Policia Civil do DF investigava empresas de informática antes da PF
Sindicato dos Delegados da PCDF disse que delegados foram substituídos em julho deste ano sem qualquer explicação. Eles investigavam empresas de informática que prestam serviço ao GDF, antes da PF.
Quando a Polícia Federal abriu a Caixa de Pandora, a Polícia Civil do Distrito Federal já sabia. No início deste ano, a Divisão de Repressão ao Crime Organizado encabeçou a Operação Tucunaré para investigar denúncias de desvio de dinheiro público. Ao mesmo tempo, a Divisão de Repressão aos Crimes contra a Administração Pública começou a Operação Terabyte. O alvo eram contratos de empresas de informática com o GDF. Tudo sob o comando do Departamento de Atividades Especiais da Polícia Civil.
A Justiça chegou a autorizar mandados de busca e apreensão em pelo menos sete empresas de informática, inclusive a Linknet, prestadora de serviços do GDF. No dia 30 de abril, foram apreendidos computadores e documentos nessas empresas. Os inquéritos foram encaminhados ao Ministério Público e continuam no local até hoje. As investigações foram interrompidas e os resultados são inconclusivos.
No dia 17 de julho, foi publicado no Diário Oficial do Distrito Federal uma dança de cadeiras nas delegacias que estavam à frente das investigações. Marco Aurélio foi exonerado. No lugar dele foi nomeado John Kennedy Pinto. Cícero Monteiro foi exonerado. No lugar dele entrou Geraldo Nugoli. Érico Vinícius Mendes também foi exonerado. Quem assumiu foi Guilherme Nogueira.
“No momento, o sentimento é de estranheza; essa transferência repentina. Apuramos que foi uma determinação do excelentíssimo senhor governador Arruda para retirar os três delegados de polícia, e quem deu esse comunicado aos delegados foi o doutor Cléber, que é o nosso diretor da Polícia Civil de Brasília”, diz o presidente do Sindicato dos Delegados do DF, Mauro Cezar Lima.
Agora, a Polícia Federal chegou ao mesmo alvo: a Linknet. O dono da empresa aparece nas gravações feitas por Durval Barbosa, reclamando do valor das propinas que seriam cobradas pelo GDF.
A assessoria do governador Arruda informou, no início da noite desta quarta-feira, dia 2, que ele fez as mudanças de delegados para o melhor andamento dos trabalhos.
Já o diretor da Polícia Civil, Cléber Monteiro, negou pressão política, e disse que o delegado que assumiu o caso não é parente do governador, como diz o sindicato. O governador também nega isso. Os pais deles, segundo Monteiro, é que são amigos de Arruda. Cléber Monteiro disse ainda que as investigações da Operação Terabyte estão em fase de conclusão. Já o inquérito da Tucunaré está nas mãos do Ministério Público desde junho.
Fonte: DF/TV Globo.
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