Ele vai esquecer e pedir de novo
ENTREVISTA
ZÉ GERALDO
EM VEZ DE DIVIDIR, INVESTIR
Diário do Pará
ZÉ GERALDO - Eu tenho feito uma análise de conjuntura por todo o Estado do Pará para debater este tema. Vou expressar a minha opinião. Isso não se resume a ser contra ou a favor. É muito mais amplo. Esta idéia (da divisão) não se consolidará nos próximos 10 a 12 anos, por questões conjunturais e de projeto de desenvolvimento.
Quais são?
ZÉ GERALDO – Primeiro: não existe um consenso político na bancada parlamentar paraense no Congresso Nacional, entre senadores e os 17 deputados. Fica difícil encaminhar a demanda no plenário do Congresso, inclusive, por conseqüência, a realização do plebiscito.
O que mais?
ZÉ GERALDO - O PT assumiu o poder no Pará há somente oito meses. Temos um projeto de desenvolvimento global e sustentável para todos, inclusive articulado com o governo federal. Realizamos, de forma participativa, 143 assembléias públicas e 12 plenárias regionais envolvendo milhares de cidadãos e autoridades do Pará, que definiram as demandas da população. A governadora deu posse ao Conselho Estadual de Planejamento Territorial Participativo e acaba de entregar o Plano Plurianual na Assembléia Legislativa, com os valores dos recursos que serão aplicados entre os anos 2008-2011. Além disso, temos o governo do presidente com grande aceitação popular e um plano de desenvolvimento para o Brasil, que está pautando o desenvolvimento e estimulando canteiros de obras pelo território nacional.
Mas, o problema é como fazer chegar os recursos nos municípios.
ZÉ GERALDO - O Pará viveu 12 anos de tucanato, recebemos um governo com déficit de caixa e eles nunca ouviram a população paraense como estamos fazendo. Como falar em divisão, num momento que temos aproximadamente R$ 30 bilhões do governo federal para serem aplicados em obras de infraestrutura em todas as regiões do Pará, através do PAC, além dos recursos do Tesouro estadual?
Esses investimentos debelam a onda separatista?
ZÉ GERALDO – Já começou a segunda frente de asfaltamento da Transamazônica, entre Medicilândia e Altamira. Investimento de R$ 100 milhões. Deste valor, a metade está empenhada. Isso facilitará o escoamento da produção, através do porto de Vitória do Xingu, para a capital paraense e para outros estados do Norte. Estes recursos beneficiam quem? Só o Oeste do Pará ou todo o Pará? Outro exemplo: o Marajó receberá aproximadamente R$ 10 milhões do Tesouro estadual, que levará energia para a região. Quem ganha com chegada da energia? Todos, e ajudará a melhorar o IDH do arquipélago, que é um dos mais baixos do estado. É fundamental olharmos a questão de médio, longo prazo e com responsabilidade política e social.
Então o separatismo é uma questão de governo?
ZÉ GERALDO - Ana Júlia já mostrou que o seu governo tem ações descentralizadas, para interiorizar as políticas públicas e fazê-las chegar até os cidadãos, como foi o exemplo do Marajó. A utilização do argumento das distâncias não se justifica, pois estamos invertendo as prioridades junto com a população. A conjuntura econômica e política brasileira não ajuda o argumento da divisão do Pará, principalmente pela capacidade política do presidente Lula de articular esta experiência histórica de um governo de coalizão que pense o Brasil como um todo. No Pará, temos poucos meses de governo e sabemos que a participação popular incomoda.
Comentário do blog: O de mais valioso nessa entrevista é como um político, por livre e espontânea vontade, se desmascara. Vale tudo pelo voto.
Esse rapaz mentiu aos eleitores do Carajás, mentiu aos eleitores do Tapajós e, cuidado, com esse precedente, pois ele torna-se muito confiável aos eleitores da sede da Capitania de Belém, sua nova investida.
Portanto, fiquem a vontade, ele é muito confiável. Os R$ 30 bi do PAC também. Perguntem ao TCU.
Ah! Os vídeos da campanha não mentem, exceto se foi utilizado um clone o que tenho em meu arquivo dos comícios que esse cidadão participou, ou será seu clone?
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