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Marina Silva decepciona em encontro com internautas

Encontro com Marina Silva
Julio Daio Borges


Recebi um e-mail do Juliano Spyer na sexta, falando sobre um encontro de “pessoas da internet” com a pré-candidata do Partido Verde à presidência da República, a senadora Marina Silva. Confesso que não sou dos formadores de opinião mais politizados da internet, e tento conservar o Digestivo o mais “neutro” possível. O negócio do site é cultura e, pessoalmente, tenho uma certa antipatia por temas que costumam “polarizar” demais, como política, religião e até esportes. Talvez não seja uma boa estratégia de minha parte, porque entrar nas polêmicas traria certamente mais audiência, mas ainda prefiro administrar textos do que egos.

Mesmo raramente participando da discussão política, decidi aceitar o convite por alguns motivos. Primeiro, porque conheço o Juliano. Ele foi meu colega de Campus Party, numa mesa que, por coincidência (ou não), dividimos com a Soninha, já subprefeita da Lapa. (Antes de encontrá-lo pessoalmente, já havia me convidado para uma espécie de “apoio” à reeleição do Kassab, mas dessa ação preferi não participar.) Aceitei também porque, obviamente, estamos falando de uma das três pessoas que concorrerão à presidência da República no dia 3 de outubro. E – como não poderia deixar de ser – tenho ouvido falar bastante da Marina Silva. (Se eu poderia conhecê-la diretamente, por que não?)

Aliás, havia me proposto, no dia anterior, a ouvir a entrevista da pré-candidata na CBN, pois foi bem comentada. Ouvi a da Dilma quase em tempo real e a do Serra – que foi bastante criticada – no site. A da Marina, realmente, foi a mais espontânea, ainda que ela estivesse bastante “afiada” e demonstrasse uma energia fora do comum para quem teve seu histórico de problemas de saúde. (Os ouvintes tiveram razão em elogiar.) Além disso, percorri o óbvio da internet sobre ela, como a Wikipedia, e fui parar nos seus vídeos, que estão num site e no YouTube. Falando para a CNI, achei-a mais repetitiva e, no anúncio de seu vice, mais “aguerrida” (talvez resquício da militância petista). (Não gostei do Gilberto Gil declarando seu apoio e apelando, excessivamente, para a emoção.)

Como não havia muito tempo – da tarde de sexta para o final da tarde de segunda –, “abri” o meu Twitter para quem desejasse enviar perguntas. Ainda informei aos Colaboradores do Digestivo, porque não queria desperdiçar o encontro com a pré-candidata. O evento aconteceu ontem, num “espaço” da Vila Madalena, perto da Livraria da Vila. Cheguei relativamente cedo, e pude escolher o meu lugar num cenário que lembrava o do Roda Viva. Logo apareceu o Cris Dias, que se sentou ao meu lado e que havia feito a “lição de casa” melhor do que eu: através de um vídeo no YouTube, que já estava na primeira página de resultados do Google, conclamando a internet inteira a enviar-lhe perguntas. (Produzira uma lista, bilíngue.) ;-)

O Inagaki também apareceu, fagueiro, e, através deles, conheci o lendário Marco Gomes do boo-box, o simpático Guilherme Felitti (que me deu notícias da má fase do IDG Now!) e o já igualmente famoso Jonny Ken, criador do Migre.me. A pré-candidata entrou sem que eu notasse, assim como o seu pré-candidato a vice, Guilherme Leal, um dos donos da Natura (este sorrindo para todos). Quase sem querer, dei o “start” e o tom da conversa, pois tive uma espécie de impulso e quis fazer a primeira pergunta. Observando uma parte do establishment da internet ali presente, senti que esse deveria ser o assunto. Mesmo imaginando que nenhum dos dois teria a resposta, fulminei quase com uma obrigação cívica: “Qual será a estratégia da campanha de vocês para a internet?”.

Ainda que eu tenha sido incisivo, e desconfiasse que a resposta não viria deles, eu esperava por algum tipo de resposta... A senadora generalizou (quando provavelmente não devia ter respondido), e sua linguagem me lembrou a do Gilberto Gil no MinC: “Novos fazeres e novos saberes” (transformando verbos no infinitivo em substantivos). O pré-candidato a vice acertou mais, quando falou em “relação de longo prazo” (com os internautas). Mas quem acabou respondendo, mesmo, foi o Caio Túlio Costa, coordenador da campanha na internet. Contudo, foi o início da minha decepção com o evento, porque, mesmo o Caio Túlio (do UOL e do iG), respondeu genericamente: “usariam mídias sociais”, “mobilização on-line”, “um site que entraria no ar dia 5 de julho” – dando a entender que “tudo o que os outros candidatos fizessem”, eles “fariam também”.

Bem, o problema é que isso não chega a ser uma estratégia. Se você quiser ganhar, não pode dizer que a sua estratégia é simplesmente “fazer tudo o que os outros vão fazer”. Aliás, foi a própria Marina quem lembrou (a pergunta rendeu outros comentários) que teriam pouco tempo de televisão. Acontece que – por isso mesmo – a estratégia deles deveria ser diferente da dos outros candidatos. Agora me ocorre que o Caio Túlio pode ter tentado dizer que “eles não ficariam atrás”, mas eu esperava uma resposta mais técnica. A Dilma, por exemplo, – que parece até menos à vontade com o meio on-line – contratou Ben Self: justamente, um dos responsáveis pela campanha on-line do Obama. (Eu tencionava, inclusive, perguntar qual seria reação deles diante do fato, mas, dadas as limitações, acabei desencanando...)

Felizmente para mim (ou infelizmente para eles), meus amigos blogueiros, donos de sites e empreendedores on-line continuaram fazendo perguntas no âmbito da internet (salvo raríssimas exceções). A Daniela Arrais, por exemplo, quis saber quais eram os hábitos de navegação da pré-candidata. Ela acabou deixando escapar que não atualizava, diretamente, seu Twitter, pois tinha pouco tempo de “inclusão digital”, e que nem tinha sites preferidos, fora o “professor Google” (palavras suas).

Bob Wollheim, o ilustre detentor de um iPad, tentou puxar o assunto para o empreendedorismo. Marina falou em “empreendedorismo caboclo”, citando o seu “pré-vice” – e o Guilherme Leal me decepcionou nessa hora, porque veio com uma ideia de “empreendedores sociais”, no embalo do microcrédito etc. Quando, na realidade, a própria Natura, em seu crescimento, não tem nada de “cabocla”, ou qualquer ranço de “empreendedorismo do terceiro mundo”, com expansões, a olhos vistos, pelo globo...

O Alec Duarte não foi tão bonzinho e decidiu ser até mais específico do que eu e a Daniela. Perguntou sobre o Marco Civil da Internet e as mudanças na Propriedade Intelectual e na Lei de Direito Autoral. As expressões aparentemente assustam, mas qualquer discussão, comezinha, sobre internet trata disso – resumindo: como ficam as leis, quando muitas já não se aplicam ao universo virtual; e como fica o copyright, a distribuição de obras protegidas, a remuneração dos criadores etc. Mais uma vez, as respostas foram evasivas. “Marco Civil” soou como grego para eles e, quanto a direitos autorais, Marina apelou, de novo, para o vocabulário de Gil e soltou um “resignificar”. Acertou quando evocou um encontro com Lessig, na Campus Party, mas quis puxar o assunto para a sua defesa da Amazônia (quando não foi isso o que havia sido perguntado)...

O auge da impaciência aconteceu – surpreendentemente, para mim – com o Pedro Markun. Ele praticamente exigiu “posições objetivas” dos pré-candidatos, quanto ao Plano Nacional de Banda Larga (Inclusão Digital), os chamados Dados Abertos (lembrei do Many Eyes), encerrando com um ataque frontal ao brasil.gov.br, que havia consumido, se não me engano, 5 milhões de reais (mas que era um site todo “protegido”, cujo conteúdo não podia ser distribuído etc.). Nessa hora, Marina Silva entregou os pontos e assumiu que “não poderia responder nada objetivamente” (sobre o assunto internet). Tentou sair-se bem, dizendo que aquilo era, no fundo, uma conversa, “uma construção”, mas me pareceu tarde demais...

Houve outras boas perguntas de Marco Gomes (sobre educação à distância) e Jonny Ken (sobre carga tributária), mas eu já tinha chegado à minha conclusão: nenhum dos dois pré-candidatos tinha propostas concretas para a internet. Talvez quisessem usar o encontro como um “laboratório de testes”, mas a minha impressão foi a de que só acabaram decepcionando uma audiência qualificada. Um dos princípios da democracia é justamente o de votar num representante. Se o candidato a representante não se mostra a par da sua realidade – de eleitor –, como é que você vai votar nele? Só pela emoção?

Confesso que o apelo, constante, à emoção me incomodou também. Existe, sim, um desejo, talvez inconsciente, de “santificar” Marina Silva, por causa da sua ascensão, da sua origem e da sua saúde frágil. É quase como o “messianismo” de 2002, em torno do Lula, reciclado, para uma mulher, que se desligou do PT (pós-mensalão)
e que fala em nome da natureza (para quem se cansou da “civilização”). Não tiro o mérito da senadora, mas essa mistura de ingenuidade, com despreparo, com sentimentalismo não me parece a receita para governar o Brasil do futuro (que já chegou).

Para ir além
Vídeo do Encontro

Desconfiado: Lula fica em cima do muro em visita ao Pará

Quem conta é Josias de Souza:

Em viagem ao Pará, Lula despejou sobre os microfones meia dúzia de palavras sobre a discórdia que separa o PMDB de Jader Barbalho do PT de Ana Júlia Carepa.

O presidente declarou que ainda aposta no entendimento. E se não der? Bem, mesmo assim, as coisas haverão de se ajeitar:

"Se isso não for possível vamos ter de encontrar um jeito para que as pessoas possam ter um palanque ou dois palanques...”

“...Ainda é cedo para a gente dar de barato que já aconteceu a divisão ou não. Temos até junho para decidir isso".

Aliado de Ana Júlia na eleição de 2006, Jader se desentendeu com a petista. E resiste à idéia de apoiar a reeleição dela.

Com LDO aprovado, suas excelências caem na campanha para suas reeleições

Como o próprio governo antecipou a corrida eleitoral. Basta acompanhar a agenda da Ministra Chefe da Casa Civil e do presidente Lula. Os partidos políticos começam – que loucura este país – a efetiva campanha, nada menos que um ano e cinco meses antes.

-- Êita Brasil!

Comissão aprova LDO; oposição pode barrar votação no Congresso

Foto: Foto Stuckert

A votação na Comissão de Orçamento foi precedida por uma reunião de líderes em que foi definido um acordo sobre o texto.

O relator, deputado Wellington Roberto, mudou a regra de cálculo do custo das obras e serviços. A oposição é contra, pois considera que isso abre brecha para aumento indiscriminado dos preços.
A Comissão Mista de Orçamento aprovou nesta quinta-feira a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) que vai orientar a elaboração do Orçamento de 2010. Na próxima terça-feira (14), o texto será analisado no Plenário do Congresso, em sessão marcada para as 12 horas. Entre a quarta e a quinta-feira, o relator, deputado Wellington Roberto (PR-PB), fez diversas modificações no texto da lei e no Anexo de Metas e Prioridades.
A reunião desta quinta-feira foi precedida de um acordo de líderes, que garantiu a aprovação do texto. A votação não significa, porém, que todos os problemas estão resolvidos. Até a próxima terça, Wellington Roberto terá que negociar algumas das mudanças apresentadas por ele e criticadas sobretudo pela oposição.
Representantes do DEM, do PPS e do PSDB ameaçaram obstruir a votação da próxima semana por causa de uma alteração de última hora feita pelo relator, que diz respeito à regra para o cálculo do custo das obras e serviços contratados com recursos do orçamento federal.
Média de preços
O foco da polêmica é o fim da necessidade de o custo global de obras e serviços ser igual (ou menor que) à média dos preços de materiais que constam nas tabelas do Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil (Sinapi) e, no caso de obras e serviços rodoviários, do Sistema de Custos de Obras Rodoviárias (Sicro). A nova redação diz que os preços terão apenas que acompanhar a média das tabelas oficiais. Ou seja, não haveria mais um teto para os custos.
O Sinapi e o Sicro são administrados, respectivamente, pela Caixa Econômica Federal e pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit). As tabelas dos materiais de construção servem de parâmetro para as licitações de obras e serviços. Para a oposição, a mudança vai significar o fim de qualquer referência para os preços das obras públicas.
"Isso abre uma brecha para o aumento indiscriminado dos preços das obras", definiu o deputado Humberto Souto (PPS-MG), que apresentou destaque para a retirada do trecho, rejeitado pelo relator. Representantes do Tribunal de Contas da União (TCU), que acompanharam a votação, disseram que a nova redação poderá incentivar o sobrepreço (preço acima do mercado) das obras.
O deputado Claudio Cajado (DEM-BA) também criticou a mudança e adiantou que seu partido vai obstruir a votação do Orçamento se não houver a recuperação do texto original. O líder da Minoria na comissão, deputado Otavio Leite (PSDB-RJ), disse que os tucanos vão acompanhar o DEM nessa questão.
Wellington Roberto explicou que a mudança teve como objetivo compensar as diferenças de preços entre as regiões. Ele citou como exemplo uma obra feita no interior, onde nem sempre é possível encontrar todos os materiais. "Nesses casos, é preciso trazer tudo de fora e ainda tem o preço do frete", disse. Com isso, salientou, o preço final da obra fica acima da média das tabelas oficiais. Mas ele garantiu que vai negociar com a oposição e o governo - já que a mudança teria sido proposta pelo Dnit - um texto de consenso.
Piso da saúde
O relator também alterou seu parecer para retirar o dispositivo que permitia que as despesas com hospitais ligados a universidades federais, até o limite de R$ 480 milhões, fossem computadas como "ações e serviços públicos de saúde". Caso essa redação prevalecesse, os gastos com os hospitais, hoje no orçamento da Educação, passariam a integrar o piso da saúde previsto na Emenda Constitucional 29, de 2000.
A retirada foi elogiada pelos parlamentares ligados ao setor de Saúde, pois eles consideravam que a medida deixaria o Sistema Único de Saúde (SUS) com menos recursos em 2010. O presidente da Frente Parlamentar da Saúde, deputado Darcísio Perondi (PMDB-RS), elogiou a exclusão desse dispositivo, mas destacou que ela não resolve os problemas do setor, que precisaria de, pelo menos, outros R$ 2 bilhões para o ano que vem.

Com Ag. Câmara.

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