Matéria que mitiga o problema crônico, de cêpa do próprio legislativo, mas que lamentávelmente não entra na pauta de votações.
A excelente reportagem do jornalista Patrick Roberto para o jornal Correio do Tocantins, escandaliza o Pará ao revelar que naquele município, a Subseção da Justiça Federal, obriga o juiz Carlos Henrique Borlido Haddad ao desafio de dar conta de até 45 audiências por dia, entre a Vara e o Juizado Especial, este que trata de causas de até 60 salários mínimos. Verdadeiro "operário" do Direito, o juiz confessa não ver o tempo passar, debruçado sobre processos em seu gabinete, e chega a dedicar-se 13 horas ao trabalho, diariamente, para dar conta de 3.278, numa jurisdição de 36 municípios.
Destarte, os píncaros da carreira aqui em Brasília, exerce pressão para a construção de Palácios cujos orçamentos beiram a megalomania com colossos de mármores e vidros temperados; distanciando-os, cada vez mais da realidade por que passa o mundo em crise em que a palavra de ordem é: cada um dos brasileiros deve dar a sua contribuição para que o país não vá para o "ralo" da crise financeira internacional.
Basta fazer uma enquete para se apurar que isso (a atitude da alta magistratura) era querer demais de quem atualmente controla esse Poder. Visto que as pressões para os reajustes de seus salários são tratados nos bastidores com muita perspicácia e discrição nos Corredores do Planalto.
Vale lembrar como profetizava acertamente o saudoso poeta Renato Russo: "Que país é esse?", em uma de suas mais célebres músicas do grupo de rock Legião Urbana.
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