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O bom exemplo das padarias de São Paulo

Padarias lançam campanha para reciclagem de óleo de cozinha; veja como participar

São Paulo - Dona de casa há quase 30 anos, Regina Palomares não costuma fazer muitas frituras para as refeições da família. Quando utiliza óleo joga o produto na pia da cozinha, misturado a detergente ou água quente. Assim como Regina, muitas pessoas ainda não costumam separar os resíduos das frituras para descartá-los junto ao lixo orgânico ou reciclar. Em São Paulo, uma iniciativa das padarias pode ajudar a mudar esse quadro.

Desde a última terça-feira, 52 padarias aderiram à campanha de reciclagem do óleo de cozinha, promovida pelo Sindicato da Indústria de Panificação e Confeiraria de São Paulo (Sindipan), a empresa Bioauto e a ONG Trevo. Agora, os clientes podem levar em qualquer recipiente o produto para ser recolhido nos estabelecimentos. Estes, por sua vez, encaminham o óleo para a reciclagem. 

Divulgação/ Bioauto

Óleo de cozinha é recolhido para reciclagem

Além de receber o óleo usado, as padarias vendem um pote reutilizável para o acondicionamento do produto por R$ 1,50. Segundo Antero José Pereira, presidente do Sindipan, a comercialização do recipiente também tem o objetivo de preservar o meio-ambiente. "Não adianta a dona de casa levar o óleo numa garrafa pet e depois essa garrafa vai pro lixo e suja também. Então temos esse pote que a dona de casa pode usar centenas de vezes. Enche o pote, vai na padaria, despeja e usa de novo", explica.

A iniciativa, de acordo com Pereira, faz parte do projeto de responsabilidade socio-ambiental do sindicato, que ainda espera conseguir a adesão de pelo menos 2.200 padarias, a metade das associadas. Apesar disso, o presidente da entidade ressalta que a campanha depende também da participação da população. "Como é uma campanha voluntária vai depender do consumidor chegar na sua padaria e perguntar se o dono já colocou o lugar como posto de recolhimento de óleo".

Reciclagem

Para Roberto Costacoi, presidente da ONG Trevo, o objetivo da campanha é que no futuro o óleo não seja mais jogado nos mares e rios. Segundo ele, a maior parte dos grandes estabelecimentos já têm um sistema de reciclagem do produto, mas a adesão dos consumidores ainda é tímida.

"O meio-ambiente agradece, porque cada litro de óleo contamina 20 litros de água, afirma Costacoi. O óleo coletado pode ser vendido para fabricantes de sabão, biodiesel, tintas a óleo, massa de vidraceiro entre outros usos.

Segundo a Sabesp, companhia de saneamento básico do Estado de São Paulo, o despejo de óleo no esgoto, além de poluir a água, pode causar outros danos pela utilização conjunta de detergentes e sabões em pó que contêm fosfatos. A parcela que não é removida contribui para o crescimento de algas e formação de espumas. Estima-se que uma família gere em torno de 1,5 litro de óleo de cozinha por mês.

Pontos de coleta

Divulgação/ONG Trevo

Recipiente para óleo

Quem pretende reciclar o óleo de cozinha, além de entregar os potes em estabelecimentos que fazem a coleta voluntária, pode solicitar o serviço de empresas e ONG’s especializadas na coleta. Algumas delas fornecem cartazes, bombonas de 50 litros identificadas para estocagem e mantêm um esquema de retirada programada ou a chamado.

A dona de casa Maria Eunice Baraçal, por exemplo, entrega o óleo utilizado em um colégio próximo se sua casa, que aproveita o produto."Eu junto na garrafa pet ou num pote de sorvete e levo duas vezes por mês. Na pia eu nunca joguei porque entope", afirma.

No site da ONG Trevo, é possível encontrar os endereços de alguns postos de coleta. A relação das padarias que participam da campanha pode ser consultada no Sindipan, pelo telefone 32913700.
Além da reciclagem, a empresa recomenda a instalação de caixas retentoras de gordura nas residências e nos estabelecimentos comerciais como restaurantes, lanchonetes e padarias para evitar o entupimento do encanamento.

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