O jornalista Fernando Rodrigues da Folha de S. Paulo (para assinantes aqui>>) analisa a agenda mínima que o novo Ministro da Defesa, Nelson Jobim terá à frente do cargo para debelar - o que não acredito - ou mesmo administrar a crise aérea que já matou mais de 350 pessoas num período de quase 11 meses e que ofende usuários do sistema em filas intermináveis, adiamentos e cancelamentos de vôos, overbooking, desrespeito por parte de companhias aéreas safadas, sucateamento de equipamentos do controle de tráfego aéreo e pistas de aeroportos que mais pararecem um queijo suíço; ocasionando bilionários prejuízos aos usuários domésticos, turistas internacionais e caos nas empresas que precisam cumprir compromissos em outros Estados. Leiam o que diz Rodrigues.
FERNANDO RODRIGUES
O tempo de Jobim
BRASÍLIA - Começou a produzir efeitos políticos a nomeação de Nelson Jobim para o Ministério da Defesa. As TVs mostraram ontem o ministro ao lado do governador de São Paulo, José Serra, e do prefeito paulistano, Gilberto Kassab. Em resumo, um lulista, um tucano e um democrata (ex-pefelista). Não apenas juntos, mas em harmonia. Lula poderia brincar repetindo a frase do comercial de cartão de crédito, pois a imagem da trinca "não tem preço" na política.
Hoje, para completar, Jobim permanece em São Paulo. Deve almoçar com Serra. A relação entre ambos é mais do que cordial. Para atestar o grau de distensão basta imaginar qual seria o cenário hoje se o ministro da Defesa nomeado tivesse sido mesmo Paulo Bernardo, o petista e atual titular do Planejamento -como se cogitou antes da aceitação de Jobim. Com Paulo Bernardo certamente não haveria o almoço de hoje nem a imagem amistosa de ontem.
Nenhum desses movimentos, por óbvio, resolve a crise aérea. Mas calmaria política e civilidade nas relações entre as diversas esferas de poder são o passo número um para a viabilização de algum tipo de solução. Pode não ser suficiente, é verdade. Só que sem esse pré-requisito nada daria certo.
Para azar de Lula, entretanto, nem só de política é possível viver. As ações práticas terão de ser empreendidas a partir da próxima semana. E há obstáculos à frente. A troca de dirigentes da Infraero (a estatal dos aeroportos) e da Anac (a agência reguladora do setor) é desejável. Melhor ainda seria haver peças de reposição disponíveis e de melhor qualidade. Não há.
Tudo somado, o tempo de Jobim é curto. Terá de exercitar seu comando sem muita margem de manobra. Em alguns dias começará a ser fortemente cobrado -até porque capital político é um dos mais evanescentes da natureza.
frodriguesbsb@uol.com.br
Fernando Rodrigues analisa as chances de Jobim debelar a crise aérea
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Caos Aéreo
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