Alto tucanato na tribuna de honra do Congresso Nacional para homenagear os 100 anos de nascimento de Tancredo Neves
A cerimônia está sendo transmitida ao vivo pela TV Câmara e Senado.
O burburinho nos corredores é que o governador de São Paulo, José Serra, que discursa neste momento, será convidado pelos senadores e deputados federai tucanos a antecipar o lançamento de sua candidatura à presidente da República.
Os tucanos estão em estado de completo desespero com o resultado da última sondagem Datafolha que coloca Dilma no caalcanhar de Serra com uma pequena diferença de 4% nas intenções de voto.
Por outro lado, Serra vai resistir e só sai do governo paulista em abril.
Em “jogada” eleitoral Arruda promove Lula e Dilma
O correlegionários do DEM não gostaram nem um pouco os “desbragados” elogios que o único governador do DEM (José Roberto Arruda, do DF) distribuiu em evento comicialesco para o presidente Lula e sua pré-candidata a sucessão, ministra Dilma Roussef.
Veja como foi.
PDT: Bancada federal e direção nacional jantam com Dilma hoje
Ação nos bastidores contra o “efeito Ciro”
Lula e aliados correm para consolidar alianças em torno de Dilma. Ideia é minar a candidatura do parlamentar cearense à Presidência
Dilma abriu temporada de diálogos com o PCdoB e teve aceno favorável do PP. Alvo do dia é o PDT
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem uma nova meta: inviabilizar as chances de o deputado Ciro Gomes(1) (PSB-CE) concorrer ao Palácio do Planalto em 2010. Ao cercar a ministra Dilma Rousseff, sua pré-candidata, dos apoios antecipados de partidos da base aliada, Lula quer isolar o parlamentar pelo Ceará e empurrá-lo para a disputa do governo de São Paulo.
O esperado anúncio do acordo pré-eleitoral com o PMDB é o primeiro gesto da tentativa de dar musculatura a Dilma. Em paralelo, começa uma ofensiva em cima do PDT para sepultar qualquer rumor de que haveria possibilidade de acordo com o PSB. Nessa estratégia, Lula colocou aliados não petistas para bombardear aspirações de quem deseja se lançar ao Planalto. Nesse jogo, Lula e os petistas consideram todas as armas válidas para não dividir a base aliada.
Os peemedebistas também estão ansiosos para o acordo com Lula. Uma parte dos caciques do partido é favorável a participar oficialmente da chapa encabeçada pela ministra petista. Reunião na residência do deputado Michel Temer (PMDB-SP), presidente da Câmara, selará a estratégia para o encontro com o presidente, previsto para esta semana. Hoje, a ministra recebe dirigentes do PDT com o objetivo de discutir as bases da aliança. Ela já esteve com integrantes do PCdoB e recebeu do PP um sinal de que há simpatia por sua candidatura.
“Estamos abertos para a conversa. O acordo com a ministra Dilma é possível e viável”, afirmou o presidente em exercício do PDT, deputado Vieira da Cunha (RS). Ele ressaltou, no entanto, que o partido não descartou a hipótese de uma candidatura própria ou de apoio a Ciro Gomes. O deputado Paulo Pereira da Silva (SP), articulador do jantar com a chefe da Casa Civil, disse ser favorável à união dos governistas. “O melhor seria estarmos unidos na mesma candidatura”, afirmou Paulinho, fazendo uma ressalva: “Mas, dependendo, talvez o melhor para a base seja ter dois ou três candidatos”, sublinhou. Ele citou o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, como um nome com capacidade de disputar a presidência. Nos bastidores, parlamentares entendem que a conversa do PDT com Dilma é um ponto de partida para um debate aprofundado sobre 2010. Assim, o partido estaria fazendo um discurso de jogo duplo com a intenção de se valorizar, para não oferecer apoio barato e ficar relegado a planos secundários.
Nessa empreitada, Lula conseguiu arregimentar aliados para trabalhar pela candidatura única. “Nós estamos conversando com PSB, PMDB, PT, porque o ideal é a base não se dispersar. Defendemos que quem deve se dispersar é a oposição. O problema é que não é isso que está acontecendo. A oposição está unida e nós, divididos”, disse o senador pelo PCdoB do Ceará, Inácio Arruda.
Divergência
A maneira como os partidos da base aliada divergem em interesses eleitorais vai na contramão do cenário almejado pelo presidente Lula. Para ele, o pleito do ano que vem será mais favorável à sua candidata se estiverem em jogo duas propostas: a defesa e o ataque a seu governo. Entre os partidos de oposição, há um quase consenso de que a candidatura presidencial terá como protagonista um dos governadores tucanos: José Serra (São Paulo) ou Aécio Neves (Minas Gerais).
Nas pesquisas de intenção de votos, os eleitores simpatizantes da oposição se afunilam em um único nome, enquanto os governistas se dispersam entre Ciro, Dilma e a senadora Marina Silva (PV-AC). Para sua candidata dar um salto nesses levantamentos, Lula já deu ordem para ela voltar a andar pelo país. Encerrado o tratamento contra o câncer, Dilma está apta a tocar a agenda de olho no ano que vem. Todos esperam que seu retorno aos palanques venha acompanhado do mesmo salto nas pesquisas que ela deu no começo do ano, quando saiu de níveis irrisórios e se aproximou dos 20%, e de uma estagnação de Ciro Gomes. Uma das maneiras de o parlamentar pelo Ceará jogar por água abaixo as pretensões de Lula e viabilizar seu projeto presidencial é continuar crescendo na sombra de Dilma.
1 - Espinho aos tucanos
O deputado Ciro Gomes (PSB-CE) pretende se dedicar a uma agenda por São Paulo. Nos próximos cinco meses, vai protelar ao máximo a definição de sua opção eleitoral em 2010. A dúvida é entre a disputa pelo governo estadual e a corrida presidencial. Nesse intervalo, o PSB quer que Ciro se transforme numa figura antitética ao governador José Serra. Assim, o parlamentar vai encarnar o papel de desconstruir o discurso do PSDB, que completará 16 anos à frente da política paulista ano que vem.
Estamos abertos para a conversa.
O acordo com a ministra Dilma é possível e viável”, dDeputado Vieira da Cunha (RS), presidente em exercício do PDT
Palocci absolvido é a 2.a opção de Lula
Mais um componente do alto clero petista escapou de uma punição judicial que o colocaria no umbral político.
Por falta de provas, 5 dos 9 ministros do STF absolveram o todo poderoso Antonio Palocci da acusação de que teria quebrado sigilo de caseiro enquanto era minsitro da Fazenda.
A decisão enche de alegria o presidente Lula que, “coloca na manga” um coringa na estratégia de sua sucessão
Maioria entendeu que não há provas de que ele ordenou a quebra.
Ministros, no entanto, aceitaram denúncia contra Jorge Mattoso.
Diego Abreu e Robson Bonin Do G1, em Brasília
Foto: Celso Junior/AE
O caseiro Francenildo dos Santos Costa no STF, em Brasília,aguardando o julgamento da ação do MP contra o ex-ministro da Fazenda e atual deputado Antonio Palocci (PT-SP) (Foto: Celso Junior/AE)
O Supremo Tribunal Federal (STF) absolveu nesta quinta-feira (27) o ex-ministro da Fazenda e atual deputado federal Antonio Palocci (PT-SP) da acusação de que teria quebrado o sigilo bancário do caseiro Francenildo dos Santos Costa.
Por 5 votos a 4, os ministros rejeitaram a denúncia do Ministério Público Federal (MPF), que pedia a abertura de uma ação penal contra o petista. Os ministros entenderam que as evidências apresentadas pelo MPF contra o ex-ministro não comprovaram o seu envolvimento com a quebra do sigilo.
O Supremo, no entanto, aceitou a denúncia contra o ex-presidente da Caixa Econômica Federal Jorge Mattoso, que teria entregado a Palocci o sigilo bancário do caseiro.
Foto: Janine Moraes/Agência Brasil
O deputado federal, Antônio Palocci (PT-SP), em novembro de 2008 (Foto: Janine Moraes/Agência Brasil)
Assim, Mattoso passa à condição de réu e responderá a ação cuja pena é de até quatro anos de cadeia. O processo contra ele, porém, será julgado em primeira instância, pois Mattoso não tem foro privilegiado. Ele no entanto, poderá optar ainda por trocar o processo por penas alternativas.
Quanto ao outro acusado no inquérito, o jornalista Marcelo Netto, então assessor de imprensa do Ministério da Fazenda, houve empate de 4 votos a 4. Os ministros então decidiram absolver Netto, aplicando o entendimento de que em caso de empate a decisão aplicada deve ser a que beneficia o denunciado. O empate se deu porque o ministro Cezar Peluso, apesar de ter votado pela absolvição de Palocci, preferiu não se pronunciar sobre Netto e Mattoso.
Primeiro a votar, o presidente do STF, Gilmar Mendes, relator do caso, defendeu o arquivamento do inquérito de Palocci. Seu voto foi acompanhado pelos ministros Eros Grau, Ricardo Lewandowski, Cezar Peluso e Ellen Gracie. Votaram pela abertura da ação contra o ex-ministro Cármen Lúcia, Carlos Ayres Britto, Marco Aurélio Mello e Celso de Mello.
Foto: U.Dettmar/STF
O presidente do STF, ministro Gilmar Mendes, durante o julgamento da denúncia feita pelo MPF contra o ex-ministro da Fazenda o deputado federal Antonio Palocci (Foto: U.Dettmar/STF)
Relator
Gilmar Mendes considerou que não há provas de que Palocci tenha ordenado a quebra de sigilo. “A análise dos autos permite concluir que não há elementos mínimos que apontem para a uma iniciativa e menos ainda para uma ordem dele para que se fizesse uma consulta ou emissão e impressão de dados sobre a conta de Francenildo”, afirmou o ministro. Mendes também votou pela absolvição do jornalista Marcelo Netto, assessor de imprensa do Ministério da Fazenda à época dos fatos.
Quanto a Jorge Mattoso, Mendes entendeu que ele deveria ter repassado as informações ao Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coafi) do Ministério da Fazenda, e não a Palocci. “Ao constatar irregularidades em movimentações bancárias, a Caixa deverá comunicá-las ao Coafi. Nada indicava ou justificava o trânsito das informações sigilosas no âmbito do gabinete do ministro da Fazenda. O ministro não era a autoridade competente para ser informado da movimentação irregular da conta”, destacou.
O advogado Alberto Toron, que defende Mattoso, sustentou que o ex-presidente da Caixa não quebrou o sigilo, apesar de ter repassado o extrato de Francenildo ao ex-ministro. “O que está em causa é a utilização pessoal desses dados. Não há a menor dúvida de que o presidente da Caixa poderia passar a seu superior hierárquico”, disse o advogado.
Governo
O governo aguardava apenas o resultado desse processo. Palocci poderá agora assumir a pasta do ministro das Relações Institucionais, José Múcio, que será indicado para vaga de ministro do Tribunal de Contas da União (TCU). Mas segundo auxiliares diretos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Palocci “tem o desejo de se candidatar ao governo de São Paulo” .
O presidente Lula ainda tem preferência por uma candidatura do deputado Ciro Gomes (PSB-CE) ao Palácio dos Bandeirantes. O governo avalia que o simples fato de Palocci ter ocupado a pasta da Fazenda não o credencia como candidato ao governo de São Paulo.
“Tudo vai depender do que vai acontecer com o Palocci no STF. No nosso ponto de vista, o melhor seria uma eleição plebiscitária [entre Dilma e um candidato do PSDB]”, explicou o auxiliar de Lula antes do julgamento desta quinta. Nesse caso, seria melhor que o deputado Ciro Gomes, que tem pretensão de disputar a presidência também, concorresse o governo de São Paulo.
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Aqui se faz, aqui se paga
'Lula não fará seu sucessor", diz o dono do IBOPE
Carlos Augusto Montenegro é um dos mais experientes analistas do cenário político nacional. Presidente do Ibope, empresa que virou sinônimo de pesquisa de opinião pública no Brasil, ele acompanhou com lupa todas as eleições realizadas no país desde a volta à democracia, em 1985.
Agora, faltando pouco mais de um ano para a sucessão presidencial, Montenegro faz uma análise que o consagrará se acertar. Se errar? Bem, dará às pessoas o direito de igualarem seu ofício às brumas da especulação.
Em entrevista ao editor Alexandre Oltramari, Montenegro aposta que o governo, apesar da imensa popularidade do presidente Lula, não conseguirá fazer o sucessor – no caso, a ministra Dilma Rousseff. Também afirma que o PT está em processo de decomposição.
O que os acontecimentos da semana passada revelaram sobre o PT?
Que o partido deu um passo a mais na direção de seu fim. O PT passou vinte anos dizendo que era sério, que era ético, que trabalhava pelo Brasil de uma maneira diferente dos outros partidos. O mensalão minou todo o apelo que o PT havia acumulado em sua história. Ali acabou o diferencial. Ali acabou o charme. Todas as suas lideranças foram destruí-das. Estrelas como José Dirceu, Luiz Gushiken e Antonio Palocci se apagaram. Eu não diria que o partido está extinto, mas está caminhando para isso.
Mas por trás do apoio ao PMDB e ao senador Sarney não está exatamente um projeto de poder do PT?
É um projeto de poder do presidente Lula. O desempenho eleitoral do PT depois do mensalão foi um vexame. Em 2006, com exceção da Bahia, o partido só venceu em estados inexpressivos. Nas eleições municipais de 2008, entre as 100 maiores cidades, perdeu em quase todas. Lula sempre foi contra a reeleição e só resolveu disputá-la para tentar salvar o PT. Sua reeleição foi um plebiscito para decidir se deveria continuar governando mais quatro anos ou não. Mas tudo indica que agora ele não fará o sucessor justamente por causa da mesmice na qual o PT mergulhou.
Ao contrário do que muita gente acredita, o senhor aposta que Lula, mesmo com toda a popularidade, não conseguirá eleger o sucessor.
Uma coisa é ele participar diretamente de uma eleição. Outra, bem diferente, é tentar transferir popularidade a alguém. Sem o surgimento de novas lideranças no PT e com a derrocada de seus principais quadros, o presidente se empenhou em criar um candidato, que é a Dilma Rousseff. Mas isso ocorreu de maneira muito artificial. Ela nunca disputou uma eleição, não tem carisma, jogo de cintura nem simpatia. Aliás, carisma não se ensina. É intransferível. "Mãe do PAC", convenhamos, não é sequer uma boa sacada. As pessoas não entendem o que isso significa. Era melhor ter chamado a Dilma de "filha do Lula".
Porém já existem pesquisas que colocam Dilma Rousseff na casa dos 20% das intenções de voto.
A Dilma, em qualquer situação, teria 1% dos votos. Com o apoio de Lula, seu índice sobe para esse patamar já demonstrado pelas pesquisas, entre 15% e 20%. Esse talvez seja o teto dela. A transferência de votos ocorre apenas no eleitorado mais humilde. Mas isso não vai decidir a eleição. Foi-se o tempo em que um líder muito popular elegia um poste. Isso acontecia quando não havia reeleição. Os eleitores achavam que quatro anos era pouco e queriam mais. Aí votavam em quem o governante bem avaliado indicava, esperando mais quatro anos de sucesso.
Diante do quadro político que se desenha, quais são então as possibilidades dos candidatos anunciados até o momento?
Faltando um ano para as eleições, o governador de São Paulo, José Serra, lidera as pesquisas. Ele tem cerca de 40% das intenções de voto. Em 1998, também faltando um ano para a eleição, o líder de então, Fernando Henrique Cardoso, ganhou. Em 2002, também um ano antes, Lula liderava – e venceu. O mesmo aconteceu em 2006. Isso, claro, não é uma regra, mas certamente uma tendência. Um candidato que foi deputado constituinte, senador, ministro duas vezes, prefeito da maior cidade do país e governador do maior colégio eleitoral é naturalmente favorito. Ele pode cair? Pode. Mas pode subir também.
A entrada em cena de Marina Silva, que deixou o PT para disputar a eleição presidencial pelo PV, altera o quadro sucessório?
A Marina é a pessoa cuja história pessoal mais se assemelha à do Lula. É humilde, foi agricultora, trabalhou como empregada doméstica, tem carisma, história política e já enfrentou as urnas. Além disso, já estava preocupada com o meio ambiente muito antes de o tema entrar na agenda política. Ela dificilmente ganha a eleição, mas tem força para mudar o cenário político. Ser mulher, carismática e petista histórica é sem dúvida mais um golpe na candidatura de Dilma.
Na hora de votar, o eleitor leva em consideração o perfil ético do candidato?
Uma pesquisa do Ibope constatou que 70% dos entrevistados admitem já ter cometido algum tipo de prática antiética e 75 % deles afirmaram que cometeriam algum tipo de corrupção política caso tivessem oportunidade. Isso, obviamente, acaba criando um certo grau de tolerância com o que se faz de errado. Talvez esteja aí uma explicação para o fato de alguns políticos do PT e outros personagens muito conhecidos ainda não terem sido definitivamente sepultados.
Fonte: Veja.
Férias para Dilma
Para Osmar Dias Dilma é inviável eleitoralmente
Osmar receia o insustentável peso de Dilma Rousseff
O senador Osmar Dias colocou as barbas de molho depois de analisar a última pesquisa do Datafolha sobre a sucessão presidencial. Servir de escada e palanque para a ministra Dilma Rousseff não vai ser tarefa fácil.
Apesar de andar de braço dado com Lula para cima e para baixo, usando a máquina oficial de uma forma como nunca se viu antes na história deste país, a ministra estagnou nos 16% das intenções de voto.
A ministra Dilma vai ser uma companhia difícil. Além de passar uma imagem de rispidez, antipatia e prepotência, algo que o eleitor abomina, já vem com uma folha corrida daquelas.
Dilma é acusada de ter usado a máquina pública para forjar um dossiê contra o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e a ex-primeira dama Ruth Cardoso.
A ministra está envolvida num nebuloso episódio de falsificação do próprio currículo acadêmico, onde fez constar um mestrado e um doutorado inexistentes.
No último episódio grave em que se envolveu, Dilma é acusada pela ex-secretária da Receita Federal, Lina Vieira, de tê-la pressionado para aliviar a barra de José Sarney, alvo de uma devassa fiscal por parte da Receita.
O resumo da ópera é que Osmar pode se associar a uma candidatura dura de carregar que vai passar mais tempo se explicando do que fazendo campanha.
Osmar tirou dos números do Datafolha três conclusões preocupantes. A primeira delas é que Lula, por mais popular que seja, não demonstra capacidade de transferir votos e prestígio para Dilma.
A segunda é uma ilação preocupante. Se Lula não transfere votos para Dilma, que é do PT e notoriamente a candidata do coração do presidente, é mais ou menos evidente que Lula não transferirá votos para Osmar, que não é do PT e não identificado, nem pelos petistas, com o PT.
A terceira conclusão é uma inferência ainda mais preocupante. Se Lula não transfere votos para Dilma e, muito menos, para Osmar, não poderá tirar votos do candidato do PDT? A questão é relevante.
O Paraná sempre foi o Estado que mais rejeita o PT, Lula foi derrotado aqui por Serra em 2002 e por Alckmin em 2008. Será que a associação com o PT não será o beijo da morte para Osmar?
A questão está longe de ser acadêmica ou ociosa. Afinal, o cenário mais provável da eleição de 2010 aponta para um confronto entre o senador Osmar Dias e o prefeito Beto Richa.
Ciro não é candidato à Presidência
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva convenceu o deputado Ciro Gomes (CE) a transferir o título de eleitor para São Paulo, como também queriam o PT, o PDT e o PCdoB, mas isso não significa que o ex-ministro da Integração Nacional tenha desistido de disputar a Presidência da República. Muito pelo contrário. Na reunião com a cúpula do PSB que antecedeu o encontro com Lula, Ciro disse ao governador de Pernambuco, Eduardo Campos, presidente da legenda, que considera o quadro sucessório embaralhado demais para abrir mão de seu nome na disputa.
Jogo pesado para emplacar Dilma
Denise Rothenburg e Daniel Pereira
ELEIÇÕES 2010
Divergências na base governista chegam ao ponto de o presidente ser a última esperança de conciliação entre PMDB e PT para viabilizar as alianças estaduais
Os esforços de Lula têm se concentrado para alavancar a candidatura da ministra Dilma Rousseff
No fim de março, quando Lula reuniu os caciques do PMDB para começar as conversas sobre 2010, os peemedebistas foram taxativos: não daria para discutir acordos e alianças estaduais, fundamentais para o sucesso da empreitada, com alguém que tivesse marcado na testa a defesa absoluta do PT. Essa negociação, avaliaram, teria que ser conduzida por quem fosse neutro e estivesse acima dos desejos dos petistas. Na hora, todos olharam diretamente para Luiz Inácio Lula da Silva, o único com esse perfil.
Com a autoridade de quem está acima dos partidos e do próprio PT, Lula é hoje o grande articulador político de sua sucessão dentro da base aliada, administrando todas as crises que possam ter reflexos sobre os planos de colocar no seu lugar a ministra Dilma Rousseff. E, por mais que tenha operadores e soldados, está cada vez mais difícil para o presidente delegar missões, dada a guerra entre os partidos por espaço no governo e posições eleitorais.
Na sexta-feira, por exemplo, recebeu o senador Tião Viana (PT-AC), o ex-governador do Acre Jorge Viana e o atual, Binho Marques, um grupo que é visto no governo como “um pote até aqui de mágoas”. Tião acredita que, se tivesse recebido o apoio de Lula, seria hoje presidente do Senado. Jorge Viana foi cogitado para coordenador político do governo e terminou na Helibras. Os principais operadores de Lula tentaram explicar a Tião que é fundamental manter a parceria com o PMDB, deixar de lado as rusgas da eleição do Senado e os ataques a Sarney. Não deu certo. Sobrou para Lula dizer a ele de viva-voz.
Outro caso que não tem intermediário que resolva é convencer Ciro Gomes a concorrer ao governo de São Paulo. Por isso, Lula chamou o PSB e o PT ao Alvorada, na quarta-feira. Na semana que vem, será a vez do PMDB, que anda com um pé fora do governo, dado os problemas de relacionamento com o PT. “As diferenças estão chegando num ponto em que, ou ele entra e resolve, ou daqui a pouco vão ficar incontornáveis”, avalia o líder do PMDB na Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN).
As diferenças estão chegando num ponto em que, ou ele entra e resolve, ou daqui a pouco vão ficar incontornáveis”
Henrique Alves (RN), líder do PMDB na Câmara
Os generais da tropa
Antes de Lula entrar em campo, ele tem um conjunto de operadores para preparar o terreno. Na ação suprapartidária, atua o chefe de gabinete da Presidência da República, Gilberto Carvalho, um dos poucos no governo que os políticos veem como o porta-voz do presidente. Para não tirá-lo desse papel, Lula bateu de frente com o partido, ao não liberá-lo para ser candidato a presidente do PT. Foi Gilberto quem, na terça, recebeu o líder do PMDB Renan Calheiros e combinou o encontro do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), com Lula no Alvorada.
Na posição de general está o ex-ministro da Casa Civil e deputado cassado na esteira do mensalão José Dirceu. Ex-presidente do PT e um dos defensores da aliança com o PMDB, ele começou o governo Lula em 2003 desautorizado pelo presidente ao fechar acordo com o PMDB para ocupar três ministérios. Chegou a se reunir com o presidente do partido, Michel Temer, num anúncio conjunto. Horas depois, Lula desmanchou o arranjo. Meses depois, Lula se renderia aos peemedebistas.
Aos poucos, Dirceu recobrou as forças. Hoje, mesmo sem mandato, mantém o respeito em todos os partidos da base. Está na linha de frente de duas negociações fundamentais para 2010: a crise que ameaça Sarney e a definição dos palanques para as disputas estaduais. Atua alinhado com Lula, atrás de soluções que garantam o apoio dos peemedebistas à candidatura presidencial da ministra Dilma Rousseff.
Blog
Os petistas afirmam que, quando o jeito mais cordato de Gilberto Carvalho não resolve, “entra o Zé”. Foi Dirceu quem desautorizou o líder do PT Aloizio Mercadante quando o senador defendeu a licença de Sarney , antes da reunião da bancada. “O pedido é do líder, não da bancada, e o PT não assinará representação contra o presidente da Câmara Alta”, escreveu o ex-ministro em seu blog, onde costuma baixar a ordem do dia.
Quando não está no escritório montado na cobertura de um hotel em Brasília, Dirceu percorre o país na tentativa de levar o PT a apoiar o PMDB nos estados em troca de posições na Câmara e no Senado. Visitou 18 estados. Em, pelo menos dois casos, não resolveu. Em Minas, não conseguiu mediar acordo pelo governo estadual. Em Mato Grosso do Sul, Zeca do PT será candidato contra o governador André Puccinelli (PMDB), que tentará a reeleição. Esses são casos que caberá a Lula resolver.
Os soldados do front
Desde a crise do mensalão, quando o primeiro escalão do PT terminou abatido, Lula começou a recompor seu quadro de tenentes e distribuir mais o jogo entre os partidos da base. Nessa renovação, desponta Cândido Vaccarezza (SP), o líder da bancada petista na Câmara, que soube conduzir o partido com maestria antes mesmo de assumir essa função. Foi Vaccarezza um dos principais fiadores da eleição de Michel Temer (SP) para presidir a Câmara, uma operação que ajudou a dar tranquilidade ao governo entre os deputados. Calmaria hoje ameaçada pela falta de liberação das emendas parlamentares.
Nessa guerra das emendas, o Planalto avaliou, na última semana, que será fundamental, além de conseguir o R$ 1 bilhão prometido, dividir o jogo entre os líderes da base aliada. Não foi à toa que Lula atrasou a nomeação do ministro de Relações Institucionais, José Múcio Monteiro, para o Tribunal de Contas da União (TCU). É que, entre esses tenentes, ele foi fundamental para evitar que a greve em plenário estourasse antes. Lula pretende, ainda, contar com o próprio Michel e com o líder do PMDB na Câmara, Henrique Eduardo Alves, para tentar retomar as votações na Casa.
No Senado, entretanto, onde o PT nunca obteve uma condução que deixasse Lula plenamente satisfeito, ele tem contado mesmo é com o PMDB de Renan Calheiros e José Sarney e o PTB de Gim Argello. Do PT, aposta suas fichas em Ideli Salvatti. Até por isso, avaliam os aliados, não há como deixar que os petistas participem de uma operação para tirar Sarney do cargo.
Nesse quesito, muitos daqueles tenentes que passaram para a “reserva”, hoje ajudam na estratégia do presidente no Congresso. Além de José Dirceu, destaca-se o ex-presidente da Câmara João Paulo Cunha, outro abatido no escândalo do mensalão, que tem se reunido com Renan Calheiros para ajudar na estratégia de acalmar o PT. Outro que entrou no circuito foi o ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci, a quem Lula deseja colocar no lugar de José Múcio assim que o Supremo Tribunal Federal (STF) julgar o episódio da quebra de sigilo do caseiro Francenildo, um assunto que Lula aguarda desde maio. Palocci nunca perdeu o prestígio com o presidente. Prova de que nem todos os que caíram com o mensalão vão ficar o resto da vida na reserva.
O número
R$ 1 bilhão
Valor das emendas parlamentares prometidas pelo governo
O “fator” Marina e Ciro
Turbulências na campanha
Eleições 2010
Estratégia de Lula de transformar disputa pelo Planalto em plebiscito entre Dilma e o PSDB é colocada em xeque por causa das possíveis candidaturas de Marina e Ciro, além da rebeldia do PMDB
Dilma: base aliada cobra de Lula preço mais alto para referendar candidatura da ministra
A candidatura da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, atravessa o momento mais delicado de campanha. Com a opção do PSB pelo lançamento do deputado Ciro Gomes (PSB-CE) ao Palácio do Planalto e a quase certa candidatura da senadora Marina Silva (PT-AC), pelo PV, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi colocado em xeque. Os aliados aproveitaram um momento de estagnação da candidata para cobrar mais caro o apoio nos estados e na aliança presidencial.
A mudança do cenário favorável a Dilma Rousseff ocorreu em meio à crise no Senado e às dificuldades do PT (1)em avançar nas conversas sobre as alianças estaduais. A missão de retirar a candidata do marasmo está nas costas de Lula. A primeira é a aliança com o PMDB, que sofre com falta de entendimento em Minas Gerais, Pará, Ceará, Mato Grosso do Sul, São Paulo, Rio de Janeiro e Paraná. A segunda é amarrar todos os aliados em torno de Dilma e evitar as candidaturas de Marina e Ciro Gomes. Lula quer transformar a eleição de 2010 em um plebiscito entre o seu governo, representado pela ministra da Casa Civil, e a eventual candidatura do governador de São Paulo, José Serra (PSDB), representante dos oito anos da administração Fernando Henrique Cardoso. Para os petistas, Serra seria mais fácil de bater do que o também tucano Aécio Neves, governador de Minas Gerais.
Os acordos estaduais são vitais para a sobrevivência do apoio do PMDB. O líder do partido na Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN), um dos defensores da candidatura de Dilma Rousseff, faz um alerta. “Se deixar o jogo solto nos estados, vai ter briga.” Os sintomas das desavenças estão à mostra. O ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima, que chegou a ser cotado como vice de Dilma, ameaça se lançar ao governo baiano contra Jaques Wagner (PT). No Pará, o deputado Jader Barbalho deve sair para o Senado com apoio da oposição e contra a governadora Ana Júlia Carepa (PT-PA).
Até mesmo entre alguns parlamentares do PMDB o ceticismo é grande sobre a capacidade de Dilma absorver os votos e a popularidade do presidente Lula.
“Ela se esforça para fazer gestos e cenas, mas não tem o carisma do presidente”, avaliou um parlamentar peemedebista.
O presidente Lula terá hoje reunião com os socialistas sobre o futuro político de Ciro Gomes. O deputado pelo Ceará já disse que decidiu se lançar à Presidência. Mesmo não sendo um dos maiores entusiastas da empreitada, o governador de Pernambuco e presidente do PSB, Eduardo Campos, prometeu bancar a proposta do colega na reunião com Lula.
Resistência
“A intenção do Lula é fazer um plebiscito, mas o PSB não vai rifar a candidatura do Ciro pelo interesse dos outros partidos”, afirmou o deputado Beto Albuquerque (RS), vice-presidente da legenda. O nome do socialista ganha força diante da resistência da base aliada em acreditar no fôlego da mãe do PAC”. “Ela ainda é uma incógnita”, avaliou o deputado Márcio França (SP). “A nossa prioridade era ter dois candidatos (à Presidência) do bloco do governo”, emendou.
O PSB viu na proposta do PV a Marina Silva uma maneira de se cacifar nas negociações pela disputa presidencial. A avaliação corrente é que a candidatura da senadora à Presidência enfraquece a projeção de Dilma. “Tem candidaturas que são naturais porque trazem um valor simbólico e têm também aquelas que são construídas, que é o caso da Dilma. É uma candidatura sólida, mas tem muito trabalho pela frente. Não vejo ela ter a confiança da base”, diz o presidente do PV, José Luiz Penna.
Enquanto cuida da aliança, Lula mandou Dilma intensificar o esforço de exposição e divulgação do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Ela cumpriu agenda no Rio Grande do Norte e no final de semana estará em São Paulo para participar, em Osasco, a quinta maior cidade do estado, de um fórum de tecnologia social. O ato também serve para prestigiar o prefeito da cidade, Emídio de Souza, pré-candidato petista ao governo paulista.
1 - “BALÃO DE ENSAIO”
Com os nomes do deputado Ciro Gomes (PSB-CE) e da senadora Marina Silva (PT-AC) ventilados para a disputa presidencial, o PT já trabalha com a hipótese de ter a corrida diluída com outros concorrentes. “De repente é até melhor mais candidatos para forçar um segundo turno”, avaliou o ex-senador José Eduardo Dutra, candidato a presidente do PT. “Ainda não sei se é melhor polarizar com o PSDB.” Para a senadora Ideli Salvatti (PT-AC), as defecções na base aliada não passam de balão de ensaio.
Para Ciro Gomes, Marina Silva “implode” candidatura de Dilma Roussef
O deputado Ciro Gomes (PSB-CE) considera hoje o risco de derrota do governo nas eleições presidenciais de 2010 "muito maior" do que a possibilidade de vitória. Como sinal da fragilidade da estratégia do Palácio do Planalto, cita o potencial de estrago de uma possível candidatura da senadora Marina Silva (PT-AC) à Presidência da República. Se aceitar o convite do PV e entrar na disputa, Marina, na opinião de Ciro, "implode" a candidatura da ministra Dilma Rousseff (Casa Civil).
Leia a entrevista na íntegra aqui.
Minc joga questão ambiental na sucessão de Lula
Advertido ontem em audiência pública a qual foi convocado para explicar porquê chamou os agricultores de seu país de vigaristas, Minc reafirmou as ofensas, pediu desculpas e ajuda Serra a ganhar as próximas eleições presidenciais
Entenda o que está por trás da polêmica com o ministro Minc
Chefe da pasta para o Meio Ambiente chamou grandes agricultores de 'vigaristas' e criticou outros ministros
BRASÍLIA - Poucos dias após completar um ano no cargo, o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, encontra-se diante de uma polêmica envolvendo deputados da bancada ruralista e outros ministros do governo Lula. minc chamou de "vigaristas" os grandes agricultores e reclamou da postura de alguns ministros, que também responderam publicamente.
A troca de insultos pela imprensa fez com que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pedisse o fim da "algazarra" e chamasse o ministro Minc para uma conversa a sós. O ministro disse que "podem pedir seu pescocinho", mas que continuava "firme no cargo".
André Dusek/AE - Ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc
Entenda as principais questões que estão por trás da polêmica envolvendo Minc:
1. Em que momento a polêmica começou?
Os ânimos estão acirrados desde o dia 27 de maio, quando Minc, durante uma manifestação, chamou os grandes proprietários de terra de "vigaristas".
A presidente da Confederação Nacional de Agricultura (CNA), senadora Kátia Abreu, protocolou uma denúncia contra Minc na Procuradoria-Geral da República, por crime de responsabilidade. Além disso, a senadora disse, por meio de uma nota, que o ministro Minc "mostra-se desqualificado para o cargo que ocupa".
Minc também criticou ministros do próprio governo que, segundo ele, não estariam cumprindo os acordos combinados com o presidente Lula no que diz respeito a questões ambientais.
2. Quais são os principais pontos de atrito?
Nas últimas semanas, tanto o Congresso Nacional como o Executivo vêm discutindo questões relevantes para área ambiental. Em diversos momentos, Minc , ruralistas e outros políticos ficaram em lados opostos.
Entre as principais questões estão duas medidas provisórias. Uma delas, já aprovada pelo Senado, prevê a legalização de terras ocupadas na Amazônia, em uma área equivalente à do território da França.
A outra medida provisória, que deverá ser reeditada pelo governo, simplifica a concessão de licenças ambientais para obras de recuperação das estradas.
3. O que diz a medida sobre a posse de terras na Amazônia?
A Medida Provisória 458, aprovada pelo Senado, regulariza a situação dos chamados posseiros, pessoas que por diversos motivos foram atraídas para a região amazônica nos últimos anos e até décadas. A medida envolve uma área de 67 milhões de hectares, o equivalente ao território da França.
As propriedades de terra com até 100 hectares serão doadas aos posseiros. Quem tiver até 400 hectares terá de pagar um valor simbólico e os proprietários com até 1,5 mil hectares pagam preço de mercado.
Na avaliação dos ruralistas, a medida é importante pois ajudará a "organizar" a região e, assim, facilitar a fiscalização contra o desmatamento e diminuir os conflitos. Cerca de 1 milhão de pessoas poderão ser beneficiadas.
Já os ambientalistas argumentam que a medida beneficia pessoas que se instalaram na região de forma ilegal e que contribuíram para o desmatamento. O texto aprovado no Senado segue para as mãos do presidente Lula para ser sancionado ou vetado.
Celso Junior/AE - Kátia Abreu com Agripino Maia em sessão que vota a MP da Amazônia
4. Qual a posição do ministro sobre a medida?
O ministro Minc não é contrário à Medida Provisória. Inclusive, participou das reuniões, ao lado de outros nove ministros, para formulação do texto que foi entregue à Câmara dos Deputados.
Os deputados, no entanto, fizeram sugestões ao texto inicial que desagradaram ao ministro. E o Senado acabou aprovando o texto com tais modificações - seguindo a relatora, a senadora Kátia Abreu.
Uma das mudanças no texto reduziu de 10 para 3 anos o período no qual o proprietário fica proibido de vender a terra. Outro ponto incluído pelos deputados permite que pessoas que não moram na região também sejam beneficiadas com a legalização da posse.
O ministro disse que as mudanças "desfiguraram" o texto inicial e que pedirá ao presidente Lula que "alguns pontos" sejam vetados.
5. E o que diz a outra Medida Provisória, sobre licenças ambientais?
Trata-se da Medida Provisória 452, que flexibiliza as regras para concessão de licenças ambientais a obras em rodovias federais. A medida, no entanto, não foi aprovada a tempo pelo Senado e deverá ser reeditada pelo presidente Lula.
O texto que havia sido encaminhado ao Senado também seguiu com modificações feitas ainda na Câmara que não agradaram aos ambientalistas. Os deputados incluíram uma emenda que permitia obras de melhoria e pavimentação em estradas federais já existentes, ainda que não tivessem o licenciamento ambiental prévio.
De acordo com o Departamento Nacional de Infraestrutura Terrestre (Dnit), a razão para a mudança é flexibilizar os trâmites para a ampliação de rodovias que já existem. Já o ministro Minc disse que os deputados transformaram a MP em um "autêntico Frankenstein". "Isso é um estupro da legislação ambiental", disse.
No centro da discussão está a BR-319, rodovia que liga Manaus a Porto Velho e cuja pavimentação precisa de licenciamento ambiental. A obra, que faz parte do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), é considerada essencial pelo governo federal.
6. E como fica a situação do ministro?
Ao criticar diversos ministros do próprio governo, além de parlamentares, Minc colocou-se em uma situação política delicada. Durante um evento em Brasília, o ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento, negou-se a cumprimentá-lo.
No entanto, após uma conversa privada com o presidente Lula, Minc disse que diminuiria o tom de suas críticas a outros colegas de governo. "O presidente me disse: só peço para você tomar mais cuidado na questão pública em relação aos outros ministros", disse Minc sobre a conversa com Lula.
Conhecido por suas frases de efeito, Minc disse que sente "seu pescocinho na mira" diariamente, mas que está "firmíssimo" no cargo.
Há pouco mais de um ano, a então ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, pediu demissão da pasta, também após uma série de confrontos com outros ministérios.
Em sua carta de demissão, Marina disse que enfrentava "dificuldades".
"Essa difícil decisão, Sr. Presidente, decorre das dificuldades que tenho enfrentado há algum tempo para dar prosseguimento à agenda ambiental federal", disse a ministra.
Ao governo Lula não interessa mais uma demissão. Além do desgaste político interno, mais uma troca na pasta teria ainda um impacto negativo sobre a imagem do Brasil diante das negociações internacionais de meio ambiente.
Fonte: Ag. Estado.
O que pensa Michel Temer, presidente da Câmara dos Deputados?
De acordo com o deputado presidente da Câmara dos Deputados, em seu terceiro mandato alternado a frente da mais representativa diversidade de opiniões políticas das casas legislativas brasileira, as medidas de moralização são necessárias e foram fruto da pressão popular dada voz pela Imprensa que ele insiste que é impertinente e injusta no noticiário que expos os abusos cometidos por seus nobres pares ele mesmo ao "farrear" em circuito de curtição com seus familiares na Bahia, ao utilizr a cota de passagens.
Temer em esclarecedora entrevista ao jornal Correio Braziliense, que o leitor poderá ler na íntegra em seguida, diz que a Reforma Política e Tributária só devem efetivamente entrar na pauta da casa em 2014.
O presidente da Câmara revela que está à disposição de seu partido (PMDB) como um dos quadros para compor o cargo de vice-Presidente na provável chapa liderada pela ministra Dilma Roussef na disputa à presidência da República. Leiam.
Foto: Luiz Cruvinel
Jogo duplo de Temer
De um lado, o presidente da Câmara tenta agradar à opinião pública com medidas moralizadoras. De outro, faz de tudo para acalmar parlamentares acostumados com abusos e regalias. O desgaste é inevitável
Quando assumiu o cargo em fevereiro deste ano, o presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), disse que sua meta era fazer com que os deputados não encontrassem problemas para caminhar no meio da população. Não sabia, naquela hora, o quão difícil seria realizar esse projeto. Três meses depois da posse, o presidente já coleciona anúncios de medidas radicais para acabar com as benesses à custa do erário, mas também junta ao currículo recuos e mudanças de postura. Um vaivém de posições, resultado da linha tênue por onde precisa caminhar para ficar bem com a opinião pública, sem confrontar-se com os deputados acostumados à regalias bancadas pelo dinheiro do contribuinte.
As tentativas de Temer de agradar a dois lados com interesses tão distintos tem rendido a ele críticas dos próprios pares, que o acusam de ser guiado pela imprensa, e até comentários de saudosismo à postura agressiva que seu antecessor, Arlindo Chinaglia (PT-SP), costumava adotar em relação aos críticos do Parlamento.
Consenso entre os deputados insatisfeitos é o fato de que não são raras as vezes em que o novo presidente recua de posições depois de anunciá-las. Para os satisfeitos e aliados do peemedebista, no entanto, as mudanças fazem parte de uma estratégia bem pensada para que ele consiga driblar as resistências e concretizar os projetos a que se propôs. Um exemplo citado pelos entusiastas do estilo Temer é o fato de que mesmo depois da choradeira e das ameaças dos parlamentares, em especial os que compõem o baixo clero, as regras de restrições para o uso das passagens aéreas sairam da forma como o presidente queria desde o início.
Entre as posições que alguns encaram como recuo e outros como estratégia, estão decisões de Michel Temer referentes ao uso da verba indenizatória. Em 11 de março, numa tentativa de agradar à opinião pública, o presidente descartou a hipótese que propunha a extinção da verba e a incorporação do valor de R$ 15 mil aos vencimentos dos deputados. Na ocasião, disse que a atitude poderia ser interpretada como um reajuste em momento inoportuno. O tempo passou e um mês depois o discurso era outro. No início de abril, Temer, no plenário, defendeu a mudança alegando que a incorporação iria representar economia aos cofres públicos e reduziria os gastos da Casa. A proposta voltou a ser discutida com os líderes, mas ainda não houve acordo.
Recursos
A verba também foi motivo de mudança de postura quando o assunto foi o uso dos recursos para pagamento de despesas com alimentação. Depois de decidir em 30 de março que a Câmara não iria mais ressarcir gastos com restaurantes, pesquisas, serviços de assessoria e trabalhos técnicos, a Mesa Diretora cedeu às pressões dos deputados e sete dias depois retirou as restrições referentes à alimentação.
Temer também mudou de ideia sobre acabar com o auxílio-moradia de R$ 3 mil concedido aos parlamentares que não ocupam imóveis funcionais. Depois de demonstrar-se simpático à proposta apresentada pelo quarto-secretário Nelson Marquezelli (PTB-SP) de reformar alguns apartamentos e aumentar o número de imóveis disponíveis para os deputados, Temer recuou e decidiu deixar tudo com está. A possibilidade de gastar R$ 150 milhões com a obra não foi bem recebida pela sociedade e o fim do auxílio — que consome cerca de R$ 13 milhões por ano — não agradou em nada aos parlamentares. Não são raros os casos em que deputados recebem o benefício, apesar de terem imóveis próprios em Brasília.
Entre pressões e interessados, Temer caminha à procura de estratégias que lhe possibilitem aproveitar bem a visibilidade nacional do seu cargo, sem no entanto partir para o enfrentamento com os deputados, cujo apoio é determinante para sua atuação à frente da Câmara.
Eu mudo como técnica de ação política. É uma coisa diferente do recuo e da mudança de opinião
Michel Temer (PMDB-SP), presidente da Câmara
PONTO A PONTO
Nesta entrevista ao Correio, Michel Temer dá a sua visão sobre os primeiros meses à frente da Câmara. Diz que caminha no fio da navalha entre os mais diferentes interesses, mas se orgulha do estilo flexível com que tem tomado decisões. E garante: “Todos os recuos feitos até agora fazem parte de uma técnica de ação política”.
RECUOS EM DECISÕES
Quando você fala da Câmara, não se pode negar que tem o público interno e o externo. Isso faz do recuo uma boa estratégia. Meu estilo é esse e acho que muitas vezes é importante recuar para avançar. Mas em todos esses recuos, me mantive no ponto inicial. O problema de repensar uma decisão é quando você se desvia do foco inicial. Eu não faço isso. E acho que o caso da verba das passagens aéreas mostrou bem isso. Inicialmente, a Mesa iria decidir sobre os cortes. Houve muita resistência e decidi encaminhar para o plenário. Em espaço de dias houve um consenso enorme em torno do tema e pude fazer como pretendia desde o início.
ESTILO DE PRESIDIR
Eu mudo como técnica de ação política. É uma coisa diferente do recuo e da mudança de opinião. Sei que é uma coisa difícil de entender porque as pessoas gostam muito do sistema autoritário de governo. Mas esse não é meu estilo. Eu atuo com a consciência de que a sociedade é multifacetada e tem as mais diversas representações aqui no Congresso. Eu decido e posso voltar atrás, se souber que esse recuo pode me levar ao ponto inicial. Acho que esse meu estilo é compatível com sistema democrático.
PRESSÃO DA MÍDIA
Estou há três meses aqui. Na questão da verba indenizatória, decretamos o aumento de transparência duas semanas depois da posse. Dias depois, acho que um dia depois do anúncio, nós ampliamos a transparência. Claro que essas mudanças precisam ser feitas com cautela. Mas não teve nada a ver com a mídia. Eu já pensava nisso antes mesmo de assumir a Presidência. No caso das passagens, o problema foi que se criou uma cultura de que o crédito é do parlamentar.
Era assim há 40 anos.
VIAGEM DE PARENTES
Eu confesso que nem pensava nesse assunto (se a cota é de uso pessoal do parlamentar). Era tão natural isso que nunca parei para pensar. Claro que isso atendia a uma circunstância histórica que foi a mudança da capital do país para Brasília. O problema é que todo mundo foi levando, sem discutir o assunto, e o tempo foi passando. Mas diante da necessidade de mudanças, a Mesa reagiu rápido.
ANISTIA A DEPUTADOS
Eu não anistio ninguém. Quem anistia é a interpretação jurídica. A interpretação jurídica que dou é de que o sistema normatizado que era utilizado não desautorizava a utilização do crédito. O que houve é que com a mudança, o atual sistema desautoriza a utilização do crédito em diversas circunstâncias. Então, a partir de agora, quem usar errado tem de ser punido porque há uma regra clara normatizando o assunto. Mas cada caso é um caso. Os exageros devem sim ser apurados.
AUMENTO DE SALÁRIO
O clima que há na casa é uma pressão para que votemos projetos e caminhemos com o trabalho legislativo.
FIM DO AUXÍLIO-MORADIA
No caso dos apartamentos (funcionais), o que houve foi um mal-entendido. Houve apenas a discussão sobre o tema, mas não houve a autorização para as obras. Não havíamos realmente decidido nada. O que falamos foi que se houvesse imóvel para todos, não haveria mais a necessidade de pagar o auxílio (de R$ 3 mil para quem não mora em apartamento). Mas o debate não avançou ainda.
VICE DE DILMA ROUSSEFF
Acho que ainda é cedo para pensar nisso. Mas não creio que isso (a divulgação da ministra de que se trata de um câncer) possa prejudicar a candidatura dela. Também não acho que possa ajudá-la. O que pode acontecer é que a luta contra a doença sirva para humanizá-la. Essas coisas servem para isso. Mas quanto à vaga de vice, não há discussão sobre isso. Tenho sido apenas citado e estou à disposição do PMDB. É o partido que decide isso.
TERCEIRO MANDATO
Não vejo espaço para discussões sobre o terceiro mandato aqui no Congresso. Quanto à reforma (política) propriamente dita, penso que ela deve ser feita para valer para a próxima legislatura. Se quisermos fazer a reforma para 2010 haverá muitas resistências. Temos que pensar em 2014. Quero colocar em pauta a discussão da reforma política. Quero fazer uma reunião de líderes para discutir o assunto. Acho importante iniciarmos esse debate.
DENÚNCIAS CONTRA A CÂMARA
Não me assusto com essas coisas. A Câmara sempre foi assim. No passado, havia coisas de outra natureza, mas sempre foi muito agitada. Agitada como convém a uma Casa legislativa. Acho esse momento muito normal. Temos é de tomar medidas adequadas e isso nós estamos fazendo.
Dilma admite que trata câncer
É ato de coragem da ex-guerrilheira e braço direito do presidente Lula.
ELEIÇÕES
Em entrevista na capital paulista, ministra da Casa Civil diz que está se cuidando de um linfoma, descoberto há cerca de 30 dias. Sessões de quimioterapia serão feitas nos próximos quatro meses
A ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, confirmou, ontem, durante entrevista coletiva em São Paulo, que está se tratando de um câncer linfático. Há três semanas, a ministra retirou um tumor maligno próximo à axila esquerda. Exames posteriores indicaram que se tratava de um tumor no sistema linfático, mas não havia outros focos da doença no organismo. Dilma recebeu um cateter para facilitar a aplicação dos medicamentos e foi submetida a uma primeira quimioterapia, mas terá que fazer novas sessões durante quatro meses em São Paulo. O câncer foi descoberto há 30 dias, durante um exame de rotina no Hospital Sírio Libanês, onde ela completará o tratamento.
Ao lado dos médicos que a acompanham, Dilma afirmou que continuará trabalhando normalmente, mas desconversou sobre o impacto que o episódio terá sobre uma eventual candidatura, já que é a preferida do Palácio do Planalto para a sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “O que está em pauta é enfrentar esse desafio e sair mais forte do lado de lá”, disse a ministra, reconhecendo que um dos temores será a quimioterapia. “Como qualquer pessoa, fazer quimioterapia é algo desagradável. Mas vou ter um processo de superação desta doença”, disse Dilma. Segundo a médica oncologista Yana Novis, que vem aplicando o tratamento, a ministra terá que passar por mais sessões de quatro horas, a cada três semanas.
Segundo o médico Roberto Kalil, o câncer foi detectado há cerca de 30 dias por meio de uma tomografia de rotina na região do coração. No rastreamento foi encontrado um nódulo de cerca de dois centímetros de diâmetro, que, ao ser retirado, foi diagnosticado como um tumor linfático. “Graças aos exames, o diagnóstico foi precoce. A ministra tinha um linfoma em estágio inicial, pequeno e que foi retirado. As perspectivas são as melhores. Ela vai fazer quimioterapia apenas complementar”, explicou Kalil, que também é médico do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Pequena cirurgia
O tumor retirado de Dilma, classificado como linfoma B, aconteceu em uma pequena cirurgia ocorrida há três semanas, e que durou apenas 45 minutos. A ministra recebeu um cateter para facilitar a medicação e a quimioterapia, já que suas veias, como ressaltou para os jornalistas, eram “horríveis”. Segundo a médica Yana Novis, as causas da doença podem ser várias. “Sabemos que é um problema comum em países desenvolvidos”, afirmou a oncologista, ressaltando que o câncer poderia ser causado até mesmo por um vírus, mas as causas que afetam a ministra são desconhecidas.
Dilma afirmou que recebeu a notícia da doença de forma serena e a enfrentará com otimismo. “Ninguém gosta de saber que está com uma doença. Mas recebo com tranquilidade, porque tive a sorte de ter esse diagnóstico precoce”, explicou a ministra, que chegou ao hospital acompanhada pelo ministro da Secretaria de Comunicação Social do Palácio do Planalto, Franklin Martins. Segundo avaliação dos médicos, a possibilidade de cura chega a mais de 90% dos casos, mas Dilma terá que fazer exames médicos periódicos.
Amigos próximos de Dilma afirmam que ela está tranquila, a ponto de sair do hospital sorrindo — da mesma forma como chegou — para almoçar com o ex-ministro da Justiça Márcio Thomaz Bastos, que também teve problema semelhante ao da ministra. A doença de Bastos atingiu a região dos pulmões e foi considerada grave. Os dois, mais Franklin Martins, almoçaram nhoque com cordeiro em um restaurante da Rua Amauri, no Jardim Paulistano. O trio não falou sobre a doença e a conversa girou em torno de política.
"Como qualquer pessoa, fazer quimioterapia é algo desagradável. Mas vou ter um processo de superação desta doença"
Dilma Rousseff, ministro da Casa Civil.
Fonte: Correio Braziliense.
Ainda é cedo
O que eu tenho a dizer é que a prévia é um instrumento à disposição do partido e que deve ser regulamentado. Se chegarmos a um entendimento no ano que vem, melhor ainda, porque houve um consenso das bases do partido", disse Aécio.
O governador paulista, José Serra (PSDB), também é cotado no partido para concorrer à sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
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