Apr 27th 2006 The Economist
Brazil struggles to put the brakes on rampant deforestation without throwing tens of thousands of loggers and farmers into poverty
Reuters

"Como era verde o meu Vale", foi a chamada de capa da mais influente revista européia a The Economist, que publicou, na última quinta-feira, uma longa reportagem sobre a crise do setor florestal no Pará.
"O Brasil luta para pôr freios no desmatamento excessivo sem lançar dezenas de milhares de madeireiros e fazendeiros na miséria", destacou a publicação.
A revista relata o esforço do Ministério do Meio Ambiente para conter o desmatamento na região, mas mostrou também que as medidas provocaram impactos negativos na economia, gerando desemprego e miséria. Segundo o jornal, o Brasil se esforça para frear o desmatamento, mas joga milhares de fazendeiros e madeireiros na pobreza. A reportagem destaca que milhares de pessoas no Pará perderam o emprego desde que o governo federal "rebaixou" madeireiros e outros setores que dependem da floresta. "Os negócios estão inativos e milhares estão perdendo o seu trabalho", diz a reportagem, para, em seguida, afirmar que o sofrimento do setor madeireiro não é motivo para comemorações. No entanto, a reportagem elogia a política ecológica do governo que causa este sofrimento. A revista informa que o esforço governamental provocou resultados positivos, como a diminuição do desmatamento na Amazônia, mas lembra que isso aconteceu também por causa da redução do preço da soja e da carne de gado, apontadas como os motores principais da destruição. "Quando os preços diminuem, assim acontece com o desmatamento", diz a revista americana. Segundo a revista, a Lei de Florestas pode garantir uma redução permanente nos índices de desmatamento, garantindo ainda o progresso econômico. A reportagem ainda lembra que foi o governo brasileiro quem chamou os brasileiros à região amazônica, sob o lema de "integrar para não entregar", objetivando proteger a região das "mãos estrangeiras". Mas até hoje, diz a The Economist as principais estradas continuam isoladas e a ausência do Estado causa problemas. Segundo a revista, a falta de um ordenamento fundiário eficaz facilita a ação de grileiros e gera a violência, citando o assassinato da missionária americana Dorothy Stang, em Anapú, no oeste do Pará. Apesar de elogiar a criação de novas reservas e da Lei de Florestas pelo presidente Lula, a revista diz que somente isso não é necessário para preservar a floresta. "Isso virá do efeito combinado de leis novas, de operações das polícias, da fiscalização, de reforma institucional e de pressão das ONGs", diz a reportagem, que cita a prisões de pessoas acusadas de envolvimento em crimes ambientais, inclusive funcionários do Ibama. Mais á frente, a reportagem da revista diz que, com a Lei de Florestas, a terra será preservada como a floresta pública e que em dez anos aproximadamente 3% da floresta será entregue às companhias florestais, através das concessões, e que 6% será reservada para as comunidades. Mas segundo a revista, isso ainda está longe de ser alcançado, prevendo problemas políticos e judiciais para se colocar a lei em prática.

No mapa, o "Arco do Desmatamento"
A revista diz que o governo enviou o exército para conter a onda de violência que se instalou na região devido a desorganização fundiária reinante na região e alvo de disputas mortais entre grileiros, posseiros e fazendeiros. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, criou 150,000km2 de novas áreas de conservação. As reservas antigas eram concentradas em áreas distantes com pequena atração para os investidores. A tribuna mais nova se dá com o aperto da fiscalização no chamado "arco de desmatamento"—uma grande área de desenvolvimento agrícola, algo como 400km de largura e 3,000km de comprimento, que avançou na floresta—na esperança de desencorajar incursão adicional.
Os decretos presidenciais só não romperão a economia ilícita da Amazônia.
Conclusão: o governo brasileiro apostas todas as fichas na recém criada Lei de Gestão de Florestas Públicas, na criação do 1o. Distrito de Exploração Sustentável, e claro, no aperto da fiscalização e criação de mais Parques, Reservas, APAS e...Só não disse o que vai fazer com os milhares de desempregados
que perderam seus trabalhos.

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