O SR. PRESIDENTE (Cleber Verde) - Dando continuidade à sessão, passoa palavra ao eminente Deputado representante do PR, Deputado Jofran Frejat. (Palmas.)
O SR. JOFRAN FREJAT (PR-DF. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Deputado Cleber Verde, Deputado Arnaldo Faria de Sá, grande defensor dos aposentados e pensionistas nesta Casa, Senador Paulo Paim, homem que se tem mostrado, inclusive, rebelde a algumas questões partidárias na luta também pelos aposentados e pensionistas, cumprimento todos que compõem a Mesa e todos os aposentados, pensionistas e representantes que aqui se encontram nesta manhã.
Sou do tempo antigo, sou do tempo em que, quando foi criada a Previdência, estabeleceu-se que o empregado contribuía com 8%, o empregador com 8% e o Governo com 8%. Mas nós observamos que houve uma involução, ou seja, uma alteração para pior com relação ao tratamento que se passou a dar aos aposentados e pensionistas.
Primeiramente, aumentaram as alíquotas.
Naquela época era possível contribuir para receber até 20 salários mínimos. Lembram-se os senhores? Aí foram cortando, cortando, cortando. Depois o Governo retirou a sua parte de contribuição para eventuais déficits que a Previdência tivesse. Já não entra com a sua parte. E, nessa sequência, foram reduzindo o valor daquilo que o aposentado contribuiu com todo direito. Posteriormente, estabeleceu-se que o aposentado também tinha de contribuir com a Previdência Social.
Aí vem uma pergunta simples e clara: se durante tantos anos a lei garantiu que eu contribuiria para a Previdência Social para que, quando me aposentasse, eu pudesse receber benefícios, como o aposentado teve reduzida a sua capacidade de ganho — que hoje chega, no máximo, a aproximadamente 3 mil reais — , quando passo a contribuir novamente como aposentado, que benefício extra vou ter?
Ora, se eu contribuí de acordo com uma regra para que tivesse direito à aposentadoria e a minha família, à pensão, se estão me mandando contribuir novamente como aposentado, a pergunta que me cabe — já fui a vários Ministros — é: o que ganho a mais? Aumenta um pouquinho a aposentadoria? Não. Recebo assistência médica? Não. Vai atender a algum particular, a alguma questão? Também não.
Esse pessoal entende que aposentado não pode fazer greve, porque não adianta, mas esqueceu que aposentado vota. (Palmas.) Aposentado vota e contribuiu de forma exponencial para que este País tivesse a riqueza que tem hoje.
Quando apareceu aqui a proposta do Senador Paulo Paim a respeito do fator previdenciário, eu era o Presidente da Comissão de Seguridade Social. Conseguimos aprová-la na Comissão, com o apoio do Deputado Arnaldo Faria de Sáe de tantos outros, porque achamos justo que se retirasse aquela excrescência que é tirar a possibilidade de o aposentado ter de arranjar inúmeros outros elementos e fatores para somar à sua aposentadoria. (Palmas.)
Quando veio, agora, no salário mínimo, também da mesma forma — o Deputado Arnaldo Faria de Sá relatou — , nós entregamos a relatoria a S.Exa., porque sabíamos que era um defensor do aposentado e do pensionista, para que mostrasse, desse a cara do real interesse de pessoas comprometidas com os aposentados.
Esse pessoal que insiste em maltratar o aposentado, imaginando que ele não é capaz de mostrar sua capacidade, se equivoca. Eu até me preocupo. Às vezes, penso: será que esse pessoal tem pai e mãe? Será que esse pessoal realmentetem alguém mais velho em sua família, com 70, 80 anos, que trabalhou por este País duramente, que fez a sua parte, que acreditou na legislação existente? Porque era um contrato, era um acordo, era uma legislação. E depois simplesmente disseram: Não era bem isso. Vamos apagar isso aqui. Quem não pode reagir? O aposentado e o pensionista não podem reagir.
Então nesse chicote, o lado do látego, o lado do chicote está sempre nas costas do aposentado e do pensionista, e alguém segurando o cabo e batendo, e batendo, e batendo. (Palmas.) E, de vez em quando, nós somos surpreendidos aqui por mais uma medidazinha para prejudicar esse pessoal.
Parece que, para o aposentado que contribuiu, ganhar um salário mínimo é o suficiente, parece ser suficiente, como se desse para tudo.
E Deus sabe como essas coisas são, principalmente no interior. Quem mobiliza a economia nas pequenas cidades do interior é o aposentado. É ele que sustenta o filho, sustenta a mulher, sustenta o neto, dá o dinheirinho para que eles possam comer. (Palmas.) É ele que faz a compra no mercado, é aquele dinheirinho que faz falta.
E na medida em que o retiramos, é um grande equívoco daqueles defensores dessas medidas. É um grande equívoco imaginar que, baixando o valor da aposentadoria, vão mobilizar a economia. Não mobiliza.
O aposentado não deixa de ter uma coisa importante, é a experiência, é saber utilizar esse pouquinho. Por isso é que eles ainda sobrevivem.
Quero ser breve porque já mostramos aqui, claramente, nossas posições. Há pessoas aqui sérias, competentes. Há vários aqui, como o Deputado Cleber Verde, que está na Presidência; como o Senador Paulo Paim; como o Deputado Arnaldo Faria de Sá e tantos outros que não abrem mão, mesmo pressionados, mesmo pressionados, de defender e respeitar o direito daqueles que construíram este País. (Palmas.)
E a nossa contribuição é que permitiu a este País ter alcançado os níveis que alcançou hoje.
Portanto, meus amigos, contem com este Deputado. Em nenhum momento eu deixei de atender os aposentados, e Brasília sabe disso. (Palmas.) Em nenhum momento, nós deixamos de valorizar e de dar apoio a eles. Hoje, exige-se tudo. Além de ganhar pouco, o aposentado está tendo de fazer plano de saúde para poder sobreviver — isso já consome praticamente toda a sua pouquíssima renda. Também tem de sustentar a família, numa época de grande desemprego — e mais isso, de grande desemprego — , onde o aposentado é que está sustentando a família e a riqueza deste País.
Desejo a vocês, meus amigos, que vivamos muito para vermos um dia, neste País, alguém valorizar o trabalho daqueles que construíram e fazem tudo para que o Brasil seja cada vez maior.
Muito obrigado. (Palmas.)
Jofran Frejat: aposentado não pode fazer greve, porque não adianta, mas esqueceu que aposentado vota!
Foto: Ag. Câmara.
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2 comentários:
Quem disse que greve de aposentado não resolve deve estar brincando ,imagini milhões de aposentados parando uma das principais rodovias deste pais, por onde passa ariquesa que produsimos.
somos nós que temos toda a passiencia do mundo
em aguentar este descaso dos senhores parlamentares e do nosso ilustricimo presidente
que sempre disia estar ao lado dos trabalhadores.
O deputado Jofran Frejat quando diz
que nos não podemos fazer greve,mas
que votamos, está com toda a razão.
Nos somos uma classe desorganizada e desassistida, mas graças a DEUS
contamos com ajuda de vários senadores e deputados que estão sensibilizados com nossa atual situação.O PT vai ver que o espera
nas eleições de 2010. A maioria do
partido reza pela cardilha desse
presidente analfabeto que julga os
aposentados como se fossem burgueses ( no linguajar da corja )
prefere então economizar com nossos
proventos para investir nos vagabundos da classe dele,que utilizam para tomar pinga nos bares da vida e dão a ele indices
de popularidade nunca vistos.
Mas eles que nos aguardem.
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