Estado ameaça fechar pólo siderúrgico de Marabá

Para deixar bem claro quem manda, o Governo do Pará acaba de dar um presente de grego à Marabá, com direito a Comando da PM e tudo, na véspera de seus 94 anos de emancipação político administrativa ao ameaça fechar todas as siderúrgicas de Marabá.

Dez empresas que produzem ferro gusa, em Marabá, estão ameaçadas de fechamendo pelo governo do Estado, outras duas ainda nem inauguraram.

O governo paraense alega que as empresas não têm como comprovar a origem da biomassa utilizada na produção de carvão vegetal que abastece seus alto-fornos. A irregualridade, segundo nota do governo, foi constatada na vistoria técnica realizada em 17 siderúrgicas, no período de 19 a 28 de março.

O resultado da operação foi divulgado nesta quarta-feira, 4, em entrevista coletiva, no município de Marabá, a 450 km de Belém. Participaram da coletiva os secretários da Fazenda, José Raimundo Nonato; do Meio Ambiente, Valmir Ortega; e da Indústria e Comércio, Maurílio Monteiro; o Chefe do Estado Maior da PM, Coronel Osmar; e o comandante da PM de Marabá, Coronel Cruz.

A vistoria técnica nas guseiras constatou que o número de empregos gerados pelo setor, e que foi informado aos técnicos do governo estadual, são conflitantes com os dados da Secretaria de Indústria e Comércio. "Foram solicitados das empresas novos documentos, vamos analisá-los e, a partir dos dados coletados nas vistorias e das informações complementares, serão elaborados laudos técnicos que embasarão decisões sobre eventuais sanções no que se refere à concessão de incentivos", disse o secretário Maurílio Monteiro.

A origem do carvão vegetal, matéria prima da indústria siderúrgica, também foi alvo da vistoria técnica. Segundo dados da Secretaria de Estado de Meio Ambiente, o setor não dispõe de reserva florestal para suprir a produção de carvão, o que contraria a lei ambiental. "Nós estamos revendo o licenciamento ambiental das indústrias. O que queremos é que haja oferta de carvão legal. Isso garante o trabalho das guseiras e respeito ao meio ambiente", declarou Valmir Ortega.

A ameaça é o que os técnicos do Ministério do Meio Ambiente, do setor de fiscalização do Ibama chamam de "freio de arrumação". O popular "ou vai, ou racha".

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