Na cabeça de chapas
Na batalha pela prefeitura da capital paulista, 11 chapas tentam conquistar votos em um colégio eleitoral formado por quase 8,2 milhões de eleitores. Três campanhas são lideradas por candidatas ao cargo de prefeita: a de Anaí Caproni (PCO), a da vereadora paulistana Soninha Francine (PPS), e a da ex-ministra do Turismo, Marta Suplicy (PT).
Em 1995, quando exercia mandato como deputada federal, Marta foi autora do projeto que resultou na Lei Federal n. 9.100/95, que previa cotas e tinha validade para aplicação nas eleições municipais do ano seguinte. Antes de concluir o mandato como parlamentar, Marta fez gestões na Câmara e no Senado. Meses depois, a Lei Federal 9.504/97 seria aprovada e sancionada.
Segundo a ex-ministra, o projeto original foi fruto de um processo de discussões feito junto à sociedade e ao movimento feminista. “Tenho participado da luta histórica pela presença de mulheres na política. Entrei na política tendo, entre outras, essa bandeira. Eu apresentei e defendi a lei que obrigou a legislação eleitoral a estabelecer, pela primeira vez no país, cota mínima de mulheres candidatas em eleições proporcionais”, lembra Marta.
Para ela, apesar das conquistas, há mesmo muito por fazer: “Nem sempre vimos a lei ser cumprida, mas é inegável que, desde sua discussão e adoção, despertamos da inércia secular da baixa participação e melhoramos índices de mulheres eleitas para o Legislativo e, até, além disso, para o Executivo. Mas também é fato que ainda estamos bem aquém do que poderíamos. Em parte, acredito que a mulher, em pleno século 21, ainda tem muitos desafios e preconceitos a enfrentar.”
Na avaliação da vereadora Soninha Francine (PPS), a presença feminina em cargos eletivos ainda é muito desproporcional: “Somos maioria na população e minoria nos parlamentos e no Executivo. Isso acontece por vários motivos: na política, a renovação é baixa. E são as gerações mais novas as que equilibram melhor a divisão entre homens e mulheres em atividades ‘tradicionalmente masculinas’. E a renovação é baixa porque não há limite para reeleição de parlamentares (...). Além disso, os (e as) mais jovens, mesmo militantes de várias causas, não vêem a política como espaço convidativo para suas lutas. Temos o desafio de demonstrar, mais do que apenas dizer, que a política pode ser diferente e que mulheres, jovens ou não, são muito bem-vindas”. O Correio tentou ouvir a opinião da candidata Anaí Caproni, mas não obteve retorno até o fechamento da reportagem. (AP)
CANDIDATAS
Número de concorrentes a vereadora:
Cidade - Em 2004 # Em 2008
Goiânia 111 # 106
Belém 116 # 124
Salvador 138 # 186
Curitiba 120 # 191
Manaus 182 # 164
São Paulo 234 # 272
Recife 126 # 134
Rio de Janeiro 253 # 297
Porto Alegre 104 # 90
Belo Horizonte 241 # 220
Em 1995, quando exercia mandato como deputada federal, Marta foi autora do projeto que resultou na Lei Federal n. 9.100/95, que previa cotas e tinha validade para aplicação nas eleições municipais do ano seguinte. Antes de concluir o mandato como parlamentar, Marta fez gestões na Câmara e no Senado. Meses depois, a Lei Federal 9.504/97 seria aprovada e sancionada.
Segundo a ex-ministra, o projeto original foi fruto de um processo de discussões feito junto à sociedade e ao movimento feminista. “Tenho participado da luta histórica pela presença de mulheres na política. Entrei na política tendo, entre outras, essa bandeira. Eu apresentei e defendi a lei que obrigou a legislação eleitoral a estabelecer, pela primeira vez no país, cota mínima de mulheres candidatas em eleições proporcionais”, lembra Marta.
Para ela, apesar das conquistas, há mesmo muito por fazer: “Nem sempre vimos a lei ser cumprida, mas é inegável que, desde sua discussão e adoção, despertamos da inércia secular da baixa participação e melhoramos índices de mulheres eleitas para o Legislativo e, até, além disso, para o Executivo. Mas também é fato que ainda estamos bem aquém do que poderíamos. Em parte, acredito que a mulher, em pleno século 21, ainda tem muitos desafios e preconceitos a enfrentar.”
Na avaliação da vereadora Soninha Francine (PPS), a presença feminina em cargos eletivos ainda é muito desproporcional: “Somos maioria na população e minoria nos parlamentos e no Executivo. Isso acontece por vários motivos: na política, a renovação é baixa. E são as gerações mais novas as que equilibram melhor a divisão entre homens e mulheres em atividades ‘tradicionalmente masculinas’. E a renovação é baixa porque não há limite para reeleição de parlamentares (...). Além disso, os (e as) mais jovens, mesmo militantes de várias causas, não vêem a política como espaço convidativo para suas lutas. Temos o desafio de demonstrar, mais do que apenas dizer, que a política pode ser diferente e que mulheres, jovens ou não, são muito bem-vindas”. O Correio tentou ouvir a opinião da candidata Anaí Caproni, mas não obteve retorno até o fechamento da reportagem. (AP)
CANDIDATAS
Número de concorrentes a vereadora:
Cidade - Em 2004 # Em 2008
Goiânia 111 # 106
Belém 116 # 124
Salvador 138 # 186
Curitiba 120 # 191
Manaus 182 # 164
São Paulo 234 # 272
Recife 126 # 134
Rio de Janeiro 253 # 297
Porto Alegre 104 # 90
Belo Horizonte 241 # 220
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