Ação nos bastidores contra o “efeito Ciro”
Lula e aliados correm para consolidar alianças em torno de Dilma. Ideia é minar a candidatura do parlamentar cearense à Presidência
Dilma abriu temporada de diálogos com o PCdoB e teve aceno favorável do PP. Alvo do dia é o PDT
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem uma nova meta: inviabilizar as chances de o deputado Ciro Gomes(1) (PSB-CE) concorrer ao Palácio do Planalto em 2010. Ao cercar a ministra Dilma Rousseff, sua pré-candidata, dos apoios antecipados de partidos da base aliada, Lula quer isolar o parlamentar pelo Ceará e empurrá-lo para a disputa do governo de São Paulo.
O esperado anúncio do acordo pré-eleitoral com o PMDB é o primeiro gesto da tentativa de dar musculatura a Dilma. Em paralelo, começa uma ofensiva em cima do PDT para sepultar qualquer rumor de que haveria possibilidade de acordo com o PSB. Nessa estratégia, Lula colocou aliados não petistas para bombardear aspirações de quem deseja se lançar ao Planalto. Nesse jogo, Lula e os petistas consideram todas as armas válidas para não dividir a base aliada.
Os peemedebistas também estão ansiosos para o acordo com Lula. Uma parte dos caciques do partido é favorável a participar oficialmente da chapa encabeçada pela ministra petista. Reunião na residência do deputado Michel Temer (PMDB-SP), presidente da Câmara, selará a estratégia para o encontro com o presidente, previsto para esta semana. Hoje, a ministra recebe dirigentes do PDT com o objetivo de discutir as bases da aliança. Ela já esteve com integrantes do PCdoB e recebeu do PP um sinal de que há simpatia por sua candidatura.
“Estamos abertos para a conversa. O acordo com a ministra Dilma é possível e viável”, afirmou o presidente em exercício do PDT, deputado Vieira da Cunha (RS). Ele ressaltou, no entanto, que o partido não descartou a hipótese de uma candidatura própria ou de apoio a Ciro Gomes. O deputado Paulo Pereira da Silva (SP), articulador do jantar com a chefe da Casa Civil, disse ser favorável à união dos governistas. “O melhor seria estarmos unidos na mesma candidatura”, afirmou Paulinho, fazendo uma ressalva: “Mas, dependendo, talvez o melhor para a base seja ter dois ou três candidatos”, sublinhou. Ele citou o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, como um nome com capacidade de disputar a presidência. Nos bastidores, parlamentares entendem que a conversa do PDT com Dilma é um ponto de partida para um debate aprofundado sobre 2010. Assim, o partido estaria fazendo um discurso de jogo duplo com a intenção de se valorizar, para não oferecer apoio barato e ficar relegado a planos secundários.
Nessa empreitada, Lula conseguiu arregimentar aliados para trabalhar pela candidatura única. “Nós estamos conversando com PSB, PMDB, PT, porque o ideal é a base não se dispersar. Defendemos que quem deve se dispersar é a oposição. O problema é que não é isso que está acontecendo. A oposição está unida e nós, divididos”, disse o senador pelo PCdoB do Ceará, Inácio Arruda.
Divergência
A maneira como os partidos da base aliada divergem em interesses eleitorais vai na contramão do cenário almejado pelo presidente Lula. Para ele, o pleito do ano que vem será mais favorável à sua candidata se estiverem em jogo duas propostas: a defesa e o ataque a seu governo. Entre os partidos de oposição, há um quase consenso de que a candidatura presidencial terá como protagonista um dos governadores tucanos: José Serra (São Paulo) ou Aécio Neves (Minas Gerais).
Nas pesquisas de intenção de votos, os eleitores simpatizantes da oposição se afunilam em um único nome, enquanto os governistas se dispersam entre Ciro, Dilma e a senadora Marina Silva (PV-AC). Para sua candidata dar um salto nesses levantamentos, Lula já deu ordem para ela voltar a andar pelo país. Encerrado o tratamento contra o câncer, Dilma está apta a tocar a agenda de olho no ano que vem. Todos esperam que seu retorno aos palanques venha acompanhado do mesmo salto nas pesquisas que ela deu no começo do ano, quando saiu de níveis irrisórios e se aproximou dos 20%, e de uma estagnação de Ciro Gomes. Uma das maneiras de o parlamentar pelo Ceará jogar por água abaixo as pretensões de Lula e viabilizar seu projeto presidencial é continuar crescendo na sombra de Dilma.
1 - Espinho aos tucanos
O deputado Ciro Gomes (PSB-CE) pretende se dedicar a uma agenda por São Paulo. Nos próximos cinco meses, vai protelar ao máximo a definição de sua opção eleitoral em 2010. A dúvida é entre a disputa pelo governo estadual e a corrida presidencial. Nesse intervalo, o PSB quer que Ciro se transforme numa figura antitética ao governador José Serra. Assim, o parlamentar vai encarnar o papel de desconstruir o discurso do PSDB, que completará 16 anos à frente da política paulista ano que vem.
Estamos abertos para a conversa.
O acordo com a ministra Dilma é possível e viável”, dDeputado Vieira da Cunha (RS), presidente em exercício do PDT
3 comentários:
Existem coisas que não administro bem: Admiro Meirelles, de capacidade invejável e muito bem soube administrar o BC, mas não gosto da idéia de ter se filiado do PMDB - perdeu votos.
PDT - sua aproximação de Dilma(seu passado condena e atitudes presentes) - não ajudam o partido - coligações poderão afetar imagem e perda de votos.
PC do B - é um partido comunista e que é formado por classe média, aquela(burgueses) que eles condenam - no RS inflam greves do INSS - esquisito.
PT - história triste. Tem demonstrado até o presente momento estar preocupado com o próprio umbigo. O brasileiro é somente um instrumento para garantir as "vantagens" de quem está no poder.
A esperança é o PV de Marina - é preciso ver o andar da carrugagem! A entrevista concedida por Marina concedida a uma revista de grande circulação mostrou, ser ela, coerente e madura.
Em resumo: tentar boicotar Ciro é prova de que Dilma nem PT se garantem diante de um bom candidato.
Importante mencionar. Ben Self, marqueteiro de Obama, foi REALMENTE contratado pelo PT.Lula como sempre negou. Ele
cita em sua entrevista algo bem interessante - "O conteúdo em torno de um candidato precisa ser atraente o suficiente para manter os eleitores por perto."
Fica a pergunta : será que temos algum pretenso candidato com esse CONTEÚDO?
POR QUE A DILMA????
Gostaria que fosse dado mais enfoque sobre os projetos do Senador Paulo Paim PT RS, sobre o fim do fator previdenciario e outras questões que envolve melhoria para aposentados e pencionistas do inss.Lula mandou barrar os projrtos na camara.
Os anistiados recebem do inss o doblo dos beneficios, acreditamos que eles merecem, desde que recebam do tesouro ou do fundo de beneficio dos militares e não do fundo dos contribuintes da previdencia social.
Somos 26 milhões de aposentados aguarndo o projeto do paim.
Espero contar com o apoio deste veículo.
Ass. Paulo de OLiveira RJ.
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