NOTA OFICIAL
POR QUE SÓ CONOSCO?
Perplexidade e indignação. Talvez sejam expressões minimizadoras dos sentimentos que dominam as classes empresariais, políticas, trabalhadoras e profissionais do Pará. De repente, a orquestração que, de há muito, deseja materializar o engessamento econômico desta região, ganha contornos bem definidos e, mais uma vez, nivela-se por baixo os empreendedores que proporcionam o nosso desenvolvimento. Os princípios constitucionais são desprezados ou até vilipendiados. Os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa são ignorados. O art. 5º da Lei Maior tornou-se letra morta, principalmente em seus incisos XVII, XXII, XXXVI, XL, LIV e LVII.
Já estamos fartos de relatar que o processo de ocupação do território paraense decorreu de política federal, nos anos 70, que incentivou a migração interna com o objetivo de integrar a Amazônia e colonizá-la.
Era exigência legal, para a obtenção dos títulos de terra, o desmatamento de 50% da área pretendida.
Com o apoio da SUDAM, do Banco Mundial, do Banco do Brasil, do Banco da Amazônia, através dos programas PIN, PROTERRA e POLAMAZÔNIA, a pecuária foi a atividade mais incentivada o que permitiu que saíssemos de uma condição de importador de carne bovina para sermos o 4º maior rebanho deste País.
Os que acreditaram na proposta e enfrentaram todas as dificuldades de uma Amazônia até então inóspita e inexplorada, sem infra-estrutura de qualquer espécie, pagam, agora, o elevado preço de serem confundidos com predadores da floresta, sem que lhe respeitem, ao menos, os direitos adquiridos.
A lei, no sentido prático, retroage para puni-los. Muitos produtores tem sido considerados criminosos porque cumpriram à época exigência imposta por lei. Em decorrência disto, mesmo inexistindo trânsito em julgado de sentença condenatória, em acintosa agressão ao que preceitua a Carta Magna, algum dia chamada “Constituição Cidadã”, são intitulados culpados.
Respeita-se e até, de certo modo, cultua-se, associações ilegais e paramilitares que atormentam a vida dos produtores rurais e da sociedade impunemente. No mundo civilizado os produtores de alimentos recebem atenção e o reconhecimento da sociedade e dos poderes constituídos. Aqui são rotulados de vigaristas e bandidos, inclusive por autoridades que desmerecem e desonram a função que exercem.
Se o território brasileiro apresenta ao mundo expressiva cobertura vegetal, o Pará contribui com 76% dos seus recursos naturais preservados, que correspondem a 94 milhões e 848 mil hectares.
No Brasil, inúmeros são os exemplos de atividades agrícolas e pecuárias desenvolvidas em áreas de proteção ambiental, como a atividade cafeeira, as bacias leiteiras em várias regiões do país, a cultura da uva, da maçã, da soja, do arroz de várzea, do cacau, e tantas outras que estão situadas em áreas definidas como territórios de preservação ou proteção permanente.
Estes alimentos também serão proibidos de comercialização porque oriundos de florestas que foram derrubadas para o plantio?
Estarão esses nossos compatriotas e companheiros de ruralismo obrigados a paralisar a produção nacional de alimentos que garante o nosso abastecimento para repor o que alteraram?
Serão eles processados criminalmente, multados e execrados como vilões do ambientalismo?
Por que só conosco?
Por que temos que pagar um preço tão alto para sonhar com uma região próspera, produtora de alimentos, geradora de empregos, distribuidora de renda, desenvolvendo projetos dentro da lei e da ordem?
Por que deveremos ser responsabilizados por um caos fundiário que não provocamos e que remonta ao exercício das funções estatais?
Por que estamos sendo punidos, se apenas cumprimos o que era exigência da lei?
Não podemos mais admitir estas aberrações jurídicas, as transgressões legais que ofendem a consciência nacional, a cidadania, a ordem constituída e os brios de todos nós.
Em um momento de crise em que vivemos, imaginem as conseqüências que serão causadas pelo aumento do desemprego e a inviabilização econômica de vários municípios em nosso Estado, que possuem como principal atividade geradora de emprego e renda o agronegócio, com cerca de 45% do PIB,.
Alertamos ao povo brasileiro e, em especial, a gente honrada e trabalhadora do Pará, que é chegada a hora de reagir. Nossa dignidade de cidadãos está ferida. Querem aniquilar nossa economia a serviço de inconfessáveis manobras internacionais, arrotando um discurso de falso ambientalismo, tão hipócrita quanto seus defensores.
Que então se proíba a importação de produtos dos continentes que mais poluem o nosso planeta, a exemplo de países que tem mais de 99% das suas florestas desmatadas.
Iremos, dentro da legalidade, às últimas conseqüências. Não em defesa dos nossos interesses, mas, honrando as tradições heróicas de nossos antepassados, lutar pelo respeito ao nosso povo que tem os mesmos direitos de qualquer cidadão brasileiro.
Belém do Pará, 21 de junho de 2009.
Federação da Agricultura e Pecuária do Pará - FAEPA
Carlos Fernandes Xavier
Presidente
Federação do Comércio do Estado do Pará - FECOMÉRCIO
Carlos Marx Tonini
Presidente
Federação das Indústrias do Estado do Pará - FIEPA
José Conrado Azevedo Santos
Presidente
Federação das Associações de Municípios do Pará - FAMEP
Helder Zaluth Barbalho
Presidente
Fórum das Entidades Empresariais do Estado do Pará
Carlos Marx Tonini
Presidente
Confederação Nacional do Comércio - Conselho Empresarial de Desenvolvimento da Amazônia Legal – COEDEMA
Carlos Marx Tonini
Presidente
Associação Comercial do Pará - ACP
Altair Corrêa Vieira
Presidente
Instituto Alerta Pará - IAPARÁ
Edson Pinheiro de Souza Franco
Presidente
Federação das Câmaras de Diretores Lojistas do Pará - FCDL
Afonso Maria de Ligório Barral Monteiro
Presidente
Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Estado do Pará - FACIAPA
Altair Corrêa Vieira
Presidente
Federação das Associações de Micro e Pequenas Empresas do Estado do Pará - FAMPEP
Álvaro Cordoval de Carvalho
Presidente
Federação dos Trabalhadores na Indústria do Pará - FETIPA
José Jacy Ribeiro Aires
Presidente
Federação dos Trabalhadores na Indústria da Construção do Mobiliário do Pará - FETRACOMPA
Agnaldo do Carmo Alcântara
Presidente
Conselho Regional de Medicina Veterinária do Pará - CRMV
Edson Brito Ladislau
Presidente
Academia Paraense de Jornalismo -APJ
Walbert da Silva Monteiro
Presidente
Instituto Brasileiro de Fruticultura – IBRAF
Sérgio Menezes e Solange Mota
Representantes Regionais
Um comentário:
Val-André, isso é um absurdo, o que estão fazendo com o setor produtivo do Pará (mais sensivelmente Sul e Sudeste do Estado) é brincadeira...
Dá uma olhada nesse link aqui: http://www.alerta.inf.br/Geral/1519.html
o qual foi reproduzido no meu blog.
Abraços e Carajás Já!
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