Parceria nas estrelas ― Brasil-Ucrânia selam acordo espacial
BRASIL-UCRÂNIA
Até 2010, empresa binacional pretende colocar em órbita satélite com a ajuda de foguete ucraniano, a partir de base no Maranhão. Projeto conjunto prevê a construção de moderno complexo de lançamentos
Depois de nove anos de espera, a cooperação Brasil-Ucrânia na área espacial começa a se concretizar. A empresa binacional Alcântara Cyclone Space (ACS), criada em 2003 para comercializar lançamentos a partir da base de Alcântara, no Maranhão, anunciou que colocará um satélite em órbita usando um foguete Cyclone 4. A previsão é de que isso ocorra até 2010. “Será um disparo de qualificação (primeiro envio ao espaço), levando o satélite científico Nano-Jasmine, construído pelo Laboratório de Sistemas Espaciais Inteligentes da Universidade de Tóquio. É uma prova da confiança no nosso serviço, pois disparos de qualificação nunca são feitos com carga útil”, destacou Oleksandr Serdyuk, diretor-geral ucraniano do empreendimento.
Roberto Amaral, diretor-geral brasileiro da ACS, afirmou que a empresa deseja disputar 30% do mercado internacional de lançamentos, o equivalente a US$ 14 bilhões nos próximos cinco anos. Para isso, pretende conquistar o mercado norte-americano. “A ACS vai solicitar que o governo federal inicie negociações para um novo acordo de cooperação tecnológica com os Estados Unidos”, ressaltou.
Na época em que era ministro de Ciência e Tecnologia, no primeiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Amaral se opôs a um acordo assinado entre Brasil e EUA durante o governo Fernando Henrique Cardoso. O texto terminou rejeitado pelo Congresso. “Os termos firmados contrariavam os interesses nacionais. Não queremos caixas-pretas ou pacotes fechados. Nossa política é de favorecer o intercâmbio tecnológico, como fazemos com a Ucrânia”, afirmou.
Tecnologia
O Cyclone 4 é o mais novo desenvolvimento de uma série de foguetes que já obteve mais de 260 disparos bem-sucedidos, sem qualquer falha. A posição estratégica do Centro Espacial de Alcântara (CEA), no Maranhão, junto à linha do Equador, permite uma economia de combustível de até 30%, com subsequente aumento de carga. A Ucrânia detém tecnologia de construção de foguetes e lançamentos desde a época em que integrava a União Soviética. Com a independência do país, tornou-se um dos mais importantes concorrentes do mercado de lançamentos.
O projeto conjunto Brasil-Ucrânia para o Cyclone 4 prevê a criação de um moderno complexo de lançamentos que permita colocar em órbitas baixas (altura de aproximadamente de 500km) equipamentos espaciais com massa de até 5.300kg, e em órbita intermediária geoestacionária equipamentos com massa de até 1.600kg. “A partir da experiência com o Cyclone 4, partiremos para um empreendimento conjunto, o Cyclone 5, que terá participação brasileira no projeto”, afirmou Amaral.
Os dois sócios esperam gerar empregos de alta tecnologia. “Na Ucrânia, vamos envolver mais de 40 empresas, além de algumas no Brasil, para a construção do Cyclone 4”, disse Serdyuk. Amaral detalhou o total de obras de infra-estrutura em Alcântara: “Haverá, além da construção de dois sítios de lançamento, vagas na abertura de estradas, hotéis, hospital e trabalhos previstos na implantação do CEA, como um porto flutuante.” Para financiar o empreendimento, o capital da empresa deve ser ampliado em mais de 200%. Roberto Amaral anunciou que a proposta de aumento de US$ 105 milhões para US$ 375 milhões será avaliada em reunião do conselho da binacional, em 2 de junho em Kiev, na Ucrânia. (Fonte: CB)
Até 2010, empresa binacional pretende colocar em órbita satélite com a ajuda de foguete ucraniano, a partir de base no Maranhão. Projeto conjunto prevê a construção de moderno complexo de lançamentos
Depois de nove anos de espera, a cooperação Brasil-Ucrânia na área espacial começa a se concretizar. A empresa binacional Alcântara Cyclone Space (ACS), criada em 2003 para comercializar lançamentos a partir da base de Alcântara, no Maranhão, anunciou que colocará um satélite em órbita usando um foguete Cyclone 4. A previsão é de que isso ocorra até 2010. “Será um disparo de qualificação (primeiro envio ao espaço), levando o satélite científico Nano-Jasmine, construído pelo Laboratório de Sistemas Espaciais Inteligentes da Universidade de Tóquio. É uma prova da confiança no nosso serviço, pois disparos de qualificação nunca são feitos com carga útil”, destacou Oleksandr Serdyuk, diretor-geral ucraniano do empreendimento.
Roberto Amaral, diretor-geral brasileiro da ACS, afirmou que a empresa deseja disputar 30% do mercado internacional de lançamentos, o equivalente a US$ 14 bilhões nos próximos cinco anos. Para isso, pretende conquistar o mercado norte-americano. “A ACS vai solicitar que o governo federal inicie negociações para um novo acordo de cooperação tecnológica com os Estados Unidos”, ressaltou.
Na época em que era ministro de Ciência e Tecnologia, no primeiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Amaral se opôs a um acordo assinado entre Brasil e EUA durante o governo Fernando Henrique Cardoso. O texto terminou rejeitado pelo Congresso. “Os termos firmados contrariavam os interesses nacionais. Não queremos caixas-pretas ou pacotes fechados. Nossa política é de favorecer o intercâmbio tecnológico, como fazemos com a Ucrânia”, afirmou.
Tecnologia
O Cyclone 4 é o mais novo desenvolvimento de uma série de foguetes que já obteve mais de 260 disparos bem-sucedidos, sem qualquer falha. A posição estratégica do Centro Espacial de Alcântara (CEA), no Maranhão, junto à linha do Equador, permite uma economia de combustível de até 30%, com subsequente aumento de carga. A Ucrânia detém tecnologia de construção de foguetes e lançamentos desde a época em que integrava a União Soviética. Com a independência do país, tornou-se um dos mais importantes concorrentes do mercado de lançamentos.
O projeto conjunto Brasil-Ucrânia para o Cyclone 4 prevê a criação de um moderno complexo de lançamentos que permita colocar em órbitas baixas (altura de aproximadamente de 500km) equipamentos espaciais com massa de até 5.300kg, e em órbita intermediária geoestacionária equipamentos com massa de até 1.600kg. “A partir da experiência com o Cyclone 4, partiremos para um empreendimento conjunto, o Cyclone 5, que terá participação brasileira no projeto”, afirmou Amaral.
Os dois sócios esperam gerar empregos de alta tecnologia. “Na Ucrânia, vamos envolver mais de 40 empresas, além de algumas no Brasil, para a construção do Cyclone 4”, disse Serdyuk. Amaral detalhou o total de obras de infra-estrutura em Alcântara: “Haverá, além da construção de dois sítios de lançamento, vagas na abertura de estradas, hotéis, hospital e trabalhos previstos na implantação do CEA, como um porto flutuante.” Para financiar o empreendimento, o capital da empresa deve ser ampliado em mais de 200%. Roberto Amaral anunciou que a proposta de aumento de US$ 105 milhões para US$ 375 milhões será avaliada em reunião do conselho da binacional, em 2 de junho em Kiev, na Ucrânia. (Fonte: CB)
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