No caso dos EUA, uma alta mais intensa da inflação colocaria o Fed, o banco central americano, num dilema. "Hoje o banco central americano está priorizando a atividade econômica e reduzindo os juros para conter uma forte desaceleração. Se tivesse que subir os juros para evitar a inflação, a recessão seria inevitável", afirma Fábio Silveira, economista da RC Consultores.
Para economista-chefe para a América Latina do Banco Real ABN Amro, Alexandre Schwartsman, o risco inflacionário já está aí, inclusive em países com tradição de inflação baixa, como a própria China. Ele pondera que para o Brasil, assim como para os demais exportadores de commodities, o risco maior não é a alta dos preços, mas a reversão desse processo. Isso porque os preços elevados sustentam uma forte elevação das exportações brasileiras e permitem um crescimento vigoroso das importações sem a deterioração mais aguda das contas externas. "Isto, por vez, permite que a demanda doméstica cresça a uma velocidade muito alta, trazendo consigo o PIB. Boa parte da boa história de crescimento brasileiro foi possível pelos ganhos associados aos preços de commodities."
Fonte: Estadão
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