O quê os Estados da Amazônia farão no Ano Internacional da Floresta?
Castanha-do-Pará adulta
No ano de 2011, será comemorado "O Ano Internacional das Florestas". Pelo menos, nos lugares onde isso, ainda, existe.
É qual será a postura do governo federal e novos governadores da Amazônia?
Certamente estão muito preocupados com o início de seus respectivos governos e nada farão, exceto, propaganda enganosa.
Virão a público – com caras de Madalenas –, reclamar que receberam um Estado falido! Exceto o Governo Federal. Não é mesmo?
Aumenta, por isso mesmo, a responsabilidade de seu protagonismo nessa área.
– E por quê (Madalenas) se candidataram ao cargo?
Caso haja um inteligente para articular um grande Fórum para amarrar compromissos com as Florestas. Dentre eles, e o fundamental: a garantia da sobrevivência dos povos da Floresta.
Um mané qualquer (abundam), enviará para o suposto fórum, uma "equipezinha" de última "catigoria", uma vez que há contenção de gastos para pagar os "Zé Manés", que não trabalham e emperram a máquina.
Não é caro sonhar. Portanto, no momento em que o tal fórum (sou positivista) reunir o grupo de trabalho para redigir o documento cobrando, com toda a energia do governo federal o compromisso com a continuidade de implantação dos Distritos Florestais nos estados amazônicos, e acabar com essa conversa fiada que está, sim, liberando Planos de Manejo, até em área alagada, a Polícia Federal descobriu que eles estão liberando. As Florestas têm uma chance.
No momento que o tal documento, do fictício fórum a ser realizado, arrochar a "ekipeconômica", e demonstrar, técnicamente que, liberando recursos dos Fundos Constitucionais para o financiamento de novas Florestas na Amazônia, os lucros, de todos, serão uma demonstração de seriedade no novo (?) governo.
As Florestas, a Amazônia e seu povo, terão alguma chance de sair do isolamento citado pela Excelentíssima Presidenta da República, Dilma Roussef, em seu discurso, no ato de sua investidura ao cargo.
Que venha o Fórum.
– Ou qualquer outra coisa que o valha. O que não dá é ficar como está.
Punição a crimes ambientais é adiada
As punições previstas no decreto de crimes ambientais, que passaria a vigorar amanhã, serão adiadas até abril de 2012, apurou o Valor. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou ontem um novo decreto para permitir a adequação dos produtores rurais às exigências ambientais previstas no Código Florestal Brasileiro, em vigor desde 1965.
O novo decreto, informou um ministro com acesso ao texto, prevê moratória de dois anos, até dezembro de 2011, aos produtores rurais que não recuperarem as áreas de preservação permanente (APPs) e de reservas legais. Depois disso, se sofrer alguma multa de fiscais ambientais, o infrator terá prazo adicional de mais quatro meses para aderir ao programa de regularização ambiental e anular a punição.
O governo batizou os próximos 18 meses de período de educação ambiental, cujo principal instrumento será o Mais Ambiente, que oferecerá alternativas subsidiadas de regularização das áreas de preservação obrigatória. Nesse prazo, nenhum produtor poderá ser notificado por descumprir as normas legais. No segundo semestre de 2011, caso seja notificado, o produtor ainda poderá apresentar um projeto de recomposição das áreas. Dessa forma, a notificação será automaticamente cancelada. A partir de 2012, haverá uma nova oportunidade aos produtores. Se nada for feito até lá, ainda será possível apresentar, até abril, um projeto de recomposição das APPs e das reservas legais, aderindo ao Mais Ambiente e livrando-se das punições.
O governo também decidiu criar um comitê gestor para fiscalizar a adesão ao programa. O colegiado será composto por representantes dos ministério do Meio Ambiente, da agricultura e do Desenvolvimento Agrário, além de representantes da agricultura empresarial, de agricultores familiares e da Embrapa.
Os demais pontos em debate na reforma do Código Florestal ainda não foram concluídos pelo grupo de trabalho coordenado pela Casa Civil. Na proposta, que deve ser enviada ao Congresso, estão a legislação para a compensação das reservas legais em bacias hidrográficas adjacentes, a consolidação de áreas de plantio de café, maçã e uva em APPs situadas em encostas e topos de morro, além da permissão para soma de APPs a áreas de reserva legal.
A nova regra ajudará os produtores. O Decreto 6.514, publicado em julho de 2008 e prorrogado para 11 de dezembro deste ano, era bastante rigoroso. O texto prevê multas de até R$ 50 milhões, apreensão de bens e produção, demolição e embargo de obras irregulares.
Em auxílio adicional aos produtores, o Congresso aprovou ontem vários projetos de um minipacote ambiental e fundiário. No Senado, a Comissão de Constituição e Justiça elevou a pena de prisão a invasores de terras situadas em áreas de preservação públicas (parques nacionais) e privadas (reserva legal). Em decisão terminativa, sem necessidade de passar pelo plenário, os senadores aumentaram a pena de seis meses para até três anos de detenção, além de manterem as penalidades adicionais previstas para crimes ambientais.
A medida atende a uma antiga reivindicação da bancada ruralista pela criação de mecanismos mais duros para inibir invasões de terras por militantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST). Autor do projeto, o senador Gilberto Göellner (DEM-MT) afirma que o aumento da pena dará mais tranquilidade e segurança jurídica à produção agropecuária nacional. É o fim do esbulho possessório, comemorou Göellner, em referência ao crime de invasão violenta da propriedade. O projeto também deve ampliar a punição à grilagem de terras públicas no país. Esse projeto vai ser um ponto de inibição para dessa prática na Amazônia, disse o relator, Renato Casagrande (PSB-ES), que obteve apoio do senador João Pedro (PT-AM).
Na Câmara, os deputados da Comissão de Meio Ambiente aprovaram um projeto de lei para obrigar o governo a reservar, antes da criação de novas unidades de conservação, recursos suficientes para quitar a desapropriações de terras privadas. A proposta, patrocinada pelos ruralistas Ernandes Amorim (PTB-RO) e Cezar Silvestri (PPS-PR), enfrentou a oposição do PT, mas obteve apoio dos ambientalistas. O deputado Sarney Filho (PV-MA) defendeu o projeto como uma medida de segurança agrária. A ofensiva do desmatamento e ameaça à biodiversidade, segundo ele, cederam espaço a outras prioridades. Houve avanços. Agora, é possível uma adequação à situação contemporânea do país, disse.
Os deputados aprovaram, ainda, projeto que autoriza a agregação ao preço da indenização de cada terra desapropriada o valor dos chamados serviços ambientais prestados pela cobertura vegetal em APPs e reserva legal. Os deputados também aprovaram a destinação mínima de 10% das multas aplicadas por desmatamento ilegal na recuperação da área atingida com espécies nativas.
Fonte: Valor.
O protagonismo do ambientalismo espataculoso preocupa-se com o ser humano apenas a longo prazo
Redefinição dos limites de Jamanxim
Há pouco mais de três anos, o governo federal criou um bloco de áreas protegidas de 2,8 milhões de hectares no eixo da BR-163 (que cruza Pará e Mato Grosso de norte a sul) com o propósito de barrar o avanço do desmatamento, tendo em vista benefícios à biodiversidade e à coerência do Brasil em fóruns internacionais, quando diz que está comprometido com redução de emissões de gases oriundos de queimadas. Mas a saúde da floresta indica que a opção do país ainda é outra.
Dos 1,3 milhões de hectares da Floresta Nacional do Jamanxim, cerca de 12% já foram desmatados, algo como 150 mil hectares. Segundo informações das equipes de fiscalização, praticamente metade do que foi convertido não deu lugar a produções agropecuárias. As terras estão simplesmente abandonadas.
Foi nesse cenário, no meio da Floresta, no Pará, chamados pelo Governo Federal para “integrar, para não entregar” que uma leva de migrantes brasileiros se estabeleceram há mais de 30 anos para construir suas vidas e agora veem-se na condição de réles criminosos. Destruidores do meio ambiente. Perigosos elementos infiltrados para destruir a mata e suas riquezas.
Num texto assinado por Andreia Fanzeres, para o site ambientalista O Eco coloca o problema sem nenhum pudor da motivação que move seus patrocinadores.
É leitura obrigatória para quem quer pesar os dois lados da questão. Ressaltando-se que a maioria dos leitores sequer imaginam o que é viver na mata, construir algo para sua família, conseguir sobreviver nessa região inóspita e ter suas vidas arruinadas por uma política ambiental que se lixa para o povo.
O governo Lula está colocando o país para trás. Vale tudo pelas alianças. Perdeu-se o PT, perde-se o presidente e seu doidivanas Minc.
O bom exemplo das padarias de São Paulo
Padarias lançam campanha para reciclagem de óleo de cozinha; veja como participar
São Paulo - Dona de casa há quase 30 anos, Regina Palomares não costuma fazer muitas frituras para as refeições da família. Quando utiliza óleo joga o produto na pia da cozinha, misturado a detergente ou água quente. Assim como Regina, muitas pessoas ainda não costumam separar os resíduos das frituras para descartá-los junto ao lixo orgânico ou reciclar. Em São Paulo, uma iniciativa das padarias pode ajudar a mudar esse quadro.
Desde a última terça-feira, 52 padarias aderiram à campanha de reciclagem do óleo de cozinha, promovida pelo Sindicato da Indústria de Panificação e Confeiraria de São Paulo (Sindipan), a empresa Bioauto e a ONG Trevo. Agora, os clientes podem levar em qualquer recipiente o produto para ser recolhido nos estabelecimentos. Estes, por sua vez, encaminham o óleo para a reciclagem.
Divulgação/ Bioauto
Óleo de cozinha é recolhido para reciclagem
Além de receber o óleo usado, as padarias vendem um pote reutilizável para o acondicionamento do produto por R$ 1,50. Segundo Antero José Pereira, presidente do Sindipan, a comercialização do recipiente também tem o objetivo de preservar o meio-ambiente. "Não adianta a dona de casa levar o óleo numa garrafa pet e depois essa garrafa vai pro lixo e suja também. Então temos esse pote que a dona de casa pode usar centenas de vezes. Enche o pote, vai na padaria, despeja e usa de novo", explica.
A iniciativa, de acordo com Pereira, faz parte do projeto de responsabilidade socio-ambiental do sindicato, que ainda espera conseguir a adesão de pelo menos 2.200 padarias, a metade das associadas. Apesar disso, o presidente da entidade ressalta que a campanha depende também da participação da população. "Como é uma campanha voluntária vai depender do consumidor chegar na sua padaria e perguntar se o dono já colocou o lugar como posto de recolhimento de óleo".
Reciclagem
Para Roberto Costacoi, presidente da ONG Trevo, o objetivo da campanha é que no futuro o óleo não seja mais jogado nos mares e rios. Segundo ele, a maior parte dos grandes estabelecimentos já têm um sistema de reciclagem do produto, mas a adesão dos consumidores ainda é tímida.
"O meio-ambiente agradece, porque cada litro de óleo contamina 20 litros de água, afirma Costacoi. O óleo coletado pode ser vendido para fabricantes de sabão, biodiesel, tintas a óleo, massa de vidraceiro entre outros usos.
Segundo a Sabesp, companhia de saneamento básico do Estado de São Paulo, o despejo de óleo no esgoto, além de poluir a água, pode causar outros danos pela utilização conjunta de detergentes e sabões em pó que contêm fosfatos. A parcela que não é removida contribui para o crescimento de algas e formação de espumas. Estima-se que uma família gere em torno de 1,5 litro de óleo de cozinha por mês.
Pontos de coleta
Divulgação/ONG Trevo
Recipiente para óleo
Quem pretende reciclar o óleo de cozinha, além de entregar os potes em estabelecimentos que fazem a coleta voluntária, pode solicitar o serviço de empresas e ONG’s especializadas na coleta. Algumas delas fornecem cartazes, bombonas de 50 litros identificadas para estocagem e mantêm um esquema de retirada programada ou a chamado.
A dona de casa Maria Eunice Baraçal, por exemplo, entrega o óleo utilizado em um colégio próximo se sua casa, que aproveita o produto."Eu junto na garrafa pet ou num pote de sorvete e levo duas vezes por mês. Na pia eu nunca joguei porque entope", afirma.
No site da ONG Trevo, é possível encontrar os endereços de alguns postos de coleta. A relação das padarias que participam da campanha pode ser consultada no Sindipan, pelo telefone 32913700.
Além da reciclagem, a empresa recomenda a instalação de caixas retentoras de gordura nas residências e nos estabelecimentos comerciais como restaurantes, lanchonetes e padarias para evitar o entupimento do encanamento.
Lei do carbono: primeira tentativa
Thomas L. Friedman - Colunista do New York Times
Há muito na lei de controle de emissões recém aprovada na Câmara dos EUA que eu odeio. Ela é bastante frágil em áreas fundamentais e muito complicada em outras. Um simples imposto de carbono teria feito muito mais sentido do que essa inovação técnica de Rube Goldberg. É espantoso ver tanto ser concedido aos poluidores. Ela fede. Ela é um negócio furado. Eu a detesto.
Agora vamos fazê-la ser aprovada no Senado e torná-la lei. Por quê? Porque, apesar de todas as falhas, esta lei é a primeira tentativa abrangente dos EUA para mitigar as mudanças climáticas pondo um preço nas emissões de carbono. Rejeitar essa lei teria sido visto pelo mundo como se os EUA estivessem votando contra a urgência das mudanças climáticas.
Minha intuição me diz que se o governo americano puser um preço no carbono, mesmo que baixo, ele vai formar uma nova mentalidade entre os consumidores, investidores, agricultores, inovadores e empresários que, com o tempo, fará uma grande diferença – assim como os primeiros alertas de que cigarros poderiam causar câncer. Na manhã seguinte ao alerta ninguém olhou para fumaça da mesma forma.
O mesmo ocorrerá se a lei passar. De agora em diante, toda decisão de investimento feita nos EUA – sobre como as casas são construídas, produtos fabricados ou a eletricidade gerada – levará em conta a opção de baixa emissão de carbono de menor custo. E amarrar as emissões de carbono a todas as decisões comerciais levará à inovação e ao emprego de tecnologias limpas a um nível totalmente novo, além de tornar a eficiência energética mais barata.
Agora que a lei está indo para o Senado, o ideal seria tentar melhorá-la, mas precisamos evitar, no mínimo, que ela piore ainda mais. Para fazer isso, precisamos da ajuda dos três maiores responsáveis pela fragilidade da lei: o partido republicano, o presidente Barack Obama e a ONG We The People.
Esta lei não é frágil porque seus criadores, os republicanos Henry Waxman e Ed Markey, quiseram dessa forma.
– Eles têm que cumprir os compromissos que firmaram – diz Dan Becker, diretor da Campanha Clima Seguro. – Porque quase todo republicano da Câmara votou contra a lei e não fez nada para tentar melhorá-la. Então, para fazer com que ela passasse, eles precisaram de todos os democratas de estados poluidores, e isso significou que eles tiveram que ceder em alguns pontos para convencê-los.
A meta dessa lei para reduzir as emissões de carbono dos EUA para 17% abaixo dos níveis de 2005 até 2020 não chega nem perto do que a ciência nos diz que precisamos para mitigar as mudanças climáticas. Mas ela também contém provisões significativas para evitar que novos prédios consumam muita energia, para tornar nossos produtos os mais eficientes do mundo quanto ao consumo de energia e para ajudar a preservar florestas em lugares como a Amazônia.
Também vamos ouvir mais sobre Obama. A forma como ele abordou a lei parece muito calculada, como se ele não quisesse sujar as mãos, como se ele estivesse pronto para fazer pressão nos bastidores, mas não a ponto de a lei ir por água abaixo e ele se queimar. Não há outra forma de lutar nessa guerra. Ele terá de mobilizar todo o país para pressionar o Senado. Se ele não estiver pronto para arriscar um fracasso dando o melhor de si, o fracasso será o resultado mais provável.
E ainda tem a ONG We The People. Atenção todos os jovens americanos: seu futuro climático está sendo decidido agora mesmo nas salas do Capitólio, onde o lobby do carvão é muito forte. Você quer fazer a diferença? Então saia do Facebook e apareça. Reúna um milhão de pessoas em frente ao Congresso pedindo para taxar o carbono.
Código atual foge à realidade
Melhor aproveitamento da terra e legislação em harmonia com histórico nacional são urgentes
Para a senadora Katia Abreu, presidente da Confederação Nacional da Agricultura, a votação para reformular o Código Florestal não será contra ninguém e, sim, a favor do Brasil. Entende ainda que ou a reforma é aprovada, ou o país terá que diminuir a produção de alimentos:
– Tenho maior respeito pelas posições da ministra, embora não sejam coincidentes com as minhas. Estamos discutindo as duas coisas mais importantes para o desenvolvimento do país e das nossas famílias que são preservação e produção. Não há vencedores ou vencidos. Existe um desafio a ser enfrentado.
A senadora conta que hoje, segundo o IBGE, 53% do território brasileiro estão com cobertura vegetal nativa e 41% com produção de alimentos. O restante são as cidades, rodovias, ferrovias. Dentro desses 41% em que está a produção nacional, que representa 1/3 do PIB, do emprego e da exportação, ainda haveria, segundo Kátia, mais ou menos 100 milhões de hectares que, com a aplicação de alta tecnologia, poderiam servir para a ampliação da produção de alimentos.
– Também queremos desmatamento zero. Não precisamos de área, precisamos é de recursos e de mercado. Há espaço sobrando se utilizarmos tecnologia. Se o Código Florestal continuar do jeito que está hoje, como ficará o Brasil? Se a legislação for cumprida 100%, segundo uma plotagem cartográfica feita pela Embrapa, ficaríamos com 71% do território com cobertura florestal e 28% para o resto: alimentos, cidades e infraestrutura. Quando se analisa a questão do meio ambiente isoladamente, é uma coisa. Quando se analisa a questão ambiental e de produção, é outra – argumenta Kátia.
Dicotomia
O presidente da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes, Roberto Gianetti da Fonseca, também defende que o mundo precisa cada vez mais de "alimento competitivo" :
– A população mundial está hoje em pouco mais de 6 bilhões de pessoas, e será de mais de 9 bilhões em 2050. A demanda por proteína animal e vegetal cresce a taxas que são o dobro ou até o triplo da taxa de crescimento da população, devido ao fator renda. Há poucas regiões do mundo com capacidade de produzir alimento comestível como o Brasil, o que nos dá uma oportunidade de expandir exportação de alimentos que não pode e não deve ser desprezada.
Fonseca alerta, porém, que essa expansão precisa ser conciliada com a preservação do meio ambiente, caso contrário, estará sendo cometido um crime contra as futuras gerações e contra o planeta. Segundo ele, há índices de produtividade que podem ser melhorados, o que permitira ao Brasil quase dobrar a produção de carne em 10 anos sem derrubar um hectare de floresta. Ao contrário, abrindo até a possibilidade de recuperar alguma terra já degrada do bioma amazônico, ou do Cerrado. Fonseca lembra que, no passado, o problema do desmatamento não era crítico.
– Na década de 70, o sujeito que saía do Rio Grande do Sul ou do Paraná para abrir uma fazenda na Amazônia, no Mato grosso ou em Rondônia, tinha dois anos para desmatar 50% da propriedade. Se não fizesse isso, era multado. Aí, de repente, percebemos que está havendo uma mudança climática e desperta a consciência ambiental. Agora, vamos corrigir para o futuro, sem tentar criminalizar o passado.
Fonseca é contra a "intromissão" de estrangeiros nos assuntos da Amazônia:
– Eles destruíram a Floresta Negra, as florestas da Inglaterra e das planícies americanas. Agora querem fazer o que aqui no Brasil? Dar lição de moral na gente. É um absurdo o Ministério Público dar atenção a essas ONGs. O MP do Pará se tornou refém da Greenpeace e não conversa com os brasileiros que estão lá, vivendo na Amazônia.
Para o presidente da Abiec, querer controlar a reserva legal por propriedade, com uma regra de que tem que ser no mínimo 80% ou 50% de área preservada em cada uma, dependendo da região, é impossível. Se for seguir-se na ponta do lápis o Código Florestal em vigor, "teriam de ser destruídas todas as macieiras do Estado de Santa Catarina, grande parte do café do Sul de Minas, já que não se pode plantar em encosta, ou ainda a o produção de arroz que é cultivado em várzeas, que são a´reas de preservação, permanente".
– Querem manter áreas de reserva onde já há 90% de desmatamento, em algumas propriedades. O pessoal não tem dinheiro, nem viabilidade econômica para reflorestar pequenas propriedades, pois perderia escala para produzir. Como um proprietário vai subsistir num sítio de cinco hectares só podendo plantar no máximo dois hectares?
Para ele, a revisão do Código Florestal pode trazer racionalidade para a discussão.
– É óbvio que não podemos deixar solto o desmatamento. Mas temos de dar escala econômica e melhor aproveitamento do solo. Do jeito que está, é uma utopia. O Ibama teria que multar 99% das propriedades no Brasil se levar em conta o ordenamento legal.
Pecuária
Segundo Fonseca, 110 milhões das 200 milhões de cabeças de gado do Brasil estão nas regiões Sul e Sudeste, logo "o gado não foi todo para onde havia floresta".
– Foram para lá com incentivos fiscais da Sudam, porque a terra é mais barata, há demanda local dos 30 milhões de pessoas da Amazônia que gostam de comer carne. Vai sair no mundo inteiro que o Greenpeace acusou o Bertim de estar comprando gado de propriedade embargada por desmatamento. É mentira. Nenhuma das propriedades que fornece ao Bertim aparece como embargada no site do Ibama. Aliás, o próprio procurador que apresentou a denúncia já reconheceu que o sistema do Ibama é falho. Então como saber?
O Brasil é o maior exportador mundial há 5 anos; de cada três toneladas de carne exportada, uma é brasileira. O segundo colocado, que é a Austrália, tem 17% do mercado mundial. O Brasil tem 33%.
– Pelo fato de o Brasil ter tido esta expansão agressiva na pecuária, hoje viramos telhado de vidro.
Fonte: Jornal do Brasil.
A caixa dos grilos e o olho do satélite
KÁTIA ABREU
É sempre mais fácil, especialmente na questão ecológica, propor metas utópicas e soluções igualmente inatingíveis
MAL COMPARANDO (como se dizia antigamente), é como se a polícia recebesse a foto de uma cena de crime sem a identificação do criminoso e do local, registrando apenas a hora do flagrante e a área a ser investigada. No caso, um território de 5,1 milhões de quilômetros quadrados de florestas.
Esse é precisamente o caso: as fotos de satélites mostrando a cada dia os desmatamentos e as queimadas da Amazônia revelam o crime, mas não precisam o criminoso. Ou seja, desafiam quem as interpreta a localizá-los numa área de 5,1 milhões de km2. Uma agulha no palheiro.
Para tornar automática essa localização, a vigilância dos satélites precisa dos dados do georreferenciamento, ou seja, a identificação precisa, no solo, das coordenadas geográficas das propriedades da área. Sem esse dado, as fotos de satélites escandalizam genericamente, mas não localizam precisamente onde ocorrem os crimes ambientais, bem como não identificam os responsáveis por tais crimes.
O georreferenciamento é um levantamento topográfico com a especificação da latitude e da longitude que os proprietários precisam obrigatoriamente apresentar para a obtenção do registro em cartório das suas terras na Amazônia. Uma das exigências da legislação aprovada pelo Congresso Nacional a partir da medida provisória 458. Para saber precisamente quem está desmatando ou incendiando, basta pegar a foto do satélite e ir ao cartório conferir o endereço, ou seja, o georreferenciamento.
Se não fosse por outras mil razões que apareceram nas discussões, só esse benefício à otimização da repressão ao desmatamento já justificaria a nova legislação.
No entanto, o interesse pessoal de notórias lideranças ambientalistas, que criam propositalmente tigres de papel para se apresentarem como gladiadores heroicos, ignorou propositalmente esse importante avanço da legislação. É sempre mais fácil, especialmente na questão ecológica, propor metas utópicas e soluções igualmente inatingíveis.
Ou criar propositalmente confusões, como a alegação de que a regularização de terras em discussão beneficiará grileiros. Ora, grileiros -que são criminosos comuns, falsários cínicos- estão foram desse jogo. Eles não têm posse de boa-fé, pelo contrário, apresentam títulos e registros falsificados em cartório, documentos fajutos, papéis envelhecidos artificialmente, como me revelaram outro dia, e tenho repetido, pelo preço da fatura, para delícia da imaginação de alguns interlocutores.
A etimologia da expressão derivaria de grilo, o inseto: o grileiro seria aquele que, para amarelecer e dar a aparência de envelhecimento ao papel, guardava certidões falsas em caixas cheias de grilos... Grileiros fogem do georreferenciamento porque teriam que renunciar à sua documentação falsificada.
Nesse sentido, a regularização fundiária é o primeiro passo para a regularização ambiental.
E como uma coisa puxa outra, vejamos essa campanha açodada de criminalização indiscriminada da produção de carne, que, em vez de penalizar o desmatamento da Amazônia, ameaça, para começo de conversa, inviabilizar exportações nacionais de 5,5 bilhões de dólares (sem falar dos 2,5 bilhões de couros).
A questão começa pela impossibilidade de determinar precisamente a origem da carne, pois boa parte do rebanho nasce numa região, engorda noutra e é abatida numa terceira.
Nunca esqueçamos que está se brincando com a reputação do produto brasileiro que representa 30% das exportações mundiais: de cada 3 kg da carne exportada no mundo, 1 kg é do Brasil. Só na Amazônia são 500 mil produtores e 38 milhões de cabeças, o que representa 20% do rebanho brasileiro.
Por esse motivo, estamos defendendo o desmatamento zero, a consolidação das áreas de produção de alimentos e a atualização da legislação ambiental, sob pena de gerar desemprego e o caos na economia.
Os ambientalistas sensatos, sensíveis à realidade e cada dia mais numerosos, engajam-se cada dez numa linha de combate sistemático ao desmatamento, mas operando uma estratégia de avanços pragmáticos que preservam a produção ecologicamente correta. Tanto atentos à impostura dos grileiros quanto à preocupação de otimizar a vigilância dos satélites.
No mais, é conformar-se, como o "professor de melancolia" do apólogo de Machado de Assis, concluindo ironicamente: "Também já servi de agulha para muita linha ordinária".
KÁTIA REGINA DE ABREU , psicóloga, é senadora pelo DEM-TO e presidente da CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil).
Fonte: Folha de S. Paulo.
Lula pede menos ideologia na discussão ambiental
Da Agência Estado
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu hoje que a discussão sobre a preservação ambiental não seja tratada de forma ideológica, durante discurso no lançamento do Plano Agrícola e Pecuário 2009/10. Para Lula, os adversários do Brasil no exterior adotam o discurso ideológico para questionar programas como o de biocombustíveis. "Não metam o dedo sujo de combustível fóssil no nosso combustível limpo", afirmou. Ao explicar a posição do governo sobre a questão ambiental, Lula recorreu à metáfora de uma mãe que é pressionada por dois filhos que desejam decisões diferentes.
"Ela vai ter que tentar mediar", explicou Lula, em entrevista no Parque de Exposições Ney Braga, em Londrina (PR). Para o presidente, o Brasil está chegando a um ponto de equilíbrio. Ele citou o exemplo da carta-compromisso que será assinada nesta semana com empresários do setor de etanol prevendo melhores condições de trabalho no setor. Na mesma linha, o ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, avaliou que sua pasta adota uma postura técnica sobre a discussão ambiental.
A legislação, no entanto, tem erros, segundo Stephanes, e há dois caminhos possíveis. O primeiro seria retirar da legislação o que não é necessário, mantendo o desmatamento zero no bioma amazônico e em novas áreas ou, se a sociedade decidir que não é mais possível plantar em determinadas terras - topo de morros e várzeas -, indenizar os produtores. Stephanes disse que 16 mil itens formam a legislação ambiental entre resoluções, portarias, decretos e leis.
Diferentemente de sua visão, o ministro da Agricultura considerou que o colega do Meio Ambiente, Carlos Minc, ainda tem um viés ideológico. "Eu acho que temos divergências. Seria importante que a gente harmonizasse essas divergências, mas acho que ele (Minc) continua um pouco no viés ideológico e eu procuro discutir a questão no viés técnico e científico", disse Stephanes, em entrevista no final da solenidade.
Cadê o homem?
A sociedade moderna está consciente da importância da preservação ambiental; não há espaço para radicalismos
ACABO DE regressar da Ásia. Mais uma vez, fiquei admirado com a limpidez das águas do rio Han, que corta Seul, cidade das mais industrializadas e densamente povoadas do planeta. Há sete anos, nem peixe conseguia sobreviver lá. Hoje as pessoas nadam e velejam no rio e constato como é possível equacionar desenvolvimento e preservação do ambiente.
Chego ao Brasil e vejo que o esgoto continua sendo despejado na baía de Guanabara e no rio Tietê. Na Amazônia, as queimadas e outros crimes continuam devastando a floresta, enquanto o debate entre ambientalistas e desenvolvimentistas ignora as necessidades básicas do homem: água e esgoto tratados, energia elétrica, alimentação e emprego.
A virtude está no meio. Talvez essa máxima seja apropriada para repensarmos a polarização de um debate infrutífero. Apresentar como inconciliáveis o desenvolvimento e a preservação ambiental é, na verdade, propor um falso paradoxo, cujo resultado é a estagnação que preserva ou agrava a pobreza. Não se discute o perigo das propostas daqueles que defendem o desenvolvimento como se fosse um fim em si mesmo; tampouco se discutem os efeitos graves do raciocínio distorcido dos grupos ambientalistas radicais na defesa obstinada da natureza, como se também fosse em si mesma um bem e um valor intocável. Lamentavelmente, em ambos os casos, a figura do homem se evapora.
Já se demonstrou que a instalação de empresas e de indústrias, que harmonizaram a força do capital e os cuidados com a natureza, beneficiaram populações que viviam em estado de extrema pobreza. As iniciativas movidas por visão equilibrada entre promoção do desenvolvimento e proteção ao ambiente criaram geração de renda, movimentação da economia e novos empreendimentos em regiões sem expectativas mínimas de crescimento e de melhoria da qualidade de vida.
Desenvolvimento e preservação podem ser conjugados. Para isso, a legislação precisa ser revista. São imprescindíveis medidas que gerem a simplificação e a velocidade dos trâmites das licenças ambientais, além da definição dos prazos, sem comprometimento do rigor nas análises dos projetos.
Assim, as normas poderão ser seguidas e fiscalizadas, desencorajando a infração. Além da importância do aparelhamento dos órgãos ambientais, a formação de quadro técnico competente e ideologicamente isento é fundamental.
Não é justo que os técnicos emitam pareceres sob o constrangimento de possíveis punições, que podem chegar à detenção. Punidos devem ser os responsáveis por projetos que desviam-se da lei -lei que deve ser aplicada a todos: a grandes e a pequenos empreendimentos e a indivíduos, ricos ou pobres. A sociedade moderna está consciente da importância da preservação ambiental. Agricultores e empresários querem o desenvolvimento, com a preservação. Não há mais espaço para radicalismos.
Devemos dizer "não" tanto à ideologia ambientalista extremada como à desenvolvimentista inconsequente. A discussão deve ser técnica -e não ideológica. Só assim teremos sustentabilidade do desenvolvimento humano.
ROGER AGNELLI, 50, economista e diretor-presidente da Vale, escreve neste espaço a cada quatro semanas.
Fonte: Folha de S. Paulo.
Deputado Antonio Feijão alerta Lula da influência de Minc sob pressão de ambientalistas de franquia
O Deputado Antônio Feijão, do PSDB-AP, abriu o “verbo” no Pequeno Expediente da Câmara dos Deputados ao utilizar o seu tempo regimental somado ao da Comunicação de Liderança de seu partido. Legenda, lembrem-se, de oposição ao Governo.
Objetivo, contundente e – algo exagerado – Feijão explanou com propriedade o assunto da semana na Casa: “o poder” do que qualificou de ONG´s de franquia sobre o Ministério do Meio Ambiente, sob a batuta do lero-lero do midiático piloto da vez: Carlos Minc.
Exceto duas passagens que julgo externadas no calor do debate. Feijão foi irretocável em suas colocações, colocando os interesses oposicionistas de sua legenda – responsável pelo start de um MP do presidente que então governava os brasileiros (O Príncipe FHC): a da redução de 50% para 80% da reserva legal das propriedades na Amazônia Legal. De baixo pra cima e: seguuura Peeeeeãããão!!!
É importante observar que desta medida para cá, a sanha de interesses internacionais foram revelados ao grande público ou, como queiram, aos “esclarecidos”, uma guerra de 3.a Geração, aqui, na tese de um grande estudioso sobre o assunto, já abordado (consulte os arquivos do blog).
E Antonio Feijão disse:
Na semana passada o Congresso Nacional realizou grandes debates sobre as denúncias feitas pelo Greenpeace, que criminalizou a pecuária na Amazônia.
Veja bem. O Brasil recebeu uma denúncia do Greenpeace e apenas com essa denúncia criminalizou a pecuária dos Estados de Rondônia, Pará e Mato Grosso, em especial.
O Greenpeace é uma franchise. Para o cidadão que está nos escutando, é um pacote que qualquer país no mundo pode comprar e perseguir as empresas que assim o desejar, e extorquir dinheiro para os seus canapés e vinhos importados de suas reuniões noturnas.
Foi esse mesmo Greenpeace que há 5 anos, após eu participar de uma reunião no Banco Mundial, anunciou através do site O Eco que eu estaria insuflando o povo a tocar fogo no navio do Greenpeace.
Ora, como éque eu vou insuflar o povo a tocar fogo num navio se isso pode provocar o efeito estufa?
Talvez eu incentivasse a afundar aquilo, mas há certas coisas que não afundam, Sr. Presidente.
Voltando à denúncia do Greenpeace, o Ministro Minc, que, como todo mundo lembra, é aquele playboy que anda de jaleco no calçadão de Copacabana, por um simples ato monocrático de sua sabedoria atlântica, de suas boas relações com o mundo da maconha — ele foi o carro abre-alas da grande marcha em defesa da maconha no Brasil — , fez com que muitas empresas que foram financiadas com dinheiro público através da SUDAM, do BASA e do Banco do Brasil na esteira da legalidade e da legitimidade fossem, pelos braços constitucionais do Estado nacional, se instalar na Amazônia. Hoje, por um simples sopro midiático de uma ONG, que é um franchising, estão criminalizadas.
E por que eu, um Parlamentar do Estado do Amapá, estou aqui dizendo isso com tanta veemência? Porque agora, nas prateleiras dos supermercados do Estado do Amapá a carne de gado, o boi verde, que vinha de Altamira e de Monte Alegre, está criminalizada, Sr. Presidente. Vamos ter de comer carne congelada que vem de Minas Gerais.
Veja bem, se é para proteger a Floresta Amazônica, vamos mudar o meta somatismo do ser humano. Afinal, não comemos só carne e não removemos a cobertura florestal primária, seja da Floresta Amazônia, seja da Mata Atlântica, só para produzir capim ou qualquer outro tipo de pasto para o boi. Essa é uma idéia que deve acabar no Congresso Nacional.
Há duas grandes falhas do Congresso Nacional. A primeira é permitir que, através do CONAMA e de atos isolados, um burocrata como o Carlos Minc, que nem sabe onde fica a Amazônia, que não sabe a diferença entre regularizar e legitimar, que desconhece a geografia cultural e econômica da Amazônia, faça atos dessa natureza e nos trate como bandidos.
A ignorância amazônica, o analfabetismo semântico amazônico desse Ministro Minc é tão grande que ele fica pulando como macaquinho de auditório, dizendo que este ano já tivemos 40% de redução de desmatamento. Ministro Minc, água não pega fogo. A Amazônia está numa era de dilúvio, a maior chuva, a maior cheia dos últimos 100 anos. Como é que se vai desmatar a água, Ministro?
O senhor vá enganar os seus eleitores maconheiros de Copacabana, mas enganar o Brasil e a nós, da Amazônia, o senhor não vai. O senhor não vai enganar o Presidente Lula, ele conhece a Amazônia e conversa conosco.
A Amazônia não está sendo desmatada porque está inundada. Que o digam as manchetes de jornais. Nesse período, em eras normais, o Rio Amazonas aumenta em mais de 180 quilômetros lateralmente os seus espelhos d’água. Não há carro que ande por lá. Tanto é que nesta época há uma norma do IBAMA que proíbe a retirada de madeira porque destrói os ramais.
E, aí, o cidadãozinho lá, essa Barbie do gênero masculino de Copacabana, vem dizer, para fazer média com o Presidente da República, que houve redução de 40% no desmatamento. Na era de dilúvio, nada pega fogo, Sr. Presidente.
Aproveito para homenagear o INCRA, o Ministério do Desenvolvimento Agrário, o Presidente Lula, o Senador José Sarney, todas as equipes técnicas do Instituto do Meio Ambiente e do INCRA do Estado do Amapá, os técnicos do Governo do Amapá, o Governador do Amapá, o Deputado Davi, o Senador Gilvam Borges, o Deputado Jorge Amanajás, o ex-Deputado Lucas Barreto e o Deputado Eider Pena. Todas essas pessoas trabalharam juntas para o sucesso da incorporação na Medida Provisória nº 454, que transferia para Roraima as terras federais. Por benevolência do Relator Urzeni Rocha uma emenda de minha autoria incorporou na Medida Provisória nº 454 também o Amapá.
É importante um parlamentar do PSDB usar a tribuna não só para fazer a posição, mas para fazer justiça à história.
O Presidente Lula transferiu as terras remanescentes para Roraima e Amapá sem restrições, parabenizando aqueles dois Estados, que são os mais preservados do Brasil. O Amapá tem 98% de suas florestas primárias preservadas e Roraima tem 97%. Roraima tem 74% de unidade de conservação em terras indígenas e o Amapá tem 72%.
Pela primeira vez, um ato da União e do Estado Nação, por intermédio de seu governante, beneficia o Estado que faz a opção da preservação como instrumento de relevo na sua gestão de insumos ambientais e de todos os seus recursos naturais.
Foi a primeira vez nesta Casa que um ato do Congresso Nacional reconhece que o povo do Amapá e de Roraima têm autoridade, conhecimento e capacidade de gestão territorial para destinar as terras remanescentes agora dominialmente em nome de Roraima e do Amapá.
Com isso, todos os agricultores do Estado do Amapá, lá de Vitória do Jari, que ora nos escutam neste momento, lá dos rincões do Oiapoque, que estão ansiosos pelos seus títulos nas áreas insulares do Bailique, onde, pela primeira vez, o Estado do Amapá, pelo seu instituto de ordenamento territorial, está emitindo as primeiras cédulas e agora, com a Lei nº 11.949, que resultou da conversão da Medida Provisória nº454, esses agricultores, finalmente, com seus diplomas dominiais, poderão se dirigir a um cartório e, sem nenhum obstáculo, fazer o registro final e poder acessar o mundo do crédito.
Para Estados como Amapá e Roraima foi um grande passo, para os nossos agricultores e para o nosso agronegócio que se inicia é um bom começo.
Sr. Presidente, peço a V.Exa. que meu pronunciamento seja veiculado no programa A Voz do Brasil, em especial o meu agradecimento ao Presidente Lula por esse grande ato e, com a sua máxima vênia, seja divulgado nos demais órgãos de comunicação desta Casa.
Era o que tinha a dizer.
Muito obrigado.”
Lula enquadra exótico ministro e seus colaboradores de franquia
Num rompante de retórica. “O cara”, digo, o presidente Lula, enquadrou para todos ouvirem em alto e bom som a manchete deste post.
O recado teve endereço certo: Carlos Minc e seus entusiasmados seguidores ambientalistas de boutique.
Dados só agora revelados sem a interferência da manipulação midiática do “homem do colete”, que alardeou com apoio e aval “técnico” de Ong´s de franquia, que a redução do desmatamento na região Amazônica atingiu nível jamais visto na “Estória” desse país.
-- Mentira! O que houve foi a maior enchente dos últimos cem anos na região e não se demata água!
Leia no post acima o que disse hoje pela manhã o deputado federal Feijão, repondo a verdade dos fatos, em última análise, as consequenências da atual Lei Ambiental e sua Majestade fossilizada: O Código Florestal brasileiro, sansionado em 1965 (ano em que este blogger veio ao mundo).
Em MT, o presidente lançou programa de regularização fundiária. Lula voltou a dizer que os países não devem "meter o nariz" em relação à Amazônia e a criticar a burocracria na esfera pública. Ele propôs a criação de um serviço de 0800 para as pessoas poderem reclamar se as ações do programa não estiverem sendo cumpridas.
O presidente defendeu incentivos para políticas de preservação ambiental e só não tomou cachaça com Blairo Maggi em público porquê ficaria mal.
Minc na foto abaixo. No melhor estilo papagaio de pirata, rí feliz da vida.
Foto: Ricardo Stuckert/Presidência
Lula e o governador de Mato Grosso, Blairo Maggi, em Alta Floresta (Foto: Ricardo Stuckert/Presidência)O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu a adoção de incentivos para a preservação ambiental e afirmou que os colonizadores da região amazônica não podem ser chamados de bandidos porque desmataram no passado.
"Fico orgulhoso de ver as pessoas vencerem na vida porque só vence na vida quem trabalha. Ninguém pode ficar dizendo que ninguém é bandido porque desmatou. Tivemos um processo de evolução e agora precisamos remar ao contrário. Temos que dizer para as pessoas que, se houve um momento em que a gente podia desmatar, agora, desmatar joga contra a gente”, declarou o presidente.
Em um período de três anos, o programa Terra Legal pretende regularizar 296 mil imóveis ocupados por posseiros nos nove estados da Amazônia. A meta para este ano é regularizar 90 mil posses em 93 municípios. A regularização começará pelas cidades que participam do mutirão Arco Verde, que realizará cadastro de posseiros que desejam obter títulos nos 43 municípios que mais desmataram a floresta amazônica.
O presidente estava acompanhado do ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, e do governador de Mato Grosso, Blairo Maggi (PR). A cerimônia aconteceu simultaneamente nas cidades de Porto Velho, em Rondônia, onde estava presente a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, acompanhada do governador Ivo Cassol (sem partido), e em Marabá, no Pará, onde estavam a governadora Ana Júlia Carepa (PT) e o ministro do Desenvolvimento Agrário, Guilherme Cassel.
"Este país ficou 25 anos sem crescer. Teve a Constituinte, a gente criou uma máquina de fiscalização poderosa e não criou uma máquina de execução porque ela foi falida. Chamaram os funcionários públicos de marajás e tentaram detonar. Então você tem uma máquina de execução ganhando um terço do que ganha a máquina de fiscalização. Temos que fazer muita coisa para destravar esse país", disse.
“Querem destruir o Amazônida”
As forças negativas que conspiram contra o desenvolvimento sustentável das atividades econômicas da Amazônia e, principalmente do Pará, não sossegarão até que cessem todas as nossas intenções de viver nesta abençoada e rica terra da qual dependemos para morar e educar nossos filhos.
Organizados em instituições, na maioria desconhecidas, estrangeiras e com interesses escusos, popularmente conhecidas como ONG’S, as pessoas que dizem proteger a Amazônia, não estão preocupadas em proteger todas as riquezas dela; estão preocupadas com a Economia de suas nações e para isto tentam, macular o desenvolvimento de outras. Estamos amargando o dissabor de não poder negociar o produto do esforço do próprio produtor rural, que, em sua maioria tem como parte de sua renda a criação de pequeno rebanho bovino. É isto mesmo! Como se já não bastasse o sofrimento das pessoas que clamam pela ausência do Estado em seus serviços básicos de saúde, educação e infraestrutura; do produtor rural que além de não ter qualquer incentivo à produção e à tecnologias, tem sua terra irregular por ausência da regularização fundiária, resultado de políticas irresponsáveis do passado e do presente, o Ministério Público Federal do Pará agora, acatando denúncias infundadas de ONG’S internacionais, simplesmente move uma ação contra os processadores da carne produzida em nosso Estado do Pará, alegando a ilegalidade na questão ambiental, destruindo toda a cadeia produtiva e econômica bovina, atingindo milhares e milhares de empregos diretos e indiretos, reproduzindo o absurdo que é os desmandos da política de poder que legisla contra o povo. Ora Senhores, a questão ambiental é uma discussão muito séria e o problema é muito mais amplo do que se pensa. A falha maior está mais para o Estado do que para o povo que aqui sofre, trabalha, produz, gera divisas e paga impostos. Foi o Estado que, para não entregar e sim, integrar, trouxe milhares de famílias e instalou-as em propriedad4es rurais, deu salário, deu casa, deu comida, e mandou produzir alimentos e foi essa cultura que se implantou e se disseminou: o trabalho. Esta região tem de ser admirada não só pela exuberância de sua fauna e flora; deve ser admirada, também, pela exuberância de seu povo: o índio, o caboclo, o seringueiro, os migrantes sulistas, nordestinos e de tantos outros lugares do Brasil que aqui estão sendo desprezados e tendo seus direitos esquecidos ou desrespeitados pelo Estado e por outro sem número de pessoas de outras regiões que, sem o mínimo de conhecimento de causa e do sofrimento de nossa gente, taxam os nossos amazônidas de criminosos, grileiros e outros adjetivos pejorativos que denigrem a imagem de nosso povo e de nossa terra.
Medidas absurdas como esta, que mostram claramente a falta de preocupação e comprometimento social, têm de serem combatidas com veemência. Vê-se, notadamente, que não estão preocupados com as pessoas, que não são poucas, pois a cadeia produtiva do gado no Pará e seus reflexos, atinge, talvez, mais de 1milhão de pessoas, direta e indiretamente, além do efeito grandioso e imediato na economia do Estado do Pará, afetando muitos investimentos e ações do próprio Governo.
Isto não pode Acontecer, queremos somar forças para combater estas medidas imperativas, somos uma DEMOCRACIA e queríamos que assim permanecesse para que, com o diálogo, possamos implementar mudanças na consciência das pessoas, sejam de natureza cultural, econômica, social, educacional ou política. Assim conseguiremos modificar nossas ações, corrigir os erros, multiplicar nossos acertos e, acima de tudo, aprender respeitar o direito dos outros.
Esperamos que os senhores possam tomar ciência melhor desse assunto, conscintizarem-se da importância e urgência da causa, para poder defender os interesses deste Estado que já lhes é próprio e temos conhecimento.
Isaias da Silva Barros
Presidente da Associação Comercial, Industrial e Agropastoril de Altamira
MPF e ONGs: complô para destruir as atividades econômicas do Pará
Por Paulo Leandro Leal
O Ministério Público Federal do Pará (MPF) se tornou um braço estatal das Organizações Governamentais Ambientalistas (ONGs) estrangeiras que lutam para aniquilar a economia brasileira, em especial na Amazônia, principalmente no Estado do Pará. Como se não bastasse ser contra absolutamente todas as obras de infraestrutura necessárias ao Estado, o MPF decidiu partir diretamente para a destruição das cadeias produtivas, iniciando pela madeira e, agora, passando a centrar fogo na indústria da carne.
Neste mês, a economia do Pará sofreu uma onda de ataques organizados com o objetivo de fechar as portas do mercado internacional para os produtos paraense. Primeiro, a ONG Greenpeace divulgou um relatório sem qualquer base científica intitulado "A farra do boi na Amazônia", acusando o setor pecuário paraense de atuar na ilegalidade. O objetivo da ONG não foi outro se não pressionar os mercados nacional e internacional a não comprarem mais carne do Pará, sob o argumento de que os bois são criados em áreas de desmatamento, como se fosse possível criar gado em áreas de floresta.
Imediatamente após a divulgação do relatório, o Procurador da República Daniel Avelino ingressou com ação contra os maiores processadores de carne no estado, acusando-os de comprarem gado oriundos de desmatamento ilegal. Não por coincidência, o processo montado pelo procurador é um verdadeiro exercício de "contrl c contrl v", uma colagem do relatório do Greenpeace, sem qualquer investigação mais aprofundada. Avelino ainda mandou notificação para as maiores redes varejistas do País, ameaçando-as com processos caso continuem adquirindo carne do Pará.
É importante destacar que não há nada de errado com o boi criado no Pará. O que está errado são as leis ambientais, criadas à revelia da realidade. A maior parte do desmatamento feito para criar gado ocorreu antes das leis ambientais em vigor. Numa comparação, é como se o MPF quisesse barrar a venda dos vinhos produzidos no Sul do País, já que as plantações de uvas estão localizadas em morros com grau de inclinação acima do permitido pela lei ambiental para desmate. Uma aberração jurídica, econômica, sociológica, antropológica. Uma ação irracional.
Não é a primeira vez que o MPF age sob estrita influência, para não dizer comando, do Greenpeace. Em 2007, logo após a ONG estrangeira divulgar um relatório condenando a criação de assentamentos rurais no Oeste do Pará, o MPF ajuizou ação pedindo a interdição de 99 assentamentos do Incra. Note-se que apesar de relatórios do próprio governo demonstrarem alto índice de desmatamento em assentamentos de outros estados, somente os do Pará entraram na mira do Ministério Público Federal. Porque?
Para responder a esta pergunta, devemos mergulhar fundo no mercado global de commodities. Os assentamentos do Mato Grosso não possuem madeira como os do Pará e não podem abastecer a indústria madeireira. Os 99 assentamentos interditados iriam garantir matéria-prima legalizada para o setor florestal, inundando o mercado mundial com a boa madeira tropical da Amazônia. Agora, com a ação contra a carne paraense, com certeza exportadores de outros países estão eufóricos, ainda mais neste momento de crise e restrição do mercado.
A ação do MPF contra a carne paraense acontece num momento importante. O Pará está se livrando de uma barreira sanitária imposta pela febre aftosa. A região Sul do estado, maior produtora, já está livre da doença. Os mercados se abriram para o Estado. Com o fim da barreira sanitária, foi preciso criar uma nova barreira: a ambiental. A conta é simples: se o gado paraense é sadio, não pode ser consumido porque vem de desmatamento ilegal e ajuda a destruir a Amazônia. É uma simplificação que funciona muito bem como barreira comercial.
Assim que o MPF notificou as redes varejistas a não comprarem mais carne do Pará, tratou de disseminar a informação através da mídia - em sua maior parte integrante da rede ambientalista internacional - fazendo pressão. Um release distribuído pela assessoria de imprensa do MPF implora aos jornalistas que disseminem a informação na rede, não por acaso, usando a mesma linguagem do relatório do Greenpeace, inclusive falando sobre uma "farra do boi na Amazônia". O Grupo Pão de Açúcar, mair rede de varejo do país, foi o primeiro a capitular e anunciar que não compra mais a carne paraense.
O golpe foi tão forte que a governadora Ana Júlia Carepa, antes ambientalista de carteirinha, gritou alto e passou a falar a mesma língua da sua inimiga política Kátia Abreu, presidente da Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária. Ana Júlia acertou o discurso ao acusar o MPF de perseguir o Pará. "O Ministério Público Federal não faz nada em Mato Grosso e em outros lugares como a Mata Atlântica, onde existem pecuaristas criando gado em área de desmatamento", disse Ana Júlia, acrescentando que o povo do Pará não pode ser castigado por erros passados.
Apesar da reação, Ana Júlia incorre em alguns erros. Não se pode falar em "erros do passado" para classificar a pecuária paraense, que só chegou aonde estar por causa da coragem dos produtores, verdadeiros heróis. Produzir alimentos, governadora, talvez seja a atividade mais nobre do ser humano, pois sem alimentos, estamos todos condenados à extinção. Não vamos comer árvores, apesar de elas serem importantes para a vida, mas não se preocupam, o Pará, mesmo com o maior rebanho bovino, ainda possui mais de 80% de sua cobertura vegetal intacta. Não estamos destruindo nada, não cometemos erros, mas sim acertos.
Indústria da madeira também sofre duro golpe
A indústria de madeira certificada do Pará também sofreu um duro golpe esta semana, com a publicação da revista Observatório Social, pertencente a uma ONG do Sul do País controlada pela poderosa Central Única dos Trabalhadores (CUT) e organizações esquerdistas. A revista traz uma extensa "reportagem", na verdade, um ajuntamento de velhas e conhecidas denúncias com a clara intenção de fechar as portas para a madeira certificada do Pará.
A indústria da madeira não-certificada (mas nem por isso ilegal) paraense já foi praticamente aniquilada pela ação das ONGs, com a contribuição do governo, mas a madeira certificada tinha mercado garantido. A revista tenta passar a imagem de que certificação no Pará é apenas um faz-de-conta. A investigação que, diz-se, durou nove meses, concentrou-se quase exclusivamente na produção de madeira em Anapú, pegando casos isolados e antigos e fazendo uma generalização simples.
O foco da revista foi as maiores produtoras de madeira do Pará, as empresas que estão no topo da cadeira produtiva, uma vez que a base da pirâmide, formada pelas pequenas e médias empresas, já está completamente deteriorada. Fechar as portas do mercado externo para as grandes indústrias madeireiras paraense é o que falta para destruir por completo o setor florestal do Estado. Curiosamente, a revista não faz nenhuma acusação contra a poderosa Precious Woods, madeireira holandesa acusada de grilagem justamente na região onde a revista fez a sua "investigação".
Ação - Não há dúvidas de que já passou da hora de uma ação firme contra a atuação do ambientalismo radical que visa aniquilar as forças produtivas no Pará. O governo precisa colocar a sua polícia para investigar estas ONGs. Mais, deve solicitar ao Ministério da Justiça a abertura de inquérito para investigar a ligação tão próxima do MPF e das ONGs que lutam contra a economia brasileira. ONGs estas, aliás, que estão atuando de forma ilegal na Amazônia, por não terem feito o cadastramento exigido pelo governo. Porque o MPF atua em conluio com ONGs que estão na ilegalidade?
O setor produtivo não pode mais ficar parado. É hora de reagir. É preciso mostrar a cara, produtor rural não é bandido, muito pelo contrário. É preciso ir aos meios de comunicação, exigir retratação. É preciso fazer um intenso trabalho de conscientização para abrir os olhos da sociedade, promovendo palestras em escolas, praças, igrejas, onde mais for necessário. É preciso mostrar que o Brasil ainda tem dono: os brasileiros.
Fonte: Paulo Leandro Leal
Blog do Nelson Tembra: o Meio Ambiente e suas transversalidades
Disponibilizado a pouco mais de um ano pelo engenheiro agrônomo, consultor ambiental e pesquisador independente, o Blog do Nelson Tembra, criado em dezembro do ano passado, para tratar questões relacionadas à cidadania e meio ambiente na Amazônia, especialmente no Estado do Pará, aborda com propriedade e censo crítico, com certeza, as complexidades do "way of life" amazônico.
Apesar do atraso no registro, o blog parabeniza o amigo -- já linkado aos Corredores -- e deseja muito sucesso na empreitada.
Deputado Giovanni Queiroz denuncia ações contra a produção no Sul do Pará
O SR. GIOVANNI QUEIROZ (PDT-PA) — Nesta data e neste dia, logicamente, primeiro quero me reportar a um projeto de lei que acabo de dar entrada na Mesa da Casa, a ser analisado por esta Casa e pelo Senado, que diz respeito à criação de uma Zona de Processamento de Exportação, uma ZPE, na cidade de Marabá, onde temos um parque industrial jáinstalado, no setor siderúrgico. Será um dos maiores parques industriais deste País se pudermos avançar no sentido da construção de uma ZPE naquela área que possa acelerar a nossa produção e o desenvolvimento do Estado do Pará, em particular naquela região sul do Estado. Dei entrada a esse projeto de lei, e espero que tramite com a rapidez necessária para vermos consolidado esse projeto.
A segunda questão que me traz ao Plenário, Sr. Presidente, é para dizer da satisfação que tivemos ontem de ver aprovado no Senado da República, especificamente na Comissão de Constituição e Justiça, oprojeto do Decreto Legislativo nº 52, de autoria do Senador Leomar Quintanilha, relatado inicialmente pelo Senador Mozarildo Cavalcanti e, agora, por último, relatado pelo Senador Valter Pereira, do Mato Grosso do Sul.
Com o relatório favorável, foi aprovado, por unanimidade, na Comissão de Constituição e Justiça do Senado, com a interferência favorável também do nobre Senador Flecha Ribeiro, aquele projeto de decreto legislativo, que fala de um plebiscito para viabilizarmos a criação do Estado do Carajás, desmembrando-se da região sul e sudeste do Estado do Pará.
Isso, sem dúvida nenhuma, é um instrumento extraordinário para podermos continuar a sonhar com o desenvolvimento efetivo, pretendido por todos aqueles que migraram para o sul do Pará para integrar a Amazônia ao Brasil, para fazer ali o nosso desenvolvimento, para permitir que milhares de brasileiros que para lá acorreram possam ter uma qualidade de vida melhor, um Governo mais próximo, capaz de pensar de forma inteligente o nosso desenvolvimento, de forma estratégica a nossa produção, de forma séria e responsável o desenvolvimento sustentável, tão necessário para o desenvolvimento da Amazônia e do Brasil.
Faço esse registro com a satisfação que tive de ver aqui ontem mais de 15 Prefeitos daquela região sul e sudeste do Pará, assim como mais de 30 Vereadores daquela região que vieram a Brasília fazer esse apelo aos Senadores da República, para, na compreensão da grandeza que é a revisão geopolítica da Amazônia, que se aprove aquele projeto de decreto legislativo.
Sem dúvida nenhuma, estaremos ainda na próxima semana já visitando o Presidente do Senado, o Senador José Sarney, para pedir a S.Exa. que inclua na pauta daquela Casa esse projeto de decreto legislativo. Ao ser votado no Plenário do Senado, que seja remetido à Câmara dos Deputados. Aqui fazemos um apelo, o qual já aproveito para fazê-lo agora aos nobres Deputados, ao Presidente, para votarmos aqui essa autorização, a fim de que o povo daquela região, daquele Estado, se manifeste num plebiscito, se favorável ou não à criação do novo Estado.
Pesquisas já mostram que temos, só na região sul e sudeste do Pará, 92% da população favorável à criação desse Estado. Sem dúvida nenhuma, está passando da hora de se fazer uma revisão geopolítica da Amazônia. Por que não começar pela região sul e sudeste do Pará, criando o Estado do Carajás e criando também no oeste do Pará o Estado do Tapajós?
Dessa forma, teremos lá 3 governantes que poderão, em áreas territoriais menores, se ajustar à vocação e ao desenvolvimento daquela região.
Sr. Presidente, gostaria de trazer só boas notícias. Gostaria de estar nesta tribuna alegre, feliz, com o desenrolar que tivemos ontem no Senado, com o projeto de lei que trago, criando a Zona de Processamento de Exportação para Marabá, cidade polo da região sul e sudeste do Pará, mas desta tribuna hoje vou tomar um maior tempo para falar das mazelas deste Estado brasileiro.
Lamentavelmente, mais uma vez, o Sr. Minc, Ministro do Meio Ambiente, traz problemas e mais problemas para a Amazônia, particularmente para o Estado do Pará. Não bastassem os tropeços já havidos em ocasiões outras, quando há6 meses, por exemplo, numa audiência pública, o Ministro Minc se referiu ao produtor rural, comparando-o com ladrões de carro. Isso disse o Ministro Minc, na Comissão de Meio Ambiente, Comissão da Amazônia e Comissão de Agricultura.
Naquele momento se encontrava um cidadão de 70 anos de idade com 9 filhos. Era um pequeno produtor do Estado de Goiás, que vendeu sua propriedade e adquiriu um pedaço de terra maior no Paráe para lá levou sua família, adentrando a mata com dificuldade, para produzir, para trabalhar. Pedi àquele Ministro que respeitasse aquele cidadão de 70 anos de idade que ali estava de cara queimada, mãos calejadas, trabalhando na roça, para criar os filhos para não serem marginais, como tantos que vemos pelas grandes cidades, como no Rio de Janeiro, terra do Ministro. Ele, na convivência às vezes continuada com o crime do Rio de Janeiro, vem comparar o trabalhador rural da Amazônia com ladrão de carro.
É lamentável ter um Ministro como este. Não bastassem as peripécias desse Ministro, que gosta da mídia mais do que qualquer um de nós todos, de repente, vai para a marcha em prol da liberação da droga no Brasil. Este é o Ministro do Meio Ambiente do Estado brasileiro, para vergonha de todos nós, brasileiros, para indignação de quem é pai e vêum Ministro de Estado em passeata pelas ruas de São Paulo, a defender o uso da droga, a liberação da droga, para vergonha de todos nós, homens, que temos a responsabilidade de criar bem nossas famílias, de ensinar o bom caminho.
Não bastasse isso, o Ministro Minc ainda agora se atreve a questionar se pode ou não construir uma rodovia, sem nenhum embasamento técnico ou científico que justificasse as posições, entrando em atrito com o DNIT, com o Ministro dos Transportes.
Aliás, recebendo um bom troco do Ministro dos Transportes, que se nega até a cumprimentar o Ministro Minc. Ontem, quando se analisava o PAC, o Ministro dos Transportes se negou a cumprimentá-lo. Realmente, o Ministro Minc não merece que se estenda a mão a ele, porque não se trata de um cidadão que se faz respeitar. Ele proibiu o asfaltamento da rodovia que liga Porto Velho a Manaus porque dizia que havia uma caverna a 6 quilômetros de onde iria ser construída a rodovia. Veja, Sr. Presidente, que absurdo, a que nível chegamos, mas ele acha que tem que proibir, Deputado Zequinha Marinho, a construção de hidrelétricas no rio Araguaia. Quando se defende energia limpa para não haver mais o aquecimento global, ele acha que tem o direito de proibir que se construa hidrelétricas no rio Araguaia ou em outros lugares deste País.
Tenho um documento aqui, agora do dia 1º próximo passado, do Presidente Lula, defendendo a produção de etanol, uma energia limpa, também renovável, para evitar o consumo dos produtos originários do petróleo, em substituição a esses, uma energia mais limpa. O Presidente Lula o faz com propriedade, inclusive estimulando outros países a consumir o etanol,e o Brasil com o potencial enorme que tem de produção. Lamentavelmente, de repente, o Presidente Minc também veta a produção de etanol na Amazônia. O Ministro Mangabeira Unger, com quem também o Ministro Minc já não se dá, dizia: temos condições de dobrar a produção de grãos e triplicar a economia da Amazônia sem derrubar uma árvore. É verdade! Vamos aproveitar as áreas antropizadas e as pastagens já degradadas e repor ali a cana-de-açúcar, que a cada 5 hectares gera um emprego, enquanto na pecuária, por cada 200, se gera um emprego, substituindo e produzindo etanol.
O SR. NILSON MOURÃO - V.Exa. me concede um aparte, nobre Deputado?
O SR. GIOVANNI QUEIROZ - Com prazer, Deputado, só concluindo este raciocínio. Com 5 hectares de cana vamos gerar um emprego; são necessários 200 hectares de pastagem para gerar um emprego. A riqueza do Estado geramuito mais emprego, mais impostos para o Estado. Paga-se 85 centavos pelo álcool aqui em São Paulo e 2 reais lá no Pará. Deve-se substituir 10 mil litros de óleo diesel que se queima por dia no Município de Santana do Araguaia — o Deputado Zequinha Marinho conhece bem a região e sabe disso. Por que não substituir pelo bagaço de cana, gerando energia naquela região? Mas o Sr. Minc diz que não pode mais implantar usinas de açúcar e álcool.
Só mais uma informação. Cito dados de um estudo da ESALQ, uma das escolas de agronomia de maior respeitabilidade no Brasil e na América Latina. Só o Pará tem 9 milhões de hectares disponíveis para plantio de cana-de-açúcar em áreas jáantropizadas. Isso seria uma vez e meia mais do que tudo que foi plantado no Brasil, 4 vezes mais o que foi plantado no Estado de São Paulo, que é o maior produtor de etanol.
Ouço V.Exa., com muito prazer.
O Sr. Nilson Mourão - Ilustre Deputado Giovanni Queiroz, em primeiro lugar, agradeço a V.Exa. a atenção ao me conceder o aparte. Serei breve, até porque V.Exa. faz um entusiasmado pronunciamento. Não tenho procuração do Ministro Minc para defendê-lo, nem vou fazê-lo. Tendo em vista o pronunciamento feito por S.Exa. recentemente, o Ministro já ouviu, imagino, pelo menos uns 100 discursos feitos nos últimos dias no plenário da Casa criticando sua posição. Talvez esse pecado já esteja expiado, no meu entendimento. A questão ambiental é muito complexa, problemática e nova para todos nós. De fato, o Ministro pode ter exagerado em algumas de suas declarações, mas haveremos de convir também a complexidade do problema, sobretudo na região amazônica. V.Exa. é de lá, do Pará, eu sou do Acre e sabemos que, se não houver uma posição firme por parte do Ministério do Meio Ambiente, continuaremos num processo de devastação selvagem da nossa região, mas nada disso justifica as declarações públicas que S.Exa. tem feito, tecendo ataques no plano moral contra um segmento da sociedade brasileira. Acho que o debate não é por aí. Como disse, talvez por esse pronunciamento, os pecados do Ministro já tenham sido devidamente expiados. Muito obrigado.
O SR. GIOVANNI QUEIROZ - Deputado, quero dizer a V.Exa. que não o perdoo. Sou produtor rural e represento aqui o meu setor, mas ser chamado de vigarista! Só usa essa palavra na condição de Ministro quem não tem caráter. Se vigarista existe nesse processo, está do lado de lá. É ele!
O SR. ZEQUINHA MARINHO Concede-me um aparte, Deputado Giovanni?
O SR. GIOVANNI QUEIROZ Eu não sou. Sou médico, produtor rural, sou filho de um homem que foi para a roça e pôs botina nos pés quando tinha 18 anos de idade. Meu pai me ensinou a respeitar os trabalhadores que com ele conviviam em sua pequena fazenda. Deu-me oportunidade de fazer Medicina no Rio de Janeiro e me estimulou a ir para a Amazônia, atendendo a um chamamento de Governo.
O Ministro Minc não merece o respeito da Nação, muito menos de quem produz e põe comida no prato de todos os brasileiros, mais do que isso, de um setor que produz 42% das exportações do Brasil nesses 4 primeiros meses. Esse homem não merece continuar como Ministro do Brasil.
Ouço, com muita atenção, V.Exa., Deputado Zequinha Marinho.
O Sr. Zequinha Marinho- Deputado Giovanni, primeiro, cumprimento V.Exa. pelo tema, que é tão importante para o Brasil, principalmente para a Amazônia, em particular para o nosso Estado, que vive uma situação muito delicada nesta momento. Éimportante destacar que o foco dado pelo Ministério do Meio Ambiente tem levado a consequências terríveis, como a posição que o Ministério Público Federal e o IBAMA estão tomando, principalmente com relação ao Pará. Crime ambiental é crime ambiental em qualquer lugar. Eu concordo com V.Exa. É crime na Amazônia, no Polo Norte, em Minas Gerais, em São Paulo. Se não pudermos mais fazer nada no Pará, ou na Amazônia, porque não se tem licença ambiental, como vamos fazer com o resto do Brasil? Com os plantadores do café, de cana, de fumo, de laranja e tantos outros? Então, é preciso que se reflita. Essa pressão dada pelo Ministério do Meio Ambiente está acordando todas as instituições e trazendo um mal terrível O que está no site da Procuradoria da República é algo que, neste momento, já destróia economia do nosso Estado, que tem a sua base principal, digamos assim, na economia normal, na pecuária. Diante disso, vamos começar, a partir de agora, a amargar prejuízos, desemprego e muita luta para sobreviver. Parabéns a V.Exa. pela propriedade com que coloca isso ao Brasil, principalmente à nossa região, ali, no sudeste do Pará, que vive e respira a pecuária. Muito obrigado.
O SR. GIOVANNI QUEIROZ (PDT-PA. Sem revisão do orador.) - Deputado Zequinha, muito obrigado pelo aparte. Quero dizer a V.Exa. que eu o ouvi hoje, no Pequeno Expediente, somo-me à preocupação de V.Exa. e trago, também comentários sobre a mesma matéria que V.Exa. abordava.
Ministério Público Federal e IBAMA processam empresas que lucram com os bois da devastação, frase do Greenpeace. Frase do Greenpeace! Mais do que isso: Com essa ação civil, os frigoríficos e fazendeiros foram multados em 2.1 bilhões de reais. Quem foi multado e por que foi multado? Foram multados os fazendeiros porque não estão de acordo com a legislação ambiental.
Aliás, eu quero dizer que não há 1% de produtores rurais, no Brasil, que estão ambientalmente regulares, conforme prevê a lei. Porque a lei é impraticável para a produção de cana em São Paulo, para a produção de leite em Minas Gerais, para a produção de leite no Brasil inteiro, para a produção de uva, de café, enfim, para tudo!
Hoje, levaram ao pé da letra a legislação ambiental. As fazendas que lá foram abertas desmataram 50%, porque a lei assim permitia. Eu desmatei 50% da minha propriedade, porque assim era a exigência do INCRA, à época, para que pudesse titular a minha terra.Imediatamente vem uma medida provisória, impõe 80% de reserva, e de repente eu virei um criminoso, marginal, à margem da lei, porque havia desmatado 50%? Mas era assim que o Governo exigia que se fizesse. Então, eu estou na ilegalidade, porque o Governo, agora, quer que eu tenha 80% de reserva, quando eu já desmatei 50%.
Sobre todas essas fazendas recém citadas pelo Ministério Público Federal do Estado do Pará, através de um procurador que desconhece a realidade daquela região que, aliás, está comendo na mão do Greenpeace, do Imazon e, talvez, não sei, no coche , é uma demonstração desrespeito a quem produz e trabalha naquela região, éuma vergonha para todos nós, brasileiros.
O que ocorre hoje no sul do Pará, em 21 propriedades rurais, que estão sendo multadas em 2.1 bilhões, e, inclusive, em 8 frigoríficos do Estado, acusados de estarem matando bois de fazendas que degradam o meio ambiente, na verdade, são fazendas ocupadas há mais de 20 anos, desmatadas há mais de 30 anos, com incentivo do próprio Governo, através da SUDAM e dos financiamentos normais, dos bancos oficiais daquela região, com o intuito de integrar a Amazônia e não entregá-la. E agora elas são multados em bilhões? E ainda vão parar as plataformas frigoríficas da região? E eles se estenderão e pegarão todas as fazendas do Pará, até chegarem às suas terras, porque pegarão todas as da Amazônia e do Acre. E se estenderão mais, chegarão a Goiás. Não há nenhuma propriedade que cubra a legislação ambiental neste País. E irão para o Rio Grande do Sul, para o Paraná, para Santa Catarina.
Nós, mas principalmente os governantes, temos que ter responsabilidade pelos nossos atos. No Ministério Público, nas ações propostas são citadas todas as informações disponíveis do Imazon e do Greenpeace. Eu não sabia que, agora, o Greenpeace e o Imazon são órgãos que merecem fé porque atuam com responsabilidade. Ora, o Imazon e o Greenpeace provocaram, no baixo Amazonas, em Santarém, que era uma região exportadora de milhares de toneladas de arroz, tanta pressão que, hoje, toda aquela região tem que importar arroz do Rio Grande do Sul para comer. Aqui, no Sul do Pará, tínhamos mais de 10.000 hectares mecanizados, produzindo soja. Após pressão da Bunge, foi fechado o armazém para a compra de soja.
Proibe-se a plantação de cana e agora vem proibir que se trabalhe com pecuária no sul do Pará e no Estado do Pará como um todo. Logicamente, para ser justo, teriam de pegar todas as propriedades, porque estamos todos com passivo ambiental, passivo ambiental esse imposto pelas regras do jogo, que sai por decreto, por portarias, por resoluções. Um ato irresponsável de um Ministro que não merece a confiança do povo brasileiro.
Quero firmar aqui meu protesto, Sr. Presidente, com relação a essas ações impensadas, irresponsáveis, levianas do Ministro que coloca o IBAMA a serviço do Ministério Público e a este se soma no sentido de prejudicar homens que trabalham produzem, têm a coragem de adentrar a 30 anos, trinta e poucos anos, como temos lá na Fazenda Rio Vermelho. São homens honrados, sérios, que ajudam a produzir em São Paulo, no Pará, gerando emprego, renda, respeitando seu trabalhador, dando oportunidade de ganho maior, inclusive para o trabalhador rural. Mas que estão prejudicados por ações inconsequentes e irresponsáveis de um Ministério Público que deveria estar atuando com responsabilidade e não comendo no cocho do Greenpeace ou daqueles que não têm responsabilidade com este País. Que desçam as ações do Ministério Público Federal para todo Brasil, paralizem a produção brasileira e venham matar a fome dos milhares de brasileiros que não terão o que comer, porque terão de importar. E não sei se hoje o mundo disponibiliza bens para alimentar tantos milhares de brasileiros.
Espero que o Governo do Pará possa estar atento a isso que ocorre. Estão aniquilando com a economia do Estado do Pará e com a o produção, o setor produtivo do Estado
Muito obrigado pela tolerância.
O SR. PRESIDENTE (Ilderlei Cordeiro) Parabéns, Deputado Giovanni Queiroz. Realmente seu discurso engrandece cada vez mais a população do nosso País, que estásendo engessada cada vez mais por algumas atitudes do Ministro.
E até faço uma pergunta, Deputado Giovanni Queiroz: de que realmente o Ministro se alimenta? De folhas? Se ele for mexer com as folhas lá, retirar, ele estaráagredindo o meio ambiente. Então ele vai virar o quê? Quero sabe de onde ele se alimenta, se não for da plantação, se não for da pecuária que realmente temos no nosso País.
Então a pergunta que fica ao Ministro é esta: de que ele se alimenta, a ponto de poder prejudicar nosso País e nossa Amazônia, criticando a nós produtores rurais deste País.
E também gostaria que ele olhasse um pouco a situação do Rio de Janeiro, de onde ele é, a quantidade de poluição. Qual é o projeto que ele está fazendo para acabar com a poluição?
Mas vamos colocar nas mãos de Deus.
Queremos que o Presidente da República tome atitude de colocar pessoas que queiram gerar emprego, renda e cuidar também do meio ambiente.
Muito obrigado.
A federação do nada pode
ARTIGO
Por Alon Feuerwerker
No universo ambientalmente correto, há vetos para todos os gostos. O movimento ambientalista no Brasil adquiriu a face de uma federação de vetos
A agenda ambientalista enfrenta entre nós sérias dificuldades para sobreviver e para se adaptar ao “fim do fim” da História, com a quebra da unipolaridade e a emergência de nações com a nossa, sedentas de progresso. A proposta de eliminar a exigência de licença prévia para asfaltamento e duplicação de rodovias já abertas, projeto em tramitação acelerada no Congresso Nacional, é pontual mas simbólica. Aliás, qual é mesmo o sentido de exigir licenciamento ambiental para asfaltar uma estrada? Ou para duplicá-la?
O debate do tema tem o mérito de escancarar um fato: ao longo de anos, a agenda ambiental brasileira foi infelizmente convertida em instrumento para travar o desenvolvimento nacional. O caso da Amazônia é emblemático: em meio a um gigantesco potencial hidrelétrico, queima-se óleo combustível para produzir luz. Por quê? Porque há todo um aparato ideológico e propagandístico a operar a tese de que usinas hidrelétricas na Amazônia são inaceitáveis, ambiental e socialmente falando. E a fumaça do óleo queimado? Dela ninguém fala.
O PT surfou em ondas ecológicas durante suas duas primeiras décadas de vida, nutriu-se dos movimentos ambientais e sociais, usou-os como escada para chegar ao poder, mas agora enfrenta um problema. Dado que no governo o partido não quis — ou não pôde — realizar qualquer reforma estrutural que envolvesse a propriedade, restou-lhe a bandeira do desenvolvimentismo. O PT não executou uma reforma agrária qualitativa ou quantitativamente diferente da que vinha sendo feita desde o governo Castelo Branco, nos anos 1960. Não avançou tampouco na reforma urbana.
Sobrou o desenvolvimento. Mas, na tentativa de anabolizar a tese, o partido enfrenta, além da sombra do discurso verde feito no passado, os aliados sociais históricos e a rede de contenção que esse discurso ajudou a tecer. Não se trata apenas de apagar ideias e substituí-las por outras, mais adequadas ao momento: é preciso enfrentar a resistência política do ambientalismo e da aliança deste com os movimentos sociais.
Quem conversa com militantes ambientalistas não alojados na máquina governamental percebe o crescente desconforto em relação à ministra Dilma Rousseff. Pouco a pouco, a chefe da Casa Civil e virtual candidata do PT ao Palácio do Planalto vai atraindo para si uma certa desconfiança dos verdes, para não falar de uma certa irritação. Nos encontros e debates da rede ambiental, a imagem dela aparece cada vez mais associada a essa guinada do PT. O fenômeno é conhecido: a flexão política é de Luiz Inácio Lula da Silva, enquanto os custos ficam para os outros. No caso, para Dilma.
Mas já que a candidata desta vez é Dilma, e não Lula, eis um problema para o PT resolver nos próximos meses. Como expurgar dos movimentos sociais e da rede ambientalista a dúvida sobre as reais intenções programáticas da ministra em relação à agenda verde. Para complicar a missão, não há propriamente uma pauta ambiental no país, mas uma miríade de micropautas, patrocinadas cada uma pelo seu respectivo grupo de pressão.
Assim, ainda que eventualmente um governo (ou um candidato) deseje rascunhar uma agenda ambiental pacificadora com A, B e C, sempre correrá o risco de continuar sendo atacado, por não ter contemplado as reivindicações de D. E daí ao infinito. No universo ambientalmente correto, há vetos para todos os gostos. Usina hidrelétrica? Não pode. Usina nuclear? Não pode. Estrada na Amazônia? Não pode. Hidrovias na Amazônia? Também não pode. A verdade é que o movimento ambientalista no Brasil adquiriu a face de uma federação de vetos. A federação do nada pode.
Obviamente que nenhum país com demandas econômicas e sociais represadas no grau do nosso aceitaria pacificamente uma situação assim. Daí que a agenda ambiental comece a mostrar vazamentos por todos os lados. Este texto é sobre a ministra Dilma. Mas poderia ser sobre qualquer outro candidato, pelo menos entre os viáveis. Quem vai ter coragem de chegar na campanha do ano que vem e dizer que o Brasil precisa conter o crescimento, precisa sacrificar empregos em nome da luta contra o aquecimento global?
Aprovação do PL da recomposição florestal dormita na Alepa
O nobres deputados estaduais do Pará não a aprovam por quê?
Alguem sabe me dizer?
MINUTA PL
LEI Nº DE DE 2009
Altera dispositivos da Lei Estadual 6462, de 04 de julho de 2002.
A ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO PARÁ estatui e eu sanciono a seguinte Lei:
Art. 1º O inciso I do artigo 18 da Lei Estadual nº 6462, de 04 de julho de 2002 passa a vigorar com a seguinte redação:
“Art. 18. ...
I - recompor a reserva florestal legal mediante o plantio, a cada três anos, de no mínimo 1/10 da área total necessária à sua complementação, com espécies nativas ou exóticas, de acordo com critérios estabelecidos pelo órgão ambiental estadual competente;
... ”
Art. 2º O Artigo 18 da lei Estadual 6462, de 04 de julho de 2002 passa a vigorar com o acréscimo dos parágrafos 4º, 5º e 6º com a seguinte redação:
“Art. 18...
§1º ...
§2º ...
§3º ...
§4º A regularização mediante condução da regeneração ou recomposição por meio de plantio pode ser implementada em até 10 (dez) etapas consecutivas de recuperação da vegetação da RL em área equivalente a no mínimo dez por cento do total do passivo em cada período de 3 (três) anos e deve ser formalizada mediante a celebração, entre o interessado e o órgão ambiental estadual, de sucessivos termos de compromisso correspondentes a cada etapa.
§5º Somente será celebrado o termo de compromisso da etapa subsequente quando for constatada a efetiva recomposição ou regeneração da área correspondente à etapa em curso, mediante apresentação de laudo técnico pelo interessado e vistoria em campo feita por técnico do órgão ambiental ou por conferência de imagens de satélite em escala e resolução apropriadas.
§6º Os termos de compromisso parciais de que trata o parágrafo anterior devem ser averbados nos termos do §3º do artigo 17 desta Lei.”
Art. 3º Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.
PALÁCIO DO GOVERNO, de de 2009.
ANA JÚLIA CAREPA
Governadora do Estado
MINUTA
DECRETO Nº DE DE ABRIL DE 2009.
“Regulamenta o disposto no artigo 18 da Lei Estadual 6462, de 04 de julho de 2002 e dá outras providências”.
A GOVERNADORA DO ESTADO DO PARÀ:
No uso das atribuições que lhe confere o art.XXX, da Constituição Estadual
DECRETA:
CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
Art. 1º Os imóveis rurais do Estado do Pará que possuem percentual inferior ao estabelecido na legislação florestal federal e consolidado mediante o Zoneamento Ecológico Econômico, quando houver, no que se refere à manutenção de vegetação nativa protegida sob a forma de Reserva Legal (RL) poderão ser regularizados mediante o cadastramento ambiental rural do imóvel, nos termos de instrução normativa da SEMA e deste decreto.
§ 1º A regularização ambiental dos imóveis rurais poderá ser realizada por meio das seguintes modalidades:
I – recomposição por meio de plantio ou condução da regeneração natural, dentro de cronograma que respeite os prazos e critérios estabelecidos no Código Florestal e nesta norma; e
II - compensação da Reserva Legal nas modalidades de servidão florestal ou aquisição de floresta ou demais formas de vegetação nativa excedente à exigida pela legislação florestal em outro imóvel nos termos de instrução normativa da SEMA; e
III – desoneração com doação, em favor do Poder Público, de imóvel privado existente em Unidade de Conservação de domínio público, cuja situação fundiária esteja pendente de regularização, em extensão equivalente ao seu passivo florestal de Reserva Legal, de acordo com o §6º do artigo 44 da Lei federal 4.771 de 1965, com as alterações introduzidas pelo art. 49 da Lei 11.428, de 22 de dezembro de 2006;
§ 2º A regularização do passivo poderá ocorrer por uma combinação das alternativas estabelecidas neste artigo, sendo que a compensação e a regeneração devem ocorrer em uma única etapa.
§ 3º O proprietário que, a partir da vigência da Medida Provisória nº 1.736-31, de 14 de dezembro de 1998, suprimiu, total ou parcialmente, florestas ou demais formas de vegetação nativa, situadas no interior de sua propriedade, sem as devidas autorizações exigidas por Lei, não pode fazer uso do benefício previsto no inciso II do § 1º deste artigo para fins de regularização da área desmatada após a data de entrada em vigor da referida Medida Provisória.
§4º O remanescente florestal que exceder ao percentual mínimo de RL de imóvel rural definido por Lei e consolidado pelo Zoneamento Ecológico-Econômico, quando houver, pode ser utilizado como excedente florestal para fins de compensação de RL de que trata o inciso II do §1º deste artigo, desde que seja averbado como reserva legal ou servidão florestal.
CAPÍTULO II
DA RECOMPOSIÇÃO POR PLANTIO E
POR CONDUÇÃO DA REGENERAÇÃO NATURAL
Art. 2º O proprietário que optar pela recomposição, mediante o plantio ou a condução da regeneração natural, poderá fazê-lo mediante a apresentação de projeto técnico que justifique a sua viabilidade e a adequação às exigências legais.
Art. 3º A regularização mediante recomposição por meio de plantio poderá ser formalizada em etapas consecutivas de recuperação da vegetação da RL em área equivalente a dez por cento do total do passivo a cada período de 3 (três anos) mediante a celebração com a Sema de sucessivos termos de compromisso correspondentes a cada etapa.
§ 1º Os termos de compromisso referidos no caput deste artigo devem constar do CAR e ser averbados à margem da inscrição de matrícula do imóvel, no registro de imóveis competente, sendo vedada a alteração de suas cláusulas, nos casos de transmissão, a qualquer título, de desmembramento ou de retificação da área.
§ 2º A averbação de cada etapa da recomposição prevista no caput deste artigo somente poderá ser procedida após constatada a efetiva recomposição da área objeto do termo de compromisso, mediante apresentação de laudo técnico feito pelo interessado e vistoria por técnico da SEMA ou por imagens de satélite em escala apropriada que comprove o efetivo cumprimento do compromisso.
§ 3º A recuperação da reserva legal poderá ser promovida mediante o plantio de espécies arbóreas nativas em sistemas agroflorestais ou outras modalidades de consórcio com espécies exóticas, de acordo com parâmetros técnicos que garantam a viabilidade e adequação do sistema proposto, nos termos de instrução normativa da SEMA.
Art. 4º A regularização mediante a condução da regeneração natural poderá exigir o isolamento da área e outras medidas de manejo da área, a critério técnico da SEMA.
CAPÍTULO III
DA REGULARIZAÇÃO MEDIANTE AQUISIÇÃO DE IMÓVEL E SERVIDÃO PERMANENTE OU TEMPORÁRIA DE ATIVO FLORESTAL
Art. 5º A regularização ambiental dos imóveis rurais poderá ser realizada por meio de servidão florestal que preveja a renúncia, em caráter permanente ou temporário, dos direitos de supressão ou exploração da vegetação nativa excedente ao percentual mínimo definido pela legislação florestal.
§ 1º A limitação ao uso da vegetação sob regime de servidão florestal deve ser, no mínimo, a mesma estabelecida para a Reserva Legal.
§ 2º Na impossibilidade de se apresentar imóvel situado na mesma sub-bacia, a SEMA pode aplicar critério de maior proximidade possível com a área escolhida, desde que na mesma bacia hidrográfica e no Estado do Pará.
Art. 6º Havendo opção de regularização por meio de servidão temporária, a propriedade será considerada regular, no que se refere à reserva legal, pelo exato período do contrato, o qual deverá ser averbado no registro do imóvel e terá vigência mínima de 10 (dez) anos.
Parágrafo único. A servidão florestal deve ser averbada à margem da inscrição de matrícula do imóvel, no registro de imóveis competente, após anuência da SEMA, sendo vedada, durante o prazo de sua vigência, a alteração da destinação da área, nos casos de transmissão a qualquer título, de desmembramento ou de retificação dos limites da propriedade.
Art. 7º A regularização ambiental dos imóveis rurais poderá ser realizada por meio de aquisição de imóvel cuja cobertura florestal exceda a área de reserva legal e seja equivalente ao total do passivo a ser compensado.
Parágrafo único. A aquisição deve ser averbada à margem da inscrição de matrícula do imóvel, no registro de imóveis competente, após anuência da SEMA, sendo vedada a alteração da destinação da área, nos casos de transmissão a qualquer título, de desmembramento ou de retificação dos limites da propriedade.
CAPÍTULO IV
DISPOSIÇÕES GERAIS
Art.9o As áreas de preservação permanente com vegetação nativa existente ou em processo de recomposição ou regeneração aprovados pela SEMA podem ser consideradas no percentual de RL do imóvel rural em regularização nas hipóteses previstas pelo Código Florestal e no ZEE desde que não resulte na admissão de novos desmatamentos no imóvel.
Art. 10 As áreas de preservação permanente e reservas legais com vegetação nativa existente ou em processo de recomposição em imóveis rurais regularizados ou em processo de regularização equiparam-se às áreas protegidas de que trata o artigo 11 da Lei Estadual 7.234, de 09 de janeiro de 2009 (ZEE Banda Oeste) para fins de iniciativas visando captação e distribuição de benefícios oriundos de doações ou de créditos, públicos ou privados decorrentes da prestação de serviços ambientais florestais.
Art. 11 A SEMA poderá expedir Instruções Normativas regulamentando o cumprimento deste Decreto.
Art. 12. Este Decreto entra em vigor na dada de sua publicação.
Palácio do Governo em Belém do Pará, de março de 2009.
Ana Júlia Carepa
Governadora do Estado do Pará
A Lei é boa e os nobres deputados não votam! Égua! Vai ter preguiça assim lá na rede da casa da mamãe.Cruz, credo!
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