Grampo no TSE e STF
O crime organizado transita com muita facilidade no Brasil.
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Ministros do TSE estavam grampeados
Escutas foram encontradas nos telefones de três membros do órgão, entre eles, o presidente, Marco Aurélio Mello
Marta Salomon/Folhapress
Brasília - O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Marco Aurélio de Mello, e dois colegas do tribunal tiveram os telefones grampeados, detectou empresa contratada para fazer varreduras das linhas telefônicas usadas pelos ministros, inclusive em suas residências.
“Se o grampo partiu de um particular, é condenável, se partiu do Estado, merece a excomunhão maior”, reagiu Mello, que encaminha hoje ofício à presidente do Supremo Tribunal Federal, Ellen Gracie, e apresenta queixa de crime ao procurador-geral da República, Antônio Fernando de Souza. “Quando um ministro do Supremo é bisbilhotado, é sinal de que estamos vivendo uma época de verdadeiro terror”, completou o presidente do TSE.
Os grampos também tiveram como alvos Cezar Peluso, que, como Mello, é ministro do STF, e Marcelo Ribeiro, um dos três responsáveis, no TSE, pela análise de representações contra a propaganda eleitoral. Ontem à noite, o diretor-geral do TSE, Athayde Fontoura Filho, ainda reunia informações sobre a escuta clandestina, que seriam divulgadas hoje cedo.
Segundo informações preliminares, a empresa contratada para a varredura das linhas telefônicas não teria identificado a origem dos grampos nem seus responsáveis. A varredura das linhas telefônicas é uma rotina no tribunal, mas não há notícia de precedente de detecção de grampos nos telefones dos ministros, segundo o TSE.
Dos sete ministros do TSE, Mello e Peluso representam a cúpula do tribunal. Marcelo Ribeiro é ministro substituto na cota dos juristas, e um dos mais rigorosos na punição a irregularidades na propaganda dos candidatos tanto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva como do tucano Geraldo Alckmin.
Rigor - Foi Ribeiro quem começou a condenar o que julga invasão do candidato ao Planalto no tempo de propaganda dos candidatos aos governos estaduais e ao Congresso. Desde o início da campanha, Lula já perdeu mais de 10 minutos nos programas e inserções. O presidente determinou que o conselho político, que reúne seus principais assessores, enviasse ontem comissão ao TSE para discutir o que considera excessivo rigor contra a propaganda eleitoral, sobretudo contra a candidatura petista.
Representações ainda em análise no tribunal ameaçam metade do tempo de propaganda gratuita de que Lula dispõe até o final da campanha. Se as queixas forem acatadas, o presidente poderá perder 12 minutos em inserções e 37 minutos nos programas eleitorais.
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