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Presidente Dilma está solidária ao Japão e oferece ajuda

Presidenta Dilma coloca o Brasil à disposição do governo japonês após terremoto

A presidenta Dilma Rousseff manifestou “profunda consternação” em função do terremoto e subsequente tsunami que atingiram o Japão nesta sexta-feira (11/3), informou o porta-voz da Presidência da República, Rodrigo Baena, em briefing no Palácio do Planalto.

Em nota ao primeiro-ministro japonês, Naoto Kan, a presidenta informou que o governo e o povo brasileiros estão tomados por sentimentos de pesar e solidariedade e colocou o Brasil à disposição do governo do Japão, com vistas a contribuir ao apoio internacional.

Atualmente cerca de 260 mil brasileiros vivem no Japão, mas de acordo com o Itamaraty até o momento não se têm notícia de mortos ou feridos brasileiros.

Leia abaixo a íntegra da nota da presidenta Dilma Rousseff:

Senhor Primeiro-Ministro,

Foi com profunda consternação que recebi as notícias das perdas humanas e da destruição causadas pelo forte terremoto e subsequente tsunami que atingiram o Japão, no dia 11 de março corrente.

O Governo e o Povo brasileiros são tomados hoje pelos mais sinceros sentimentos de pesar e solidariedade diante desta calamidade que atingiu o Japão, onde vivem cerca de 260 mil nacionais brasileiros.

Estou certa de que a mobilização, competência e empenho com que a nação japonesa responderá a esse desastre natural permitirão a seu país uma rápida recuperação. Ainda assim, o Brasil se coloca à disposição do Governo japonês com vistas a contribuir ao apoio internacional ao Japão.

Mais alta consideração,

Dilma Rousseff
Presidenta da República Federativa do Brasil


Fonte: Blog do Planalto.

O dificil resgate dos japoneses após terremoto










































As fotos publicadas nas agências internacionais retratam o desolador clima, 48 horas após a tragédia natural que abalou a população japonesa.

Autoridades japonesas de agência nuclear admitem vazamento de césio em usina

Reportagem que acaba de ser publicada na página eletrônica do jornal americano The New York Times relata que autoridades japonesas da agência de segurança nuclear daquele país, admitem que quantidades ainda não totalmente medidas de gases tóxicos foram expelidos por uma das duas usinas nucleares avariadas após o terremoto da última sexta-feira, 11, que sacudiu o nordeste do Japão.

Naoto Sekimura professor da Universidade de Tóquio, disse à emissora de televisão pública japonesa NHK, que "apenas uma pequena parte do combustível foi derretido. Mas a planta já está lacrada e sendo resfriada. A maior parte do combustível está contido no caso das plantas, assim eu gostaria de pedir às pessoas para se acalmar. "

Cerca de 45.000 pessoas foram afetadas pela ordem de evacuação da fábrica Daiichi, onde aqueles que vivem num raio de seis quilômetros foram convidados a sair. A evacuação da segunda fábrica foi para um raio de um quilômetro e meio, porque "não há nenhum sinal de que a radiação foi emitida para fora", disse um funcionário.

Prejuízos do terremoto são globais

Fotos: NYT/Reuters



















































Não é possível medir as consequencias dos prejuízos causados pela catástrofe natural que abalou o Japão na madrugada de sexta-feira, 11, (horário de Brasília) para a economia do próprio país e a global.

Os estragos poderiam ser ainda maiores caso o epicentro do terremoto tivesse ocorrido em Tókio ou mais ao sul, onde está concentrado a zona mais industrializada do país.

A zona do euro passa por ajustes que obriga vários países membros a capitalizarem suas economias com empréstimos em organimos internacionais com juros bem acima da média normalmente praticada.

Os Estados Unidos luta contra um crescente déficit corrente após a crise global oriunda do estouro especulativo imobiliário que levou à bancarrota instituições financeiras que maquiavam, há tempos, seus balanços.

A forte recessão internacional reflete na economia dos chamados países emergentes, que vivem um momento de desendustrialização de suas economias, apontam as autoridades econômicas, fruto de uma crescente inflação, alta do petróleo e carestia fora do comun de comodities.

Parece que os presságios alertados pela civilização Inca que isso é só o começo, requer atenção da comunidade internacional para dias muito difícies que se aproximam, inclusive e com força sobre o Brasil.

Ameaça de vazamento nuclear no Japão após terremoto devastador

O governo japonês confirmou o vazamento na usina nuclear Fukushima Daiichi Nº 1, e indicou que a concentração de material radioativo escapando das instalações já está oito vezes maior do que o normal. O primeiro-ministro do Japão, Naoto Kan, ordenou a retirada emergencial de moradores num raio de 10 Km em torno das instalações.

O governo japonês declarou emergência atômica e decretou um primeiro raio de isolamento, de três quilômetros, em torno de Fukushima.

A usina, localizada numa região que fica ao leste do Japão, teve seu sistema de resfriamento danificado pelo terremoto de magnitude 8,9 e pelo subsequente tsunami.

A medição do nível de radiação que escapa da usina, feita pela Agência de Segurança Industrial e Nuclear do governo japonês, subordinada ao Ministério da Indústria, sugere que o vazamento tenha proporções maiores do que as previstas anteriormente pelo ministro da Indústria, Banri Kaieda.

A agência de segurança nuclear disse que o elemento radioativo no vapor a ser liberado não vai afetar o ambiente e nem oferece risco à saúde - 45 mil pessoas que vivem na área serão deslocadas.

Uma segunda usina nuclear japonesa, Fukushima 2, localizada a 12 Km da central Fukushima 1, também apresentou problemas de refrigeração. O controle de um reator registrou um nível de radioatividade mil vezes superior ao normal, segundo a agência japonesa de notícias Kyodo, que citou uma comissão de segurança.

As duas centrais encontram-se a cerca de 250 Km ao norte de Tóquio, na região afetada pelo violento terremoto.

A secretária de Estado americana, Hillary Clinton, disse que a Força Aérea dos Estados Unidos entregou um resfriador ao Japão para reverter o aumento da temperatura do combustível.

Os reatores fechados devido ao terremoto são responsáveis por 18% da capacidade de geração de energia nuclear do Japão. A energia nuclear produz cerca de 30% da eletricidade consumida no país. A Tokyo Eletric Power Company disse que três dos seis reatores da central nuclear estavam ativas no momento do terremoto. As outras três, fechadas para manutenção, não correm risco de vazamento.

O chefe do gabinete de governo do Japão, Yukio Edano, assegurou que as medidas de segurança adotadas são suficientes para garantir a segurança dos moradores da região.

Veja o vídeo com os estragos do terremoto de 8,9 graus seguido por um tsunami com ondas de 10 metros.

Top brasileira doa U$ 1,5 milhão às vítimas do terremoto no Haiti

















Gisele Bündchen e o marido, o jogador de futebol americano Tom Brady. (Foto: AP)


Chocada com as imagens que assitiu pela televisão após o terremoto no Haiti, a top model brasileira -- número um do ranking de faturamento no ano passado -- Gisele Bündchen é mais uma das celebridades que estão engajadas na ajuda financeira às vítimas daquela tragédia. Segundo o jornal norte-americano “The Boston Globe”, a atriz emitiu um cheque no valor de US$ 1,5 milhão (R$ 2,6 milhões) para a Cruz Vermelha para ajudar os esforços humanitários no país.

Bündchen é uma das embaixatrizes da ONU para causas humanitárias, e com o gesto, estimula a reflexão que, não é apenas, mais um rostinho bonito num mundo ( o da moda) onde a futilidade é que tem vez.

Lula vai condecorar militares mortos no terremoto do Haiti

O presidente Luis Inácio Lula da Silva condecorará os militares brasileiros mortos após o terremoto no Haiti.

Amanhã, chega no Brasil os corpos do militares voluntários que prestaram serviços humanitários àquele que é o mais pobre país do Ocidente.

O blog acredita que foi acertada a decisão do presidente.

A tragédia no Haiti foi arrasadora
















The Big Picture - Earthquake in Haiti (Imagens)

O último discurso de Zilda Arns

O último discurso

Zilda Arns
















AGRADEÇO o honroso convite que me foi feito. Quero manifestar minha grande alegria por estar aqui com todos vocês em Porto Príncipe, Haiti, para participar da assembleia de religiosos. Como irmã de dois franciscanos e de três irmãs da Congregação das Irmãs Escolares de Nossa Senhora, estou muito feliz entre todos vocês. Dou graças a Deus por este momento.

Na realidade, todos nós estamos aqui, neste encontro, porque sentimos dentro de nós um forte chamado para difundir ao mundo a boa notícia de Jesus. A boa notícia, transformada em ações concretas, é luz e esperança na conquista da paz nas famílias e nas nações.

A construção da paz começa no coração das pessoas e tem seu fundamento no amor, que tem suas raízes na gestação e na primeira infância, e se transforma em fraternidade e responsabilidade social. A paz é uma conquista coletiva. Tem lugar quando encorajamos as pessoas, quando promovemos os valores culturais e éticos, as atitudes e práticas da busca do bem comum, que aprendemos com nosso mestre Jesus: "Eu vim para que todos tenham vida e a tenha em abundância" (Jo 10.10).

Espera-se que os agentes sociais continuem, além das referências éticas e morais de nossa igreja, ser como ela, mestres em orientar as famílias e comunidades, especialmente na área da saúde, educação e direitos humanos.

Hoje vou compartilhar com vocês uma verdadeira história de amor e inspiração divina, um sonho que se fez realidade. Como ocorreu com os discípulos de Emaús (Lc 24, 13-35), "Jesus caminhava todo o tempo com eles.

Ele foi reconhecido a partir do pão, símbolo da vida." Em outra passagem, quando o barco no mar da Galileia estava prestes a afundar sob violentas ondas, ali estava Jesus com eles, para acalmar a tormenta. (Mc 4, 35-41).

Com alegria vou contar o que "eu vi e o que tenho testemunhado" há mais de 26 anos desde a fundação da Pastoral da Criança, em setembro de 1983.

Aquilo que era uma semente, que começou na cidade de Florestópolis, Estado do Paraná, no Brasil, se converteu no Organismo de Ação Social da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, presente em 42 mil comunidades pobres e nas 7.000 paróquias de todas as dioceses da Brasil.

Por força da solidariedade fraterna, uma rede de 260 mil voluntários, dos quais 141 mil são líderes que vivem em comunidades pobres, 92% são mulheres, e participam permanentemente da construção de um mundo melhor, mais justo e mais fraterno, a serviço da vida e da esperança. Cada voluntário dedica em média 24 horas ao mês a essa missão transformadora de educar as mães e famílias pobres, compartilhar o pão da fraternidade e gerar conhecimentos para a transformação social.

O objetivo da Pastoral da Criança é reduzir as causas da desnutrição e a mortalidade infantil, promover o desenvolvimento integral das crianças, desde sua concepção até seis anos de idade. A primeira infância é uma etapa decisiva para a saúde, a educação, a consolidação dos valores culturais, o cultivo da fé e da cidadania com profundas repercussões por toda a vida.

Sou a 12ª de 13 irmãos. Um deles é d. Paulo Evaristo, o cardeal Arns, arcebispo emérito de São Paulo, conhecido por sua luta em favor dos direitos humanos, principalmente durante os 20 anos da ditadura militar do Brasil.
Em maio de 1982, ao voltar de uma reunião da Organização das Nações Unidas (ONU), em Genebra, d. Paulo me chamou pelo telefone à noite. Naquela reunião, James Grant, então diretor executivo da Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância), falou com insistência sobre o soro oral. Considerado o maior avanço da medicina no século passado, esse soro era capaz de salvar da morte milhões de crianças que poderiam morrer por desidratação devido a diarreia James Grant conseguiu convencer d. Paulo a motivar a Igreja Católica a ensinar as mães a preparar e administrar o soro oral.

Viúva fazia cinco anos, eu estava, naquela noite histórica, reunida com os cinco filhos, entre nove e 19 anos, quando recebi a chamada telefônica do meu irmão d. Paulo.

Ele me contou o que havia passado e me pediu para refletir. Como tornar realidade a proposta da igreja de ajudar a reduzir a morte das crianças? Eu me senti feliz diante desse novo desafio. Era o que mais desejava: educar as mães e famílias para que soubessem cuidar melhor de seus filhos!

Tive a seguridade de seguir a metodologia de Jesus: organizar as pessoas em pequenas comunidades; identificar líderes, famílias com grávidas e crianças menores de seis anos. Os líderes que se dispusessem a trabalhar voluntariamente nessa missão de salvar vidas, seriam capacitados, no espírito da fé e da vida, e preparados técnica e cientificamente, em ações básicas de saúde, nutrição, educação e cidadania.

Seriam acompanhados em seu trabalho para que não desanimassem. Teriam a missão de compartilhar com as famílias a solidariedade fraterna, o amor, os conhecimentos sobre os cuidados com as grávidas e as crianças, para que estes sejam saudáveis e felizes.

Assim como Jesus ordenou que considerassem se todos estavam saciados, tínhamos que implantar um sistema de informações, com alguns indicadores de fácil compressão, inclusive para líderes analfabetos ou de baixa escolaridade. E vi muitos gestos de sabedoria e amor apreendidos com o povo.

Senti que ali estava a metodologia comunitária, pois podia se desenvolver em grande escala pelas dioceses, paróquias e comunidades. Não somente para salvar vidas de crianças mas também para construir um mundo mais justo e fraterno. Seria a missão do "Bom Pastor", que estão atentos a todas as ovelhas, mas dando prioridade àquelas que mais necessitam.

Naquela maravilhosa noite, desenhei no papel uma comunidade pobre, onde identifique famílias com grávidas e filhos menores de seis anos e lideres comunitários, tanto católicos como de outras confissões e culturas, para levar adiante ações de maneira ecumênica. Isto é o que precisa ser feito aqui no Haiti: fazer um mapa das comunidades pobres, identificar as crianças menores de seis anos e suas famílias e lideres comunitários que desejam trabalhar voluntariamente.

Desde a primeira experiência, a Pastoral da Criança cultivou a metodologia de Jesus, que é aplicada em grande escala. A educação e a comunicação individual se fazem através da Visita Domiciliar Mensal nas famílias com grávidas e filhos. Os líderes acompanham as famílias vizinhas nas comunidades mais pobres, nas áreas urbanas e rurais, nas aldeias indígenas e nos quilombos, e nas áreas ribeirinhas do Amazonas.

Atravessam rios e mares, sobem e descem montes de encostas íngremes, caminham léguas, para ouvir os clamores das mães e famílias, para educar e fortalecer a paz, a fé e os conhecimentos. Trocam ideias sobre saúde e educação das crianças e das grávidas; ensinam e aprendem. Com muita confiança, fortalecem o tecido social das comunidade, o que leva à inclusão social.

Motivados pela Campanha Mundial patrocinadas pela ONU, em 1999, com o tema "Uma vida sem violência é um direito nosso", a Pastoral da Criança incorporou uma ação permanente de prevenção da violência com o lema "A paz começa em casa". Utilizou como uma das estratégias de comunicação a distribuição de 6 milhões de folhetos com "dez mandamentos para alcançar a paz na família".

A desnutrição foi controlada. De mais de 50% de desnutridos no começo, hoje está em 3,1%. A mortalidade infantil foi drasticamente reduzida e hoje está em 13 mortos por mil nascidos vivos nas comunidades com Pastoral da Criança. O índice nacional é 23,3, mas se sabe que as mortes em comunidades pobres, onde estão a Pastoral da Criança, é maior que é na média geral. Em 1982, a mortalidade infantil no Brasil foi 82,8 mil nascidos vivos. Esses resultados têm servido de base para conquistar entidades, como o Ministério da Saúde, Unicef, Banco HSBC, e outras empresas.

Elas nos apoiam nas capacitações e em todas as atividades básicas de saúde, nutrição, educação e cidadania. O custo criança/mês é de menos de US$ 1,00.
Outro material impresso de grande impacto social é o folheto com os dez mandamentos para a paz na Família, 12 milhões de folhetos foram distribuídos nos últimos anos. Além desses materiais impressos, se envia para as comunidades da Pastoral da Criança material para o trabalho de pesagem das crianças, objetos como balanças e também colheres de medir para a reidratarão oral e sacos de brinquedos para as crianças brincarem no dia da celebração da vida.

Outra área em que a Pastoral da Criança produz materiais é de som e a produção de filmes educativos. O show ao vivo da Rádio da Vida, produzido e gravado no estúdio da Pastoral da Criança, chega a milhões de ouvintes em todo o Brasil. Com os temas de saúde, de educação na primeira infância e a transformação social, o programa de rádio "Viva a Vida" se transmite semanalmente 3.740 vezes. A Pastoral da Criança também produz filmes educativos para melhorar e dar conhecimento de seu trabalho nas bases.

Em dezembro de 2009, completei 50 anos como médica e, antes de 2002, confesso que nunca tinha ouvido falar em qualquer programa da Unicef ou da Organização Mundial de Saúde, ou de outra agência da ONU, que estimulasse a espiritualidade como um componente do desenvolvimento pessoal. Como um dos membros da delegação do Brasil na Assembleia das Nações Unidas em 2002, que reuniu 186 países, em favor da infância, tive a satisfação de ouvir a definição final sobre o desenvolvimento da criança, que inclui o seu "desenvolvimento físico, social, mental, espiritual e cognitivo".

Estou convencida de que a solução da maioria dos problemas sociais está relacionada com a redução urgente das desigualdades sociais, com a eliminação da corrupção, a promoção da justiça social, o acesso à saúde e à educação de qualidade, ajuda mútua financeira e técnica entre as nações, para a preservação e restauração do meio ambiente. Para não sucumbir, exige-se uma solidariedade entre as nações. É a solidariedade e a fraternidade aquilo de que o mundo precisa mais para sobreviver e encontrar o caminho da paz.

Os resultados do trabalho voluntário, com a mística do amor a Deus e ao próximo, em linha com nossa mãe Terra, que a todos deve alimentar, nossos irmãos, os frutos e as flores, nossos rios, lagos, mares, florestas e animais.
Como pássaros, que cuidam de seus filhos ao fazer um ninho nas árvores e nas montanhas, longe de predadores, ameaças e perigos, e mais perto de Deus, deveríamos cuidar de nossos filhos como um bem sagrado, promover o respeito a seus direitos e protegê-los.

Terremoto no Haiti: Estudo previu catástrofe há seis anos


Seis anos antes do tremor que matou mais de 100 mil pessoas, um estudo descreveu a falha na zona caribenha e alertou sobre o risco de um abalo de grande dimensão

Os cientistas já suspeitavam que a Ilha Hispaniola — onde estão localizados o Haiti e a República Dominicana — poderia ser atingida por um terremoto de proporções inimagináveis. O alerta chegou a ser lançado durante a 18ª Conferência Geológica do Caribe, realizada em Santo Domingo, entre 24 e 28 de março de 2008. Cinco especialistas apresentaram o estudo, publicado em 2004 pela revista científica Journal of Geophysical Research, no qual descreviam uma falha geológica no lado sul da ilha como um “grande risco sísmico”. Foi exatamente a zona da falha conhecida como Enriquillo-Plantain Garden, na região sul da ilha, a responsável por uma das maiores tragédias da América Latina.

Em entrevista ao Correio, por e-mail, o israelense Uri ten Brink, sismólogo do US Geological Survey e coautor da pesquisa, admitiu que as características da falha indicavam que um tremor poderia ocorrer no local. “A placa tectônica move-se lentamente, e a interação acontece em um de seus limites ou bordas.

Ela se mexe com uma velocidade similar à do crescimento das unhas.

Enquanto nada parece ocorrer diariamente, após algumas centenas de anos você pode ter um acúmulo de vários metros de movimento. Quando as placas estão presas em seu limite, produz-se uma ruptura da falha durante o terremoto”, explica. O último registro de grande tremor na região data de 1770. Atingiu a Jamaica, matou 2 mil pessoas, provocou um tsunami e sucedeu outro abalo ocorrido antes da chegada dos espanhóis, no século 16.

Apesar de Uri reconhecer que os terremotos não ocorrem em intervalos de tempo exatos ou com uma mesma magnitude, ele diz ser possível estimar áreas de alto risco. “Existe um perigo mais elevado de ocorrer um terremoto próximo a falhas que acabaram de sofrer um tremor”, comenta. “É bem provável que as áreas a oeste e a leste do epicentro do tremor de terça-feira sofram rupturas algumas vezes, nas próximas décadas ou talvez em breve”, prevê. Ele afirma, porém, que abalos afetam periodicamente uma mesma falha e liberam o estresse construído pelo movimento das placas.

“O tremor de terça-feira foi transformante. Em outras palavras, os dois lados das falhas se moveram lateralmente. A sensação é como se a terra estivesse se deslocando para a esquerda”, descreve Uri. Esse tipo de tremor se dá apenas na parte mais rasa da crosta terrestre, até 15km de profundidade. Grosso modo, o fenômeno é comparado a um martelo atingindo uma rocha. Tremores mais profundos produzem uma deformação mais contínua e não causam terremotos violentos.

Métodos
Para avaliar o risco de abalos sísmicos, os cientistas dispõem de pelo menos seis métodos. O mapeamento detalhado do assoalho oceânico permite encontrar falhas e desmoronamentos submarinos capazes de gerar tsunamis.

Outro meio de detecção é a instalação de sismógrafos no fundo do mar e no continente. A instalação de receptores de posicionamento global por satélite (GPS) possibilita a medição do movimento da crosta terrestre. O mapeamento de falhas expostas sobre a superfície também pode indicar áreas vulneráveis.
 
Existem ainda as técnicas de abertura de valas cruzando as falhas geológicas, seguida pela avaliação de perturbações no solo, e a análise de registros históricos de terremotos. Segundo Uri, como não há maneiras de prevenir a ocorrência desse tipo de evento, o melhor a fazer é minimizar os danos. “A melhor forma é ter certeza de que os prédios têm segurança e que estruturas importantes, como gasodutos, portos, pontes e torres de celulares, são bem construídas”, aconselha.

É bem provável que as áreas a oeste e a leste do epicentro do tremor sofra rupturas novamente. Talvez, em breve
Uri ten Brink, sismólogo israelense

Terremoto no Haiti: Lula liga para Barack Obama
















Pesidente brasileiro pediu cooperação ao colega americano
Lula disse que Obama concordou com pedido e lamentou mortes.

Lula afirmou ainda que irá ao Haiti assim que for possível.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu nesta quarta-feira (13), após conversar por telefone com o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, ajuda e cooperação dos Estados Unidos para fazer chegar as ajudas que estão sendo enviadas para as vítimas do terremoto no Haiti.

Lula disse que pediu a Obama a reativação do grupo de doadores, que funciona com países que fizeram doações ao Haiti no passado, para ver como o país pode ser reconstruído mais rápido.

“O presidente Obama concordou com a proposta e lamentou as perdas de militares brasileiros no Haiti e nos parabenizou pelo sucesso da nossa missão no Haiti”, disse Lula.

Segundo Lula, Obama disse que terá uma reunião com o ex-presidente Bill Clinton, que é o cara da ONU para essas questões, sobre a situação no Haiti e que depois o ministro Celso Amorim (Relações Exteriores) e a secretária de Estado dos Estados Unidos, Hillary Clinton, vão conversar.

O presidente lamentou ainda que a comunicação com o país está muito difícil e não há como mensurar exatamente de que tipo de ajuda o Haiti precisa.

“Espero que com a chegada da missão liderada pelo ministro Nelson Jobim [Defesa] tenhamos informações mais precisas da situação e do tipo de ajuda que eles precisam”, comentou.

Ele disse que tentou falar com o presidente do Haiti, René Préval, mas que as comunicações com o país estão muito difíceis e isso não foi possível.

O presidente revelou ainda que ainda nesta quarta-feira o Brasil vai enviar um avião Hércules para o Haiti com 13 toneladas de alimentos e medicamentos. Na quinta-feira (14), o Brasil deve enviar outro avião, um 737, com 50 bombeiros, cães farejadores, água e medicamentos.

Visita ao Haiti

Lula disse que deve visitar o Haiti quando possível e afirmou que sua pré-agenda, que prevê uma viagem para aquele país no final de fevereiro, está mantida.

“Talvez essa visita seja agora ainda mais importante para o Haiti”, comentou Lula.

Zilda Arns

Lula disse que a morte da fundadora da Pastoral da Criança é uma perda muito grande para o Brasil e para o mundo. “O Brasil e o mundo perderam uma guerreira que lutava pelas crianças do Brasil”, disse.

O presidente fez questão de fazer menção aos militares mortos e os chamou de heróis. “Nós não podemos esquecer de lamentar a perda dos nossos heróis, os brasileiros que estão ajudando na reconstrução do Haiti”, disse.

Prioridades

Mais cedo nesta quarta-feira (13), o Ministério da Defesa disse que a prioridade do governo é enviar às vítimas do terremoto no Haiti alimentos e água disponíveis no estoque do governo. Segundo o ministério, não há condições, no momento, de organizar doações de alimentos, água, roupas ou outros materiais arrecadados por terceiros e nem de armazená-los e distribuí-los no Haiti.

O ministério explicou que "o governo ainda não tem uma avaliação precisa das reais necessidades da população haitiana" e que por isso é "preciso aguardar o momento oportuno para organizar e, eventualmente, despachar àquele país doações encaminhadas por terceiros". O ministro da Defesa, Nelson Jobim, desenbarca na noite desta quarta em Porto Príncipe, capital do Haiti.

Terremoto

Na tarde de terça-feira (12) um terremoto de magnitude 7 atingiu o Haiti, deixando milhares de mortos. Segundo o premiê do Haiti, Jean-Max Bellerive, o número de óbitos pode superar 100 mil. O número equivale a mais de 1% da população do país da América Central.

Segundo o Exército, pelo menos 11 militares morreram. O Brasil comanda uma missão de paz da Organização das Nações Unidas no país. Outra morte confirmada é a da fundadora da Pastoral da Criança, a médica Zilda Arns.

Com G1.

Militares brasileiros mortos em terremoto chega a 11. Zilda Arns foi soterrada e corpo já foi resgatado

Comandante do Exército confirma morte de 11 militares no Haiti
Luciana Lima

Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr

Brasília - O  comandante do Exército, general Enzo Peri, fala com jornalistas antes de embarcar em avião da Força Aérea do Brasil com destino ao Haiti

O comandante do Exército, general Enzo Peri, fala com jornalistas antes de embarcar em avião da Força Aérea do Brasil com destino ao Haiti

Brasília - O governo já fala em cem mil mortos. Um dia depois do primeiro tremor, o desespero ainda toma conta das ruas de Porto Príncipe. A capital ficou devastada. O comandante do Exército, Enzo Peri, disse há pouco que já estão confirmadas 11 mortos, oito desaparecidos e nove feridos. Ele destacou, porém, que esses números mudam a todo momento. Peri faz parte da a missão que embarca neste momento para o Haiti.

Segundo ele, dois dos feridos estão em estado grave e foram transferidos para a República Dominicana. O centro de comunicação do Exército divulgou os nomes dos 11 mortos, todos eles da Força de Paz da ONU (ver lista).

O militar, que embarca neste momento para o Haiti, informou que Zilda Arns foi soterrada. O sobrinho da médica, senador Flávio Arns, também está no avião, junto com o ministro da Defesa, Nelson Jobim, o secretário executivo da Secretaria Nacional de Direitos Humanos, Rogério Sottili, e o embaixador do Brasil no Haiti, Ygor Kipman.

Jobim disse que ainda não dá para saber como será feita a distribuição dos alimentos. Segundo ele, ao chegar ao país caribenho eles vão verificar a situação e definir a melhor forma de fazer isso.

As famílias dos militares já estão sendo avisadas pelas Forças Armadas e o reconhecimento dos corpos restá sendo feito pelo Exército. Os corpos serão removidos para o Brasil, porque seria mais complicado levar os parentes das vítimas ao Haiti, onde não estrutura no momento. O ministro Peri informou ainda que a base brasileira em Porto Príncipe não foi atingida e as vítimas estavam em outros locais no momento do terremoto.

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“Como podemos explicar às famílias desses soldados e a nós mesmos o que aconteceu?”, perguntava aos seus subordinados na tarde de hoje (13) um graduado general. Desolados, nas últimas 24 horas, os militares brasileiros tentavam entender uma triste ironia. Em segundos, um terremoto em Porto Príncipe fez o que, até agora, nenhuma bala haitiana conseguira: impôs baixas em um dos contingentes das tropas brasileiras que, desde 2004, ajudam no esforço de reconstrução de um país paupérrimo.

Outro militar, o coronel Pedro Pessoa, do Centro de Instrução de Operações de Paz (CioPaz) do Exército Brasileiro, também não escondia sua desolação. “Não consigo imaginar que essas pessoas estão mortas.”

Sob os escombros do prédio da sede da Minustah, em Porto Príncipe, desapareceram o ex-chefe do coronel e hoje chefe da missão da Organização das Nações Unidas (ONU), Hedi Hannabi – cuja morte já foi confirmada - e o brasileiro Luiz Carlos da Costa, segundo na hierarquia da força de paz. “Foi a maior pancada que a gente já teve”, acrescentou Pessoa.

No CioPaz, os militares estavam estupefatos. Não é para menos: todas os homens que o Brasil envia ao Haiti – contingentes que se revezam a cada seis meses – passam por treinamentos lá. A escola, com sede no Rio de Janeiro, tem ajudado também a formar especialistas de outros países latino-americanos.

Em São Paulo, a preocupação do Comando Militar do Sudeste – a quem estava subordinada a maior parte das vítimas brasileiras – é com a remoção dos corpos que já foram identificados no Haiti. A ONU costuma seguir uma série de procedimentos legais para liberar os funcionários mortos. Mas, a expectativa é de que isso aconteça rapidamente.

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Confirmada morte do chefe da missão da ONU no Haiti

O presidente do Haiti, Rene Preval, confirmou hoje (13) a morte do chefe da missão de paz da Organização das Nações Unidas (ONU) no país, o tunisiano Hedi Annabi. Ele foi uma das vítimas do terremoto que atingiu a capital Porto Príncipe ontem. As informações são da BBC Brasil.

Annabi, 65 anos, subiu à chefia da missão da Minustah no dia 1º de setembro de 2007. Antes disso, ele ocupou por dez anos a subsecretaria-adjunta da ONU para as operações de manutenção de paz. O prédio do órgão ficou destruído após o terremoto.

O brasileiro e vice-representante da ONU no Haiti, o brasileiro Luiz Carlos da Costa, permanece desaparecido.

Fontes: AG/Brasil – BBC e Jornal Nacional.


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