É ato de coragem da ex-guerrilheira e braço direito do presidente Lula.
ELEIÇÕES
Em entrevista na capital paulista, ministra da Casa Civil diz que está se cuidando de um linfoma, descoberto há cerca de 30 dias. Sessões de quimioterapia serão feitas nos próximos quatro meses
A ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, confirmou, ontem, durante entrevista coletiva em São Paulo, que está se tratando de um câncer linfático. Há três semanas, a ministra retirou um tumor maligno próximo à axila esquerda. Exames posteriores indicaram que se tratava de um tumor no sistema linfático, mas não havia outros focos da doença no organismo. Dilma recebeu um cateter para facilitar a aplicação dos medicamentos e foi submetida a uma primeira quimioterapia, mas terá que fazer novas sessões durante quatro meses em São Paulo. O câncer foi descoberto há 30 dias, durante um exame de rotina no Hospital Sírio Libanês, onde ela completará o tratamento.
Ao lado dos médicos que a acompanham, Dilma afirmou que continuará trabalhando normalmente, mas desconversou sobre o impacto que o episódio terá sobre uma eventual candidatura, já que é a preferida do Palácio do Planalto para a sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “O que está em pauta é enfrentar esse desafio e sair mais forte do lado de lá”, disse a ministra, reconhecendo que um dos temores será a quimioterapia. “Como qualquer pessoa, fazer quimioterapia é algo desagradável. Mas vou ter um processo de superação desta doença”, disse Dilma. Segundo a médica oncologista Yana Novis, que vem aplicando o tratamento, a ministra terá que passar por mais sessões de quatro horas, a cada três semanas.
Segundo o médico Roberto Kalil, o câncer foi detectado há cerca de 30 dias por meio de uma tomografia de rotina na região do coração. No rastreamento foi encontrado um nódulo de cerca de dois centímetros de diâmetro, que, ao ser retirado, foi diagnosticado como um tumor linfático. “Graças aos exames, o diagnóstico foi precoce. A ministra tinha um linfoma em estágio inicial, pequeno e que foi retirado. As perspectivas são as melhores. Ela vai fazer quimioterapia apenas complementar”, explicou Kalil, que também é médico do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Pequena cirurgia
O tumor retirado de Dilma, classificado como linfoma B, aconteceu em uma pequena cirurgia ocorrida há três semanas, e que durou apenas 45 minutos. A ministra recebeu um cateter para facilitar a medicação e a quimioterapia, já que suas veias, como ressaltou para os jornalistas, eram “horríveis”. Segundo a médica Yana Novis, as causas da doença podem ser várias. “Sabemos que é um problema comum em países desenvolvidos”, afirmou a oncologista, ressaltando que o câncer poderia ser causado até mesmo por um vírus, mas as causas que afetam a ministra são desconhecidas.
Dilma afirmou que recebeu a notícia da doença de forma serena e a enfrentará com otimismo. “Ninguém gosta de saber que está com uma doença. Mas recebo com tranquilidade, porque tive a sorte de ter esse diagnóstico precoce”, explicou a ministra, que chegou ao hospital acompanhada pelo ministro da Secretaria de Comunicação Social do Palácio do Planalto, Franklin Martins. Segundo avaliação dos médicos, a possibilidade de cura chega a mais de 90% dos casos, mas Dilma terá que fazer exames médicos periódicos.
Amigos próximos de Dilma afirmam que ela está tranquila, a ponto de sair do hospital sorrindo — da mesma forma como chegou — para almoçar com o ex-ministro da Justiça Márcio Thomaz Bastos, que também teve problema semelhante ao da ministra. A doença de Bastos atingiu a região dos pulmões e foi considerada grave. Os dois, mais Franklin Martins, almoçaram nhoque com cordeiro em um restaurante da Rua Amauri, no Jardim Paulistano. O trio não falou sobre a doença e a conversa girou em torno de política.
"Como qualquer pessoa, fazer quimioterapia é algo desagradável. Mas vou ter um processo de superação desta doença"
Dilma Rousseff, ministro da Casa Civil.
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