Agência Câmara
Deputado sugere afastamento de investigados pela CPMI
O vice-presidente da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) das Sanguessugas, deputado Raul Jungmann (PPS-PE), sugeriu que todos os parlamentares suspeitos de envolvimento com a "máfia das ambulâncias" se afastem dos cargos que ocupam nas comissões e em outros órgãos da Câmara até o fim das investigações. Ele citou o exemplo dos dois secretários da Mesa Diretora da Casa que se afastaram das reuniões do colegiado.
Segundo Jungmann, todos os parlamentares incluídos na lista de suspeitos divulgada ontem pela comissão receberam algum benefício financeiro do esquema. Ele disse que os pagamentos foram feitos de três formas: um pequeno grupo recebeu o dinheiro diretamente na conta bancária, outro mais numeroso o fez por meio de funcionários ou familiares, e o último foi pago em dinheiro vivo.
Perfil dos acusados
Ao traçar o perfil dos 57 parlamentares acusados de envolvimento com as fraudes, Jungmann disse que 95% deles pertencem ao grupo conhecido como baixo clero. "São aqueles que estão mais acostumados a servir à própria comunidade e não têm preocupação ideológica ou programática", explicou.
Entre esses políticos, ainda segundo Jungmann, há um grande percentual de evangélicos e de parlamentares do Rio de Janeiro. "Alguns deles teriam auferido lucros entre R$ 2 mil e R$ 4 mil por cada ambulância vendida irregularmente", acrescentou.
O deputado disse ainda que, de acordo com as investigações da CPMI, a Planam deve ter sido a primeira empresa no Brasil a se organizar especificamente para promover a corrupção no Orçamento. "A Planam é a corrupção SA", afirmou.
Começa a pressão contra os sanguessugas
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