Não posso concordar com safadeza
No governo deveria ser assim.
Quando um governo, como este que aí está, pratica o que praticou, ele deve ser demitido.
A oportunidade tivemos no último domingo, 29.
Mas, o povo, do alto de sua ignorância e desinformação, pactuou reelegendo Lula da Silva até 2010 para governar o país.
Tudo bem. Estamos numa democracia.
Agora, pensar que este blog vai se curvar e aceitar calado as bandalheiras que estão em curso e sendo investigadas, lêdo engano de quem por ventura o lê.
Doa a quem doer.
Mais uma vez voltarei a ladainha de que este espaço tem Nome e CPF. Seu titular recolhe impostos e trabalha 12 horas por dia para dar conta de sua vida.
Aos interessados em discordar das idéias aqui colocadas, desde que não haja ofensas pessoais - que convenhamos - é uma tremenda falta de educação, moderarei sem o menor problema.
Aos que queiram apresentar argumentos contrários para enriquecermos o debate. Os publicarei sem problema algum, mesmo que discorde deles.
São 7:12 da manhã e estou atrasado para mais uma jornada de 12 horas de trabalho.
Hoje, na Câmara, o Colégio de Líderes reúne-se para discutir a retomada dos trabalhos.
Os parlamentares têm 10 Medidas Provisórias trancando a pauta.
É isso mesmo, 10! E ainda há desinformados que acham que os deputados não trabalham.
Como podem trabalhar com um governo que governa sob a ditadura das MP's.
Esse governo, continuo a afirmar, não mudará nada!

Por que Lula ganhou!
Por que Lula ganhou
O Povo
Um candidato que transita entre os escândalos e o recorde de votos. Numa tentativa de fugir da incompreensão do fenômeno Lula e do misto de preconceito e adesão que marca boa parte dos analistas e observadores políticos
Érico Firmo
da Redação
Para explicar o porquê de ter votado em Lula, o pedreiro Raimundo Alves Tereza, de 57 anos, remete ao ano de 1973. Naquela época, ele só conseguiu comprar uma televisão após uma viagem ao Rio de Janeiro, onde os preços de aparelhos eletrônicos eram mais baixos. Esta semana, 23 anos depois, ele se prepara para comprar um outro aparelho de TV. O preço de R$ 600,00 será dividido em três parcelas - uma entrada de R$ 500,00 e duas prestações de R$ 50,00. Raimundo já tem uma TV em casa. "Mas eu quero é da grandona, da melhor que tem do mercado". E arremata: "Qual pobre que comprava televisão nova? Hoje televisão tá que nem tijolo", brinca.
As razões que fazem de Lula o vitorioso nesta eleição não são isoladas. Como em qualquer pleito, há um mosaico complexo e multifacetado de motivos para o resultado. Algumas explicações são subjetivas e fazem parte do imaginário popular. Outras, contudo, são bem palpáveis. Como a simples explicação que Raimundo dá para o que os especialistas chamam de microeconomia.
Morador do bairro Santa Cecília, em Fortaleza, Marcelo da Costa, 25 anos, lembra da dificuldade em arranjar emprego antes da eleição de Lula. "Quando era no tempo do Fernando Henrique, toda porta que eu batia era fechada. De lá para cá, nunca mais fiquei desempregado".
No Cariri, as amigas Maria de Lourdes da Silva e Severina do Espírito Santo disseram que votaram ontem em Lula porque o presidente ajuda os pobres. "A vida do pobre melhorou com o Bolsa-Família. E mesmo que não tivesse melhorado. Ele nunca buliu com eu (sic), nunca mexeu no meu salário", afirma Maria de Lourdes. Para Severina, além do programa social que beneficia sua neta, Lula teria recebido seu voto porque é quase-conterrâneo. "Aqui no horto quase toda família recebe Bolsa-Família. Mesmo se não fosse isso, eu sempre fui Lula porque ele é de Pernambuco", diz.
A conversa com os eleitores ajuda a desfazer alguns mitos, como a percepção de que o voto em Lula parte de pessoas que estão desinformadas sobre os escândalos e problemas nacionais. Conversando com eles, fica claro que as pessoas sabem o que está acontecendo. Mas têm uma idéia própria sobre os escândalos.
José Flávio, que é pintor no bairro Dias Macêdo, em Fortaleza, afirma que as denúncias só dificultaram a vida para a oposição. "O ataque ao Lula piorou foi mais ainda. Sem prova não é ataque", disse. Emanuela Monteiro Carneiro, moradora do Conjunto Ceará, afirma que soube das denúncias contra o atual governo, mas que isso não afetou sua intenção de votar. As denúncias são consideradas por ela parte já convencional da disputa política. "Quando chega tempo de eleição, eles botam tudo contra os outros", avalia.
Já Cícera Augustino dos Santos, que mora em uma casa de taipa no município de Forquilha, sem rede elétrica e sem esgoto, está decidida a votar em Lula, embora reconheça que não sabe quase nada do que se passou nestes quatro anos de governo, já que as baterias da televisão e do rádio quebradas há anos. "O (candidato) da gente é ele, né? A ajuda que a gente tem não é só essa mesmo", disse ela, que recebe R$ 50,00 do Bolsa-Família. "A gente passa (sobrevive) é com essa miséria aí mesmo. É o que tem", diz.
Contrariando a idéia de que o eleitor dos bairros mais afastados da área nobre da cidade seriam fáceis de ser convencidos, a dona-de-casa Emanuela Monteiro Carneiro, de 24 anos, moradora do Conjunto Ceará, diz que fica com um pé atrás em relação a Alckmin por causa das próprias propostas do candidato tucano - um discurso que ela acha "bonita demais". "Num acho que essa Alckmin vá fazer alguma coisa pela gente não. Tá com uma história muito bonita. A gente é de desconfiar". (Colaboraram Clovis Holanda e Márcio Teles)

Primeiro discurso de Lula
O presidente reeleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) iniciou o discurso da vitória prometendo fazer um segundo mandato "muito melhor" do que o primeiro. Ele entrou com sua mulher, Marisa Letícia, vestindo uma camiseta com a frase "a vitória é do Brasil".
Confira abaixo a íntegra do primeiro discurso de Luiz Inácio Lula da Silva como presidente reeleito:
Meus amigos e minhas amigas aqui representados pelos companheiros dirigentes dos partidos que apoiaram a nossa campanha, nossos queridos companheiros representantes dos trabalhadores aqui representados pelos dirigentes sindicais, meus companheiros ministros, meus companheiros e companheiras coordenadores da nossa campanha. Eu não estou vendo aqui o governador Marcelo Miranda, do Tocantins. Ah, está aqui do meu lado aqui nosso querido governador Marcelo Miranda, do Estado do Tocantins; nosso querido companheiro Jacques Wagner, governador eleito da Bahia.
Queria dizer para vocês que eu penso que o Brasil está vivendo um momento mágico, de consolidação do processo democrático brasileiro. Acho que esse momento nós devemos ao povo brasileiro, sobretudo, ao povo que foi incluído no patamar daqueles que já tinham conquistado a cidadania. Acho que a inclusão social de milhões e milhões de brasileiros, o acerto das coisas que o governo fez e os erros que também o governo fez permitiram que nós pudéssemos chegar num processo eleitoral mais amadurecido, com mais consciência e consistência das dificuldades que o Brasil enfrenta para dar o salto de qualidade que o Brasil precisa dar.
Eu sou um homem convencido de que a lição que a democracia brasileira dá neste momento ao mundo, a começar da qualidade do processo de votação e apuração do nosso país. Em que países mais ricos do que o Brasil, mais poderosos do que o Brasil do ponto de vista econômico e tecnológico não tem. O Brasil fazer uma eleição que termina às 17 horas e às 20 horas a gente já saber o resultado de quase todo o território nacional é muita competência tecnológica e muita competência inclusive da Justiça eleitoral brasileira.
Eu sou grato nesse momento às pessoas que confiaram, às pessoas que acreditaram. Sou grato ao povo deste país. Ao povo brasileiro que em vários momentos foi instado a ter dúvida contra o governo. E o povo sabia fazer a diferença do que era verdade, o que não era verdade, o que estava acontecendo, o que não estava acontecendo no Brasil. E, sobretudo, o povo sentiu que ali tinha melhorado. E contra isso não há adversário, porque o povo sentiu na mesa, sentiu no prato e sentiu no bolso a melhora de sua vida. O mais importante ainda é que o povo sentiu isso no seu cotidiano. Ele sentiu isso na vida dos seus amigos, na vida das suas famílias.
Eu tenho consciência de que nós demos apenas o primeiro passo. Eu, durante a campanha, citava muito exemplos de que nós tínhamos construído um alicerce. A bases estão usadas para que o Brasil dê um salto de qualidade extraordinário nesse próximo mandato. Primeiro, porque todos nós aqui temos mais experiência, aprendemos muito. Segundo, porque nós conseguimos resolver o problema da macroeconomia brasileira, da instabilidade econômica.
Conseguimos consolidar nossas relações internacionais, conseguimos fazer ver que o Mercosul é uma condição importante para o desenvolvimento dos países que dele participam. Conseguimos consolidar comunidades sul-americanas de nações, conseguimos consolidar uma política internacional onde não temos adversários, mas construímos um leque de amizades em que o Brasil hoje transita com muita leveza em todos os continentes. E é ouvido porque nós aprendemos a respeitar e quando a gente respeita a gente pode exigir respeito. E eu penso que tudo isso, me dá segurança de dizer a vocês que vamos fazer um segundo mandato muito melhor do que fizemos no primeiro. Muito melhor.
Não tenho dúvida de que o Brasil vai crescer mais. Não tenho dúvida de que vai aumentar a distribuição de renda neste país. Não tenho dúvida de que vai aumentar a consolidação da política externa brasileira. Não tenho dúvida de que vai aumentar o combate a corrupção deste país. Não tenho dúvida de que vai continuar o fortalecimento das instituições no país. E não tenho dúvida, sobretudo, de que o Brasil irá atingir um padrão de desenvolvimento que será colocado entre os países desenvolvidos no mundo.
Nós cansamos de ser uma potência emergente, nós queremos crescer. As bases para um crescimento sustentado da economia estão dadas e agora a gente tem que trabalhar. Todo mundo. Todo povo brasileiro votou exatamente porque tem esperança de que as coisas podem andar ainda mais rápido e muito melhor do que andaram no primeiro mandato.
A eleição, como vocês viram, é sempre um processo complicado. Mas ao sairmos dessa eleição e ao receber o telefonema do meu adversário, o candidato Geraldo Alckmin, eu saio com a convicção muito mais forte do que entrei na campanha de que o Brasil não pode temer, em nenhum momento, o fortalecimento da sua democracia.
As instituições estão sólidas, o povo brasileiro sabe reagir nos momentos adequados, com as atitudes adequadas. Os partidos políticos precisam se fortalecer e para isso nós vamos discutir, logo no começo do mandato, a reforma política de que o Brasil tanto necessita. E é importante que ela saia. E que ela saia por consenso de todos os partidos políticos. Porque o processo eleitoral mostrou também que quanto mais fortes forem as instituições políticas mais forte e mais consolidado será o processo democrático brasileiro.
De forma que eu estou feliz. Estou feliz pela participação da sociedade nesse processo eleitoral. Estou feliz porque a sociedade conseguiu compreender o momento histórico que nós estamos vivendo no país. Estou feliz pela eleição dos governadores em todos os Estados. Acho que nós poderemos construir algo muito mais forte do que nós tentamos construir em março e abril de 2003, quando nos reunimos com os governadores para fazer a reforma da Previdência e a reforma tributária.
Acho que os governadores eleitos têm o perfil de quem quer trabalhar no sentido de fazer com que haja uma compreensão de que o crescimento do Brasil precisa beneficiar o crescimento dos Estados. Continuaremos a governar o Brasil para todos, mas continuaremos a dar mais atenção aos mais necessitados. Os pobres terão preferência no nosso governo.
As regiões mais empobrecidas terão no nosso governo uma atenção ainda maior. Porque nós queremos tornar o Brasil mais equânime. Queremos tornar o Brasil dos seus 8,5 milhões de quilômetros quadrados mais justo do ponto de vista geopolítico, mas também do ponto de vista econômico e social. Portanto nós temos uma grande estrada a ser construída. As bases estão consolidadas, os projetos já estão consolidados. E, portanto, nós não temos tempo a perder. É trabalhar, trabalhar e trabalhar porque é isso que o povo brasileiro espera e é por isso que o povo brasileiro votou.
É por isso que hoje, na rua, todo mundo fala: deixa o homem trabalhar, porque o Brasil precisa de trabalho. E eu estou muito confiante. Como jamais estive na minha vida. Estou confiante no Brasil, estou confiante na compreensão dos partidos que perderam as eleições no estado e para o governo federal, a eleição acabou.
Agora não tem mais adversário.O adversário agora são as injustiças sociais que nós temos no Brasil e que precisamos combater. O adversário agora é a gente, todo mundo, se juntar para fazer o Brasil crescer. Fortalecer o Brasil não apenas internamente, mas fortalecer o Brasil no mundo. Nós queremos continuar fortalecendo o mercado interno, fortalecendo as exportações. E eu penso que contra esses argumentos nós não temos adversário.
Eu não tenho dúvida nenhuma que poderemos contar com a compreensão dos partidos que fizeram oposição a nós, e quero conversar com todos, sem distinção. Não haverá um único partido nesse País que eu não chame para conversar, para dizer o seguinte: agora o problema do Brasil é de todos nós. Eu tenho a Presidência, mas todos os brasileiros e brasileiras têm a responsabilidade de dar a sua contribuição para que o Brasil não perca mais uma oportunidade.
Eu disse a vocês que nós manteremos uma política fiscal dura. Porque eu aprendi não na faculdade de economia, como os meus companheiros aprenderam. Eu aprendi na vida cotidiana que a gente não pode gastar mais do que a gente ganha porque senão um dia a gente vai se endividar de tal ordem que a gente não pode pagar a dívida que contraiu.
Mas ao mesmo tempo que eu tenho a convicção de que a solução para os problemas brasileiros não é mais fazer o povo sofrer com ajustes pesados, que terminam caindo em cima do povo, mas que a solução está no crescimento da economia, no crescimento da distribuição de renda e nós provamos isso no primeiro mandato, quando nós dizíamos há muito tempo atrás que era preciso primeiro o Brasil crescer para distribuir e nós dizíamos: é preciso distribuir para o Brasil crescer, nós provamos que com o pouco de distribuição de renda que nós fizemos seja a política de transferência de renda através do Bolsa-Família, através do crédito consignado, através do salário mínimo.
Através das conquistas que os trabalhadores brasileiros tiveram fazendo acordos por reajuste maior do que a inflação, coisa que durante muitos anos nós não fazíamos, nós provamos que quando o povo tem um pouco de dinheiro ele começa a comprar, a loja começa a vender, a loja começa a comprar da fábrica, a fábrica começa a produzir, começa a gerar empregos, começa a gerar distribuição de renda, e é esse o País que nós queremos.
E é o País que eu tenho certeza que depois de quatro anos nós daremos ao Brasil aquilo que o Brasil merece e que durante tantas vezes o Brasil quase chegou lá, mas por interesses eminentemente políticos momentâneos, o Brasil jogou fora essa oportunidade. Eu não jogarei. Estão aqui meus companheiros sindicalistas. Eu quero dizer para vocês: reivindiquem tudo que vocês precisarem reivindicar. Nós daremos apenas aquilo que a responsabilidade permite que a gente dê. Reivindiquem. Porque o mais importante - esses meus amigos sabem disso, do movimento social, do movimento sindical, dos empresários - eles sabem perfeitamente bem que a coisa mais sagrada ao terminar o mandato de um presidente da República como legado é a relação que ele conseguiu estabelecer com a sociedade, consolidando a democracia, consolidando o papel do Estado e consolidando, sobretudo, o papel da participação da sociedade.
Isso nós fizemos com muita competência e vamos continuar fazendo porque afinal de contas o Brasil não é meu. Eu é que sou brasileiro e, portanto, o Brasil é de todos. Por isso eu estou com essa frase aqui na minha camiseta para vocês lerem. A vitória não é do Lula, não é do PT, não é do PC do B, não é do PTB, PRTB. Não é de nenhum partido político. A vitória é eminentemente da sabedoria do povo brasileiro.
Eu disse a vocês que eu ia mudar meu comportamento com a imprensa no segundo mandato. Vamos abrir para umas perguntas, para vocês não se sentirem. Abre aí para umas quatro ou cinco perguntas porque isso aqui não é ainda a coletiva que eu pretendo dar. Isso aqui é apenas uma fala inicial depois do resultado eleitoral.
Quero dizer para vocês mais uma coisa ainda. Quero, de público, daqui agradecer a participação jovial do meu vice-presidente da República. O Zé Alencar durante o processo eleitoral fez uma cirurgia. Os médicos não queriam que ele fizesse carreata e por onde andava o Zé Alencar já tinha participado como se fosse um menino de 18 anos. Eu agradeço a Deus de ter encontrado um parceiro de chapa como o companheiro Zé Alencar que além de ser um grande empresário ele é, sobretudo um grande brasileiro e um grande patriota. Ele não veio aqui porque eu pedi para ele ficar em Minas Gerais, afinal de contas Minas Gerais tem a sua importância, não é? Vocês viram o resultado eleitoral em Minas Gerais. Então eu quero aproveitar a imprensa para agradecer ao Zé Alencar. Já agradeci por telefone, mas quero agradecer também pela imprensa.
Fonte: Agência Estado

Lula diz que segundo governo será melhor
LULA PROMETE REFORMA POLÍTICA E CRESCIMENTO
O Estado de S. Paulo 30/10/2006
Petista recebeu mais de 58 milhões de votos e superou número obtido há 4 anos; Alckmin admitiu derrota às 20h e disse sair da campanha apaixonado pelo brasileiro
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de 61 anos, foi reeleito para um novo mandato de quatro anos. Em sintonia com as últimas pesquisas de intenção de voto, o petista obteve mais de 58 milhões de votos (superando 60% dos válidos).
O número bate a votação de 2002, quando Lula foi escolhido por quase 53 milhões de eleitores, e representa a maior votação de um presidente no Ocidente - o recordista anterior era Ronald Reagan, com 54,5 milhões de votos em 1984.
Em suas primeiras declarações como presidente reeleito, Lula disse que pretende tocar a reforma política - agendada para o primeiro semestre de 2007, segundo o ministro Tarso Genro. O presidente também se propõe a mudar seu relacionamento com o Congresso. “Vou estabelecer uma relação mais profícua (com os parlamentares). Não haverá veto”, disse.
Na economia, Lula promete trabalhar de maneira eficiente para intensificar o crescimento. Ontem mesmo, ministros petistas afirmaram em coro que acabou a “era Palocci”, marcada por juros altos e baixo crescimento. “No primeiro ano, ele prestou bons serviços. Mas taxas baixas de crescimento e preocupação neurótica com a inflação, sem pensar em distribuição de renda, isso terminou”, disse Tarso, referindo-se ao ex-ministro Antonio Palocci.
É dado como certo que, no segundo mandato, o Banco Central deverá perder força. Seu presidente ficará novamente subordinado ao ministro da Fazenda, mudança que significará menor independência para decidir sobre a política monetária. Ele também não terá um canal direto com o presidente.
Lula fez um apelo à união nacional e disse que vai procurar os governadores para discutir o Brasil “com muito mais amor” a partir de novembro, na tentativa de aprovar os grandes projetos de que o País precisa. Num sinal de que deseja entendimento com seus adversários no segundo mandato, Lula disse que o Brasil é “indivisível”.
O tucano Geraldo Alckmin, candidato derrotado, telefonou às 20 horas ao presidente reeleito, a quem desejou um bom governo. Alckmin teve 37,5 milhões de votos (mais de 39% dos válidos). “Saio desta campanha com mais fé e confiança, absolutamente apaixonado pelo povo brasileiro”, disse mais tarde o tucano. “O trabalho continua com mais entusiasmo e ainda com mais aprendizado. A vida é feita de conquistas, dificuldades e alegrias. A democracia também.”
Dentro do PSDB, o fim da eleição marca também o início da corrida rumo a 2010. O governador eleito José Serra, por exemplo, pretende se credenciar como maior liderança da oposição sem abrir guerra política contra Lula. Mas a segunda derrota seguida do PSDB no segundo turno acena com um fantasma: cresce no partido o temor de que a falta de coesão se aprofunde com uma disputa fratricida entre Serra e Aécio Neves, reeleito como governador de Minas.

Maranhenses dizem não à Sarney
Acaba a era Sarney
Correio Braziliense
30/10/2006
Maranhão - Em eleição apertada, candidato do PDT derrota Roseana, encerrando quatro décadas de oligarquia no estado
Depois de 40 anos no comando do Maranhão, a família Sarney foi derrotada nas urnas pelo pedetista Jackson Lago, que conquistou 51,9% dos votos válidos dos quase 4 milhões de eleitores. A oligarquia Sarney é a segunda a perder poder nestas eleições: no primeiro turno, o petista Jacques Wagner ganhou o governo da Bahia, apeando o clã de Antonio Carlos Magalhães do controle do estado.
Nem o apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ajudou à candidata do PFL, Roseana Sarney. “A minha vitória representa a queda do último bastião do coronelismo no Brasil, representado pela família Sarney”, disse Lago. “Os segmentos sociais que lutaram contra as oligarquias e o coronelismo no Maranhão e na Bahia são os mesmos: sindicatos, intelectuais, trabalhadores e estudantes. O quadro é o mesmo na Bahia e no Maranhão”, completou.
Com a derrota no Maranhão, o ex-presidente da República e senador eleito pelo Amapá, José Sarney (PMDB), sai enfraquecido das urnas, mas ainda mantém um grande poder de fogo junto ao Palácio do Planalto. Afinal, Sarney controla quatro votos de senadores. São três de senadores pelo Maranhão (Roseana Sarney, Edison Lobão e o eleito Epitácio Cafeteira), além de Gilvam Borges (PMDB-AP).
“O Sarney sai desta eleição mais fraco. A turma do Sarney vai ter menos poder para pressionar o Lula no segundo mandato. Quanto mais força o Sarney tiver, mais chantagem o Lula vai sofrer no segundo mandato”, afirmou o presidente do PT do Maranhão, deputado federal eleito Domingos Dutra.
No segundo turno da campanha eleitoral, o presidente Lula contrariou o PT maranhense e apoiou explicitamente a candidatura de Roseana. Foi uma deferência ao senador Sarney. De olho na governabilidade em seu segundo mandato, Lula pediu votos para Roseana na expectativa de que Sarney lhe dê o apoio e votos para aprovação de projetos de interesse do governo federal no Senado. Apesar do apoio de Lula, Roseana não conseguiu se eleger com 48,15% dos votos válidos.
“A onda contra os Sarney é gigantesca”, anteviu o governador do Maranhão, José Reinaldo (PSB), que trabalhou arduamente pela derrota de Roseana Sarney. Abatida, Roseana assumiu o resultado. “Foi uma derrota digna. Tivemos quase a metade dos votos do eleitorado do Maranhão”, disse.
Respondendo a uma pergunta sobre se o resultado atinge também seu pai, o senador José Sarney (PMDB-AP), Roseana disse que a derrota foi dela. “Ele (o senador) não é candidato, não disputa uma eleição desde 1978 no Maranhão e saiu vitorioso nesta eleição ao eleger o governador do Amapá (Valdez Goes, do PDT). Quem saiu derrotada aqui fomos eu e meu grupo político”, declarou Roseana.
Ela disse ainda que não sabe de seu futuro no PFL, mas deixou claro que está magoada com o partido, que ameaça expulsá-la por ter feito aliança informal com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e por não ter apoiado totalmente a candidatura dela ao governo estadual. “O partido não foi meu aliado nestas eleições”, acusou.
Irritado com o apoio do presidente da República à candidatura da pefelista, o petista Domingos Dutra argumentou que agora “Sarney não poderá dizer que Lula foi ingrato, depois de o presidente ter pedido votos para sua filha. O Lula é nosso líder mas não é proprietário do nosso voto. Por isso apoiamos o Jackson Lago”, disse Dutra. “Se o presidente Lula quisesse efetivamente a vitória de Roseana, ele teria feito uma intervenção no PT do Maranhão. Ele teria pedido para nós votarmos nela. Mas ninguém nos pediu isso”, completou o petista.
Ao contrário das expectativas, a eleição no Maranhão transcorreu em clima de tranqüilidade. O momento mais tenso foi pela manhã, na seção eleitoral em que Roseana Sarney votou: houve empurra-empurra entre os cabos eleitorais dos dois candidatos, mas sem conseqüências.

Ana Júlia Carepa governadora do Pará
Atualizado às00h30 de 30/10/2006
Apurados1 4.157.570 100,00% dos eleitores
Abstenção2 1.003.609 24,14% dos apurados
Votos válidos3 3.047.037 73,29% dos apurados
Votos totais4 3.153.961 75,86% dos apurados
Candidato...............nº partido % votos totais % votos válidos
ANA JULIA...........13 PT..............53,06%..............54,93%
ALMIR GABRIEL...45 PSDB.........43,55%...............45,07%
Brancos 0,86%
Nulos 2,53%
Presidente - Pará
Atualizado às01h40 de 30/10/2006
Apurados1 4.157.570 100,00% dos eleitores
Abstenção2 1.003.609 24,14% dos apurados
Votos válidos3 3.060.634 73,62% dos apurados
Votos totais4 3.153.961 75,86% dos apurados
Brasil PA
Candidato nº % votos totais % votos válidos % votos válidos
LULA............13.............58,34%.........1,92%............60,12%
GERALDO ALCKMIN.45.............38,70%.........1,27%............39,88%
Brancos 0,71%
Nulos 2,25%
1 - Apurados - Número de votos apurados até o momento, incluindo abstenções, votos válidos, brancos, nulos e pendentes. O percentual é calculado em relação aos 4.157.735 eleitores
2 - Abstenções - Os eleitores que não votaram
3 - Votos válidos - Os votos que são dados a um candidato ou a uma legenda. Votos brancos e nulos são descartados
4 - Votos totais - Soma de todos os votos, incluindo brancos e nulos
Resultado parcial sujeito a alteração.

Jackson Lago matematicamente eleito no Maranhão
Maranhão | |
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Atualizado: 20h05 - 29/10/2006 | |
JACKSON LAGO | 51,99% |
ROSEANA SARNEY | 48,01% |
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Parabéns! Jáder Barbalho

Ana Júlia perto de se eleger governadora do Pará

Roseana SARNEY quase derrotada

Veja as parciais com os governadores matematicamente eleitos
Governador - Resumo nacional
Rio de Janeiro | |
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Atualizado: 19h40 - 29/10/2006 | |
SERGIO CABRAL | 67,96% |
DENISE FROSSARD | 32,04% |
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R. G. do Sul | |
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Atualizado: 19h46 - 29/10/2006 | |
YEDA CRUSIUS | 53,95% |
OLÍVIO DUTRA | 46,05% |
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Paraná | |
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Atualizado: 19h45 - 29/10/2006 | |
ROBERTO REQUIÃO | 50,09% |
OSMAR DIAS | 49,91% |
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Pernambuco | |
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Atualizado: 19h32 - 29/10/2006 | |
EDUARDO CAMPOS | 65,28% |
MENDONÇA | 34,72% |
› Veja a apuração completa |
Santa Catarina | |
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Atualizado: 19h45 - 29/10/2006 | |
LUIZ HENRIQUE DA SILVEIRA | 52,71% |
ESPERIDIÃO AMIN | 47,29% |
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Goiás | |
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Atualizado: 19h45 - 29/10/2006 | |
ALCIDES RODRIGUES | 57,18% |
MAGUITO | 42,82% |
› Veja a apuração completa |
Pará | |
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Atualizado: 19h45 - 29/10/2006 | |
ANA JULIA | 54,51% |
ALMIR GABRIEL | 45,49% |
› Veja a apuração completa |
Maranhão | |
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Atualizado: 19h45 - 29/10/2006 | |
JACKSON LAGO | 52,29% |
ROSEANA SARNEY | 47,71% |
› Veja a apuração completa |
Paraíba | |
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Atualizado: 19h32 - 29/10/2006 | |
CÁSSIO | 51,35% |
ZÉ MARANHÃO | 48,65% |
› Veja a apuração completa |
R. N. do Norte | |
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Atualizado: 19h40 - 29/10/2006 | |
VILMA | 52,42% |
GARIBALDI FILHO | 47,58% |
› Veja a apuração completa |
Faltam os resultados do Pará, Maranhão e Paraná.

Veja como foi a sessão solene em Homenagem à Nossa Senhora de Nazaré 2024, na Câmara dos Deputados
Veja como foi a sessão solene em Homenagem à Nossa Senhora de Nazaré 2024, na Câmara dos Deputados A imagem peregrina da padroeira dos par...

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Segundo texto publicado pela Cooperativa dos Garimpeiros invadida por adversários da atual diretoria no último domingo, 17. No mês de Abril ...
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A PEC-471/2005 que dá nova redação ao parágrafo 3º do artigo 236 da Constituição Federal entrou na Ordem do Dia ontem e depende agora apen...