A coisa pública e a comédia Silvio Pereira

No Congresso em Foco

Ao não confirmar a veracidade de suas próprias declarações a O Globo, Silvinho deixou no ar uma série de perguntas e contradições. Veja as principais delas:
De onde viria o dinheiro do valerioduto?

Na entrevista, o ex-secretário do PT disse que Marcos Valério pretendia arrecadar R$ 1 bilhão durante o governo Lula. Boa parte do dinheiro viria de negócios feitos em favor de três bancos - Opportunity, Econômico e Mercantil de Pernambuco (esses dois últimos em liquidação extrajudicial). O restante viria de negociações com passivos agropecuários, que ele não soube detalhar. Ontem, em depoimento à CPI dos Bingos, o ex-dirigente petista não confirmou as informações. "Do que eu falei, não sei mais o que é fantasia, o que eu criei na minha cabeça e o que é ficção." Confirmou apenas que havia divergências dentro do PT em torno da atuação do banqueiro Daniel Dantas, do Opportunity. Com a declaração de Silvinho, o líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), apresentou quatro requerimentos para obter informações e documentos relacionados a uma investigação nos Estados Unidos que apura se dirigentes do banco foram achacados por petistas para receber recursos na campanha de 2002.
Que poder tinha Marcos Valério no governo Lula?

Na CPI, Silvio Pereira negou que considere Marcos Valério uma pessoa poderosa dentro do governo e que tivesse atribuído ao empresário a afirmação de que suas revelações poderiam derrubar a República. "Eu não lembro se foi exatamente o Marcos Valério que disse isso, mas eu não disse para ela que ele falou isso para mim. Eu vou hoje estudar toda essa entrevista e verificar com quem eu conversei", afirmou. "Ele não teve este papel de destaque, de alguém que queira se aproveitar, como estão dizendo", completou. A O Globo, o ex-dirigente do PT disse: "O PT virou refém do Marcos Valério, não tinha mais jeito. O Marcos Valério estabeleceu canais próprios com petistas e com não-petistas. Tem muita gente, muitos partidos (estão envolvidos). Só que tudo caiu na nossa conta. Não tinha jeito de ser diferente. Quando estourou (o escândalo), nos encontramos com ele. Marcos Valério disse três coisas: 'Olha, tenho três opções: entregar todo mundo e derrubar a República, ficar quieto e acabar como o PC Farias, ou o meio termo'. Foi isso."
O sistema ilegal de arrecadação de recursos para o PT ainda continua?

Na entrevista, Silvinho disse que o esquema do valerioduto continuava, e não era exclusividade do empresário mineiro. "A verdade do PT não tem como ser digerida pela mídia. Como o Delúbio consegue, com uma assinatura dele mesmo, R$ 50 milhões? Olha, eu acho que o Delúbio não parou e olhou a coisa como um todo. Ele não é corrupto. Não é. Quem decidia tudo isso? Não ha via uma decisão, não é como vocês pensam. Atrás do Marcos Valério deve haver cem Marcos Valérios. É um mecanismo, e que agora continua no país." Na CPI, Silvinho chegou a pedir desculpas ao empresário mineiro. "A questão é uma injustiça da minha parte com ele. Marcos Valério está virando sinônimo de corrupção. Eu, pessoalmente, não tenho esta visão ruim do Marcos Valério."
O presidente Lula sabia do esquema operado por Marcos Valério?

Silvinho negou que tenha afirmado na entrevista que o presidente Lula, os ex-deputados José Dirceu e José Genoino e o senador Aloizio Mercadante "mandavam no partido", quando se referiu ao plano de Marcos Valério de arrecadar R$ 1 bilhão com o PT no governo. Segundo ele, a referência era no sentido de eles "serem os quatro principais líderes que conduziram a política e a história do partido". Ressaltou que nunca tentou qualificá-los como "quadrilheiros". "Nunca recebi dele nenhuma orientação que fosse errada. Não lembro de um episódio em que ele tenha feito qualquer tipo de orientação que possa ser considerada desonesta ou ilícita." Em um dos trechos mais confusos de sua entrevista, Silvinho disse que não tinha poder suficiente para determinar as ações do partido. "Eu nunca me reuni com empresários. A imprensa toda sabia o que eu fazia: levantamento de dados, análises dos palanques estaduais e nacionais, cruzamento de dados, análise política. Sempre fui da organização partidária. Quem mandava?
Quem mandava eram Lula, (José) Genoino, (Aloizio) Mercadante e Zé Dirceu. Eu não estava à altura desse time".
Temia ser morto por causa do teor de sua entrevista?

A repórter Soraya Aggege relata, na própria entrevista, que Silvinho pediu a ela que não publicasse suas declarações, pois poderiam matá-lo em seguida. "Tem muita gente importante envolvida nisso. Vão me matar. Eles vão me matar", teria dito à jornalista. Ontem, na CPI, ele admitiu ter sofrido uma crise nervosa ao tomar conhecimento das anotações feitas por Soraya, mas afirmou que não se lembrava de ter dito que poderia ser morto. "Eu não lembro de ter dito que vão me matar. Isso eu não conversei com as pessoas da política. Eu não lembro de ter dito esta palavra." Ao ser perguntado se teme pela sua vida, respondeu: "Eu tenho medo de mim mesmo".
O PT recebeu dinheiro de bingos?

Silvio Pereira já havia sido convocado duas vezes pela CPI dos Bingos para falar sobre sua relação com o advogado Rogério Tadeu Buratti, acusado de ter cobrado propina da multinacional Gtech para facilitar negócios da empresa com a Caixa Econômica Federal. Ele faltou às duas convocações, graças a liminares concedidas pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Buratti acusa o ex-ministro Antonio Palocci de ter cometido irregularidades durante sua gestão em Ribeirão Preto e o PT de ter arrecadado dinheiro de empresários angolanos, donos de casa de bingo em São Paulo. Segundo o advogado, o ex-secretário do PT sabia dessas operações. Ontem, na CPI, Silvinho confirmou conhecer Buratti, negou ter amizade com e afirmou que jamais teve conhecimento de supostos recursos arrecadados de donos de casas de bingo. Com todas as atenções voltadas para o valerioduto, os senadores não insistiram no assunto.
A direção do PT sabia como o partido arrecadava seus recursos?

Na CPI, Silvio Pereira disse que era de conhecimento dos dirigentes do PT que o partido tinha uma dívida alta e que o ex-tesoureiro Delúbio Soares estava tentando empréstimos na rede bancária para quitá-la. Afirmou ainda que a responsabilidade pelo envolvimento do partido com o empresário Marcos Valério foi de toda a direção do partido, e não apenas dele ou do ex-tesoureiro Delúbio Soares. E divergiu quanto aos valores apontados por ele mesmo na entrevista a O Globo. "Sabia que (o partido) estava devendo um valor alto, não necessariamente R$ 50 milhões, e que estava sendo contraída uma dívida na rede bancária. Mas não sei quanto devia." Na matéria publicada no último domingo, Silvinho não só cita valores, como também ironiza os ex-colegas de partido. "A dívida de 2002 foi de R$ 50 milhões. E toda a executiva topou. Chega 2003. E aí, vamos pagar? Pagar? Não, não. (Em vez disso) contrataram Vox Populi, Ibope, computadores etc. e tal. No fim de 2003, a dívida era de R$ 120 milhões.(...) E todos imaginavam que a conta era de R$ 50 milhões ainda."
Agiu para facilitar negócios da GDK, empresa que o presenteou com um jipe, no governo Lula?

Apontado pelo ex-deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) como um dos gerentes do esquema do mensalão, Silvio Pereira caiu da secretaria-geral do PT após a confirmação de que ganhou um jipe Land Rover, no valor de R$ 74 mil, da GDK Engenharia. Além de ter fechado um contrato de US$ 90 milhões no governo federal para reforma da plataforma P-34 da Petrobras, a GDK tem sido uma das mais generosas doadoras das campanhas eleitorais do PT. Em 2004, doou R$ 400 mil para a campanha do petista Emídio Pereira de Souza, em Osasco, cidade onde Sílvio morava e onde começou a carreira como dirigente do PT na década de 80. O ex-petista voltou a negar, na CPI, que tenha agido para favorecer a empresa e admitiu que errou ao aceitar o "presente", o que deu margem para ele ser acusado por ex-colegas de partido de ter sido o único a ter se favorecido pessoalmente entre as denúncias contra o governo. Nos demais casos, alegam, o dinheiro seria para cobrir despesas de campanha eleitoral.

TAPA-BURACO: Outro escândalo bate na porta

Começa a ser desenhado com as investigações preliminares do TCU o novo escândalo do Governo dos Escândalos. A Operação Tapa-Buraco, que "encheu" o caixa das empreiteiras.

TCU vê irregularidades em obras nas estradas


Da Folha (Para assinantes)

Na maior parte dos trechos de rodovias do programa emergencial de obras do governo federal fiscalizados pelo TCU (Tribunal de Contas da União) há "indícios de irregularidades graves", como sobrepreço ou trecho que não se enquadra na classificação de "emergencial". Para o tribunal, a situação é "preocupante".
O programa para recuperação das estradas foi lançado em dezembro e previa R$ 440 milhões para recuperar emergencialmente 26,5 mil quilômetros de rodovias em seis meses. Modificado, ficou com mais verbas (quase R$ 500 milhões) para recuperar menos estrada (25,9 mil quilômetros). O TCU fiscalizou obras em 10.791 quilômetros.
Pelo programa, o governo pode celebrar, sem licitação, contratos com empreiteiras para realizar obras "emergenciais" ou aditar contratos. Segundo relatório aprovado ontem, dos 48 contratos sem licitação analisados, 29 (60,4%) tinham indícios de irregularidades graves. Nos contratos antigos, aditados para atender ao programa, 35,8% apresentavam esses mesmos indícios.
Sobre trechos classificados como "emergenciais", o TCU aponta que 15,8% deles tinham "plenas características de emergência", mas em 39,6% havia "intercalação de trechos emergenciais com trechos sem evidências de emergência" e 23,8% não poderiam ser classificados como emergenciais. Nos outros 20,8% não havia informação em relação a esse item.

Opportunity: O PT queria milhões de dólares

Grupo Opportunity acusa PT de persegui-lo por negar propina

JANAÍNA LEITE
Da Folha (Para assinantes)

Documento enviado pelo Opportunity à Justiça dos Estados Unidos afirma que o grupo foi procurado pelo PT, em 2002 e 2003, e recebeu um pedido de propina de "dezenas de milhões de dólares".
O texto -uma carta assinada pelos advogados americanos do Opportunity- foi apresentado ontem na CPI dos Bingos durante o depoimento do ex-secretário do PT Silvio Pereira. O presidente do PT, Ricardo Berzoini, negou a veracidade das acusações do documento.
"O ódio e a perseguição relacionados ao Opportunity começaram com a recusa do banco, em 2002 e 2003, de aceitar a sugestão do Partido dos Trabalhadores de pagar dezenas de milhões de dólares ao partido, para evitar pressões governamentais sobre o Opportunity", diz o escritório de advocacia Boies, Schiller & Flexner, signatário do documento.
De acordo com a versão do Opportunity, a abordagem petista foi informada ao Citibank -então associado ao banco brasileiro-, na época em que ocorreu por meio de várias conversas. Ao saber da tentativa de aproximação do PT, o Citi, ainda segundo o Opportunity, concordou com a sugestão do banco brasileiro e negou o repasse. Procurado pela Folha, o Citi não confirmou as informações.

Silvio Pereira: A Comédia da vida real

Silvio não confirma denúncias e defende Lula
SILVIO NAVARRO
ADRIANO CEOLIN
LUCIANA CONSTANTINO
No jornal Folha de São Paulo (Para assinantes)
Sem esconder suas mágoas com o PT, sigla que deixou no auge do escândalo do mensalão, o ex-secretário-geral do partido Silvio Pereira disse ontem, em depoimento à CPI dos Bingos, não saber distinguir o que é "fato, fantasia ou ficção" na sua entrevista ao jornal "O Globo", em que disse que a intenção do publicitário Marcos Valério de Souza e de dirigentes petistas era arrecadar R$ 1 bilhão por meio de negociatas envolvendo bancos.
Apesar das esquivas, o sociólogo Silvio Pereira fez questão de ser categórico na defesa de Luiz Inácio Lula da Silva. Afirmou que o presidente não seria capaz de dar orientação "desonesta ou ilícita". No final, disse que votará em Lula de novo e, apesar de não tê-lo encontrado mais, ainda gosta dele.
Silvinho, como é conhecido pelos petistas, insistiu várias vezes em dizer que não leu a entrevista publicada no último domingo pelo jornal carioca, mas fez questão de isentar a jornalista Soraya Aggege de qualquer distorção. "Tenho certeza de que não inventou nada, de que não mentiu." Segundo ele, se houve alguma distorção foi da sua cabeça, fruto de seu estado emocional no momento.
A CPI convidou a jornalista para prestar esclarecimentos na próxima semana e solicitou cópia dos trechos gravados da entrevista.
Bombardeado por perguntas sobre seu estado emocional, Silvio não respondeu a todos os questionamentos, especialmente quando o assunto foi sua suposta influência na Petrobras. Em outros, foi contraditório e evasivo, o que levou a oposição a ameaçar com a instalação de nova CPI, dessa vez para investigar declarações dele ao jornal "O Globo".
Na entrevista ao jornal carioca, Silvio disse que quem mandava no partido eram Lula, Aloizio Mercadante, José Genoino e o ex-ministro José Dirceu. Ontem, afirmou que eles mandavam na sigla até a campanha de 2002.
A oposição indignada com o festival de dissimulação e cinismo do ex-dirigente do PT, ao cabo do depoimento começou a recolher assinaturas para a abertura da CPI do Silvinho.

Sanguessuga: Estarrecedor

Editorial do Jornal Folha de São Paulo de hoje
SANGUESSUGAS
É estarrecedora a acusação da assessora do Ministério da Saúde Maria da Penha Lino de que até 170 deputados receberam propina de uma empresa para tomar parte num esquema de venda de emendas ao Orçamento da União. A denúncia precisa ser recebida com cautela. Trata-se da palavra de uma pessoa presa por seu envolvimento com a quadrilha e que tenta beneficiar-se da chamada delação premiada.
Entretanto os fatos até aqui apurados pela Polícia Federal na Operação Sanguessuga -que investiga a venda de ambulâncias superfaturadas para prefeituras- tornam a afirmação da acusada incomodamente verossímil. A confirmarem-se a história e os números, ao menos um terço da Câmara é composta por pessoas que não merecem o cargo.
Tal proporção assusta até os mais céticos observadores do cenário político nacional. É também a "garantia" de que a Câmara não deverá tomar nenhuma atitude para depurar-se. Para aprovar uma cassação, são necessários os votos de 257 dos 513 deputados. Os 170 supostos envolvidos na máfia das ambulâncias estão, portanto, a apenas 87 escrutínios de tornar-se a maioria da Casa.
O inquietante é que esse sistema de fraudes aos cofres públicos é velho conhecido. Já fora exposto e destrinchado durante a CPI dos Anões do Orçamento, há mais de uma década. À época, muito se falou em reformas que aperfeiçoariam o processo de confecção da peça orçamentária. Foi mais um espetáculo de retórica vazia de políticos, pois nada mudou.
Parlamentares e membros do Executivo talvez não tenham percebido, mas a sociedade está profundamente desencantada com a política. A sucessão de escândalos e, principalmente, a tibieza das respostas que as instituições lhes dão comprometem a imagem da democracia.
É fundamental que órgãos distanciados do Congresso, como o Ministério Público, a PF e o Supremo Tibunal Federal, levem até o fim a tarefa de investigar, apresentar provas e produzir sentenças. A partir daí a sociedade poderá exigir a extinção de práticas clientelistas como as emendas individuais ao Orçamento.

A espera pela Justiça que ninguém agüenta mais

Até quando esperar?

Reprodução: Advogado Gabriel Pimenta, assassinado aos 27 anos em Marabá (PA)















Publicado no
Jornal Opinião de Marabá
Tribunal de Justiça do Pará liberta Nelito Cardoso
Por: Edinaldo Sousa
O acusado de ter sido o principal mandante da execução do advogado Gabriel Sales Pimenta, em 18 de julho de 1982, Manoel Cardoso Neto, o Nelito, ganhou a liberdade ontem, segunda-feira (8), favorecido por sentença prolatada pelo Tribunal de Justiça do Estado do Pará (TJE), que considerou o caso prescrito.
Os desembargadores das Câmaras Criminais Reunidas seguiram o voto da relatora do processo, Albanira Lobato Bemerguy, que votou pela extinção da punibilidade do crime, concedeu liberdade ao acusado, classificou o caso prescrito e, conseqüentemente, trancou a ação criminal, extinguindo-a.
Gabriel Pimenta foi assassinado a bala quando chegava em casa, a avenida 5 de Abril, na Marabá Pioneira. À época do crime ele havia conseguido reverter decisão de despejo contra 100 famílias de trabalhadores rurais que ocupavam uma área na região do Pau Seco, a qual estava sendo pleiteada por Nelito, tendo o advogado, inclusive, conseguido com que os mesmos policiais que efetuaram o despejo reconduzissem os trabalhadores rurais à área.
Paradoxalmente, Gabriel Pimenta conseguiu a liminar no TJE, que agora emite sentença pela prescrição do crime e coloca em liberdade o principal acusado de ser o mandante da morte do jovem advogado.
“Acenderam uma vela para Deus e outra para o diabo”, desabafou ontem, na Redação do Opinião, o advogado da Comissão Pastoral da Terra (CPT), de Marabá, José Batista Gonçalves Afonso, referindo-se à atual situação do caso.
A expressão revela uma curiosidade: o próprio presidente do TJE, desembargador Milton Augusto de Brito Nobre, segundo a CPT, se empenhou ao máximo para prender Manoel Cardoso Neto e para que este fosse submetido a júri popular, entretanto a decisão de ontem, tomada pelo próprio TJE, caiu como uma ducha fria nos planos das entidades ligadas aos Direitos Humanos, que cobram punição para Nelito.
Na época do assassinato de Gabriel Pimenta, Nelito chegou a ser preso, mas foi posto em liberdade imediatamente. Após longos anos nas gavetas da Justiça Estadual, o caso voltou a tramitar e o júri foi marcado para o dia 23 de maio de 2002, porém o fazendeiro não compareceu. Nos dias 15 de fevereiro e 27 de março deste ano, novamente o julgamento não aconteceu pelo mesmo motivo.
Nelito foi preso na manhã do dia 2 de abril deste ano em uma das 63 fazendas do irmão dele, o ex-governador de Minas Gerais, Newton Cardoso. A prisão foi efetuada por uma equipe de policiais chefiados por agentes federais de Marabá.
A expectativa era de que ele fosse julgado ainda neste mês de maio, mas o Ministério Público Estadual, representado pelo promotor Antônio Lopes Maurício, recomendou o arquivamento do processo, ao considerar que o crime, foi cometido 24 anos atrás, e que o acusado já está com 83 anos de idade. O juiz da Comarca local não acatou a recomendação, mas o Tribunal de Justiça concordou com Maurício.

Após triagem veja quem é quem na Operação Sanguessuga

O Corregedor da Câmara dos Deputados, Ciro Nogueira, acaba de divulgar listas da Operação Sanguessuga
Foto: Luiz Cruvinel


Por: Val-André Mutran com informações da Ag. Câmara

O corregedor-geral da Câmara, deputado Ciro Nogueira (PP-PI), divulgou há pouco as listas com os parlamentares que foram citados pela Polícia Federal por suposto envolvimento na Operação Sanguessuga. Ciro afirmou que este caso "é o maior escândalo do Congresso Nacional".
Os nomes dos deputados paraense Raimundo Santos (PL) e Ann Pontes (PMDB), não constam da lista. Outros 170 parlamentares denunciados pela assessora Maria da Penha Lino, do Ministério da Saúde ainda serão investigados. Ela confirmou que o esquema fraudava licitações para a compra de ambulâncias por Prefeituras que beneficiava a empresa Planam, de Cuiabá (MT).
O primeiro-secretário da Câmara, deputado Inocêncio Oliveira, anunciou há pouco os procedimentos que serão adotados para a triagem dos deputados citados na lista enviada pela Polícia Federal como resultado da Operação Sanguessuga. Os procedimentos foram definidos em reunião com o presidente da Câmara, Aldo Rebelo; o 1º vice-presidente, José Thomaz Nonô (PFL-AL); e o corregedor-geral, deputado Ciro Nogueira (PP-PI). Os nomes que serão investigados por uma comissão de sindicância serão definidos hoje em reunião da Mesa Diretora, marcada para as 14h30.
Inocêncio explicou que a primeira providência adotada pela Corregedoria foi encaminhar uma cópia a cada um dos 62 parlamentares com a transcrição do que havia contra cada um deles na documentação encaminhada pela PF. Os assessores da Corregedoria iniciaram então a análise da transcrição das escutas telefônicas realizadas pela polícia durante a operação.
Na reunião da Mesa Diretora, Inocêncio explicou que os 62 parlamentares serão divididos em três grupos. O primeiro será constituído pelos deputados contra os quais não há nenhum indício de envolvimento. No segundo grupo estarão os deputados cujos assessores são suspeitos de envolvimento no esquema. Os deputados citados nominalmente nas gravações e contra os quais há índícios de envolvimento integrarão o terceiro grupo. A partir dessa triagem inicial, os integrantes da Mesa vão decidir quem deverá ser investigado.
Apesar da proximidade das eleições, Inocêncio está confiante na possibilidade de punir eventuais envolvidos ainda neste ano.
Trabalho da Corregedoria
O corregedor-geral garantiu que o trabalho de análise da documentação encaminhada pela PF estará concluído antes da reunião da Mesa. Ele lembrou que os assessores do órgão trabalharam durante toda a madrugada de hoje para acelerar a avaliação dos documentos.
Segundo Ciro, a documentação da PF é longa e alguns deputados são citados várias vezes. "Temos que ter todo o cuidado. Estamos separando as citações por parlamentar e pela gradação dos indícios que constam dos processos." Ele explicou que há parlamentares citados nas conversas gravadas como exemplos de quem não concordou em participar do esquema. "Há casos em que um membro da quadrilha diz: 'Com esse não tem jogo'. Eu posso investigar esse deputado? Ele não está sendo acusado de nada."
Nova Lista
Sobre a nova lista de 170 deputados apresentada pela ex-assessora do Ministério da Saúde Maria da Penha Lino à Polícia Federal, Inocêncio informou que a Mesa vai discutir hoje a possibilidade de solicitar informações oficiais sobre o assunto à Procuradoria-Geral da República. Ele argumentou que a Câmara não recebeu nenhum comunicado oficial sobre a nova lista e que as informações disponíveis são apenas as divulgadas pela imprensa.
O corregedor admite a possibilidade de inclusive convocar a ex-assessora do Ministério da Saúde para depor na comissão de sindicância que investigará os deputados suspeitos de envolvimento no esquema. "Espero que essa senhora possa fundamentar suas denúncias", disse.

Leia o resultado da triagem da primeira lista.

Deputados citados como recebedores de dinheiro.

Deputados que tiveram o nome citado pela PF como recebedores de dinheiro:

1. Almir Moura (PFL-RJ)
2. Fernando Gonçalves (PTB-RJ)
3. Isaías Silvestre (PSB-MG)
4. João Batista (PP-SP)
5. João Correia (PMDB-AC)
6. Marcos Abramo (PP-SP)
7. Maurício Rabelo (PL-TO)
8. Neuton Lima (PTB-SP)
9. Paulo Baltazar (PSB-RJ)
10. Professor Irapuan Teixeira (PP-SP)
11. Reinaldo Gripp (PL-RJ)
12. Ricarte de Freitas (PTB-MT)
13. Vieira Reis (PRB-RJ)
14. Wellington Fagundes (PL-MT)
15. Zelinda Novaes (PFL-BA)
16. Reginaldo Germano (PP-BA) (Este deputado não estava incluído no
documento da Polícia Federal, mas o presidente Aldo resolveu incluí-lo
em razão das notícias veiculadas na imprensa que citam o nome dele.)

Deputados que não foram claramente identificados:

Deputados que não foram claramente identificados porque têm nomes
repetidos na Câmara e foram solicitadas mais informações à PF.

1. Benedito
2. Heleno

Deputados que não serão investigados:

Deputados sobre os quais não foram constatados indícios nos documentos
da Polícia Federal e que por isso não serão investigados:

1. Amauri Gasques (PL-SP)
2. Cleonâncio Fonseca (PP-SE)
3. Coriolano Sales (PFL-BA)
4. Dr. Ribamar Alves (PSB-MA)
5. Edson Ezequiel (PDT-RJ)
6. Eduardo Gomes (PSDB-TO)
7. Eduardo Paes (PSDB-RJ)
8. Enivaldo Ribeiro (PP-PB)
9. Fernando Estima (PPS-SP)
10. Itamar Serpa (PSDB-RJ)
11. Jefferson Campos (PMDB-SP)
12. João Caldas (PL-AL)
13. José Divino (PMR-RJ)
14. José Militão (PTB-MG)
15. Juíza Denise Frossard (PSDB-RJ)
16. Junior Betão (PL-AC)
17. Laura Carneiro (PFL-RJ)
18. Lino Rossi (PP-MT)
19. Marcelino Fraga (PMDB-ES)
20. Marcelo Ortiz (PV-SP)
21. Mário Negromonte (PP-BA)
22. Nelio Dias (PP-RN)
23. Nelson Bornier (PSB-RJ)
24. Osmânio Pereira (PTB-MG)
25. Paulo Magalhães (PFL-BA)
26. Pedro Henry (PP-MT)
27. Raimundo Santos (PL-PA)
28. Reinaldo Betão (PL-RJ)
29. Robério Nunes (PFL-BA)
30. Rodrigo Maia (PFL-RJ)
31. Severiano Alves (PDT-BA)
32. Silas Câmara (PTB-AM)
33. Thelma de Oliveira (PSDB-MT)
34. Vanderley Assis (PP-SP)
35. Vanderval Santos (PL-SP)
36. Wellington Roberto (PL-PB)

Deputados que tiveram funcionários presos:

Deputados que tiveram funcionários presos na Operação Sanguessuga, mas
a Corregedoria da Câmara aguarda informações para tomar providências:

1. Dr. Benedito Dias (PP-AP)
2. Edna Macedo (PTB-SP)
3. Eduardo Seabra (PTB-AP)
4. Elaine Costa (PTB-RJ)
5. João Mendes (PSB-RJ)
6. Pr. Pedro Ribeiro (PMDB-CE)

Deputados com funcionários acusados de receber dinheiro:

Deputados que tiveram funcionários acusados de receber dinheiro, mas
que as investigações ainda não identificaram se eles agiam em nome do
deputado:

1. Alceste Almeida (PL-RR)
2. João Magalhães (PMDB-MG)
3. Nilton Capixaba (PTB-RO)

Sanguessugas: crescimento geométrico, aponta assessora

Do Jornal Folha de São Paulo (Para assinantes)
A assessora do Ministério da Saúde Maria da Penha Lino afirmou em depoimento à Polícia Federal na madrugada de ontem que 170 deputados federais recebiam propina da empresa Planam, de Mato Grosso, para vender emendas ao Orçamento.O advogado da assessora, Eduardo Mahon, relatou o teor do depoimento. Segundo Maria da Penha, os deputados recebiam dinheiro vivo dos executivos da Planam, que fornece ambulâncias e equipamentos médicos e odontológicos. "Um motorista -que eu não vou dizer o nome- levava os proprietários da Planam para a garagem do Congresso Nacional. Na garagem pegavam malas, colocavam [dinheiro] no paletó, nas meias, nas cuecas", disse Mahon."Passavam pelo detector de metal da chapelaria [do Congresso], não dava nada. Subiam à Câmara. Iam de gabinete em gabinete acertando. Acabava o dinheiro, voltavam para o carro, pegavam mais. Na cara dura, na cueca, na meia."Maria da Penha disse que há "um livro-caixa" da Planam que comprovaria a participação de deputados federais no esquema. Nesse livro-caixa constariam nome do deputado, a emenda, o valor liberado e os equipamentos a serem comprados: "E, bom, eu imagino os valores pagos aos deputados. Ela citou alguns".Maria da Penha foi presa na quinta-feira passada na Operação Sanguessuga. Segundo a PF, que prendeu ao menos 55 pessoas, a suposta quadrilha fornecia ambulâncias superfaturadas para prefeituras. O dinheiro do Ministério da Saúde era liberado graças à apresentação de emendas por deputados. Teriam sido desviados R$ 110 milhões. Maria da Penha teria intermediado a liberação do dinheiro no ministério. Ela nega.
Ex-Blog do Cesar Maia (Para assinantes)

PESQUISA TELEFÔNICA IBPS-JB com 2 mil entrevistas feita entre os dias 27/04 e 03/05 !
As pesquisas telefônicas por telefone fixo têm sempre um viés pró-classe média.
1. Partido em que NUNCA votaria:
PT 19,8%,
PFL e PSDB 3,2%
PMDB 2,72.
2.Avaliação de Lula:
Ótimo+Bom 33,8%
Ruim+Péssimo 25,3%
3. Qual o melhor governo:
Lula 46,8%
FHC 20,6%4.
Escândalo de corrupção pelo mensalão.
Responsabilidade de Lula: Grande 57,1%.
Pequena 24,4%.
Nenhuma 11,8%5.
Em quem votaria: Lula 34,1%
Alckmin 24,1%
Garotinho 9,1%
Heloisa Helena 7,7%
Outros 3,5%.
5.1. No Nordeste:
Lula 47,1%
Alckmin 13,6%
6. Nunca votaria:
Garotinho 27,6%
Lula 20,2%
Alckmin 4,9%
7. Segundo Turno:
Lula 42%
Alckmin 41%

Deputada vai a Tribuna e nega acusação

Site PMDB












A deputada federal Ann Pontes (PMDB-PA), acaba de negar, em pronuniamento na Tribuna da Câmara dos Deputados sua participação no caso do Escândalo das Ambulâncias.
A parlamentar colocou à disposição dos investigadores a quebra de seu sigilo telefônico, bancário e fiscal e de todos os seus assessores. "Sempre fui e sempre serei defensora desta Casa e principalmente do meu nome, da minha honra que é meu maior patrimônio", disse muito emocionada e com o olhos marejados.
Ann Pontes é casada com o ex-prefeito de Tucuruí, Parsifal Pontes. Está em seu primeiro mandato e é tida na Casa como uma das mais dedicadas e sérias deputadas da atual legislatura, com destacada atuação na Comissão de Ética e da Amazônia, Integração Nacional e de Desenvolvimento Regional.

Lista de emendas será enviada à PF

Orçamento vai entregar lista de emendas à Polícia Federal
AG. Câmara
A
Comissão Mista de Orçamento vai encaminhar à Polícia Federal, à Procuradoria-Geral da República e à Controladoria-Geral da União a relação de todas as emendas apresentadas por deputados e senadores, desde 2001, destinadas à compra de ambulâncias para municípios. Na relação também vão constar as emendas apresentadas ao Orçamento deste ano, que ainda não foi sancionado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O objetivo é contribuir com as investigações da Operação Sanguessuga, deflagrada pela Polícia Federal, que apura o uso de emendas parlamentares para a compra de ambulâncias superfaturadas em licitações fraudulentas. "Vamos repassar informações que talvez eles ainda nem tenham", disse o presidente da comissão, deputado Gilmar Machado (PT-MG), em entrevista coletiva na tarde desta terça-feira.
Desvios na execução
Durante a coletiva, Machado divulgou uma nota em que se dispõe a prestar todos os esclarecimentos sobre as emendas individuais com verbas para a compra de ambulância. Ele não chegou a apresentar uma lista com as emendas, mas disse que elas podem ser solicitadas a qualquer momento à comissão e estão disponíveis na página da internet.
O presidente da comissão fez questão de deixar claro, porém, que as investigações da Operação Sanguessuga apontaram desvios na fase da execução orçamentária, que cabe ao governo federal, e não na elaboração do Orçamento, quando as emendas são apresentadas. Além disso, destacou, "nem todos os parlamentares que apresentaram emendas para a compra de ambulância podem ser acusados de participação na megafraude investigada pela Polícia Federal".

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