ele próprio, o supremo comandante, aparece cada dia mais roto, macilento, caduco, enquanto se desmancha lentamente dentro de um ridículo agasalho esportivo diante das lentes das câmeras da televisão estatal cubana. O método de luta política que Guevara adotou já era errado em seu tempo. No rastro de suas concepções de revolução pela revolução, a América Latina foi lançada em um banho de sangue e uma onda de destruição ainda não inteiramente avaliada e, pior, não totalmente assentada. O mito em torno de Che constitui-se numa muralha que impediu até agora a correta observação de alguns dos mais desastrosos eventos da história contemporânea das Américas. Está passando da hora de essa muralha cair.

A FRASE MAIS FAMOSA ATRIBUÍDA A GUEVARA É...
"Há que endurecer-se, mas sem jamais perder a ternura."

...OUTRAS MENOS CONHECIDAS REVELAM SUA REAL PERSONALIDADE:

"Estou na selva cubana, vivo e sedento de sangue."
Carta à esposa, Hilda Gadea, em janeiro de 1957


Keystone/Getty Images

"Fuzilamos e seguiremos fuzilando enquanto for necessário. Nossa luta é uma luta até a morte."
Discurso na Assembléia-Geral da ONU, em 11 de dezembro de 1964

"O ódio intransigente ao inimigo (...) converte (o combatente) em uma efetiva, seletiva e fria máquina de matar. Nossos soldados têm de ser assim."
Revista cubana Tricontinental, em maio de 1967

O mundo tomou outro rumo

CUBA
Apesar de tentar exportar sua revolução, a ilha tornou-se a vitrine de seu fracasso. Sem liberdade política nem econômica, o país é um museu de prédios, carros e dirigentes decrépitos, onde comida, combustíveis e energia são racionados.


BOLÍVIA
O foco guerrilheiro de Guevara foi derrotado pela população pobre da Bolívia, que negou ajuda e ainda delatou o grupo.


CONGO
Guevara e um contingente de cubanos lutaram ao lado do chefe tribal Laurent Kabila contra o coronel Mobutu. Em 1997 Kabila finalmente derrubou Mobuto, mas foi assassinado em 2001. Em seu curto governo, 3 milhões de pessoas foram mortas em guerras tribais.

CHINA
A ideologia de Mao Tsé-tung, que Guevara citava como modelo de comunismo, foi sepultada pelos chineses.

COMUNISMO
Depois da queda do Muro de Berlim, a ideologia será lembrada sobretudo como a responsável pela morte de 100 milhões de pessoas.

VIETNÃ
Na frase famosa, Guevara propôs criar "dois, três, muitos Vietnãs". Acertou. A globalização da economia está criando Vietnãs pelo mundo – países adeptos da economia de mercado, com rápido crescimento econômico e aliados dos Estados Unidos.


"A ordem de execução veio pelo rádio"


Fotos divulgação
ção
O ÚLTIMO DIA DO GUERRILHEIRO

Maltrapilho e sujo, Guevara posa com os soldados

que o capturaram na vila de La Higuera, onde seria morto.

A seu lado, assinalado, está o agente da CIA Felix Rodríguez.

À direita, Felix hoje, em Miami

Felix Rodríguez foi uma das últimas pessoas

a conversar com Che Guevara.

Mais do que isso, foi ele quem recebeu

e transmitiu a ordem para que o guerrilheiro

fosse executado. Cubano exilado nos Estados Unidos,

ele era o operador de rádio enviado à Bolívia

pela CIA para auxiliar na caçada e, também,

para ajudar a identificar Guevara. Veterano da fracassada

invasão da Baía dos Porcos, em 1961, Rodríguez vive

hoje em Miami, aos 66 anos. Ele falou ao repórter Duda Teixeira.

COMO CHEGOU A ORDEM PARA MATAR CHE?

As instruções que recebi nos Estados Unidos

eram para poupar sua vida. A CIA sabia da divergência

de idéias entre Che e Fidel e acreditava que,

a longo prazo, ele poderia cooperar com a agência.

A ordem para sua execução veio por rádio,

de uma alta autoridade boliviana. Era uma mensagem

em código: "500, 600". O primeiro número, 500,

significava Guevara. O segundo, que ele deveria

ser morto. Tentei em vão convencer os militares

bolivianos a permitir que ele fosse levado para

ser interrogado no Panamá. Eles negaram meu

pedido e me deram um prazo. Eu deveria entregar

o corpo de Guevara até as 2 horas da tarde. Perto das

11h30, uma senhora aproximou-se de mim e

perguntou quando iríamos matá-lo, pois ouvira

no rádio que Che havia morrido em combate.

Naquele momento compreendi que a decisão

de executá-lo era irrevogável.

COMO FOI SUA ÚLTIMA CONVERSA COM ELE?

Fui até o local de seu cativeiro e disse a ele

que lamentava, mas eram ordens superiores.

Che ficou branco como um papel. "É melhor assim.

Eu nunca deveria ter sido capturado vivo", falou.

Tirou o cachimbo da boca e me pediu para que

o desse a um dos soldados. Ofereci-me para transmitir

mensagens à sua família. "Diga a Fidel que esse

fracasso não significa o fim da revolução, que logo ela

triunfará em alguma parte da América Latina",

ele falou em tom sarcástico. Aí lembrou da esposa.

"Diga a minha senhora que se case outra vez e trate

de ser feliz." Foram suas últimas palavras. Apertou a

minha mão e me deu um abraço, como se pensasse que

eu seria o carrasco. Saí dali e avisei a um tenente armado

com uma carabina M2, automática, que a ordem já tinha

sido dada. Recomendei a ele que atirasse da barba para

baixo, porque se supunha que Che havia morrido em combate.

Eram 13h10 quando escutei o barulho de tiros.

Che Guevara tinha sido morto.

COMO FOI O SEU PRIMEIRO CONTATO COM CHE GUEVARA?

Cheguei a La Higuera de helicóptero em 9 de

outubro, um dia depois da captura de Che Guevara.

Eu o encontrei com os pés e as mãos amarrados,

ao lado dos corpos de dois cubanos. Sangrava de uma

ferida na perna. Era um homem totalmente arrasado.

Parecia um mendigo.

COMO FORAM SUAS CONVERSAS COM CHE?

Nós nos tratamos com respeito. Eu o chamava de comandante.

Falamos de Cuba e de outras coisas, mas ele permanecia

calado quando as perguntas eram de interesse estratégico.

Houve momentos em que não consegui prestar atenção

ao que ele dizia. Ao olhar aquele homem derrotado,

vinha-me à mente sua imagem no passado,

altiva e arrogante.

COMO FORAM AS RELAÇÕES DE CHE COM A POPULAÇÃO NA BOLÍVIA?

Para sobreviver, é essencial que uma força guerrilheira

conte com o apoio da população local. A aventura de Che

na Bolívia foi um caso único em que uma guerrilha não

conseguiu recrutar um único morador da área onde atuou.

Só um agricultor ganhou a confiança dos guerrilheiros,

e mesmo esse acabou por passar informações que

permitiram ao Exército armar uma emboscada.

Os poucos bolivianos que participaram da guerrilha

eram dissidentes do Partido Comunista. Nenhum camponês.

POR QUE O SENHOR FOI ENVIADO À BOLÍVIA?

O Exército boliviano estava totalmente despreparado

para enfrentar uma guerrilha. A maior parte dos

soldados trabalhava na construção de estradas e

provavelmente jamais dera um tiro de fuzil. Nos

primeiros embates, os guerrilheiros aprisionavam

os soldados, tiravam suas roupas e os soltavam.

Foi então que o governo boliviano pediu ajuda aos Estados Unidos.

Limparam Che para a foto


No dia de sua morte, amarrado ao esqui de

um helicóptero militar, Che Guevara foi levado

do local da execução para um vilarejo chamado

Vallegrande. A brasileira Helle Alves, repórter,

e o fotógrafo Antonio Moura, então trabalhando

para o Diário da Noite, de São Paulo, viram a

chegada do corpo, que foi levado para a lavanderia

do hospital local (acima). Ali, Moura foi o único

jornalista a fotografar o corpo de Guevara ainda

sujo, vestido de trapos e calçado com o que

sobrou de uma botina artesanal de couro (abaixo).

Moura conseguiu fotografar o corpo antes da

limpeza e da arrumação. "Che usava um calço

em um dos calcanhares, provavelmente para

corrigir uma diferença de tamanho entre uma

perna e outra", lembra Helle. Ela contou pelo

menos dez marcas de tiro no corpo do argentino.

"Os moradores tinham raiva dele e invadiram

a lavanderia, mas, quando viram o corpo,

passaram a dizer que ele parecia Jesus Cristo.

" Começara o mito.

Fotos Antonio Moura

Ele está em toda parte


Fotos Mauricio Lima/Jonathan Utz-AFP e Alfredo Tedeschi-File-Reuters

O retrato de Che feito por Alberto Korda em 1960 é agora uma imagem de múltiplos significados: é pop no biquíni da Cia. Marítima vestido por Gisele Bündchen e uma manifestação de truculência e mau humor nas tatuagens de Maradona e Mike Tyson

Nota do blog: O jornalista francês Régis Debray não passa de um grande filho da puta que ganhou fama e dinheiro falando mal de Che.

Requentando: Como sempre.

O apelo recorrente do jornal que foi desmascarado em sua própria propaganda, subsiste agora de expedientes como o da matéria abaixo.

Já viveu dias melhores como Tribuna de discussão esse jornal, que, ao contrário de sua mais nova "potoca", poderia bem, em vez de se apresentar assim: "O melhor jornal do Norte, Nordeste". Assim ó: "O dono da verdade na República de Duciomar e Ana Júlia. Comprem. Tem tudo lá!"

Talvez assim venderia um pouco mais para os que o compravam com o mote: "O maior jornal do Norte Nordeste".


Edição:Ano LXI - Nº 31.839 Belém, Domingo, 12/08/2007

Novos Estados vão sangrar cofre público

Separatismo

Geógrafo da USP estima em R$ 2 bi custos de criação de cada nova unidade

BRASÍLIA

Da Sucursal

A criação de novos Estados como Carajás e Tapajós - que nasceriam a partir do retalhamento do território paraense, conforme propostas em tramitação no Congresso - representa uma sangria dos cofres públicos, que soferão um rombo para viabilizar toda a estrutura de poder das novas unidades federativas. É o que afirma o professor do Departamento de Geografia Política da Universidade de São Paulo (USP), André Roberto Martin. Ele estima que, em valores atuais, a criação de um novo Estado custaria cerca de R$ 2 bilhões. Só as despesas individuais dos representantes dos novos Estados na Câmara e no Senado chegariam a R$ 100 milhões por ano. O custo médio das assembléias legislativas ficaria em torno de R$ 110 milhões ao ano, calcula Martin. O principal argumento dos separatistas é a necessidade de desenvolver as regiões mais pobres e remotas do Estado, assim como aconteceu com as regiões que deram origem aos Estados do Tocantins e do Mato Grosso do Sul. Porém, em nenhum dos projetos se fala dos investimentos iniciais e dos custos permanentes da máquina administrativa estadual. Em cada novo Estado seria necessário implantar uma nova sede de governo, com secretarias estaduais e órgãos de prestação de serviços públicos, além da construção, instalação e manutenção do funcionamento da Assembléia Legislativa, do Tribunal de Justiça, do Tribunal de Contas e de várias outras unidades do Poder Judiciário. A representação política nacional teria um acréscimo de mais seis senadores e de, no mínimo, 16 deputados federais. Em entrevista ao repórter Thiago Vilarins, o professor André Martin critica a onda separatista que voltou nessa legislatura. Ele ressalta que as intenções de criar novos Estados bate de frente com a necessidade que a União tem de cortar gastos. Alerta que, se ocorrer a divisão do território paraense, possivelmente somente um dos três novos Estados terá condições de se manter. A seguir, a entrevista.

O movimento separatista no Congresso se intensificou, mas pouco se fala nas demandas financeiras decorrentes da criação de um nova unidade federativa. Nenhum dos separatistas fala sobre os custos de um novo Estado. Qual o valor estimado dos investimentos iniciais e os custos permanentes de um novo Estado?

É uma coisa que pode variar um pouco, mas certamente a implantação de toda uma máquina administrativa estadual que envolve uma nova representação de mais três senadores e, no mínimo, mais oito deputados, além de uma série de secretarias, órgãos de prestação de serviços públicos, sede de governo, Assembléia e unidades do Poder Judiciário, terá um custo alto: cerca de US$ 1 bilhão, ou seja, R$ 2 bilhões que deverão ser reservados para implantar a máquina estadual. Esse valor vai recair direto no Tesouro Nacional. Além disso, há os custos com as despesas individuais dos novos parlamentares. Pesquisa econômica aponta que metade dos Estados brasileiros são inadimplentes do ponto de vista fiscal. Dependem de repasses federais para gerir suas máquinas estaduais. Então, não estou sendo leviano ao dizer que temos Estados demais no Brasil, tanto do ponto de vista econômico quanto do ponto de vista político. Mas a pergunta é: a sociedade acha que este é um gasto bom? O que ocorreu é que justamente quando se falou que a União tinha que cortar gastos, já em 1988, houve uma enxurrada de propostas de novos municípios e novos Estados. E agora mais uma nova onda. Algo está errado. Fazemos um discurso para um lado e uma prática para outro lado.

Os parlamentares favoráveis ao retalhamento do Estado usam como exemplo o Tocantins, devido ao crescimento econômico verificado na região emancipada. Tocantins, criado a partir da elaboração da Constituição, serve de comparativo para as novas divisões propostas?

O momento histórico é diferente. Naquela época, havia uma demanda reprimida do período militar. Então pareceu que, juntamente com as republicações pela democracia, fazia parte a de novos Estados. A conjuntura hoje não é essa. Do ponto de vista político, o que aconteceu especificamente com Tocantins foi uma manobra regional. Rondônia, Mato Grosso apoiaram e Goiás não perdeu deputados. Hoje, seria uma representação totalmente nova. Outra coisa nesse comparativo: a identidade regional é muito discutível. Em Tocantins, havia um histórico de movimentos, mas essas propostas para a criação de Carajás e Tapajós no Congresso, eu acho que são uma coisa muito artificial.

É uma questão mais regional do que um problema nacional?

Esse é o ponto central. Não pode ser visto só como um problema regional. Tem sido assim historicamente no Brasil. Acenam dizendo que haverá investimentos, que a divisão atrairá empresas, empregos, dizem que a vida melhorará 100%. Como a população não apoiará essa proposta? Eu não conheço situação concreta que tenha revertido a população em ser do contra, principalmente em municípios. Com relação a Estado, é mais complicado, tem o caso do Triângulo Mineiro, que reivindicou a separação e perdeu. Nesse caso, prevaleceu a unidade, porque a elite mineira reconheceu a necessidade de estar unida no plano nacional. Agora, no Pará, está pipocando isso. Quero crer que a intelectualidade paraense está repudiando essa proposta.

O principal argumento dos separatistas é a necessidade de desenvolver as regiões mais pobres e remotas do Estado, o que só seria possível, acham eles, a partir da divisão. Depois de divididas, essas regiões terão condições de sobrevivência?

Por exemplo, na questão do Estado do Carajás, onde você tem uma mina na mão e vai receber em impostos estaduais. É claro que, sob esse ponto de vista, vai ser uma empresa que vai dar lucro, digamos assim. Sob este ponto de vista, sim. Mas o que prejudica é o conjunto. Você concentra ali um pólo, esvazia o resto, cria um problema para a região, para a Nação. As coisas não podem só ser vistas dessa maneira, senão vamos transformar todos os distritos regionais em Estados. Não há como dividir o Estado e nenhuma das partes serem prejudicadas. Há dois tipos de movimentos seccionistas para a criação dos Estados: o dos pobres e o dos ricos. O dos ricos: 'Aqui nós pagamos muito impostos, a riqueza toda está aqui'. No caso dos pobres: 'A capital está muito longe e nós estamos abandonados. E já que somos miseráveis e ninguém olha para a gente, vamos viver por conta própria'. Estes dois argumentos me parecem meias verdades. Mas tem que se olhar melhor o conjunto. Estamos vivendo com uma Nação federativa complicada. Não podemos açodadamente criar mais Estados e municípios. É claro que alguns critérios deveriam ser observados, como um certo mínimo de arrecadação interna. Até hoje, temos Estados criados que enfrentam dificuldades para arrecadar impostos estaduais. Uma coisa, por exemplo, que poderia mudar, que seria um teste para ver se isso passa no Congresso é o Imposto Territorial Rural se tornar um imposto estadual. Porque aí você desafoga os Estados, dando mais dinheiro e mais responsabilidade às novas unidades. Universidades, por exemplo, têm que ser estaduais.

O Estado-mãe é sempre o mais prejudicado na divisão?

Tem se verificado que sim. Só no caso Mato Grosso é que observamos o contrário. Esperava-se que o Mato Grosso do Sul se desenvolvesse mais, por estar mais encostado na região Centro-Sul, mais desenvolvida, enquanto o norte do Mato Grosso ficaria abandonado. Caso estranho, porque os mais beneficiados pela divisão foram os que eram contra, na região norte.

Qual a sua opinião sobre a proposta de que o Estado remanescente receba por um longo período um percentual de tudo o que for produzido pelos novos Estados?

Ainda não havia ouvido esse tipo de proposta. É um dado novo. Para mim, é esquisito. Reforça aquela idéia de que se trata mais de uma empresa do que propriamente de um novo Estado. Quer dizer: quem fez a proposta está querendo provar que a empresa vai dar lucro e pode pagar royalties. Esse raciocínio está equivocado para se analisar uma solicitação de criação de uma nova unidade federativa. É como se quem propôs já fez as contas e já calculou os repasses federais e entendeu que assim vale a pena retalhar o Estado. Não se pode olhar desse jeito.

E a questão de defesa do território amazônico? Dividida, a floresta não estará mais protegida?

Esse é mais um argumento furado. Nesse caso, devemos fortalecer as Forças Armadas, que são federais. Sou favorável a que haja uma presença forte e firme delas em toda a fronteira e, claro, a fronteira amazônica é a menos protegida. Então, é lá que o exército tem que estar hoje mesmo. Já que argumentam tanto isso, então que se crie na zona fronteiriça mais problemática um território federal. E aí as contas já vão ser pagas pela União mesmo, como foi em 1943 e 1946, territórios federais por segurança, que podem retornar aos Estados. Diga-se que a previsão, em 1946, era devolver aos Estados-mãe os territórios criados por segurança. Mas como no Brasil é complicado, nunca se volta para trás. Criaram-se mais Estados. Eu acho que enfraquece o Estado. Roraima, por exemplo, deveria fortalecer o Amazonas. Em um Estado, sempre é bom ter uma cidade que rivalize um pouco, tenha uma capital regional. Agora, Santarém cresceu e vai virar capital do Tapajós. Enfim, o Brasil é complexo.

Decadence non Elegance

Cortês e comportando-se como uma consumidora sem privilégios, a governadora Ana Júlia Carepa distribuía sorrisos e simpatia, ontem à noite, na panificadora Sagres. Hoje, ela viaja para São Paulo, onde tratará de assuntos de interesse do Estado. Que volte logo! Viva a governadora!

A gracinha da nota acima está publicada na Coluna Repórter 70 de O Liberal, hoje.

Fazia muito tempo que eu não lia uma puxada de saco tão grande em minha vida como jornalista.

Saco não é o caso, mas se fosse...!

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