Tapajós e Carajás: A luta avança

Deputado quer reunir projetos sobre redivisão

Fotos: Val-André Mutran















O deputado Asdrubal Bentes (PMDB-MA) propôe e foi acatado pela Mesa da Câmara que reúna todos os projetos relativos à redivisão do País em um só para que seja realizado um plebiscito conjunto, no qual o povo decidirá se é ou não favorável à tese. “A nossa proposição é concreta. Não adianta só falar, temos que agir. Queremos que sejam apreciados em conjunto os projetos e assim teremos uma resposta objetiva”, disse Bentes, reeleito deputado federal pelo PMDB.

Pedidos de urgência













Legenda: Vereador de Santarém entregam quadro da ponte de ligação do Tapajós com Pernambuco, ao ex-presidente da Câmara dos Deputados, Severino Cavalcanti, em audiência com a Comitiva Pró-Criação do Novo Estado.

O deputado Zequinha Marinho (PSC-PA) também reeleito para mais quatro anos, mostrou os requerimentos, devidamente assinados por alguns parlamentares, que pedem urgência para a apreciação dos projetos sobre a criação dos estados do CARAJÁS E TAPAJÓS. Ele criticou a discussão que se tem feito na Casa a respeito do assunto. “A Câmara não pode ter medo de debater questões polêmicas. No Senado, que poderia até ser uma Casa mais conservadora, vemos os parlamentares discutindo esse assunto com muita tranqüilidade”, destacou.
O deputado Wilson Santos (PSDB-MT) foi o último a se manifestar durante a Comissão Geral que trata do assuntp. Ele apoiou a criação de determinados estados, mas disse que no caso do Mato Grosso não há necessidade de haver mais divisões, além das duas que a região já sofreu. “Mato Grosso é indivisível”, afirmou. Wilson Santos lembrou que se as 28 propostas de divisão territorial que tramitam no Legislativo forem aprovadas, o País terá mais 672 novos deputados estaduais; 224 novos deputados federais; 84 novos senadores; 560 novos desembargadores; 196 novos conselheiros para os Tribunais de Contas e 560 novos procuradores de Justiça.













Legenda: Deputados federais, prefeitos, vereadores e empresários recebem apoio do presidente do Congresso Nacional, Renan Calheiros, para a votação das propostas do plebiscito para a criação de novos Estados.


Após o resultado destas eleições, a luta de décadas pela criação de novos Estados, em particular no Pará, deve resultar em significativo reforço, pois, nada menos que cinco deputados federais foram eleitos pelas regiões de Carajás (Sul do Pará) e Tapajós (Oeste do Pará), e cuja realização do plebiscito que permitirá que a população vote se quer ou não a divisão do Pará aguarda apenas decisão política da bancada interessada numa prosáica reunião no Colégio de Líderes.

Parece fácil mas não o é. O Executivo desempenha papel vital nesse processo, e o assunto é sabidamente evitado pelo inquilino do Governo Estadual há décadas, seja qual for a legenda que o ocupe.

Uma turma pra lá de suspeita

A turma do mal está de volta

Veja (para assinantes)

O sistema político permite que acusados
de corrupção infestem o Congresso


Heloisa Joly e Victor Martino

Não há modelos perfeitos no campo da política, mas certamente há melhores do que o brasileiro. Ele permite que participantes de crimes se elejam e reelejam, assim como não impõe dificuldade para que figuras folclóricas, como o costureiro Clodovil, tomem assento no Congresso. Entre os eleitos, há sete mensaleiros, cinco sanguessugas e envolvidos em escândalos diversos, como o ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci, acusado de corrupção e de quebrar o sigilo bancário do caseiro que o denunciou. Eles voltam ao Congresso porque a legislação é indulgente com os ilícitos cometidos por políticos, conferindo-lhes foro privilegiado e saídas para escapar à punição. Para não falar do espírito corporativo dos parlamentares. Na última legislatura, a Câmara absolveu onze deputados flagrados no mensalão. Os analistas recomendam que se endureça a legislação eleitoral, para que os envolvidos em crimes sejam proibidos de se candidatar. Defendem, ainda, a adoção do voto distrital, em que as listas de postulantes são circunscritas a pequenas regiões, o que diminui a chance de candidatura de figuras suspeitas e bizarras e estreita o vínculo do eleitor com o político eleito. Seja qual for a fórmula, é preciso encontrar alguma para impedir que senhores como os destas páginas integrem o Congresso.

Lindomar Cruz


JOSÉ GENOÍNO

Deputado (PT-SP)

Acusações – Ser um dos chefes do mensalão e avalizar os empréstimos fajutos do lobista Marcos Valério para o PT.

Situação jurídica – Responde a inquérito por formação de quadrilha, peculato e corrupção. Embora ainda não tenha sido diplomado pela Câmara, o processo corre no Supremo porque seu inquérito envolve parlamentares. A eleição não muda sua situação. Se for condenado, terá seus direitos políticos suspensos. Como Genoíno não tinha mandato quando os crimes foram cometidos, há dúvidas se a Câmara poderá cassá-lo.

Agência Estado


VALDEMAR COSTA NETO

Deputado (PL-SP)

Acusações – Chefiar o mensalão no PL, desviar dinheiro da prefeitura de Mogi das Cruzes e tentar comprar votos durante a última eleição.

Situação jurídica – Boy, como é conhecido, renunciou ao mandato de deputado para não ser cassado. Como foi reeleito, o processo poderá ser reaberto. No Supremo, responde por formação de quadrilha, lavagem de dinheiro e corrupção passiva. Condenado, terá os direitos políticos suspensos. Seu mandato ainda pode ser cassado pelo crime eleitoral.

Celso Junior/AE


JOÃO PAULO CUNHA

Deputado (PT-SP)

Acusações – Integrar a quadrilha dos mensaleiros e receber 50 000 reais do valerioduto.

Situação jurídica – Apesar de ter sido absolvido pela Câmara, o deputado ainda precisa provar sua inocência na Justiça. Cunha responde a um inquérito por corrupção passiva, peculato e lavagem de dinheiro por seu envolvimento no mensalão. Como continua deputado, ele será julgado pelo Supremo. Mas uma eventual condenação por essa instância superior deve levar a Câmara a abrir um processo para analisar novamente a cassação do seu mandato.

Dida Sampaio/AE


JOSÉ MENTOR

Deputado (PT-SP)

Acusações – Participar do mensalão e receber 300 000 reais de um doleiro em 2004, em troca da exclusão do nome do meliante do relatório da CPI do Banestado.

Situação jurídica – Embora tenha sacado 120 000 reais do valerioduto, ainda não responde a inquérito pelo mensalão. A acusação de favorecer o doleiro resultou em um inquérito de corrupção passiva que corre no Supremo. Se Mentor for considerado culpado, seus direitos políticos serão suspensos. Sua reeleição não muda o andamento do processo.

Evaristo Sa/AFP


ANTONIO PALOCCI

Deputado (PT-SP)

Acusações – Desviar recursos públicos destinados à coleta de lixo de Ribeirão Preto no período em que foi prefeito. Ordenar a quebra ilegal do sigilo bancário do caseiro Francenildo Costa.

Situação jurídica – A polícia pediu sua prisão por peculato, falsidade ideológica, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro por causa de seu envolvimento nos desvios de Ribeirão Preto. Ele será preso se a Justiça comum deferir o pedido antes de dezembro, quando ganhará o diploma de deputado. Depois, só poderá ir em cana por ordem do Supremo.

J.F.Diorio/AE


PAULO MALUF

Deputado (PP-SP)

Acusações – Desviar recursos de obras públicas durante sua gestão como prefeito de São Paulo (1993-1996) e enviar ilegalmente o dinheiro roubado para contas no exterior.

Situação jurídica – Responde a processos na Justiça comum por corrupção, improbidade administrativa, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro. Quando for diplomado deputado, a maior parte dessas ações passará a tramitar no Supremo. Como o foro privilegiado não se aplica a ações civis, a ação de improbidade continuará na Justiça comum.

Bruno Stuckert/Obritonews


JADER BARBALHO

Deputado (PMDB-PA)

Acusações – Desviar dinheiro do Banco do Estado do Pará, da Sudam e da reforma agrária.

Situação jurídica – O deputado responde a quatro ações penais e a dois inquéritos no Supremo. Os ilícitos que lhe são atribuídos são improbidade administrativa, peculato, crime contra o sistema financeiro e lavagem de dinheiro. Como foi reeleito, essas ações continuarão seu curso normal no Supremo. Se for condenado em alguma delas, Jader terá os direitos políticos suspensos e deverá enfrentar um processo de cassação do seu mandato pela Câmara.

Valter Campanato/ABR


FERNANDO COLLOR

Senador (PRTB-AL)

Acusações – Ser o principal beneficiário do esquema de corrupção montado pelo empresário PC Farias, o que o levou a deixar a Presidência da República.

Situação jurídica – Sofreu impeachment, o que o tornou inelegível e inabilitado para assumir cargos públicos por oito anos após o fim do seu mandato. O ex-presidente cumpriu a pena até 2002. Em 1994, o Supremo absolveu Collor das acusações de corrupção, porque considerou que as provas inseridas no processo foram obtidas ilegalmente. Ele poderá, portanto, fazer um "trabalho excepcional" no Congresso, de acordo com seu novo amigo, Lula.

Lindomar Cruz/ABR


PEDRO HENRY

Deputado (PP-MT)

Acusações – Receber e distribuir mensalão no PP e participar da máfia dos sanguessugas.

Situação jurídica – Pedro Henry foi absolvido pela Câmara no caso do mensalão. Agora, ele responde a um processo judicial sobre sua participação no esquema. Reeleito, continua a ter foro privilegiado. Por isso, o caso será julgado pelo Supremo. Se condenado, seus direitos políticos serão suspensos. A Câmara o julgará no caso dos sanguessugas. Caso seja inculpado, perderá o mandato e ficará inelegível por oito anos.

Tiago Queiroz/AE


IBSEN PINHEIRO

Deputado (PMDB-RS)

Acusações – Receber 230 000 dólares da máfia dos anões do Orçamento entre 1989 e 1993, período em que foi líder do PMDB
na Câmara e presidente da Casa. Sonegar impostos por não ter declarado esse valor à Receita Federal.

Situação jurídica – Foi cassado pela Câmara porque não deu uma explicação decente sobre a origem do dinheiro que recebeu dos anões. Em decorrência da cassação, ficou inelegível por oito anos. Processado por sonegação, pagou a dívida com o Fisco, o que equivale a um reconhecimento de culpa nesse caso.

Lulla e Collor: A tampa e a panela

Site de Alckmin equipara Lula a Collor

Pedro Henrique França

Estadão On-line

13/10/2006

Página traz trocadilho com o nome do presidente, chamando-o por Lulla, em alusão a Collor

- O site de campanha do candidato tucano à Presidência, Geraldo Alckmin, traz desde a quinta-feira um artigo que equipara o presidente Luiz Inácio Lula da Silva com o ex-presidente Fernando Collor. O artigo, intitulado como "Lula e as lições que aprendeu com o mestre Collor", chega a fazer trocadilho com o nome do candidato petista à reeleição em alusão a Collor, chamando-o de "Lulla".

Um trecho do artigo copiado do site deixa claro a comparação: "De cordeiro a lobo em dezessete anos. Passada a mágoa, Lulla parece ter aprendido muito bem a lição com o mestre Collor, para quem faz juras de amor e é correspondido. Sua campanha exercita diariamente a mentira e o terrorismo eleitoral."

Até o momento, não foi registrada nenhuma acusação dos petistas no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) contra o candidato tucano em relação ao artigo.

Na prateleleira: Lula e Alckmin

Merval Pereira - A hora do marketing


O Globo
13/10/2006

A propaganda eleitoral do segundo turno para presidente começou ontem com um tom menos agressivo do que o do debate dos candidatos na Bandeirantes, que foi o centro da disputa política por ter sido o primeiro após o primeiro turno, e ter surpreendido pela "estréia" de um Geraldo Alckmin combativo diante das câmeras. O resultado das pesquisas de opinião não alterou o rumo da campanha do candidato tucano, embora seja previsível que, como se viu ontem, ele tentará calibrar melhor sua postura para não permitir a "vitimização" de Lula, que certamente deu sua contribuição para a queda que Alckmin teve na pesquisas do Datafolha e do Ibope. Lula aprofundou a tática de comparar seu governo com o de Fernando Henrique Cardoso.

Uma parte da queda de Alckmin, porém, foi culpa dos erros da própria campanha tucana, que bateu cabeça na primeira semana após a "vitória moral" do primeiro turno, especialmente devido à extemporânea acolhida ao casal Garotinho. Também o "terrorismo eleitoral" desencadeado pelo PT contra Alckmin, acusando-o de ser o "bicho-papão" que vai acabar com os pobres e os oprimidos, deve ter contribuído bastante para estancar o crescimento do tucano.

Tática política execrada pelo PT na oposição, que também já foi apontado como o responsável por todas as mazelas do mundo, o "terrorismo eleitoral" é parte do jogo político convencional, ao qual o PT aderiu definitivamente, sem nenhum pudor.

A calibragem dos ataques a Lula deve atender a conceitos técnicos. Há na história do marketing político um caso clássico de campanha de "desconstrução" que se virou contra seu autor, um filmete chamado "Labestida", do famoso marqueteiro americano Dick Morris, para a campanha que elegeu Fox presidente do México.

A idéia central era atacar a imagem do candidato Labastida, do PRI, que não tinha entre suas virtudes a inteligência. Foi usado o trocadilho "La bestida" (ou a besta), com uma voz em off perguntando ao eleitor se ele queria que o presidente do México se portasse "desta forma": o filmete mostrava imagens de Labastida no debate ocorrido dois dias antes reclamando, nervoso, desequilibrado, que fora xingado pelos eleitores de Fox, ao mesmo tempo em que mostrava Fox no mesmo debate: pose de executivo, altivo, assertivo, atacando o PRI de modo equilibrado.

Os estrategistas do PRI identificaram, através de pesquisas, que havia espaço para vitimizar o próprio candidato, e o eleitorado ficou do seu lado. Fox perdeu três pontos percentuais com essa peça, embora tenha recuperado depois e vencido as eleições.

O especialista em marketing político Silvério Zebral, da Universidade Cândido Mendes, atribui ao que chama de "uma oitava a mais" na atuação de Alckmin no debate da Bandeirantes, a queda nas pesquisas, mas considera também que "é só acomodação passageira e os números vão ficar mais voláteis a partir de agora".

Segundo o Datafolha, o tucano é considerado "o mais inteligente" e "o mais moderno e inovador", e entre os que assistiram ao debate, aumenta a proporção dos que consideram Alckmin o mais inteligente. Mas, ao mesmo tempo, a maioria o considera também "mais autoritário" e o "que mais defenderá os ricos, se eleito", percepções que aumentam entre os que assistiram ao debate.

O tom agressivo de Alckmin em relação à corrupção surtiu efeito: a percepção de que Lula é o mais corrupto dos dois candidatos, que já é maior entre os entrevistados, cresce de intensidade entre os que assistiram ao debate. Para Zebral, não há surpresa nas pesquisas: "Cai-se um pouco entre os que assistiram ao debate, e cai-se mais forte entre os que são capazes de enxergar os ânimos por trás do discurso, os de renda e escolaridade mais altas".

Segundo ele, a estratégia correta era mesmo aumentar o tom, pois "se Alckmim não estabelecer o contraste, não 'desbasta' o que resta de apoio a Lula no topo da pirâmide. Se não desbastar 'por cima', não ganha no dia 29, porque desbastar 'por baixo' é contraproducente". Por isso a agressividade será mantida, mas Zebral lembra que "sempre é preciso ter em mente que o lado de lá também joga o jogo". A questão, para Lula, é que se fazer de vítima o tempo todo pode torná-lo um fraco diante do eleitorado. Assim como insistir em que nada sabe, nada viu já se tornou defesa quase ridícula.

Nestes últimos 15 dias de campanha eleitoral, os candidatos tendem a errar mais, devido à pressão política. Tanto Alckmin quanto Lula já tiveram que desmentir publicamente assessores graduados, que emitiram opiniões potencialmente capazes de prejudicá-los eleitoralmente. Alckmin desautorizou o corte de gastos defendido por seu secretário Nakano, e Lula disse que, ao defender o fim dos direitos adquiridos numa futura reforma previdenciária, o ministro Tarso Genro não falava em nome do governo.

Não é à toa que o presidente Lula anda irritadiço, fustigado pelas perguntas sobre o dossiê contra tucanos, e certamente temendo que novas "trapalhadas" prejudiquem sua caminhada rumo ao segundo mandato. Alckmin, comparando-se ao pugilista marginal Mike Tyson, soa patético. Declarando-se, finalmente, empenhado contra a reeleição, mostra fraqueza e insegurança atrás do apoio dos governadores Aécio Neves (MG), e José Serra (SP).

Quando beija a mão de Jader Barbalho ou trata com carinho até excessivo o ex-guru econômico dos militares linha dura Delfim Netto, Lula não sofre um arranhão sequer na biografia para seus eleitores cativos. Quando Alckmin cai na besteira de aceitar o apoio dos Garotinhos, o mundo cai sobre a cabeça. Disputar uma eleição contra um mito politico e ter que desconstruí-lo em público é tarefa quase impossível. A não ser que conte, como no primeiro turno, com a inestimável ajuda dos próprios petistas.

PT ataca família de opositor

Dá porrada e ainda pede desculpas.


CAMPANHA DE LULA ATACA A FAMÍLIA DE ALCKMIN E RECUA

Folha de S. Paulo

13/10/2006

Partido cita mulher e filha de adversário em boletim e depois pede desculpas

Presidente abre propaganda eleitoral dizendo que não desejava "baixaria"; Marco Aurélio Garcia afirma que ataque foi "inapropriado"

No dia em que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva abriu sua propaganda eleitoral dizendo que não desejava "baixaria", os sites na internet do PT e de sua campanha divulgaram um boletim com ataques a familiares do tucano Geraldo Alckmin. No final da tarde de ontem, o PT pediu desculpas em nota assinada pelo presidente da legenda e coordenador da campanha, Marco Aurélio Garcia.

Retirado do ar por ordem de auxiliares de Lula, o texto "O telhado de vidro de Alckmin" atacava Sofia e Lu Alckmin, respectivamente a filha e a mulher do tucano. O boletim criticava ainda veículos de comunicação e acusava o tucano de "hipocrisia e moralismo de ocasião".

"Alckmin não deveria colocar o debate neste nível [sobre saber ou não de irregularidades]. Afinal, alguém poderia perguntar se ele sabia que sua filha era funcionária de uma empresa acusada de contrabando, a Daslu, ou se tinha conhecimento [de] que sua esposa ganhou de presente 400 vestidinhos chiques", diz o texto. Em 2005, a PF prendeu a dona da Daslu sob acusação de evasão de divisas e contrabando.

O texto foi retirado do site da campanha às 12h40 por determinação de um auxiliar do presidente, que falou com Garcia. Às 15h49, o site do PT reproduziu o texto, que seria retirado meia hora depois por orientação do presidente do PT.

Responsável pela área de internet da campanha e secretário de Relações Internacionais do PT, Valter Pomar disse que foi o autor do boletim. "Eu passei da mão. O Lula não aprovou a referência aos familiares e elas foram retiradas. O texto deverá voltar a ser divulgado sem essas menções", disse.

Por determinação de Lula, Pomar redigiu nota assinada por Garcia e que foi divulgada às 17h39 no site do PT. Ela dizia que o presidente, o partido e seus aliados consideravam "totalmente inadequado, inapropriado e lamentável lançar mão de ataques pessoais envolvendo os candidatos ou suas famílias". A nota afirmou que Lula sofrera ataques semelhantes em campanhas passadas. "Exatamente por isso, consideramos incorretas e nos desculpamos publicamente pelas referências feitas -em um boletim da campanha- a familiares do candidato da oposição."

Segundo relato de auxiliares diretos à Folha, Lula ficou contrariado quando soube do episódio por volta das 13h e deu ordem para que as informações do site de sua campanha passem pelo controle prévio do marqueteiro João Santana.

Na avaliação de Lula, ataques desse tipo poderiam colocar em risco a sua reeleição, pois vitimizariam Alckmin e poderiam resultar num contra-ataque à sua família. Lula teme que o PSDB lance suspeitas sobre a empresa de um filho seu, Fábio Luiz, que recebeu da Telemar um aporte de recursos no valor de R$ 10 milhões.

Leia nota com o pedido de desculpas:

Nota

Antivírus errou e reconhece o erro

A coligação "A força do povo" considera que uma campanha eleitoral é espaço para o confronto entre projetos de país.

Neste sentido, estimulamos o balanço comparativo entre os governos Lula, FHC e Alckmin; bem como o debate entre os programas dos candidatos à Presidência da República.

Ao mesmo tempo, consideramos totalmente inadequado, inapropriado e lamentável lançar mão de ataques pessoais, envolvendo os candidatos ou suas famílias.

Esta também é a posição de nosso candidato, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que por diversas vezes, inclusive na atual campanha, foi vítima de ataques pessoais, dirigidos contra ele e contra seus familiares.

Exatamente por isto, consideramos incorretas e nos desculpamos publicamente pelas referências feitas - na edição nº 47 deste boletim - a familiares do candidato da oposição.


Debate está editado em favor de Lula no YouTube

A companheirada não perdeu tempo. Editou o debate entre Lula e Alckmin, de tal maneira que se você, que perdeu o debate e quiser vê-lo no site YouTube, vai perder seu tempo. Só estão postados o que interessa aos donos do Komitê lulistka.

Uma vergonha essa apropriação!

O mundo é dos espertos! Diria um canalha qualquer.

Puro Jazz


Se você como eu é apreciador do bom Jazz. Visite o Puro Jazz aqui.

Ouça canja aqui.

Se correr...Se ficar...

...Senão vejamos:

Por QuidNovi

A PF fecha o cerco aos financiadores do dossiê contra José Serra. Isso é ruim para PT e PSDB

Na próxima sexta-feira a Polícia Federal deve tomar os depoimentos do deputado Ricardo Berzoini, presidente afastado do PT e ex-coordenador da campanha de Lula à reeleição, e do empreiteiro Abel Pereira. O empresário é um dos maiores amigos de Barjas Negri, ex-ministro da Saúde do governo Fernando Henrique Cardoso, ex-secretário de José Serra naquele Ministério e ex-secretário de Habitação de Geraldo Alckmin em São Paulo. Berzoini está enrolado, mas o que se comenta na Polícia Federal é que o senador Aloizio Mercadante está ainda mais enrolado do que o ex-presidente do PT. Quanto a Abel Pereira, é pouco provável que ele consiga sair incólume da devassa fiscal e bancária a que está sendo submetido -- e os vasos que saem de suas contas se comunicam às contas bancárias de guerreiros do PSDB. Não derruba cacique da tribo tucana, mas põe fogo no ninho.

Rotarianos marabaenses de luto

O Aeroporto Internacional de Marabá está lotado neste exato momento. Um avião fretado traz o corpo da filha do rotariano, empresário e pecuarista Carlos Gil que faleceu ontem em São Paulo em trágico acidente automobilístico, onde outras três pessoas, sendo duas amigas e a mãe do namorado da jovem também não resistiram aos ferimentos e morreram.

O velório será na sede do Rotary Club de Marabá que já se encontra tomado por amigos do muito querido Carlos Gil e sua Mara.

É a pior notícia que o blog já veiculou desde seu primeiro post.

Força Gil. Sinto muito Mara.

Val-André e Lúcia Helena

A chance de Alckmin

O blog é da corrente que Alckmin deve manter novo perfil. Perca, mas, perca lutando e denunciando toda esta podridão, candidato.


Alckmin e a esfinge

EDITORIAL

Folha de S. Paulo

11/10/2006

Passado o auge da crise do dossiê, Lula amplia favoritismo; resultado pode levar tucanos a reavaliar tática agressiva

A PESQUISA Datafolha que este jornal publica hoje reforça uma hipótese para a leitura das variações de intenção de voto desde as primeiras sondagens visando à disputa pelo Planalto em 2006. O favoritismo de Luiz Inácio Lula da Silva tem se mostrado diretamente proporcional ao esfriamento do noticiário sobre desmandos éticos.

Escândalos graves e em sucessão, como os ocorridos na gestão petista, até aqui não demonstraram a propriedade de cristalizar-se na intenção de voto -não na escala necessária para subtrair a dianteira de Lula. Os dois momentos em que o favoritismo do petista esteve mais em risco coincidiram com o auge do escândalo do mensalão, no segundo semestre do ano passado, e a chamada crise do dossiê, na reta final do primeiro turno.

Nos 15 dias que antecederam a votação de 1º de outubro, período em que surgiu e cresceu no noticiário o escândalo do dossiê, a ascensão de Geraldo Alckmin tornou-se uma tendência. O tucano tinha 27% da preferência em 12 de setembro e obteve nas urnas mais de 38% (ou quase 42% dos votos válidos) no primeiro domingo de outubro. A trajetória de Lula, na mesma base de comparação, foi no sentido inverso: tinha 50% das intenções de voto e obteve pouco menos de 45% (cerca de 49% dos válidos) no dia do escrutínio.

Em campo no fim da semana passada, o Datafolha já havia detectado uma interrupção nessa tendência. A diferença entre Lula e Alckmin na simulação de segundo turno, que era de cinco pontos percentuais na véspera da votação, foi a sete pontos uma semana depois. Após a pesquisa publicada hoje, já se pode dizer que a preferência pela recondução do atual presidente voltou a recuperar-se no eleitorado. O petista agora supera o tucano por 11 pontos percentuais de margem -nos votos válidos, lidera por 56% a 44%.

À primeira vista, o desempenho surpreendente -porque agressivo- do candidato de oposição no primeiro debate televisivo não foi capaz de ampliar o apoio popular a Alckmin. Tampouco logrou evitar a reacomodação da preferência pelo petista em direção a níveis anteriores ao auge da crise mais recente.

É provável que o resultado desta pesquisa provoque na chapa tucano-pefelista nova rodada de discussões sobre qual estratégia adotar daqui por diante. A performance de Alckmin no debate da TV Bandeirantes gerou euforia no círculo de sua candidatura e preocupação no de Lula. Outra questão, à qual o Datafolha começa a lançar luz, é saber como o eleitor propenso a mudar de voto reage à escalada de ataques.

Até que ponto o "novo" Alckmin prega basicamente para convertidos -quando, para vencer, sua missão é converter adeptos do adversário- é um enigma que sua campanha terá pouco tempo para decifrar. Ou correrá o risco de ser devorada pela "esfinge" lulista em 29 de outubro.


O duelo econômico e a eleição brasileira

Gazeta Mercantil

O FUTURO DA ECONOMIA GERA DUELO ELEITORAL

Liliana Lavoratti, em 11/10/2006

Mudanças na política econômica, propostas pelo PSDB, esquentam o debate eleitoral. ria e cambial. Nakano - cotado para ser o ministro da Fazenda se houver mudança no Palácio do Planalto.

Entre as medidas apresentadas por Nakano durante entrevista no Rio de Janeiro, estão a intervenção no câmbio, controle de fluxo de capitais e corte nas despesas do governo federal estimado em cerca de R$ 60 bilhões ao ano (3% do Produto Interno Bruto estimado em R$ 2 trilhões), o equivalente ao valor desembolsado pela União para o pagamento dos salários do funcionalismo público na ativa.

As críticas à atual política econômica foram rebatidas de pronto por assessores econômicos do comitê da reeleição. De olho nas urnas no próximo dia 29, Lula elegeu a economia o carro-chefe de sua campanha e desafiou o seu adversário a discutir o modelo de desenvolvimento econômico. "O presidente Lula pauta a condução da política econômica com base no pressuposto de que o Brasil já sofreu muitos choques e o melhor caminho é o ajuste gradualista, sem deixar de prestar atenção aos problemas sociais e evitando que o ônus recaia sobre os menos favorecidos", afirmou Nelson Barbosa, secretário-adjunto de Política Macroeconômica do Ministério da Fazenda e um dos coordenadores do programa econômico do candidato Lula, ao comentar as declarações de Nakano.

Segundo Barbosa, Nakano pretende fazer um "superarrocho fiscal" que além de não ser permitido pela legislação vigente, exigiria corte em programas sociais. "O governo Lula, ao contrário, protege os gastos sociais, pratica responsabilidade fiscal com responsabilidade social, concedendo reajustes reais ao salário mínimo e ampliando a rede de proteção aos mais pobres", enfatiza o economista.

A repercussão das propostas de Nakano foram tão enfáticas que o presidenciável tucano desautorizou o economista responsável pela elaboração da proposta de governo na área econômica do PSDB. Em Belo Horizonte, onde cumpria atividade de campanha, Alckmin disse que não consta de seu programa o projeto de corte de despesas correntes em 2007. Categórico, assegurou que "pelo (eventual) governo só falo eu".

Real valorizado

As propostas de Nakano também foram rebatidas ontem pelo professor da PUC de São Paulo, Antonio Prado, assessor econômico do comitê da reeleição. "Temos o problema do real valorizado, mas hoje ele é completamente distinto daquele ocorrido de 1994 a 1998. Ao contrário daquela época, temos superávit comercial e nas transações correntes. Naquele período exportávamos emprego, atualmente geramos postos de trabalho aqui dentro", afirma.

Entre as idéias defendidas por Nakano estão uma maior atuação do governo no câmbio para evitar uma valorização excessiva do real, segundo a agência Reuters. "O governo precisa sinalizar claramente ao mercado que não permitirá apreciação do real nem a volatilidade excessiva do câmbio", afirmou. "Precisamos ter uma meta de faixa real de câmbio como instrumento de crescimento da economia", acrescentou, sem mencionar cotações.

Nakano sugere a criação de um sistema que tenha condição de administrar a taxa de câmbio, com a finalidade de controlar a volatilidade da taxa e evitar a valorização cambial. Ele também não descarta o uso de algum mecanismo de controle do fluxo de capitais, mas com ponderações. "Só deve acontecer quando a taxa de juro ficar maior do que a média do mundo", explicou. Para o economista do PSDB, se os juros caírem, naturalmente se reduz o fluxo de capital para o país, evitando assim uma valorização forte do real.

"Com o juro lá embaixo, o boom de entrada e saída de capital desaparece", disse. "Se a taxa de juro interna for igual à externa, não precisa de controle de capitais", afirmou Nakano. Ainda de acordo com a Reuters, ele argumentou que com a desvalorização do câmbio, o país teria melhores resultados nas exportações e a economia poderia crescer em um ritmo mais forte.

No entanto, Barbosa afirma que a queda da inflação já está permitindo a redução dos juros. "Este será o primeiro ano em que a inflação ficará abaixo do centro da meta, 3% contra 4,5%, algo que há muito não acontecia e libera o Banco Central da necessidade, nos próximos anos, de provocar a estabilidade dos preços como fez nos últimos tempos", afirma o economista da Fazenda. Ele ressalta que 2007 será o primeiro ano que a inflação iniciará abaixo da meta. "Isso dá um maior grau de liberdade para a política monetária e possibilidade de redução da Selic em um ritmo mais acelerado, sem colocar em risco as conquistas já obtida".

Dose mais rápida

Na opinião de Barbosa, a política atual de câmbio flutuante, que já permite a acumulação de reservas, fez cair a pressão pela valorização do real, "o que tende a diminuir ainda mais e até eventualmente desaparecer". Segundo ele, o que pode acontecer é daqui para frente o governo decidir por uma dose mais rápida, entretanto sem se afastar da postura gradual do ajuste que vem sendo praticada nos últimos anos.

O assessor de Alckmin voltou a defender também um forte corte nas despesas do governo para zerar o déficit nominal público, reduzir o juro e valorizar o dólar frente ao real. "No momento em que se faz o corte, a dívida começa a cair, os juros caem naturalmente e o dólar sobe", afirmou. Nakano não mencionou um valor específico para o corte de gastos, mas pelos cálculos feitos pelo próprio economista com base nos resultados fiscais do ano passado, a redução das despesas deveria ser de 3,4% do PIB para eliminar o defícit nominal. Na segunda-feira, Nakano afirmou que um dos objetivos do programa do PSDB é cortar cerca de R$ 60 bilhões em gastos anuais do governo para tentar equilibrar o Orçamento da União.

Na opinião de Barbosa, viabilizar esse corte nas despesas federais "é muito difícil até porque os gastos têm elevado grau de vinculação, não pode cortar". Segundo ele, "se isso fosse tão fácil, já teria acontecido no governo Lula". "Nakano propõe simplesmente uma redução nas despesas do mesmo tamanho do gasto total com a folha de salários do servidores na ativa", compara Barbosa. As despesas primárias totais do governo federal para este ano estão projetadas em 19,6% do PIB - das quais, 5,1% eqüivalem aos gastos com salário e encargos do funcionalismo público, sendo 3% do PIB com servidores ativos e 2,1% com aposentados e pensionistas.

Ele lembra que de 2003 a 2006, o gasto primário do governo (Tesouro Nacional, Banco Central e Previdência Social) será superior em 1,4 ponto porcentual do PIB, em média, em comparação aos quatro anos anteriores (segundo mandato de FHC). Prova de que esse incremento não representa inchaço da máquina governamental está no fato de que o aumento ocorreu basicamente na folha de aposentadorias e pensões da Previdência Social - 1,2 ponto porcentual do PIB. Outros 0,4 ponto porcentual do PIB decorreram da ampliação dos benefícios assistenciais garantidos pela Lei Orgânica da Assistência Social (Loas) e renda mensal vitalícia.

"Esses dois aumentos somados são mais do 1,4 ponto porcentual do PIB, significando que a política fiscal manteve o superávit primário em um nível consistente para reduzir a relação entre a dívida pública e o PIB, sem sacrificar as transferências de renda", argumenta Barbosa. Os dados sobre gastos com salários e encargos do funcionalismo, de 2003 a 2006, indicam uma média de 4,9 ponto porcentual do PIB, sendo que nos quatro anos anteriores foi de 5,1 ponto porcentual do PIB, segundo o secretário-adjunto de Política Econômica do Ministério da Fazenda.

Mesmo ampliando o número de servidores nas áreas de educação, médica e fiscalização, ainda assim as despesas de pessoal hoje são menores, em média, em relação ao PIB do que nos últimos quatro anos do governo FHC, observa o economista do governo. Segundo ele, o que houve foi aumento de gastos da Previdência Social com objetivo de melhorar a distribuição de renda. "Isso faz parte do projeto de desenvolvimento econômico com inclusão social perseguido pelo governo Lula", ressaltou Antonio Prado. "Nossa estratégia é promover um ajuste gradual e aproveitar o crescimento economia para reduzir o peso dos gastos correntes e dessa forma abrir espaço para maiores investimentos públicos em infra-estrutura", concluiu.

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