Tão atual!

MONARCAS DE BRASÍLIA

(Junho, 2007)

“É impossível para um homem aprender aquilo que ele acha que já sabe”.

(Epíteto)

És a glória talvez! Talvez a morte!...

O diálogo mais repisado em Brasília:

Lobista - Preciso falar contigo.

Monarca - Boas mensagens?

Lobista - Espero-o às 20 horas no lugar de sempre.

Monarca - Você reserve e certifique-se que não seremos vistos.

Lobista - Este lugar sempre nos serviu bem. Temos dois candidatos interessados na construção das usinas.

Monarca - Ruim, , muita concorrência.

Lobista - O edital fala de duas usinas.

Monarca - Ah! Que bom. E já se acertaram?

Lobista - Claro! Só que nós resolvemos que haverá um sobre-prêço, adicional “mixuruco, para garantir a seguinte divisão: Monarca 20 %, Partido do monarca 10 %, Para você, Patrono das obras 10 % e para os Eventuais (congresso, outros monarcas, jornalistas) 10 %.

Monarca - Fechadíssimo.

Ao se despedirem, o lobista aconselhou o interlocutor a manter sigilo porque estas mesmas usinas, do outro lado do oceano, são construídas apenas com uma terça parte dos recursos que orçamos para estas duas.

O monarca estrelado, totalmente blindado, apenas sem coroa, muito amigo do coroado Gautama Buda, pensa sem dizer nenhuma palavra: todos sabem ser o empreiteiro mais pobre de todos os que disputam obras públicas, ele só está na parada de pequenas construções. Buda espiritualizado ou não, é peixe pequeno que está aflito porque não conseguiu blindar a sua empresa; as posses não permitiram fazer grandes “doações”.

As grandes empreiteiras, hoje são até banqueiros, exatamente aquelas que doam milhões para os fundos partidários, conhecidos como sobra de campanha; estão sempre misturados com o poder, eles e os poderes subservientes, para quem não os conhece, vendo-os em seus relacionamentos seria lógico pensar que se aquecem no mesmo cobertor.

Quanto mais o cobertor aquecia, mais exigências de verba e maior carga tributária, pouco importa o empobrecimento do povo e a conseqüente falta de crescimento. Único aquecimento que acontecia era nos cofres das empreiteiras e dos corpos sob o mesmo cobertor. Os controles de qualidade das obras eram subservientes e pagos para calar.

“Quem és tu? Quem és tu? És minha sorte!

É’

És talvez o ideal que est’alma espera!

És a glória talvez! Talvez a morte!... (Castro Alves)

Se a poesia estivesse sendo escrita no momento, em que tantos monarcas tomam conta de Brasília, o poeta, com certeza, declararia: Vossas mãos estão cheias de dinheiro público, cheias de dinheiro roubado, cheias de sangue dos mortos, vocês são a própria morte;. Vocês mentiram, estenderam uma casca de cebola, deram-lhe o nome de asfalto e produziram muitas placas: BR-buraco, BR-roubo, BR-caixinha, BR-vitória eleitoral, BR-prédio de Miami, BR- garanti o meu, os outros que se fodam.

ARISTÓTELES escreveu em 360 a.C: “A grandeza não consiste em receber honras, mas em merecê-las”.

Do mesmo autor: “Critique menos, trabalhe mais. E, não se esqueça nunca de agradecer.

Atenção! Aristóteles não viveu no Brasil e nunca imaginou os desmandos que aconteceriam de 1986 até hoje.

Ah! Que inferno.

Walter Marquart

Cx. Postal, 45

Águas de São Pedro - SP

PS

JK, um “peixe vivo, percebeu que para vencer a olimpíada da corrupção teria que seguir rumos diferentes dos exemplos europeus.

Parafraseando Quércia: QUEBROU O PAÍS, mas o monstro está lá, chama-se Brasília.

Os japoneses, “povo retardado”, não pensaram como JK. No lugar de sonhar, modernizaram a sua Capital, dotaram-na do necessário transporte de massas. No lugar de acabar com as suas ferrovias, planejaram, construíram e inauguraram o trem bala.

Nossa Capital de então, para o mundo e para nós uma cidade maravilhosa, degradou, degradou... O luxo de Brasília pode, e deve ser culpado de termos ordenado que a cidade maravilhosa se tornasse um inferno. é!

Os ratos do orçamento público e os Monarcas não toleram a idéia de que o Brasil deixe de lhes proporcionar bem-estar, luxo, conforto e licença para desenvolver o perdularismo.

2 comentários:

Anônimo disse...

O Brasil progrediu como um verdadeiro paraíso durante os 270 anos da Capital Federal no Rio de Janeiro.

Os monarcas de Brasília são apenas aprendizes de mágico em comparação com os ilusionistas profissionais da antiga Corte Luso-Brasileira, cujo "know how" espalhou-se por todo o Brasil.

Val-André Mutran  disse...

Grande pensamento anônimo.

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